domingo, 11 de julho de 2010

Buno, Adriano, Vagner Love, Ronaldo, e a Copa

Numa das esquinas daquela suruba ela conheceu seu jogador de futebol. Num daqueles momentos a camisinha estourou, veio a gravidez, a tentativa de aborto, as brigas, e agora, o desaparecimento e a tentativa de desqualificação do feminino. Mulher que está em orgia é galinha, Maria chuteira, condenável. Homem que lá está é admirável, invejável, sabe levar a vida. Quantas mães estão fazendo, hoje, este discurso para suas filhas e seus filhos ? "Prendam suas cabritam que eu vou soltar meus bodes", repetem os pais sobre o orgulho do homem tentar incessantemente, e de caber as moças a iniciativa da recusa. Edmundo e seus automóveis e desastres, Ronaldo e seu travesti, Adriano e a briga no estacionamento do baile funk, Wagner Love e suas fotos ao lado de bandidos armados. Rapidamente, uma pequena coletânea de moços que tudo podem, que tudo puderam. Souberam dispor de seus corpos e do dos outros como bem entenderam. E as marias-chuteiras, também não tem o mesmo direito? Os milhões dos jogadores na proporção inversa das curvas gostosonas das louraças (aliás, tem alguma negra ou morena neste time?). O dinheiro compra tudo e uma bela bunda tudo enlouquece. Para o bem e para o mal, o desajuste de pobres meninos alçados milagrosamente à categoria de endinheirados. Defronte deles, as coxas, os silicones, o sexo fácil. Dormir com o inimigo, dar para todos os jogadores do mundo, tentar através da proximidade melhorar de vida. Custe o que custar, doa a quem doer. Libertem os jogadores e deixem as alpinistas em paz. Eles podem, elas tem o que eles querem. De que adiantaria tanto poder se não pudessem dispor das aventureiras lindíssimas? Mas o que não dá é para demonizar só um lado. Tamos juntos misturados e embolados, numa explosiva orgia de possibilidades. Aliás, numa orgia atire a primeira pedra aquele que puder levantar a voz de bom moço. Façam o que quiserem, só não cometam o pecado de querer parecer inocentes julgados culpados pelo machismo. Tá tudo errado, ta tudo embolado. A desaparecida deve estar no fundo de um lago, assim como a Rebecca de Hitchock, que afundou com seu barco tornando-se inesquecível. Um dia um acidente traz o corpo à tona e tudo se esclarece. Mas é o silêncio, o hiato de estar desaparecido e bem guardado, que abre as portas para mil versões. Joguem suas fichas, façam suas apostas, a roleta vai girar. Salve-se quem puder, de antemão perdemos todos. Foi-se a inocência, estamos com as vísceras à mostra. Perdemos a copa, nossos ídolos já não são os mesmo, e nossas garotas sonhadoras e que não querem trabalhar jazem em seus sonhos e na impunidade. Tenho medo de praticar o perigoso jogo de se dar bem. Já não se fazem mais surubas como antigamente

Um comentário: