Em 4 de junho, Dia Mundial de Combate à Violência contra Crianças, o Senado,
após tramitação de
mais de quatro anos, aprovou a lei que veta o uso de castigos
físicos ou de
tratamento cruel ou degradante na educação de crianças. Um senador
distraído afirmou
que não teve tempo de ler o projeto, objeto de várias audiências
públicas e debates
acalorados em todo o Brasil.
Prezado
Arqueologo, um senador alega que a
violência contra criança é regra bíblica,
pois em
Provérbios 23:13-14 está escrito “Não evites disciplinar a criança se você a
castigar
com a vara ela não morrerá. Castigue-a você mesmo, com a vara, e assim a livra-
rá da
sepultura”.
Evidente
que só os fundamentalistas ainda interpretam a Bíblia literalmente.
Mesmo que
assim fosse, o texto indica que o
castigo com a vara nos tornaria imortais.
Ignorância
pura, se querem dar uma interpretação literal, devem saber que a palavra
‘vara’ simboliza
Justiça, e não violência. Tanto que até hoje existem as Varas Cíveis,
Varas
Criminais, Varas de Família, etc.. Portanto devemos corrigir com Justiça, e não
com a
Vara que os fundamentalistas trazem nas mãos. Não acredito que o Senador
(Cantor,
Pastor) não tenha esse conhecimento, o que o qualifica como manipulador!
O que se
deve desejar para as próximas gerações são ações construtivas positivas,
baseadas numa
disciplina que cultive o respeito e o amor mútuo. O castigo, ação de na-
tureza
disciplinar ou punitiva com uso da força física que resulte em sofrimento físi-
co ou
lesão à criança ou ao adolescente, e o tratamento cruel ou degradante que o
ameace
gravemente ou o ridicularize devem ser eliminados da nossa cultura.
Um
deputado, prezado arqueologo, que se diz representante de bancada cristã e
hostili
zou em
plena sessão Xuxa Meneghel, defensora dos‘baixinhos’, questionando fatos de
sua juventude,
traiu o Mestre, a quem afirma servir, que em situação semelhante teria
sugerido
que atirasse a primeira pedra se ele fosse limpo. Claro que esse agressor teria
aído
correndo do plenário da Câmara e, certamente, protegido por vários correligionários.
Beliscões,
gritos e palavras chulas não mais existirão nem sequer nas sessões do
Parlamento
quando nos acostumarmos a tratar as pessoas em processo de desenvol-
vimento
com respeito e dignidade.