domingo, 5 de maio de 2013

A revolta da madame

“Imagina, agora minha empregada doméstica é administrada pelo governo Petista, com essas leis absurdas! Como se nós, patrões, não a tratássemos bem.


A Maria das Dores, por exemplo, começou aqui em casa como babá de meu filho caçula, o Jorge. Pagava a ela meio salário mínimo e mais o transporte. No aniversário dela e no Natal eu dou presentes. A menina se dobra em agradecimentos. Ela cuida bem do menino: troca a fralda, dá banho, lava e passa as roupinhas dele, jamais esquece a hora das mamadeiras. Leva-o todas as manhãs para tomar sol na pracinha. E nunca se queixou de ficar aqui em casa além da hora combinada.

Às vezes, eu e meu marido temos de jantar fora e a das Dores fica com a criança, põe para dormir, e depois assiste à TV, até retornarmos. Nunca reclamou de sair mais tarde um pouquinho. Agora vem o governo mais corrupto história a com essa história de 44 horas semanais, carteira assinada, pagamento de horas extras, Fundo de Garantia, multa de 40% para demissão sem causa justa etc.,isso é coisa para trabalhador, como faz meu marido lá na empresa dele.

Pra que isso de direitos trabalhistas? Ela tem seu quartinho arrumado, TV, acesso livre à geladeira da família. E come da mesma comida que prepara para nós. Não sei por que o governo safado se mete tanto em nossas vidas! Chega de burocracia. Agora vou ter que pagar, além dos salários,impostos para manter aqui a das Dores. Como se na velhice ela não fosse ter aposentadoria!A mãe dela, que trabalhou 20 anos na casa do meu sogro, ao se aposentar foi morar lá na roça, onde nasceu, e conseguiu aposentadoria rural. Precisa o governo criar ainda mais burocracia para nós, patrões?

Meu Deus, aonde o Brasil vai parar esse P.T!?”

 

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