domingo, 26 de maio de 2013

A VERDADE LIBERTA!

Os inconformados com a Comissão Nacional da Verdade, reclamam que as investigações apuram apenas crimes cometidos por agentes do Estado durante a ditadura, e ignoram os atos da esquerda armada. Parece correto, mas não é: boa parte da atuação da guerrilha contra o regime e pela implantação do socialismo no país foi revelada durante o próprio governo militar. Milhares de pessoas foram presas, interrogadas, processadas. Muitas foram vítimas da tortura dos que se apoderaram do poder.


Assaltos a bancos, atentados a instalações financeiras ou quartéis, sequestros de diplomatas, mortes em combate e assassinatos ( “justiçamentos” de adversários e de aliados) cometidos por organizações clandestinas foram quase todos apurados, seus autores são conhecidos; ao contrário dos torturadores, a grande maioria dos guerrilheiros assume o que fez. Além da prisão a que foram submetidos, muitos dos antigos militantes contra a ditadura — inclusive aqueles que não aderiram à luta armada— foram torturados, outros foram exilados ou assassinados. Há tambem casos de desaparecidos.

Um lado da história foi contado de forma oficial: a versão de quem prendeu, torturou e condenou. Os processos contra as organizações de esquerda são públicos, que se mostre quem foram os autores dos crimes cometidos em nome nação, financiados com os nossos impostos. É preciso saber quem deu choques elétricos em órgãos genitais de mulheres grávidas, quem arrancou unhas de presos, quem deu o tiro de misericórdia, quem incinerou corpos de adversários. É preciso revelar o destino dos cadáveres — esse direito não é negado nem às famílias dos criminosos comuns.

Eles (ex-agentes da ditadura) se dizem orgulhosos do que fizeram. Que tenham então a coragem de revelar detalhes de sua prática, de contar o que fizeram, como fizeram, sob as ordens de quem.



Não se trata de vingança!

 

sábado, 25 de maio de 2013

Fé que é cega e degenerada


A ignorância motivada por uma fé que é cega e degenerada de alguns setores religiosos fundamentalista reacionários, vêm ganhando cada vez mais força. E eles promovem repressão em nome de uma moral própria. Na visão deles, qualquer um que se comporte de forma diferente merece ser punido, veem feitiçaria ate no som do atabaque.

Esse tipo de postura sempre existiu, mas se tornou mais perigosa, e seus integrantes, mais auto-confiantes. Aprenderam a se organizar em blocos, associações e,até mesmo, em partidos.

Eles também influenciam os não-religiosos. Quase todas as manifestações contrárias à aprovação do aborto, a união homoafetiva, por exemplo, sem discutir, partem de grupos religiosos. O problema é que eles querem legislar baseados nos seus dogmas. Tentam impor a visão moral de suas religiões à toda sociedade. É uma incapacidade de aceitar o que é diferente.

 

domingo, 19 de maio de 2013

ROTINAS

As vezes, a pé, encontro becos de enviesadas curvas etílicas, a parada mais próxima de uma cirrose óbvia. Foi assim durante anos cheios de encantos mil.


Cardápio de sonetos engordurados, mocotó, rabada e frango com quiabo, mantinham uma comissão de frente(tecido adiposo acumulado na região abdoninal) fiel aos princípios de um pinguço: só bebia em pé, sempre as mesmas doses, feito os comprimidos pra pressão, diabetes, e coração que bebo hoje, diária e pontualmente. O balcão parece um quadro emoldurado: as mesmas pessoas, nos preservados lugares. Pra encostar ali é preciso um atestado de resistência fixa.

Ando um pouco mais, quase nada e, mais frequente que Placa de esquina,o apontador de bicho.Atento aos números desenhados no talão, ele ajeita o carbono enquanto a minha cabeça busca um duque de dezena combinado.Aí vem a pergunta:

— Combinado com o quê?

A caneta suspensa feito um cronômetro abre o tempo.

Pra minha escolha. Data de casamento, idade do Tio Obadias, a placa do primeiro carro(fusca claro) a sepultura da Tia Manuela, qualquer referência que essa tabuada lembra, vale nesse escrito.

Que merda! Ontem deu a milhar inteira do avião que enguiçou em Marrakech e eu não joguei!

segunda-feira, 13 de maio de 2013

O T I M I S T A

Sempre fui uma pessoa otimista. Sou tão otimista que toda semana não só jogo na loteria como olho o resultado da mega-sena com a mesma esperança: ser um ganhador.
Claro que só ganhei até hoje,uma vez,R$300.Mas continuo jogando e gosto de sonhar.
E o otimismo vale também para a vida, para o trabalho e , principalmente, para o ser humano.Sempre acho que ele pode melhorar.Torço,de verdade, para que acabem as guerras,as intolerâncias e as maldades.
Mas esta cena do helicóptero da policia, em caçada me tirou do sério.
Foi um soco na boca do estômago, é cruel demais. É intolerável demais. Revoltante demais. Confesso que, além da tristeza, dá um desânimo gigantesco.
Desta vez não dá para colocar a culpa nas vítimas, como gostam alguns. Não quero ouvir aquelas frases tipo, estavam na hora errada, no lugar errado. Qual é a hora certa? Desde quando a PM.ou outra Policia qualquer, pode atirar em pessoa supostamente por serem ‘bandidos’ com arams permitidas somente em guerras? Sei que não adianta nada ou quase nada ficar triste ou protestar.
Que tipo de gente é esta que faz coisas deste tipo e segue vivendo?Ou segue fugindo
ou segue matando?

Me indgna também, os que se declarando movido pela magnânima visão de um universo cheio de religiosidade engana as multidões? A religião, verbalizada escondendo a maldade? Se eu me digo ungido pelo toque de Deus, este o maior e melhor escudo para me blindar de uma possível desconfiança, pois sempre aponto o capeta nos outros. Sentem-se melhores que outros humanos que não compartilham a mesma crença, aqueles que fazem coisas diferentes dele, intolerante com a diversidade, única forma de apontar quem tem que ir para o inferno.

Mas este, mora em Brasília, veste paletó, e preside a Comissão dos Direitos Humanos e Minorias!

Como faremos para reverter estas situações? Começamos por onde? Ou vamos fingir que não está acontecendo nada e torcer para não encontrar este tipo de gente? Será que é possível melhorar mesmo o ser humano? Ou é só um desejo de quem gosta de sonhar e não quer se deixar abater?



 

domingo, 12 de maio de 2013

Imagina na Copa

Aconteceu no Carnaval.— Tem ar?— perguntei ao taxista.

—Tem!— respondeu, girando o pescoço feito um ventilador caseiro, enquanto os lábios em forma de selinho Hebe Camargo emitiam um sopro de ironia. Suado, voltei a pé, onde o Rio de Janeiro permanece colonial, e sem bandeira 2. A razão de lembrar tal diálogo: não existe um vagão de trem, um lotação desses 42 sentados e 200 erguidos, onde a frase “imagina na Copa” não esteja sendo dita. Estamos em dia?

Aqui, a preocupação é relevante: tem garçom pra tanta sede? E os mictórios dos nossos pés sujos, mínimos pra qualquer um biriteiro, como serão pros hooligans maçarandubas? Apela praquelas caixas químicas?Notei que um dos banheiros azuizinhos usados na folia flutuava por conta do gás metano despejado yellow no desfile dos blocos. A intimidade física preservada entre os dedos enquanto o mijo jorra feito o Amazonas. Os outros 100 mil pierrôs e colombinas, bexigas cheias, desciam espremidos no acesso ao metrô! Filas, feito as imensas em padarias do Abraão (Ilha Grande, Angra dos Reis-RJ) nos feriados prolongados, cresciam na direção de qualquer objeto à venda, água mineral, amendoim com casca ou sacolé com vodca de nome que nçao sei escrever por ausência de vogais. Tio Hortencio, entrou numa filas só pra sair do butequim.. Eu imagino na Copa...

Faço contas de um Monobloco subindo a Radial Oeste, o Bola Preta em forma de torcida de unm Fla X Flu pedindo um churrasquinho de gato no Portão 18, todos em volta da Estátua do Bellini.

Joseph Blatter, o dono da bola, pega carona com um mototáxi, capacete de caveira, na engarrafada Praça da Bandeira. Que Merda é Essa (Nome do bloco que estava tentando chegar)— apropriado! — resmungou o presidente suíço, de terno e gravata.

O bloco da Preta chega por São Cristóvão, estação colada ao estádio. Ela e os foliões desembestam pelo viaduto em passos largos, pandeiros de causar inveja— Uma vez Brasil, Brasil até morrer!

São analogias de um momento euforias de uma cidade. Em cima da hora o desfile acontece, a grama cresce, o time engrena e o caneco é nosso. Manual dessa vida espontânea, o jeitinho dá as cartas enquanto espero sentado num caixote qualquer, peço a próxima, o gerente ri, eu presumo: “Imagina a conta!”

 

domingo, 5 de maio de 2013

A revolta da madame

“Imagina, agora minha empregada doméstica é administrada pelo governo Petista, com essas leis absurdas! Como se nós, patrões, não a tratássemos bem.


A Maria das Dores, por exemplo, começou aqui em casa como babá de meu filho caçula, o Jorge. Pagava a ela meio salário mínimo e mais o transporte. No aniversário dela e no Natal eu dou presentes. A menina se dobra em agradecimentos. Ela cuida bem do menino: troca a fralda, dá banho, lava e passa as roupinhas dele, jamais esquece a hora das mamadeiras. Leva-o todas as manhãs para tomar sol na pracinha. E nunca se queixou de ficar aqui em casa além da hora combinada.

Às vezes, eu e meu marido temos de jantar fora e a das Dores fica com a criança, põe para dormir, e depois assiste à TV, até retornarmos. Nunca reclamou de sair mais tarde um pouquinho. Agora vem o governo mais corrupto história a com essa história de 44 horas semanais, carteira assinada, pagamento de horas extras, Fundo de Garantia, multa de 40% para demissão sem causa justa etc.,isso é coisa para trabalhador, como faz meu marido lá na empresa dele.

Pra que isso de direitos trabalhistas? Ela tem seu quartinho arrumado, TV, acesso livre à geladeira da família. E come da mesma comida que prepara para nós. Não sei por que o governo safado se mete tanto em nossas vidas! Chega de burocracia. Agora vou ter que pagar, além dos salários,impostos para manter aqui a das Dores. Como se na velhice ela não fosse ter aposentadoria!A mãe dela, que trabalhou 20 anos na casa do meu sogro, ao se aposentar foi morar lá na roça, onde nasceu, e conseguiu aposentadoria rural. Precisa o governo criar ainda mais burocracia para nós, patrões?

Meu Deus, aonde o Brasil vai parar esse P.T!?”