sexta-feira, 6 de maio de 2016

APRENDENDO E ENSINANDO

"O livro que eu precisava e não recebi está
mofando aqui. A escola é cheia de ratos.
Tudo isso me levou a ocupar a escola,
e a ocupação me mudou.Eu vinha à escola para
zoar.Agora entendi o propósito disso aqui.Parei
pra pensar:O que estou fazendo? Tenho que mudar.”
As palavras são de estudante da escola ocupada.
Elas constam de uma reportagem publicada em jornal
no último fim de semana. Ele tem apenas 16 anos, mas
o que disse deve servir de reflexão para muitos mar-
manjos –alguns ocupando cargos de chefia nas se-
cretarias de Educação.
A partir da experiência de São Paulo, quando a garotada
reagiu com ocupações ao fechamento de escolas, deter
minado pelo governador do PSDB Geraldo Alckmin,e à 
roubalheira na merenda escolar, o movimento se estendeu
a outros estados.
É uma forma de luta nova, que mostra vigor do movimento,
tão prejudicado nos últimos tempos pelo apelegamento das
entidades estudantis. Em São Paulo, as escolas ocupadas 
foram além de cem. 
Nelas, os alunos distribuem tarefas que, a rigor, deveriam
ser do poder público: limpeza, conservação e realização de 
reparos variados dos imóveis, muitos caindo aos pedaços.
Preparam a alimentação.
Têm também aulas com gente qualificada, solidária com o 
movimento. E promovem atividades culturais, recebendo a
visita de artistas e músicos que fazem apresentações.
A reação das autoridades não poderia ser mais mesquinha.
Em vez de dialogar com a molecada, valorizando o exercício
de cidadania,e somar esforços na busca de soluções, anteci-
param as férias e cortaram o vale-transporte. Os alunos que
ocuparam as escolas estão tendo uma experiência essencial na 
vida de um ser humano.Estão adquirindo consciência política
e aprendendo a valorização do coletivo, da sociedade e do 
respeito com a coisa pública.
Já nos ensinava um samba antigo, que não sei o compositor;

‘Humanidade’:

‘Eu quero ser livre e liberar /
Eu quero estudar e aprender/
Eu só quero aprender para ensinar’.

A garotada está aprendendo e ensinando. E nos dá uma li-
ção de cidadania. E a muitos Professores(as) também!

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