quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

ATÉ UM FELIZ 2012

Não custa acreditar que, daqui a um ano, estaremos mais saudáveis, apaixonados, com muito dinheiro no bolso. Beberemos e fumaremos menos, faremos mais exercício, nossa alimentação será melhor. Vamos nos esforçar. O que vale para cada um de nós deve servir também para aspectos mais gerais. O País está longe de ser perfeito mas, pelo menos, dá sinais de que podemos sonhar com o fim da miséria.

No Rio foi comprovada a possibidade de rompermos com o ciclo da violência, mas a paz duradoura depende também de uma efetiva distribuição de renda e de oportunidades: a pacificação não pode servir apenas para garantir a segurança e os privilégios dos que, ao longo de muitos anos, ajudaram a tornar a sociedade mais injusta e violenta. Que, depois de amanhã, vestidos ou não de branco, possamos acreditar em tantas mudanças; que 2011 seja carinhoso com nossas esperanças. Então, Feliz Ano Novo.

Smiley sarcástico Eu? Relógio

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

ADEUS 2010,feliz 2011

Nada de varrer pra baixo do tapete: podem imaginar a dor de um ser humano que é invisível? É como se sentem os garis, incapazes de despertar sequer um “bom dia” dos demais humanos que cruzam na rua com eles. Eles estão ali, mas não são humanos, são coisas, uma farda, uma função, sei lá. E depois de anos, a dor e a estranheza inicial do “ué, ninguém tá me vendo aqui?” torna-se costume e talvez eles nem mais se deem ao trabalho de levantar os olhos para ver as pessoas. Só eles, o lixo e as vassouras. Aliás, se o violão é o companheiro poético do tocador, imaginem se as vassouras falassem: quantos segredos, quantos causos, quantas surpresas! Se a bruxa voa nela, é ela quem liga o gari à terra asfaltada, espada para o desafio diário.

2010 começou com o famoso apresentador(Joelmir Betting) que admirou-se com o horror das pessoas da “mais baixa escala de trabalho” estarem ali na TV, fazendo comercial e desejando um ano próspero. Como pode uma gente que ganha pouco, fede, é invisível, ainda por cima tentar a visibilidade no grande veículo de comunicação e surgir sorrindo, positivos e confiantes de um ano bom? O que para alguns seria uma simpatia, para o jornalistafoi o motivador da incredulidade. Em quantos esta sensação é real? Quantos acham que a pele destes senhores está impregnada do chorume? A quantas anda nossa piedade capitalista e, mais que isto, nossa luta pela insalubridade e ganhos econômicos maiores para quem recolhe a nossa podridão? Como vamos lidar com a decomposição lenta e os problemas que o lixo trouxe ao longo da história, para as sociedades? Vindos a maioria do Nordeste, negros ou mulatos na maioria, vivem encolhidos, olhando pra baixo; os garis são carregados na caçamba da caminhonete junto com as ferramentas. É como se eles fossem ferramentas também.
Podemos imaginar a dor de um ser humano que é invisível? É como se sentem os garis, incapazes de despertar sequer um “bom dia” dos demais humanos que cruzam na rua com eles. Eles estão ali, mas não são humanos, são coisas, uma farda, uma função, sei lá. E depois de anos, a dor e a estranheza inicial do “ué, ninguém tá me vendo aqui?” torna-se costume e talvez eles nem mais se deem ao trabalho de levantar os olhos para ver as pessoas. Só eles, o lixo e as vassouras. Aliás, se o violão é o companheiro poético do tocador, imaginem se as vassouras falassem: quantos segredos, quantos causos, quantas surpresas! Se a bruxa voa nela, é ela quem liga o gari à terra asfaltada, espada para o desafio diário.

Estamos em dívida com estes imprescindíveis trabalhadores.Precisamos dar uma aliviada, fazer um chamego nestas almas que devem aparecer. Em nome dos excluídos, desejo-lhes um ano de justiça, onde cada um de nós olhemos no fundo dos olhos do primeiro gari que encontrarmos na rua, e vamos dar um sonoro “bom dia”, para tirá-los da sensação de invisibilidade, e deixar claro o sinal da existência.

Subamos nas vassouras e partamos para o lugar onde nascem os sonhos!

Desejo que em 2011,
Toda manhã, entre um café e outro, “limpemos”joguemos fora todas as milhares de bobagens, e descubramos que temos menos tempo pra viver daqui para frente do que já vivemos até agora.

Não percamos tempo com mediocridades, reuniões onde desfilam egos inflados,gabolices, invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus talentos e sorte.

Vamos viver em 2011 ao lado de gente humana,; que ri de seus tropeços, não se encantam com triunfos, não se considera perfeita, (a perfeição, como a normalidade, é imbecil e estéril)que não foge de sua falibilidade e deseja tão somente andar ao lado do que é justo...

O essencial é o que faz viver valer a pena.


QUE SEJAMOS ASSIM NOS PRÓXIMOS, E INFINITOS ANOS!!!!!!!



Neuber, Angra dos reis-RJ,28/12/2010.

CORREÇÀO: Não foi o Joelmir Betting, o autor do comentário desmerecendo os Garis, e sim, o BORIS CASOY.Desculpem-me.