quinta-feira, 29 de novembro de 2018

FALANDO SÉRIO SOBRE A PRISÃO DO PÉ GRANDE.


Eu odeio o atual governador do Rio, o Pezão. Eu não votei no Pezão e jamais votaria.
Mas é sério, pra quem interessa, a esta altura do campeonato, prender sem julgamento um governador em final de mandato?
Procurador e juiz de primeira instância arriando a calça pra medir quem tem a maior piroca virou esporte agora? É esporte olímpico pelo menos?
E em São Paulo, vão prender ninguém do PSDB, que tá lá pendurado há mais 30 anos com um tsunami de roubalheira não?
E a turma da esquerda,eu me incluo,  fazendo piadinha? A mesma que ficou dando apoio ao Juiz Bretas que depois apoiou um outro juiz candidato a governador, que conseguiu a proeza de ser ligado ao tráfico e a milícia ao mesmo tempo, e teve como grande ato de campanha posar ao lado de acéfalos bombados que quebraram a placa da Marielle?
Não aprenderam nada também não?
Não se trata de combate a corrupção. Nunca foi. Nunca será.
Quem não está entendendo que a hipertrofia do judiciário e sua aproximação com os militares não visa combater a corrupção, mas ter o monopólio da mesma, não está entendendo é porra nenhuma.
Os caras estão passando a mão na nossa bunda.
Quem não tá vendo a aproximação do Bolsonaro com o Trump, os milicos e a turma da lava-jato redesenhar o estado brasileiro, PARA PIOR, montando uma espécie de semi-democracia neoliberal, com uma jurisprudência 100% antinacional, antidesenvolvimentista, com TODA A OPOSIÇÃO sendo perseguida, e um país tutelado por bacharéis de dois neurônios e gorilas de farda, onde só quem terá ganhos serão o capital especulativo, os concursados da máfia jurídica e os militares, enfim, quem não está vendo isso, não tá vendo é nada.
Estão ouvindo o galo cantar mas não sabem aonde.
É o tipo quando um ladrão de carteira grita "pega ladrão" no meio do Largo da Carioca, para desviar a atenção de si e ele mesmo ir lá e bater a sua carteira.
Quando a merda bater no queixo, a única coisa que restará é pedir para não fazer marola...

quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Homens Velhos!

 Chamam de louca a mulher que desafia as regras e não se conforma. Chamam de louca a mulher cheia de erotismo, de vida e de tesão. Chamam de louca a mulher que resiste e não desiste. Chamam de louca a mulher que diz sim e a mulher que diz não. Não importa o que façamos nos chamam de louca. Se levamos a fama, vamos sim deitar na cama. Vamos sabotar as engrenagens desse sistema de opressão. Vamos sabotar as engrenagens desse sistema homofóbico, racista, patriarcal, machista e misógino. Vamos jogar na fogueira as camisas de força da submissão, da tirania e da repressão. Vamos libertar todas nós e todos vocês. Nossa luta está apenas começando. Prepare-se porque essa revolução não tem volta. Bora sabotar tudo isso? Fernanda Lima.
Conhecedor de seus fiéis, o deputado Marco Feliciano (PSC) se manifestou na imprensa Gospel com a certeza de que seu público só leria o que ele disse, não o que Fernanda efetivamente falou. E seu público nunca o decepciona. Então mentiu: “Em uma das últimas apresentações, ela (Fernanda Lima) vociferou críticas ferozes e mentirosas ao presidente eleito Jair Bolsonaro. Sua fala denotava um ódio escancarado e uma falta de respeito à maioria do povo brasileiro, entre eles muitos de seus espectadores, numa linguagem de revolucionário clandestino, como se estivesse falando de alguma caverna do Afeganistão”.
Leiam mais uma vez o que Fernanda Lima disse. Como ela pode ter ofendido Jair Bolsonaro? Como as dependências da TV Globo (!!!!) podem ser comparadas com uma caverna do Afeganistão? Para que possamos conversar, é preciso manter uma afinidade mínima com os fatos. Embora se saiba que Bolsonaro defende o racismo, a homofobia, o machismo, a misoginia e a tirania, ter ideias diferentes não é ofender, apenas discordar. Neste caso, apenas cumprir a lei, já que racismo, por exemplo, é crime. Sem contar que Bolsonaro jamais foi citado no programa, gravado muito antes do primeiro turno das eleições.
Dias depois do ataque à Fernanda Lima, duas manifestações de homens brancos e velhos clarearam um pouco mais o atual cenário brasileiro. (quem  me conhece sabe a  crítica com relação a expressões como “terceira idade” ou “melhor idade”)                  
Ao vivo, na TV, o apresentador e dono do SBT, ao receber a cantora Claudia Leitte, afirmou que não a abraçaria. "Esse negócio de ficar dando abraço me excita e eu não gosto de ficar excitado",  Claudia retrucou: "No sentido feliz da palavra, né? De alegria, euforia, excitação”. Silvio, obviamente, perdeu a chance de se redimir em público: "Não, não é euforia, não. É excitação mesmo”. E a câmera focou nas pernas da cantora, para deixar claro para os milhões que assistiam ao programa o que deixava o patrão tão sexualmente excitado.
Silvio Santos é notório por pelo menos duas características: bajular todos os governos, ditatoriais ou não, ao ponto do constrangimento, e acreditar que assediar e ofender mulheres é um direito adquirido que não pode ser barrado pelo “politicamente correto”. A expressão, a propósito, é a mais odiada por pessoas como ele, já que acham injusto refrear seus instintos em nome da convivência e do respeito ao outro. Em julho, o dono do SBT fez o seguinte comentário a respeito de Fernanda Lima: “Com essas pernas finas e essa cara de gripe, ela não teria nem amor nem sexo”.
Em entrevista à Band, Fernanda rebateu: “Silvio, por que não te calas?”. Ele disse que não se calaria. Fernanda usou então suas redes sociais: "O corpo da mulher não é território público onde se pode meter a mão, avaliar, invadir, usar, agredir. Sigamos firmes e juntas construindo um grande abrigo de proteção para todas as mulheres contra qualquer violência machista”.  Uma mulher falar de sexo e amor para milhões de telespectadores parece afetar masculinidades inseguras.

segunda-feira, 19 de novembro de 2018

VAI DÁ MERDA.



Observando o governo que o capitão está montando, vejo quatro grupos, todos abrigados à direita
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1. O Núcleo Familiar: o capitão, seus rebentos enfezados e mais um ou outro agregado. São proto-fascistas. Digo proto porque para ser fascista-raiz é preciso ter um verniz, uma pátina intelectual mínima que seja para formular idéias e conceitos. Mussolini fez isso via imprensa, Hitler escreveu um livro. Eles não: são semi ignorantes, simplistas e enxergam o mundo pela lente do senso comum bruto.  Descrição perfeita, inspirados pela diarreia verbal de seu líder (e séquito), e com a desculpa de "salvar" o país do pior, eles se livraram da fina capa de civilidade que ainda tinham e agora manifestam, sem nenhum pudor, o seu lado "B", de "bichos escrotos".

2. O Núcleo Militar: generais, almirantes e brigadeiros nacionalistas e com o dedo no gatilho. Vêm articulando há pelo menos 4 anos um retorno ao poder pela via eleitoral para obterem legitimidade. Escolheram Bolsonaro como ponta-de-lança, mas não devem respeita-lo muito e certamente o acham um bosta.
3. O Núcleo Econômico: os Chicago Boys comandados por Paulo Guedes, um ultra-mega-neoliberal para quem o Estado é Polícia, Bombeiros, Forças Armadas e um staff mínimo. E olhe lá. Globalista no último.
4. O Núcleo Paranóico: por ora representado pelo novo ministro das Relações Exteriores. Influenciado por malucos como Olavo de Carvalho, é nacionalista, patrioteiro, místico-religioso, ativista pró-Cultura Ocidental cristã, acredita que vivemos um Choque de Civilizações e que só uma Cruzada poderá impedir uma Jihad. Anti globalismo no último.
O Núcleo 3, de Guedes, não pode nem ouvir falar em intervencionismo estatal, barreiras comerciais, protecionismo e qualquer coisa que possa atrapalhar o business.
Choca-se frontalmente com o Núcleo 4, dos Templários do século XXI que querem justamente o contrário.
O Núcleo 2 não gosta do 3 porque é entreguista e nem do 4 porque é maluco, messiânico e perigoso.
O Núcleo 1 não sabe de nada, manda tirar dúvidas com assessores que podem vir de qualquer dos outros grupos, com teorias e informações contraditórias.

Não sou pessimista  mas, isso vai dá merda...

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

ah tá!



Eu podia tentar explicar que na verdade os médicos cubanos são funcionários públicos.
Que em mais da metade dos 60 países atendidos por médicos cubanos existe ZERO pagamento. Não há nenhuma contrapartida. Eles recebem apenas o salário de funcionário público pago pelo governo cubano.
Eu podia tentar explicar que os 3 mil que eles recebem aqui, mais casa, comida e transporte (o município tem que dar, tá no contrato), é um bônus, não é salário. E que os 7 mil vão pro governo pra que cubram os outros 30 países que não PAGAM UM CENTAVO.
Mas vc precisaria entender que o sistema econômico cubano não é o capitalismo selvagem que vc vive. Vc precisaria entender que a medicina em cuba não é um jeito de ficar rico. E vc não vai entender. Pq são paradigmas muito diferentes.
Então, comemora aí que vc "libertou" os cubanos escravizados, enquanto isso eles irão para outros países e 24 milhões de brasileiros voltarão a não ter médico em seus municípios. Pq por 10 mil o médico brasileiro não aceita ir.


PS: é um desabafo, é mais pra mim que pra quem ler então eu não vou discutir política ou os erros do governo cubano pq eu tô na fase do ah tá!!!!!

sábado, 10 de novembro de 2018

Vamos em frente.

No quintal, gente andando de um lado para o outro. Meu avô queima os muitos papéis guardados no quarto dos fundos da casa. Um vizinho aparece com os filhos e diz que vão com meus avós, que ninguém ficaria ali naquela noite.
Vamos. Pegamos um táxi. A rádio ligada dando as notícias da chegada do exército em Volta Redonda. O taxista diz que espera "que acabem logo com esses comunistas". Nos olhamos, silenciosos.
Chegando na casa de D.Dirce, a televisão está ligada e começa o Jornal Nacional com uma matéria com imagens do exército chegando na cidade. O jornal explica como isso é importante, que é só para dispersar os manifestantes, que só usariam balas de borracha, não há risco a ninguém. Afirma que é para garantir o funcionamento dos fornos  da siderúrgica.
Vejo a farsa da notícia e os olhares de terror nos adultos presentes. Vou banheiro chorar sem emitir som para não deixar minha avó ainda mais preocupada.
Meus pais chegam e me chamam pra conversar. Me explicam que têm que ir, que precisam apoiar os operários em greve da CSN. Eu já sabia, concordava e entendia. Nos abraçamos. Também sabia que poderia ser nosso último abraço. "Te amo, filho". "Também te amo."
Ninguém dormiu.
Naquela noite, três operários foram assassinados com as tais balas de borracha: William, Walmir e Barroso.
Isso tudo fez com que o líder sindical Juarez Antunes se elegesse como prefeito, que um forte movimento de memória aos três assassinados acontecesse, que as pessoas compreendessem o tamanho do peso repressivo que não havia ido embora só porque diziam que a ditadura havia acabado.
Resistência é transformar um momento dramático em luta.
Meu respeito aos que ali lutaram, e em memória de avôs, avós, tios, tias, primos primas, amigos e desconhecidos.
Vamos em frente.

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

SALVAR O QUE FOR POSSIVEL.

João Saldanha, que vivia para o futebol brasileiro, em defesa da dignidade humana dos brasileiros e pela soberania do Brasil.
 “Vida que segue”, ele repetia, encerrando os seus comentários esportivos.   
 Seguiremos, tenho dito aos amigos mais próximos, que estão tão perplexos quanto eu, com a certeza de que se não há bem que dure para sempre, também não há mal que jamais se acabe.
Vamos continuar apegados às nossas esperanças.    
                                                                           
Salvemos o que for possível, especialmente a saúde física e mental.