domingo, 2 de janeiro de 2011

Priscila II

Priscila pula do chão para a cadeira. Pula para a mesa. Pula para o colo.
Pula!

Pula porque está feliz.
Escuto seus sussurros e passos quando vêm pra mim.
Faço-me cumplice de seus silêncios.
As felinas não tem projetos nem sonha...

Ela é altiva, independente, caprichosa, vagamente indolente e sonâmbula... E tudo o resto que posso imaginar.
É importante não esquecer duas características importantes: olhar intenso e incorruptível.
Há a idéia da gata domesticada, afável, que salta para o nosso colo e ali fica, a ronronar, como se tivesse um motor de fraca potência...

Tem sete vidas. Morrerão todas ao mesmo tempo.


Quando chego mia, cultivando uma afabilidade inaudita e esfrega-se na minha canela.

Gosto de passar as mãos em seus pelos, e ela gosta de ser alisada.

Fita cada um dos meus gestos, com os olhos muito atento tentando entender, absolutamente parada, a cabeça tensa, as orelhas espetadas como se pudesse ouvir cada palavra que eu escrevo; que coisa veria, que sentido a prenderia?

Os homens mais velhos e as gatas mais novas, com sua feliminidade, não se interessam por coisas fúteis.


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