Hoje!
Quase amanhã.
Por necessidade quase ontem!
É a paga da eternidade a este
vale de desespero
De crianças sem esperanças e não
é por rima pura,
É sim, por vontade expressa do
poder divino.
Chora mãe, teu filho caído por
bala ou vício
No precipício dos desvalidos, na
vala dos incautos.
Chora tua lágrima para alimentar
o eco dos vencedores
Enquanto desfila na avenida da
dor o bloco dos encapuzados
Senhores da lei, na Sapucaí dos
horrores, enredo dos excluídos.
Grita teu samba de agonias puxador
das rajadas, levanta teu
público!
Para na apoteose receber os
aplausos dos senhores das verdades
Que desceram ao asfalto para que
subissem as escadarias dos
edifícios!
Os nobres dos barracos do Morro
da Babilônia.
E na apuração vão ganhar nota dez
em Harmonia, beleza de agonia!
Adereços, abraços, apreços.
Hoje!
Mais uma chacina.
Já é amanhã, o que foi ontem e
será sempre.
Mais um Carnaval!