quarta-feira, 6 de abril de 2016

PARA AS AINDA CRIANÇAS

( Para João Pedro, Bruno, Laura, Bernardo, Miguel, Isabeli, Henrico, Céu, Mateus....,e outros que não lembrei o nome)



Eu não gosto de hinos, bandeiras e heróis, aquilo que classicamente representaria a pátria, digo a Eles e Elas que sim, há um Brasil bonito.
Mas este país, meninos e meninas, não tremula em mastros ou se manifesta em discursos dos que falam várias línguas. Ele apenas é o que me arrepia, e vive no chão em que piso, na língua que falo.
A verdade, meninos e meninas,é que tenho um caso de amor pelo meu chão modesto e pela gente miúda como eu. A minha razão é internacionalista; mas meu coração balança ao som de tamborins, folhas sagradas me banham e me acalmam.
Eu sei apenas do encanto, do assombro com os tran-ses dos caboclos e das mãos calejadas que seguram a corda do Círio de Nazaré, as mesmas mãos calejadas pelo couro do tambor que chama o povo pra roda (Ca-poeira,Samba e outras,,,,) produzem em mim a sensa-ção de pertencimento que nenhum bandido engravata-do,de cabelo grotescamente tingido, vai de tirar.
Meu Brasil são agogôs,berimbaus, e o baque dos tam-bores. As Vezes desconfio que este Brasil já era.
A minha pátria, a sua, a nossa, bem distante do patrio-tismo, que é o esconderijo dos canalhas, é o delírio que me conforta.
É ela que ilumina meus olhos, e acaricia as minhas palavras, para que eu conte as histórias que ouvi do meu avô ao meu filho.
A nossa Pátria, meninos, meninas,  minha e tua, e por ela vale lutar.
Esse Brasil já nos aconchegou nas noites mais frias.

Nossa memória não será LAVA(da) JATO!




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