quinta-feira, 1 de setembro de 2011

TREM BALA & BONDINHO>

Como pensar em trem-bala,na expansão do metrô e
e na modernização da Super Via se o poder público, apesar dos vários alertas e reclamações,não conseguiu dar um jeito no bondinho de Santa Teresa?Por que esperar a morte de sete pessoas para se decretar uma intervenção na empresa que cuida dos bondes?
Não dá para entender como o mesmo governo que construiu uma obra como o teleférico do Alemão não tenha tido capacidade de, manter o bonde nos trilhos.Melhor: claro que dá para entender. O serviço de SantaTeresa se tornou ruim e assassino porque foi vítima do descaso criminoso de quem deveria cuidar dele.
Não houve falta de recursos,mas de empenho e de interesse.
O bonde de Santa Teresa, esquecido por administrações, faz parte da cidade esquecida.É um meio de transporte deficitário, que não interessa aos empresários. O
bondinho, patrimônio da cidade, visto como arcaico, que não combina com uma equivocada e colonizada idéia de mudernidade.
A tragédia alerta para o risco de se tentar construir uma cidade baseada numa aparência de prosperidade; uma cidade-cenário, quase um parque temático,agradável apenas durante os eventos. Seria como dar uma nova versão para o absurdo cometido décadas atrás.
Para que nossa miséria nãoo chocasse, outdoors foram colocados para esconder as favelas—não se tratava de resolver o problema da pobreza,bastava impedir que ela fosse vista pelos visitantes.Não adianta fazer belas e imponentes instalações em torno da Avenida Francisco Bicalho se o Canal do Mangue continua a ressaltar a tragédia ambiental,social e sanitária que nos cerca. Não há maquiagem capaz de esconder
tantas e antigas mazelas.

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