segunda-feira, 17 de agosto de 2015

CONSERVADOSAUROS

Aqueles  e  aquelas que portavam cartazes pedindo golpe militar como solução para a corrupção devem ter a memória avivada. Mesmo sob censura, a imprensa conseguiu noticiar naquele período em que generais dirigiam o Brasil vários casos de desvio de dinheiro público. No início da década de 80, a empresa de crédito imobiliário Delfin foi beneficiada com empréstimo de Cr$ 70 bilhões no BNH para abater dívida de Cr$ 82 milhões na mesma instituição. Três ministros da ditadura foram acusados de participação na maracutaia.  Há vários outros casos semelhantes. Como as milionárias comissões pagas pela empresa General Electric, em 1976, a funcionários do governo militar para ter preferência na venda de trens à Rede Ferroviária Federal. Ou o caso Coroa Brastel, em que dois ministros da ditadura teriam desviado uma fortuna da Caixa Econômica Federal. Poderia citar outros vários escândalos, que mesmo com todas as limitações impostas (CENSURA) aos jornalistas. A corrupção, existe atualmente e existia antes. A grande diferença é que hoje se pode denunciá-la e reclamar contra ela livremente. E aí está outro motivo importante para ser contra qualquer manifestação que pede um golpe militar. Em regimes como o que foi instalado no Brasil em 64, protestos contra o governo não seriam tolerados e muitos  que poderiam ter amanhecido dentro da cadeia apenas por expressar sua opinião. Ou poderiam desaparecer para sempre. Protestar contra a corrupção do governo petista ou contra a crise econômica é um direito. Gritar pela volta do regime militar é um crime ainda mais grave.