sábado, 8 de abril de 2017

DÊ DESCARGA!

A negação dos valores que nos caracterizam como humanos, que aqueles que patrocinaram o genocídio dos indígenas e dos quilombolas, tenham no deputado um mito é compatível com suas crenças intolerantes. Mas o que dizer de um  povo que sofreu  o Holocausto? Por causa deles não se admite soberania nacional ilimitada capaz de negar os direitos mínimos de toda pessoa ou grupos minoritários. A maioria já não pode tudo. O deputado apregoa que “bandido bom é bandido morto”. E mesmo quando o Estado mata quem não é bandido a história da pessoa é falsificada para justificar o homicídio. Foi assim com Amarildo. Muitas mães que têm seus filhos mortos buscam na Justiça não a punição dos agentes do Estado que os assassinaram, mas declaração de que seus filhos não tinham envolvimento com crime. Isto porque depois de matar a pessoa a corja desumana mata a dignidade da vítima. A tortura, a morte e o desaparecimento de Amarildo coincidiu com a colocação numa sala do Tribunal de Justiça de um quadro, do cartunista Carlos Latuff, com um homem negro crucificado e assassinado por um agente do Estado. O filho do “deputado hebraico” pediu à presidenta do TJ abertura de procedimento disciplinar contra o juiz. Ela, atendeu prontamente.
Karl Marx, que era judeu, escreveu sobre a questão judaica. Para ele, seu povo não deveria buscar apenas sua libertação, em prejuízo de outros povos. Sob o nazismo, os perseguidos foram os judeus pobres, socialistas e comunistas. Judeus ricos chegaram a obter, por meio de pagamento, certificado de “raça pura” e tratados como arianos. O genocídio foi contra os pobres. No nazismo, o Estado matava judeus pobres e não relacionados. No Brasil matam-se negros pobres não relacionados. Por isso, judeus de classe média, que se acreditam dominantes, são alheios às suas dores e aclamam como mito quem prega a exclusão.


Portanto, quando for ao banheiro e fizer um Bolsonaro, dê descarga!

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