domingo, 27 de dezembro de 2015

A civilidade está em crise.

O flagrante da bancária Fabíola
na entrada de um motel,a mim não
interessam as razões dela para ter
um amante, a crocodilagem do muy 
amigo ‘gordinho da Saveiro’, a ira
do marido ou o interesse do cineasta
indignado,mas o linchamento midiático
de quem não cometera qualquer crime
qualquer ato lesivo, a não ser à expe-
ctativa de exclusividade sexual do mari-
do traído.

Na saída de um restaurante, Chico
Buarque foi hostilizado por coxinhas
que o acusavam de defender corrupto
e de morar em Paris.Mas dentre os 
Coxinhas estava o neto de Mário 
Garnero, banqueiro que em 1985 fora
acusado de fraude financeira, via 
Brasilinvest.
O mais agressivo, que gritava contra
a corrupção, era filho de usineiro 
acusado de grilagem e genocídio.
Chico mora no Rio. Mas o neto do 
banqueiro tem imóveis no exterior.
Mora em  Londres, namora a patricinha
Paris Hilton.
Mas nem tudo são baixarias de coxinhas
e de pessoas em conflito  com a sexua-
lidade.A contradição se completa quando, o governador Pezão fecha hospitais e anuncia
isenção de tributos para fábrica de bebidas e montadoras de auto móveis e dívida de R$ 
40 milhões da Super Via com a Light, e o prefeito Eduardo Paes aumenta o subsídio para o Carnaval
em prejuízo da Educação e Saúde.
O maior banco brasileiro fechará o ano com 
lucro deR$ 25 bilhões, e continua demitido!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

E Vamos comemorar.

Jesus Cristo transformou, afinal, água em vinho. Nunca
transformou vinho em água.Fez isso, para não acabar com
a festa da rapaziada. Disse também, naquele jantar com o
fariseu escroto, que o mal nunca é o que entra, mas o que
sai da boca do homem — e quebrou os tabus alimentares.
Tem cristão que insiste em transformar Jesus em um chatonildo,
inimigo dos fuzuês,das biritas e das alegrias. Cristo (o meu)
era um farrista do bem, não era um carola ressabiado ou um pre-
gador intolerante.
É por isso que sou do cristianismo popular: bebo e compartilho
com os meus amigos e camaradas e com qualquer um. Não sento em
mesa de bar — um templo— com fariseus que queiram ditar regras
e impor grosseiramente suas verdades.
O meu Jesus, é aquele dos presépios mais precários,e das folias
e de brasilidades dos fuzuês que, no mês de janeiro, homenageiam
entre cachaças, cafés e bolos de fubá gentilmente servidos— os San-
tos Reis.Nestas festas, os cantos, louvores, comidas, falam de afe-
tos celebrados que permitem a subversão, pelo rito, da miudeza pro-
visória da vida.
O Cristo dos meus delírios se sentiria mais à vontade em um botequim
de esquina do que na Basílica de São Pedro.
Sua humanidade divina se manifesta mais nas mãos calejadas do que nas
batinas sacerdotais e nos ternos bem cortados dos Pastores Cantores e
pregaddores eletronicos. Ele é pequeno; pedrinha miudinha. Respeita
Tupã e Olorum, joga na várzea, bebe nos subúrbios, rala nas fábricas
e, quando o sol vai quebrando lá pra fim do mundo pra noite chegar,
descansa feito João Valentão e adormece como um menino pobre do Brasil.

A vida devia ser bem melhor, e será!!!!

(Hoje Chico Buarque foi hostilizado por suas posições políticas)

Não estou fazendo a defesa dele, pois ele a fez muito bem.


O Brasil pode estar pior.

Pior porque os 20% com maior
renda e que ocupavam,antes,
60% das vagas das universidades
públicas hoje ocupam cerca de 30%.
Também porque a renda dos mais pobres
ampliou em 129% em 13 anos e isso, 
para eles, não é bom. Pode ser que
a ampliação de negros e pobres nas es-
colas de Ensino Médio e em universidades
públicas tenha sentido negativo para
eles. Pode ser que o fato de ter mais
gente viajando de avião,tendo mais acesso
a livros, shows, cinema, seja algo ruim
para alguns seres humanos.
A realidade hoje está mais próximad o meu 
desejo! Não posso fazer parte, portanto, 
do grupo que considera que o Brasil piorou.
Sou do grupo que sentiu a vida melhorar nos
últimos 12 anos e quer mais.
Estou entre os que consideram que os princi-
pais problemas do Brasil são: poucos e frá-
geis ambientes democráticos para além do vo-
to e poucas políticas públicas para superação
de desigualdades.
O Brasil é hoje mais democrático.
Quando eu era jovem, os que iam para às ruas
eram considerados de esquerda.Agora tanto es-
querda, quanto direita, conservadores ou pro-
gressistas, contemporâneos ou anacrônicos, 
ocupam ruas, fazem movimentos,param o trânsi-
to,podem ser chamados de arruaceiros; como 
muitas vezes fui no passado.E isso é um avan-
ço. Insuficiente mas um avanço.
Doloroso hoje é ver que jovens — pretos, fave-
lados, moradores de periferias, pobres — ainda
morrem por violência do Estado, por uma cultura
racista da sociedade. Superar essa ‘desigualdade
mórbida’ é uma ação urgente. É necessário construir
uma sociedade com amplo direito à diferença,e polí-
ticas públicas que defendam a vida e a dignidade 
humana em todas as dimensões. Mas isso será pro-
duto de uma disputa, pois há um grupo que deseja 
retirar o que foi conquistado no rumo de um país  mais
igualitário e democrático. 
Precisamos de mais democracia, muito mais controle
social do que já conseguimos.

Que em  2016 a VIDA seja BELA, e não BÉLICA!  


domingo, 13 de dezembro de 2015

Próspero 2016

          Te  desejo um Natal de paz suficiente para que não nos acomodemos, de saúde suficiente para que não nos descuidemos e com a magia suficiente que nos permita a felicidade,mesmo sabendo que Papai Noel não existe.

        Desejo um ano novo de perseverança suficiente para não deixarmos de brigar por direitos, de incoformismo suficiente para fazermos o melhor lugar do mundo ser aqui  agora ou já, e de fé suficiente para atravessarmos mais um ano  acreditando na possibilidade de sermos felizes.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

FELIZ NATAL!!!!!!!

Presente que daria para meus amigos, que acha que está com aquele vazio difícil de preencher ou ficando “transparente'' para seus amigos e colegas, que  pensa que a solução é adquirir um produto e, através dele, o pacote simbólico de cura e inserção que ele traz. Que acredita que precisa dar um presente para alguém a fim de provar que ama. Objetos de desejo coletivo são realmente úteis para você, ou só está procurando um estilo de vida pré-fabricado para ser encaixar pois trabalha tanto que não consegue construir o seu próprio? Quanto tempo depois de uma compra impulsiva você percebe que aquilo não lhe trouxe felicidade? E quanto tempo levou até a culpa te consumir por dentro?

Montar uma pipa com papel de seda, ir ao  parque, ir a algumas exposições bem legais, pegar emprestado um livro, abraçar seu filho ou filha, ir a um botequim e, é claro, ir à praia, se você teve a sorte de viver à beira-mar e não ser barrado pela polícia militar do Rio ao vir da Zona Norte, ou na beira de um rio, se ele não tiver sido consumido pela lama da Vale e BHP(que insistem em chamar de SAMARCO) tornando a vida insustentável, não custam quase nada.

Mas são tão grandes que não cabem em caixas de papelão, não podem ser embrulhadas com papel de presente ou mesmo entregues por serviço de encomendas expressas. E, certamente, você não vai querer devolve-las decepcionado com a realidade.

Estava esquecendo,  FELIZ  NATAL!!!!!!!

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Até quando tá certa, tá esrrada!

A rejeição de Dilma depois da avalanche de
notícias ruins, resultantes da Operação Lava
Jato, e com a crise econômica, a presidenta
bate recordes de impopularidade.Mesmo quando
está certa, está errada.
Os oposicionistas consequentes fazem reparos,
sugerem mudanças.
A oposição inconsequente repete há meses o samba
de uma palavra só: impeachment.
Apesar do isolamento, Dilma resiste.
Enquanto os loucos que pedem intervenção militar
acampam no Planalto, ela continua acertando e
errando, mas não levanta o tom, não xinga ninguém.
É atacada,mas não ataca. Volta e meia,apenas repete,
firme,que vivemos numa democracia e que o que o Bra-
sil não aceita mais golpismo. É daí que vem sua força
para resistir. Seja o governo dela bom ou ruim, nin-
guém pode deixar de reconhecer que Dilma é uma demo-
crata.

Ao contrário de muitos que se opõem a ela.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Hipocrisia no Brasil da maluquice

Foi hilário ler as declarações de Eduardo Cunha admitindo
que “controla” contas na Suíça. Depois, teve o juiz
que retorna a seu cargo, sem falar na saída da juíza que 
deu fôlego à investigação nas empresas do filho de Lula.
Coroando a maluquice,a preocupação maior das autoridades
ficou por conta do vazamento da notícia na ‘Época’, isso,
sim,um caso a ser investigado!Vamos ao ‘comportamento’ ético e
moral dos envolvidos?
Em relação às contas na Suíça Eduardo Cunha, pegando carona
no sobrenome,‘cunhou’versão simples e descarada, recheada de
cinismo,bem dentro da ‘moda’ como as questões sérias são tra
tadas no país. Tentam nos fazer de bobos,ou melhor, não estão
nem aí para o que pensamos deles!
Qualquer resposta sem o menor cabimento dita com cara séria,
pensam eles, é transformada em pretensa verdade com peso e
valor. Ele bem merecia como resposta algo mais hilário ainda da
parte de quem escuta: “Essa é boa!Tá me tirando de otário?!”
Qualquer brasileiro que escuta e olhaa fisionomia deles deve
pensar assim. Eles, ao contrário, com o rosto sério, fisionomia
impenetrável,sustentam a verdade que querem vender: “As contas foram
abertas em meu nome e em nomes de parentes e empresas. Sou
apenas o administrador delas!”
Pronto, está dito, dou fé, é verdade,prove o contrário. Vale não
esquecer que o ônus da prova é de quem acusa: “Se você não tem
provas, não se arvore, pode ser processado por calúnia e difama-
ção! É bom ter cuidado, você pode virar réu nessa!”
Nesse quadrado envolvendo essas duas notícias, ficam a cara
da juíza substituída que autorizou a busca na empresa do filho
do Lula, condenada a descansar,e a declaração do juiz que estava
no STJ.Ele,justificando a volta ao cargo, declarou: “Meu trabalho
no STJ acabou, sou o juiz natural do caso e não posso simplesmente
repassar a tarefa a outra colega!”
Justo a que deu novo fôlego àmOperação Zelotes? A notícia é de
tirar o fôlego, deve ser esse,então,o motivo da volta do fulano.
Em se tratando de Judiciário, alguém dizer que acabou o trabalho 
no STJ é nomínimo curioso.
São tempos de legalização do cinismo,da hipocrisia,do mau-caratismo
e de tudo que é moralmente desprezível se pode imaginar e esperar 
como resposta para se sair ‘bem’de uma pergunta.

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Cabelo ruím? Ruim pra quem?

Tem gente que acha que há divisão de melhores
e piores entre os seres humanos. Começa neste “sou
melhor que você porque sou branco” (?) e eles vão pegando
o gosto por se sentirem melhores,e daqui a pouco alargam
enormemente os critérios e já são melhores por um monte de
outros motivos.

Eles realmente acreditam que são melhores (que há melhores),
e só a lei podeconvencê-los do contrário.
Eles são perigosos, começam no tom de pele, mas o
que querem é chegar naquele estágio da casta governante que
mantém os diferentes em território inferior.  “Sou melhor e vou
pro céu”, é “sou melhor e me eleja”. Não há nada de abstrato,
é concreto mesmo:me dá  o poder de decidir que você não pode
usar bermuda e pegar ônibus prair pra praia.
Pra muitas garotas Taís é a inspiração de suas vidas. Perfeito, 
daí a importância do símbolo que tanto conquistou na carreira,
para ser referencia para as negras.  As garota viram que as negras
também poderiam ser estrela. Usam a beleza para elogiar a atriz, 
como se isto fosse um  critérios  blinda-la.
Como se o ataque “cabelo de escovão” fosse deplorável por se tratar
de uma reconhecidamente bela. 
Independente de quem seja, temos que ressaltar a tentativa
de desqualificar, menosprezar, atacar a estima e a atitude
do negro. 
Aos que sugerem o desprezo pelos comentários racistas,isso
é ineficaz socialmente: os que se fortalecem no anonimato 
internético encontrarão empoderados iniciadores de tsunamis 
educativos. Conversando e debatendo,construiremos certezas que
não desprezarão ataque nenhum, e a vigilância e o embate não 
maquiarão o discurso de que está tudo bem para todos.
Não está, e definitivamente não passa por inveja da posição da
atriz. Isso é pouco.
Trata-se de manter a negritude feliz com migalhas, o que é intolerável.
Nenhum ser humano tem lugar pré-determinado na sociedade. Não 
temos que engolir osintolerantes!


Cabelo ruím? Ruim pra quem?

Infeliz de um povo que tem que ser outro pra ser alguém!!!!!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Arrá,urru,a Ferrari é nossa!!!!!!!!.


O pessoal que tem ido às ruas contra a corrupção,que protesta
contra a roubalheira, deveria bater panelas cada vez que Neymar
entra em campo ou toca na bola. Isto porque, segundo a Procurado
ria da Fazenda Nacional, ele sonegou R$63,5milhões em impostos
entre 2011 e 2013.Por conta disso,a Justiça bloqueou R$ 188milhões
de suas contas. Sonegar é o mesmo que desviar dinheiro público.
Ao driblar o fisco, ao embolsar uma grana que não lhe pertence,
o cidadão perde o direito de criticar governantes,de simular
emoção ao som do hino nacional.
É só ver o que ocorre em outros países — não pagar impostos
é crime grave, quem o comete recebe reprovação social e cadeia.
A sonegação de impostos no Brasil chegou, em 2010,a US$ 280bilhões,
cerca de R$1,120 trilhão pelo câmbio de hoje.É mais que o dobro
do orçamento da Previdência Social(R$436 bilhões) e supera em dez
vezes o do Ministério da Saúde(R$ 109,2 bilhões). Com a reedição da
CPMF, o governo quer arrecadar mais R$ 32 bilhões em 2016 - 2,8% do
valor sonegado no ano de 2010.
O imposto que pagamos,descontado do nosso salário e embutido
em produtos e serviços, seria menor se todos fizessem
a sua parte. E não vale argumentar que não compensa pagar
imposto que, lá na frente, será roubado por políticos. Quem
justifica o não recolhimento de tributos não pode reclamar da
merenda escolar,dos salários de professores,do policiamento
deficiente. Ladrões têm que ser investigados, processados e
presos,não podem servir de justificativa para outros crimes.
O empresário de Neymar,Wagner Ribeiro, ainda fez beicinho.
Sugeriu que o pai do craque retirasse todo o dinheiro que
a família tem no Brasil e o enviasse para paraísos fiscais,
que fechasse um instituto beneficente mantido pelo atacante na cidade
de Praia Grande. Pelo jeito, Ribeiro acha que Neymar,por ser rico,
famoso e bom de bola, tem o direito de dar carteirada na Receita.
Azar dos que, como a maioria dos brasileiros,são pobres, anônimos
e pernas de pau. A lógica do sujeito é a mesma que, em 1994, permitiu
que os campeões da Copa se achassem no direito de não pagar impostos
pelos produtos comprados nos Estados Unidos.
Neymar nem se deu ao trabalho de falar sobre a acusação ainda
exibiu uma Ferrari que pode ter sido comprada comdinheiro de
todos nós.A menos que seja provada a inocência do craque, qualquer
brasileiro tem o direito de dar umas voltas com o carrão.

Arrá,urru,a Ferrari é nossa!!!!!!!!.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

CONSERVADOSAUROS

Aqueles  e  aquelas que portavam cartazes pedindo golpe militar como solução para a corrupção devem ter a memória avivada. Mesmo sob censura, a imprensa conseguiu noticiar naquele período em que generais dirigiam o Brasil vários casos de desvio de dinheiro público. No início da década de 80, a empresa de crédito imobiliário Delfin foi beneficiada com empréstimo de Cr$ 70 bilhões no BNH para abater dívida de Cr$ 82 milhões na mesma instituição. Três ministros da ditadura foram acusados de participação na maracutaia.  Há vários outros casos semelhantes. Como as milionárias comissões pagas pela empresa General Electric, em 1976, a funcionários do governo militar para ter preferência na venda de trens à Rede Ferroviária Federal. Ou o caso Coroa Brastel, em que dois ministros da ditadura teriam desviado uma fortuna da Caixa Econômica Federal. Poderia citar outros vários escândalos, que mesmo com todas as limitações impostas (CENSURA) aos jornalistas. A corrupção, existe atualmente e existia antes. A grande diferença é que hoje se pode denunciá-la e reclamar contra ela livremente. E aí está outro motivo importante para ser contra qualquer manifestação que pede um golpe militar. Em regimes como o que foi instalado no Brasil em 64, protestos contra o governo não seriam tolerados e muitos  que poderiam ter amanhecido dentro da cadeia apenas por expressar sua opinião. Ou poderiam desaparecer para sempre. Protestar contra a corrupção do governo petista ou contra a crise econômica é um direito. Gritar pela volta do regime militar é um crime ainda mais grave.

sábado, 20 de junho de 2015

Agora virou circo de verdade, completinho.

Um amigo meu me disse que, só de birra, está começando a ter vontade de deixar crescer uma barba e/ou a sibilar. O que vier com mais facilidade, e mandar ver.
Explicou. Esse ódio crescente e tão palpável quanto um transatlântico que jorra do coração dos “conservadoressauros” na direção daqueles que, juntos são milhões, mas não conseguem nunca acumular mais riqueza do que o famoso 1% dos ricos já deu.
Pessoal alega que foi o Lula que começou a “luta de classes”, mas, sejamos sinceros, já se vendia carro blindado e já existia cadeia superlotada, rebelião na Febem, tiro na cara pra roubar Rolex na Oscar Freire bem antes de o Lula ir trabalhar na Villares.
Mas voltemos a essa gentalha pobre que incomoda.
Hoje, eles não só ocupam espaço e saem gritando no shopping em rituais primitivos chamados de rolezinhos, como passaram a ser identificados por “massa de manobra” ou “vagabundos que votam no PT pra ganhar Bolsa Família”.
Pois então, esse ódio que antes ficava lá contido, ele começa a mostrar a fuça. Seja lá pelo motivo que for. Não, eu não acho o Zé Dirceu santo e, sim, eu creio que, deixado livre para dispor do poder que tinha, ele teria realizado uma pequena revolução bolchevique a seu modo, por meio de uma reforma fiscal na surdina.
Se isso seria bem-vindo? Não creio, se fosse feito sem consultar a população e se não fosse à luz do dia.
Mas, voltemos à crua realidade do que temos em mãos, e não daquilo que poderia ter sido.
Agora que o PT e o Lula não metem mais medo no empresariado, o pessoal que costumava se restringir a frases econômicas como “eu voto na Arena” ou “eu votei no PSDB” começa finalmente a explicar melhor as razões pelas quais sempre teve como princípio nunca jamais nemfu votar num partido de esquerda.
Você se encontra de um lado ou do outro.
Se mora na periferia, não tira selfie com policial e não participa e panelaço contra nenhum político. Seja ele de que partido for, já que ninguém que está acima de você ou que você seja obrigado a chamar de “doutor” inspira confiança.
E se você não mora na periferia e  possuir um jogo de panelas para brincar  - ou se se ufana de vestir a camisa do 7×1 pra cantar aquela musiquinha insossa, ” …com muito orgulho, com muito amor… Eu, sou…” … se você tira foto com polícia, se nenhum PM nunca olhou feio pra você, nunca arrastou seu irmão (todos somos irmãos)no meio da noite da cama em que ele dormia e o levou embora de camburão porque ele se parece muito com um traficante do bairro; se você acha que vence na vida quem estuda e trabalha e que todos nós podemos fazer isso -sem discriminar entre ricos e pobres-, sem essa de vitimização, já que basta olhar para os Estados Unidos ou, quem sabe, pra Índia onde há inúmeros exemplos de gente humilde que venceu sem recorrer ao crime, vai dizer que não há?
Trata-se de uma diferença de pontos de vista e de experiências de vida, que acaba produzindo um mar de preconceito, indiferença, desconfiança, ignorância e desdém.
Seria lindo se fosse só isso. E olha que isso já seria uma catástrofe depois de 515 anos empreendendo esta nossa aventura civilizatória.
Mas provavelmente não é à toa que Pero Vaz de Caminha já tenha conseguido enfiar um pedido de emprego para um parente na sua famosa missiva, no primeiro episódio de nepotismo da história do nosso país, aos 10 minutos do primeiro tempo, naquele que depois viria a ser o paraíso da vantagem em benefício próprio e do desprezo pela coletividade, o bem maior e o interesse público.
Nas  páginas nas redes sociais, todo dia tem indivíduos que se auto intitulam “reaça” disto e “reaça” daquilo. Ontem um quadrúpede desses tentou me explicar que “reaça” e “esquerdista” são coisas equivalentes.
“Conservador” por exemplo, é algo que desce mal para o brasileiro. Em outras sociedades, o termo tem vários significados. Estritamente na política, sinaliza que o camarada é a favor de menos interferência do Estado na economia, da valorização dos direitos do indivíduo e da não interferência de instituições como a igreja ou quaisquer outras na vida privada. Soa como uma descrição da filosofia do Bolsnaro ou do Tuminha pra você? Pois é, pra mim também não. 
Não será talvez por esse tipo de “licença poética” que o sonho de um Estado democrático está naufragando e, mais uma vez, grileiros, corruptores manjadíssimos, patrocinadores de candidatos marionetes, falsos profetas, contrabandistas, pilhadores e gente que usa o governo como mero entreposto para seus fantásticos negócios está vencendo a parada novamente e pela undécima vez?
Faz sentido ainda não ter sido julgado o mensalão mineiro? Faz sentido os senhores Renan e Cunha ainda estarem lá firmes e fortes? Reafirmo: não sou petista, ainda, e nem me julgo particularmente de esquerda.
Mas esse desequilíbrio é indicação grave de golpe branco em andamento, treta por baixo do pano, arranjo de que tipo não se sabe, mas coisa boa dali não sai.
Ou por bem julgam tantos deste lado e também do outro e medimos forças e o país sai lambendo suas feridas, ou anistiamos a todos e vai todo mundo fritar pastel.
Esta caça às bruxas, em que o camarada está se transformando em milícia odiosa que sai à caça do “inimigo” na internet e no boteco da esquina do escritório, e acusa quem quer que lhe dê na telha de bandido e ladrão e filho e um égua só porque o outro (que até ontem era seu amigão) não compartilha de sua ideologia começa a se parecer demais com a Alemanha de Hitler em 1934.
Cadê o Renan, gente, lembra do processo cabeludo que caiu naquela cabeça cheia de fio implantado por conta de um caso extraconjugal?
E o envolvimento dele no Petrolão, não há nada ainda? Claro que há, em abundância. Só não vê e não mostra quem não quer!
E o problema lá de Furnas e do Aécio? Há uma montanha de coisas de todas as mais variadas importâncias, está faltando dizer isso a quem, ao Papai Noel? Sim, porque ao papa, pode crer, sendo argentino e odiando a Kirchner como odeia, a esta altura, ele já está ao par de tudo.
Pois não é que, depois que ele desapareceu, eles deram um jeito de cobrir com uma lona.
Agora virou circo de verdade, completinho.

domingo, 17 de maio de 2015

FILIAÇÂO PARTDÁRIA,

Para se livrar da cadeia, Fernandinho Beira-Mar deve se filiar ao PSDB

Só há uma porta para Fernandinho Beira-Mar sair da prisão pela porta da frente, entrar no PSDB.
Não consta que seja dele o helipóptero. Se ele fosse funcionário da Assembleia Legislativa de Minas transportasse 450 kg de cocaína muito possivelmente seria candidato a senador, presidente. Sem filiação partidária, ao contrário de FHC, Aécio Neves, Zezé Perrella, amargará 120 de prisão.
Os assassinatos cometidos são muito parecidos com assassinatos de reputação por notórios criminosos, como Alberto Youssef.
Acuse Lula ou Dilma e logo será escolhido para herói.

Não sei se seria possível, mas talvez devesse trocar seu advogado.
– Fale com Jorge Pozzobom, Fernandinho. Ele tem uma dica perfeita para livra-lo da prisão!

domingo, 19 de abril de 2015

H U M A N I Z A R /C I V I L I Z AR .

O vídeo em que um policial chama de
“neném” um fuzil e diz que a arma
“vai cantar”



PARA NINAR‘BANDIDOS’

Juntar ironicamente a beleza do significado de palavras,
com um lancinante novo sentido. No grande jardim deinfância
da violenta desesperança,quando o neném quer cantar, os adul
tos bandidos dormirão o sono da morte. A inversão, o caminho
de volta ao útero materno que são os sete palmos e seus caixões.
A tenra idade é que cantaria para despachar os cansados que já
viveram, para a dormir a mais profundidade dos sonos.
Em sua pureza de sons, adormecer terminantemente.
Linda e macabra construção poética para ser uma metáfora do baru
lho infernal que faz tombar os corpos, seja lá quem dispare. Esta_
mos no mesmo nível da denominação de“anjo da morte”para o silencioso
e delicado nazista que separava suas vítimas na rampa do campo de
concentração,só para depois usá-las nos mais terríveis e mortais
experimentos.
E a carícia sobre o metal frio que corporifica gatilhos, canos,
munições,coronha,ferrolho.Desesperada tentativa de humanizara arma,
torná-la companheira, dar-lhe uma alma.E isto revestido do poder do
“papai”:filhinho,criança,bebê,neném,sempre fará, obediente, o que
ordena o genitor. Magnífico artifício de transferir para o exterior
de si,no diferente objeto/ser,a responsabilidade de adormecer o outro,
dito mal. Ou,como querem os psicanalistas, o prolongamento do corpo,
o segundo pênis, que na identidade dos machos,emparelha com o automóvel;
tudo a ver coma frase dos caras que dizem“não mexe com o júnior”(nome
do próprio Piru).Tenho um órgão genital, um carro, uma arma,logo existo.
Plantar árvore e escrever livro,foi-se o tempo.
E que cantiga de ninar é esta,as rajadas,o cuspe de intermináveis balas,
que despertam a delícia do policial? Seria a mesma perversão do ‘Apocali-
pseNow’,quando o oficial siderado vai nos helicópteros durante os bombar-
deios às aldeias dos vietnamitas fudidos, porque adora o cheiro de napalm
ao amanhecer, na hora do café damanhã? Mas isto não seria justamente o
oposto do perfeito entendimento do que seria a resposta para “para que
serve uma arma?”. Objetivamente falando, algo letal jamais pode ser subje-
tivamente denominado, sob o risco de se perder a noção do perigo real que
matar é. Não aceito esta personificação do extermínio, quero uma polícia
que enfrente os horrores que a ausência do estado nos meteu.
Não admito a banalização e generalização da morte.Cada tiro disparado,
não são produtos de margaridas, cacildas ou nenéns.
São nossa proximidade com a barbárie!

quarta-feira, 1 de abril de 2015

O U T R A S P A L A V R A S!

O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado;imperialismo
se chama globalização; suas vítimas se chamam países em via de desenvol-
vimento; oportunismo se chama pragmatismo; despedir sem indenização nem
explicação se chama flexibilização laboral”,etc.
A lista é longa: negro é chamado de afrodescendente (embora ninguém nunca
tenha dito que sou iberodescendente ou eurodescendente);ladrão é sonegador;
lobista é consultor; fracasso é crise; especulação é derivativo; latifúndio
é agronegócio; desmatamento é investimento rural;lavanderia de dinheiro  es-
cuso é paraíso fiscal;acumulação privada de riqueza é democracia;socializa-
ção de bens é ditadura; governar a favor da maioria é populismo; tortura é
constrangimento ilegal; invasão é intervenção; peste é pandemia; magricela
é anoréxica.
Aumento de conta de luz virou realinhamento dos preços de energia; recessão,
retração; sonegação, evasão fiscal; cortes e aumento de impostos,ajuste fis-
cal ou reversão de ações anticíclicas...
Eufemismo é dizer uma coisa e acreditar que escutam ou lêem outra. É um jei-
tinho de disfarçar significados,de tentar encobrir verdades e realidades.
Posso admitir que pertenço à terceira idade, embora esteja na cara: sou ve-
lho (poderia dizer que sou seminovo)!
Como carros em revendedoras de veículos. Todos velhos!
Mas o adjetivo seminovo os torna mais vendáveis.
Em São Paulo há racionamento de água. O governador não gosta da expressão,
prefere “contenção hídrica”.
Coitadas das palavras, são distorcidas para que a realidade,permaneça como
está. Não conseguem escapar daluta de classes:pobre é ladrão, rico é corru-
pto. Pobre é puta, rica é modelo. Pobre é viciado, rico é dependente químico.
Eufemismo (OUTRAS PALAVRAS) um truque para tentar amenizar os fatos.

sexta-feira, 20 de março de 2015

MULHERES REACIONÁRIAS


Meu pai, me ensinou que eu ganharia qualquer dinheiro,
se trabalhasse com tesão. Pior para meu pai, era ter uma filho
reacionário. Minha mãe, tão progressista como ele, teria
muita vergonha de mim (e minha avó, mais ainda) se, em pleno
2015, saísse por aí batendo panelas e a defendendo retrocessos.
A convivência com parentes e amigos que sofreram com o golpe
me ajudou a entender melhor os conceitos de processo histórico,
explicados por cientistas sociais.
Dilma e Lula podem até ter errado no controle da corrupção (doença
do capitalismo mundial). Mas reivindicar um golpe que nem os militares
querem mais dar,isso é um absurdo.
Essa espécie de ‘Marcha da Família com Deus pela Liberdade’, depois de
anos de lutas pelas Diretas Já, por mais maquiada e badalada que tenha
se apresentado, faz com que as memórias surjam, Sobre as classes médias
recalcadas que desejam o poder, mas não mudam nada. Panelaços não são 
revolucionários.
Minha avó, ligada a JK e a Jango, tinha horror às mal-amadas de Carlos
Lacerda, no Rio, e às paulistas metidas a besta que ajudaram o padre ir
landês Patrik Peyton (ligado à CIA, aos imperialistas e à direita ) a 
organizar a marcha em São Paulo, a 19 de março de 1964, dias após o 
Comício da Central. A manifestação que ajudou a derrubar Goulart usou o
nome de Deus para implantar um regime que matou e impediu o Brasil de 
seguir em frente.
As mulheres reacionárias que vi na infância eram parecidas com as de hoje.
As de 64 usaram terços e crucifixos para pregar o golpe contra Jango,
“comunista e ateu”. 
Temos que tomar cuidado com as mulheres reacionárias, (e com os homens
influenciados por elas!)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

FELIZ CARNAVAL!


Senti uma pontada nos Peitos: era a chave da cidade, nas mãos do Rei Momo,me intimando a acordar pro Carnaval. Convocação com ares de alistamento, obrigatório em todas as vidas, confundo os desfiles na memória, o que vivi, o que ainda me aguarda. Ansiedade da espera, a fotografia na moldura.
Granitos forjados desde a Pedra do Sal, Gamboa, negritude brasileira.
Tudo salta no asfalto remexido.
Anônimos passistas pelo percurso. Receio pela continuidade dessa tradição. A cidade se manifesta. Transatlânticos, percebidos na paisagem pós-Perimetral, despejam no cais a ansiedade dos reprimidos. Vão se espalhar, fugidos do frio de outro hemisfério, por  separadas alas das escolas de samba.
Vale tudo. Até nunca mais voltar, novo passaporte, novo sexo. A noite pertence à Sapucaí, o maior teatro popular do mundo.Reis e escravos dividem o mesmo vagão no metrô.Alguns descem a Providência, desembarcam no coletivo da comunidade, separados, às vezes, entre os Correios ou
a Central do Brasil. Enormes sacos plásticos escondem a arquitetura das fantasias. Uma fumaça de salsichões e espetos na bandeja fecham o cenário. Um orgulho.
Uns acordam na Região dos Lagos, outros engarrafados nos becos da Praça Onze. Quem sou eu pra aconselhar, mas beber com moderação também é malandragem.
A cidade costurada pelas serpentinas que
descem em espiral de um céu de ilusões, o sorriso do Neguinho na boca de todos nós, a paixão eterna de quatro dias.
Bom Carnaval!