domingo, 25 de julho de 2010

canditados

Vários concorrentes a próxima eleição a diferentes cargos declaram que "por uma questão de princípios cristãos, não podem apoiar o casamento gay. Porque na Bíblia, Deus não aprova essa forma de viver. Uma relação entre homossexuais é uma coisa ruim diante dos olhos de Deus. E o que será que o Deus destas pessoas acha do fato de que o salário público delas ser pago por dinheiro que também vem de imposto pago pela coisa ruim, os gays? Acho uma desfaçatez enorme destas futuras"autoridades", se beneficiarem do todo, e só quererem prestar serviço para uma parte. Na hora de descontar o contra cheque, pouco importa a opinião deste tal Deus, pois tanto faz dinheiro gay ou hetero, é o conforto deles que importa. Na hora do benefício público, é aí que o bicho pega, ou a bicha, sei lá, porque todos se revestem de um moralismo único que é: são todos cidadão na hora dos deveres, na hora dos direitos, só os terão aqueles que acreditarem no mesmo Deus que eu.

sábado, 24 de julho de 2010

Governadores, e suas Policias

Governador,o senhor tem filhos e sabe o que pode significar ter um, morto, sem mais nem menos. Portanto não é difícil compreender a sinceridade e torpor com que este cidadão querido e humano, que perdeu sua criança estupidamente na escola, semana passada, tem enfrentado sua tragédia particular, que também é minha e sua, é de todos. Concordo com ele que seu pedido de desculpas é pouco e impessoal, e tenha coragem: vá visitá-lo, sem avisar ninguém. O que não dá é o seu oficial ficar colocando na balança se vale a pena ou não uma operação, com a morte de inocentes. Vamos lá, nós, as vuvuzelas da indignação: "não, senhor Príncipe, não vale a pena, não". Enquanto uma só criança correr perigo, vocês vão ter que encontrar outro jeito de conseguir os resultados que desejam. O Príncipe pondera que as crianças se não estiverem na escola estarão nas ruas. Não é este o raciocínio, Coronel. O "X" da questão é que as crianças estão vivas, devem continuar.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Condição Feminina.Vítimas dos homens, do sistema e da imprensa

Uma mulher morta pelo ex-namorado porque queria o reconhecimento da paternidade do filho, uma adolescente estuprada pelo ex-namorado junto com seus amigos e uma advogada jogada numa lagoa pelo também ex-namorado: foram essas as mulheres em destaque na mídia durante a semana que passou.

Uma conclusão é de que as mulheres continuam sendo vítimas de violência. Mas outra conclusão é de que a mídia só gosta – cada vez mais – de casos envolvendo celebridades. Se há gente conhecida envolvida nos crimes, a mídia – especialmente a TV – não se cansa do assunto e adora fornecer aos espectadores os detalhes, por mais terríveis que sejam. Parece que quanto mais macabro o crime, e quanto mais conhecidos os envolvidos, melhor para a audiência.

O primeiro caso foi explorado ao extremo pela TV. Afinal, o culpado é uma celebridade, um ídolo popular, goleiro de um grande time carioca "com um futuro brilhante", como disseram os comentaristas, entre as análises exaustivas (seria melhor dizer "enjoativas") dos psicólogos de plantão nos programas matutinos e vespertinos das TVs abertas na quinta-feira (8/7). Quem mudasse de canal naquele dia veria sempre o mesmo script: um ou dois apresentadores conversando com um psicólogo e um jurista.

Se os advogados de defesa de Bruno e seus amigos (ou seria melhor dizer cúmplices?) estavam procurando argumentos para defesa, devem ter encontrado muitos nos programas de TV: a falta de uma estrutura familiar do goleiro na infância, os sinais de psicopatia etc. Do lado dos advogados, a sugestão era clara: como Bruno não teria participado diretamente do crime, pode pegar uma pena menor do que a do executor. Teria havido um excesso de zelo por parte dos amigos, querendo agradar seu ídolo. Baboseiras que renderam programas de manhã e à tarde, deixando os espectadores cada vez mais indignados com o caso.

domingo, 11 de julho de 2010

Buno, Adriano, Vagner Love, Ronaldo, e a Copa

Numa das esquinas daquela suruba ela conheceu seu jogador de futebol. Num daqueles momentos a camisinha estourou, veio a gravidez, a tentativa de aborto, as brigas, e agora, o desaparecimento e a tentativa de desqualificação do feminino. Mulher que está em orgia é galinha, Maria chuteira, condenável. Homem que lá está é admirável, invejável, sabe levar a vida. Quantas mães estão fazendo, hoje, este discurso para suas filhas e seus filhos ? "Prendam suas cabritam que eu vou soltar meus bodes", repetem os pais sobre o orgulho do homem tentar incessantemente, e de caber as moças a iniciativa da recusa. Edmundo e seus automóveis e desastres, Ronaldo e seu travesti, Adriano e a briga no estacionamento do baile funk, Wagner Love e suas fotos ao lado de bandidos armados. Rapidamente, uma pequena coletânea de moços que tudo podem, que tudo puderam. Souberam dispor de seus corpos e do dos outros como bem entenderam. E as marias-chuteiras, também não tem o mesmo direito? Os milhões dos jogadores na proporção inversa das curvas gostosonas das louraças (aliás, tem alguma negra ou morena neste time?). O dinheiro compra tudo e uma bela bunda tudo enlouquece. Para o bem e para o mal, o desajuste de pobres meninos alçados milagrosamente à categoria de endinheirados. Defronte deles, as coxas, os silicones, o sexo fácil. Dormir com o inimigo, dar para todos os jogadores do mundo, tentar através da proximidade melhorar de vida. Custe o que custar, doa a quem doer. Libertem os jogadores e deixem as alpinistas em paz. Eles podem, elas tem o que eles querem. De que adiantaria tanto poder se não pudessem dispor das aventureiras lindíssimas? Mas o que não dá é para demonizar só um lado. Tamos juntos misturados e embolados, numa explosiva orgia de possibilidades. Aliás, numa orgia atire a primeira pedra aquele que puder levantar a voz de bom moço. Façam o que quiserem, só não cometam o pecado de querer parecer inocentes julgados culpados pelo machismo. Tá tudo errado, ta tudo embolado. A desaparecida deve estar no fundo de um lago, assim como a Rebecca de Hitchock, que afundou com seu barco tornando-se inesquecível. Um dia um acidente traz o corpo à tona e tudo se esclarece. Mas é o silêncio, o hiato de estar desaparecido e bem guardado, que abre as portas para mil versões. Joguem suas fichas, façam suas apostas, a roleta vai girar. Salve-se quem puder, de antemão perdemos todos. Foi-se a inocência, estamos com as vísceras à mostra. Perdemos a copa, nossos ídolos já não são os mesmo, e nossas garotas sonhadoras e que não querem trabalhar jazem em seus sonhos e na impunidade. Tenho medo de praticar o perigoso jogo de se dar bem. Já não se fazem mais surubas como antigamente