terça-feira, 19 de julho de 2011

Vida real como atração turística.

Os guias turísticos profissionais, não devem ser contra os garotos de comunidade fornecerem informações da vivência pelas vielas, para os gringos que por lá forem fazer um passeio. Tipo "foi aqui nesta birosca que Zé Espinguela caiu duro, morto por um não sei o quê". É bacana, é divertido, é pitoresco. Mas como eles não são capacitados, e são acertadamente exagerados e fantasiosos, caberá ao competente guia, que o incorporou como auxiliar, dizer "só um minuto Joãosinho, senhores turistas, estamos diante das criações de mitos de uma vizinhança sobre seus acontecimentos. E se os formados forem do bem, farão estas criaturas falantes e que gostam de atender os "de fora", estudar e se tornarem diplomados. Coisas incríveis e outras impagáveis, de tão loucas, pois sem uma pitada de maluquice, a vida é muito chata. Todos morrerão de rir, e a população local estará dentro do passeio. Outras informações dos meninos poderão ser trabalhadas pelos profissionais, sem tirar-lhes o charme. E se os formados forem do bem, farão estas criaturas falantes e que gostam de atender os "de fora", estudar e se tornarem diplomados. Aliás, quem disse que estas enciclopédias científicas são 100% verdadeiras? A verdade é uma versão do real, e boa sorte para o nosso relacionamento com tantas versões. Jesus Cristo tinha estes olhos azuis que aparecem nos quadros que se tornaramverdade? Se Yemanjá é deusa negra, por que branca e gostosona de cabelo lisos nas imagens?
Melhor não excluir, vamos tentar incluir nossos semelhantes mais pobres na complementação das atividades, sem esquecer de instrumentalizá-los para um dia serem os maiorais destas atividades. Não é pena, é inclusão social que temos que praticar, senão a bomba explode. O que eu não acho legal é de cara dizer "não pode". Deixem eles serem estagiários nos locais da visitação às suas moradias. Já pensou que interessante ver a mãe do Zézinho fazendo o torresmo para os turistas comerem com cachaça na birosca? Muito além do hotel cinco estrelas, com voz e ginga,conhecer a vida real, se é que ela existe.

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