Assaltos a bancos, atentados a instalações financeiras ou quartéis, sequestros de diplomatas, mortes em combate e assassinatos ( “justiçamentos” de adversários e de aliados) cometidos por organizações clandestinas foram quase todos apurados, seus autores são conhecidos; ao contrário dos torturadores, a grande maioria dos guerrilheiros assume o que fez. Além da prisão a que foram submetidos, muitos dos antigos militantes contra a ditadura — inclusive aqueles que não aderiram à luta armada— foram torturados, outros foram exilados ou assassinados. Há tambem casos de desaparecidos.
Um lado da história foi contado de forma oficial: a versão de quem prendeu, torturou e condenou. Os processos contra as organizações de esquerda são públicos, que se mostre quem foram os autores dos crimes cometidos em nome nação, financiados com os nossos impostos. É preciso saber quem deu choques elétricos em órgãos genitais de mulheres grávidas, quem arrancou unhas de presos, quem deu o tiro de misericórdia, quem incinerou corpos de adversários. É preciso revelar o destino dos cadáveres — esse direito não é negado nem às famílias dos criminosos comuns.
Eles (ex-agentes da ditadura) se dizem orgulhosos do que fizeram. Que tenham então a coragem de revelar detalhes de sua prática, de contar o que fizeram, como fizeram, sob as ordens de quem.
Não se trata de vingança!