terça-feira, 31 de dezembro de 2019

ESTOU DISPENSANDO.





Se você de alguma forma contribuiu, por ação ou omissão, com esses que estão no poder, dispenso a benção de seu Deus excludente,higienista e simpático à tortura!! 
Guarde sua cínica benevolência para os seus. Dispenso os seus votos! 
Desejo que a sua consciência doa ao ver a miséria avançando, e brote em você ,empatia e doação a todos os  que foram lançados ao fosso  do descaso( os LGBT, os Indígenas, os Quilombolas,os PNEs, os usuários do SUS, as mulheres que estão mais vulneráveis ao feminicídio) por conta da chegada de seu Excrementíssimo Bostanauro ao  poder!

domingo, 29 de dezembro de 2019

BEM VINDO VINTEVINTE




Sempre gostei dos fazedores de história. Ninguém faz história sem prestar atenção. Ninguém muda o mundo sem prestar atenção. Não gosto dos  desatentos. Não me entenda como um desprezador de gentes. Não é isso. É que o tempo é tão caprichoso que só nos permite escolher alguns acompanhantes. E foi ele mesmo, o tempo, que foi me ensinando a perceber que esses acompanhantes me ajudam a conhecer a paisagem. E a me levantar quando necessário para nela interferir. E me convidam a passear, sem pressa, pelos tempos que me fizeram ser quem sou, quem somos. E estão comigo, em silêncio, ouvindo o sol se despedir.
E a saber retirar a poesia do cheiro da chuva que beija a terra e que alimenta o que nem vemos.

Me ensiman a conjugar o verbo agradecer. Conhecer a gratidão e viver as lágrimas dos cultivadores da esperança , de quem acredita.
A vida será melhor. Os acúmulos de aprendizagens nos ajudarão a errar menos. E, se errarmos, que não seja um erro que traga dor a quem amamos ou a quem deveríamos amar.
E nos perfumemos com a limpeza necessária de quem só quer fazer o bem.
Preparei uns dizeres novos para o ano novo, trarei no olhar visões e lembranças de quem abracei e beijei de olhos fechados.

Seja bem-vindo, 2020, há muita gente esperando por você.

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

GOSTAR DE VIVER .





É um ano que se inicia, e ele não está. Já se foi há algum tempo. Ele não mora comigo, nem em casa nenhuma. Mora onde moram aqueles que esculpiram vidas com a própria vida. Era ele um cuidador de gentes. Se há moradas na casa do Pai, preparadas para quem amou, é lá que ele está. E é aqui, também. Em um turbilhão de recordações. em palavras que estão dentro de mim.

Sou carente, confesso. Abraço lembranças e fico em silêncio, pensando. Olho o passado, com alguma frequência, e cultivo a saudade sem melancolias. O tempo vai se esquecendo de que gostamos de permanecer e, quando vemos, não podemos mais ver. Não com os olhos.  
Vejo em mim em gestos que aprendi com ele. Gostava, quando criança, de brincar com suas mãos. Grandes. Gostava das histórias que ele me contava. Gostava de quando ele ria das palavras que eu inventava. Mas o que eu mais gostava era da forma com que ele tratava as pessoas. Ele era um homem bom. 
Exerceu ele, tantas vezes, o ofício de curar destinos, de espalhar belezas, de ouvir por amor. Quando ele morreu, eu sabia que não era a morte suficientemente forte para terminar um sentimento tão lindo. Quando ele morreu, eu a abracei como quem busca um poder de amaciar a dor. E choramos sem pressa.
Hoje, acordei pensando nele. Mais uma vez. eu o observava observando as pessoas. Havia uma mulher que, invariavelmente, fazia perguntas e narrava histórias . E ele ouvia. Sem exigências práticas. Apenas ouvia. E compreendia que ela estava ali para aliviar a solidão. Um outro foi explicar sobre uma dívida não saldada, e ele, pacientemente, acalmou-o, explicando que esperaria. Quem faz isso? Quem compreende. Demorou a se casar. E, quando se casaram, espalharam romantismos sem economias. Ela ainda hoje, recorda-se dos gestos daquele cavalheiro, daquele viajante que a viu em um a calçada e decidiu que era com ela que haveria de aquecer a vida. Não sei, se há, ou não, essa história de alma gêmea ou de amor único, só sei que, desde o início, eles se amaram. Nas diferenças. E, no encanto da unicidade, fizeram a viagem juntos. Até o dia da despedida.
A casa da minha infância já esteve cheia de tristeza e já viveu pintada de alegria.
É difícil nos acostumarmos às despedidas. Preferimos sempre as chegadas. Por isso há tanta festa quando alguém vem. Um filho vem. Um amor vem. Lembrança dos primeiros beijos em uma pessoa amada. Do aguardado reencontro.
Ela fala da timidez daquele tempo. Do namorar acompanhado. Do sonhar com que o dia cumpra o seu dever e o entardecer traga ele de volta. Desenharam um amanhã, com os olhos, com os sorrisos e com um desejo de permanência. Nos aniversários dele havia muita movimentação. Ela  sempre gostou de festa. Inda mais da festa do seu amor. Era bonito de ver os dois sendo um. E cada um sendo o melhor que podia para que os dois fossem felizes. Ele ria do nervosismo dela. Ela brincava de dar ordens. Ele brincava de obedecer. E assim fui crescendo.
Teve um ano que eu dei a ele uma carta de presente, era sobre a sua história. Escrevi com o teclado dos sentimentos. E ele gostou. E ele chorou. E ele, novamente, leu e se viu. Dor a dor. Frio e flor. Estações que foram se sucedendo e concedendo a ele o dom de viver.
No aniversário deste ano, só posso dar de presente sua presença em mim. Acordei triste, confesso. Mas confesso, também, que conheço a tristeza. E a cultivo como parte de quem sou. Ela me humaniza, me explica que eu preciso de colo. E que, se choro, é porque aprendi que a lágrima é uma delicadeza da alma para acalmar os meus sentimentos. Pai, feliz aniversário. Não sei como é a festa na morada em que você vive. Só sei que você vive. Aí e em mim. E, fica tranquilo, daqui a pouco o choro vai embora, e eu volto ao que você me ensinou.
Viver.
Gostar de viver!

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

E nós, vamos continuar!!!!!





E nós, vamos continuar!!!!!

Percebo nos olhos dos amigos de luta a tristeza e o cansaço. E confesso que muitas vezes em que me olhei no espelho ultimamente não gostei do que vi: nossos sorrisos estão mais tímidos, escondidos e raros.
É triste observar o nepotismo, o popularismo, a cretinice, a canalhice, a mediocridade que imperam no país nadar de braçada à nossa frente.
Sem críticas, questionamentos ou constrangimentos.
Há uma espécie de cegueira coletiva, consequencias de um país que enlouqueceu, embruteceu e emburreceu.
O pior da direita é que eles não ligam para a História. Não aprendem nada.
Se sentir enojado como esse governo que está aí não significa necessariamente ser “Lula” ou “petista”.

Trata-se de uma questão de inteligência mesmo.
Não ser Bolsonaro, esse equívoco histórico horrível, não significa ser Lula.
Então, perceber essa anestesia intelectual, que compactua com coisas como Olavo de Carvalho, terraplanistas, Damares e essa especie de gente  é constrangedora é imoral é doloroso.
Observar a defesa sem críticas à Moro e Dalagnol, mesmo diante das perturbadoras mensagens vazadas é desalentador.

Ouvir de amigos afirmações de que Jean Willys “vendeu” seu mandato ao vereador do Rio David Miranda, repetindo um mantra desonesto e completamente sem noção de fake News criados por Carluxo, através de seu perfil bizarro “pavão misterioso” é muito triste. É ver derretendo uma admiração, um carinho, uma confiança na capacidade intelectual de tais amigos.
Ouvir pessoas próximas defender que as mensagens do Intercept são falsas e que Gleen, um jornalista premiado com um Pulitzer e um Oscar é um bandido  é profundamete chocante.
Perceber a imaturidade política e desonestidade intelectual em quem você admira é muito impactante.
E sei que não sou só eu que estou passando por isso. Todos nós, que percebemos claramente o esforço feroz de destruírem um projeto de soberania e protagonismo nacional estamos nos sentindo muito tristes. E impotentes. A cada dia é uma surpresa nova. Um choque novo. E uma constatação de que eles não estão ligando.
Sempre foi luta de classes. Sempre foi.
Estamos diante de mais uma: a reforma trabalhista da forma que foi feita; a reforma da previdência tal qual está sendo feita; a vilanização da cultura, do pensamento, do ensino público gratuito; trata-se tão somente de luta de classes.

Nós, que acreditamos em um país mais justo e mais humano, estamos perplexos diante das maldades de pessoas que se dizem do bem, conduzidas pela fé e pela palavra de Deus. Nós, que entendemos a palavra de Jesus, estamos perplexos. É o oposto do mantra mais simples e repetido de sua palavra: “amai ao próximo como a si mesmo”.
Essas pessoas de bem odeiam pobres. Odeiam pretos. Odeiam gays. Odeiam as diferenças. E detestaram ver essas diferenças ocupando espaços antes reservados apenas para eles, os nobres e superiores cidadãos da Casa Grande da nossa eterna senzala.
Luta de classes.

Estamos tristes e adoecidos, é verdade.
Mas é agora, mais do que nunca, que precisamos manter a cabeça de pé.
Nenhuma maldade dura para sempre.
É da natureza das coisas a luz vencer a escuridão.

Vamos manter nossa alma, cabeça e espírito fortes.
Vamos resistir. A maldade perderá um dia, pois assim foi na inquisição, no nazismo, nas ditaduras e assim será mais uma vez.
Reúnam-se com seus amigos de fé e riam, gargalhem, se divirtam.

Quando for inevitável estar com os parentes e amigos “gente do bem cristã”, respire fundo e seja superior. Porque somos superiores. Estamos do lado certo da história.
Esteja mais com quem gosta de estar.
Leia mais livros. Assista mais filmes. Mais séries. Passeie mais com quem gosta. Dê mais valor a quem você ama. Se ame mais.
Essa dor vai passar.

Pois toda dor é como nuvem que se forma, se desmancha e vai embora.
E se por acaso queimar a pipoca no microondas, dê risada e jogue tudo fora. Há coisas mais importantes para a gente dar atenção!
Sigamos juntos, no próximo ano, e sempre🌹🌹🌹🌹💓💓💓💓😘😘😘😘😘!"

domingo, 15 de dezembro de 2019

DE REPENTE





DE REPENTE


De repente,
Um raio rasga o céu
Numa noite escura
Fazendo a terra estremecer.
Vulcões voltam a ferver,
E um pânico se espalha
Entre nós.
Trovões assumem
O som das cidades,
E o mundo em chamas
Faz muita gente gritar.
Não há mais lugar seguro,
E a enorme quantidade de muros
É um obstáculo
Para quem tenta escapar.
Matamos a solidariedade,
Estrangulamos a coletividade,
E fizemos da individualidade
Uma crença, uma ambição.
Agora,
Estamos todos sozinhos
Procurando o ninho
Onde se refugiou a razão.

OLHAR ANESTESIADO




A tragédia de Paraisópolis é um horror cheio de erros contra a constituição e contra os Direitos Humanos. Na primeira versão oficial dada pelos policiais falou-se em enfrentamento por parte dos frequentadores do baile, em pisoteamento, em apologia às drogas e sexo. Depois, videos trazendo fatos mostram o ataque deliberado por parte das forças de segurança (ó ironia) contra os jovens, e agora, laudos periciais apontam para sufocamento, enforcamento, ou seja, o assassinato das vítimas. Não houve confronto. Parece que esses policiais estão sendo treinados para crer que vidas negras não importam. E não é por acaso que seu pensamento combina muito com os que gostariam sinceramente eles não existissem mais, que a região fosse dedetizada e parasse de existir assim, esfregando a pobreza nas redondezas. É incômodo. Compromete o IPTU, é desagradável, por isso os muros dividindo os mundos. 
A sordidez do jogo desigual deixa as periferias, as favelas, as comunidades pobres todas reféns das igrejas ou de algum boteco para se divertirem. Nada mais. Não há opções. Dentre essa população moram mil vocações: médicos, engenheiros, artistas plásticos, bailarinos, atores, astronautas, cientistas, filósofos, professores, ensaístas, escritores. Mas, como a regra do jogo é educação zero para o povo, e o não direito ao compartilhamento das riquezas da sociedade como um todo, fica meio proibido sonhar ali. E como não se tem teatro, nem cinema, nem modo de se expressar isso, se o indivíduo for cantor, o melhor dia da vida dele é o dia que ele canta na igreja. E Deus ganha aí todo o território da sua vocação. Se sou ator e moro num lugar onde a melhor performance “teatral” que se vê é a de um pastor, é o que eu vou ser então. Eu por exemplo, se tivesse nascido numa favela e nela tivesse sido criado, certamente o melhor dos meus destinos seria ser uma rapper, uma funkeiro, ou então, poderia me dedicar e chegar a ser uma importante chefe de facção. Quem pode afirmar que não? Quando o Estado deixa desnutrido intelectualmente, culturalmente uma população, ele está exercendo o abandono, o mesmo abandono que muitos pais oferecem aos filhos muitas vezes. Não se importam com o seu destino. E mesmo que esse exército de pobres se transforme numa multidão de servidores domésticos, cuidando com dedicação os filhos dos ricos, construindo suas casas, cozinhando, servindo, lavando suas roupas, levando os meninos ao colégio, sua importância humana segue sendo nenhuma. Há um desprezo por cima, como se fosse um requinte desta crueldade. O baile funk não é crime, e sem ele a coisa vai ficar pior. A alma precisa de cultura. É ali o único encontro que se tem com a arte. Adolescente quer se divertir, dançar, cantar, se libertar, curtir. Faz parte da saúde jovem. Tanto é verdade que jovens ricos fazem festinhas “quentes” em suas casas, com os pais sempre ausentes. Frequentam suas raves onde rola droga farta, sexo nos banheiros, apologia à sacanagens,  sem temer a invasão da polícia. Lá a polícia não vai. E os pais compreendem, para eles não há delito: “são brancos, ricos, adolescentes e jovens. É natural”.
Se as festas ricas  são abarrotadas de tudo que dizem que há no baile funk, por que a polícia não vai nelas? O que se combate nestas agressões policiais não são as drogas. Por que a mesma ação não é feita nas zonas nobres das cidades, será por que haja ali maciça presença de meninos mimados, sem limites na vida e nos cartões de crédito, capazes de qualquer coisa, e confiantes de que seus pais têm contatos no judiciário, na alfândega, nas fronteiras, e pode fazê-los desaparecerem para esfriar as coisas num apartamento em Dubai, se der alguma merda? 
Há muitas boates famosas, abarrotadas de brancos, com bundas brancas tentando ir até o chão. São ricos, transando na cara de todo mundo pra geral ver, à base de muita droga sintética e cara, que baile funk algum nunca ainda conhece. Até substâncias para anestesiar cavalo tem e quem me contou foi um usuário contumaz e extremamente seguro de sua impunidade.
Circulou nas redes o algum comentários: “a culpa é dos pais que deixam os filhos de 14 anos num baile desse, quem mandou tá lá dentro, rebolando a bunda?”, “É isso que acontece, com tanto sexo e drogas rolando, queriam o quê?” Bem, os comentários seguem na linha da criminalização daqueles jovens,. Nenhum deles tem nome, sobrenome, importância. São pobres e pretos por isso devem morrer, “a polícia tem que subir no morro e matar todo mundo, subir lá e mata todo mundo pra gente ficar livre desse inferno”. 
Que tristeza! Qual é o seu olhar? Se você brada sua fé em Deus e em nome Dele, em nome da ordem, já se perguntou o que faria seu Jesus Cristo nessa situação? Para mim, esse anestesiamento,do olhar, essa falta de sentimento, esse não se importar com a sanguinária cruzada do rico contra o pobre, e que se utiliza da força do Estado, da ignorância e do despreparo de vários policiais, também oriundos da pobreza, para que sem pena, ou consciência, se voltem contra os seus.
É bom ficarmos de olho porque quem está anestesiado não sente que está anestesiado. Claro, né? Então, repare se o seu olhar não está desfalcado da sensibilização da realidade. Criminalizar quem sempre perde o jogo empobrece muito a riqueza. 
Putz, o exercício para não ter ódio está me matando.

sábado, 14 de dezembro de 2019

Acorda, Brasil!!!



Que o Leonardo DiCaprio é filho do Lula a gente já sabe, mas parece que o esquema é muito maior do que se imaginava! Tudo indica que ele namorou a Gisele Bündchen só pra se beneficiar da Lei Rouanet. Eles tiveram uma filha, a Greta, que desde pequena foi treinada pela KGB pra derrubar o Bolsonaro. Já naquela época se sabia que ele seria o melhor presidente que esse país já teve, pelos ótimos serviços prestados como deputado. Com o dinheiro da Lei Rouanet, DiCaprio mandou tacar fogo na Amazônia pra aumentar o pasto da empresa da família, a Friboi. A queimada também serviu pra dar ibope pra pirralha da neta do Lula, que até saiu na capa da Time, aquela revista esquerdista financiada pelos índios. Por causa disso o Bolsonaro tá desestabilizado e o Lula tá solto, pronto pra dar um golpe comunista!!

 Acorda, Brasil!!!

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

O ESTADO É O AGENTE DO CRIME




QUANDO O ESTADO É O AGENTE DO CRIME E OS DIREITOS SOCIAIS SÃO AS VÍTIMAS 

Vivemos sob o manto autocrático de um governo patético, sem raiz intelectual e com um coração cheio de maldades.
A brutalidade e a imbecilidade foram transformadas em princípios políticos dessa  gente tosca e medíocre.
Pior: os Três Poderes estão contaminados por esse pus de ignorância, burrice e cinismo.
A violência e a agressividade viraram bandeiras do atual governo.
O nepotismo foi banalizado e uma política pública de privilégios foi implantada para os militares, evangélicos pentecostais e agentes políticos.
Uma política pública de benefícios vem sendo criada para o mundo empresarial e financeiro, através da imposição de múltiplos sacrifícios para a classe trabalhadora, tanto do setor público quanto do setor privado.
O atual Ministro da Saúde, em seu silêncio sepulcral, articula mansamente a destruição do SUS - a maior conquista social do povo brasileiro na Constituição Federal de 1988.
Milhares de leitos públicos hospitalares desativados no país inteiro, milhares de pacientes portadores das mais diversas patologias desamparados e sem acesso aos medicamentos, morrendo pouco a pouco, enquanto vivem enorme sofrimento, nas filas, nos corredores, nas ruas - todos vítimas cruel, covarde e criminosa. Hospitais públicos com carência progressiva de pessoal, sem qualquer perspectiva de contratação de pessoal via concurso público. Enquanto isso, o povo vivencia o abandono como política pública de Estado. Nossos antigos hospitais públicos federais universitários deixaram de ser instituições sociais e, após a criação da EBSERH - Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares - passaram a ser organizações empresarias, impossibilitando o ensino e o aprendizado de qualidade de todos os estudantes das áreas da saúde, pondo fim à carreira pública de Estado de tidos os profissionais da saúde desses hospitais, bem como impondo barreiras burocráticas e inconstitucionais ao livre acesso da população doente a esses hospitais.
Uma empresa estatal com personalidade jurídica de direito privado, hoje presidida por um general com formação técnica na área das ciências exatas, que nada entende de Medicina e saúde, muito menos de hospitais. Unidades Básicas de Saúde e hospitais públicos (federais, estaduais e municipais) sob gestão privada de organizações sociais, OSCIPs e ONGs, contribuindo para a privatização e precariedade de todo o sistema público de saúde brasileiro, além de implantar uma gigantesca rede de aparelhamento político do SUS, onde só quem ganha são os "donos" dessas entidades privadas do chamado terceiro setor e quem perde são os pacientes, os trabalhadores da saúde e os cofres públicos do Estado brasileiro.
Um crime estatal sob o amparo da lei - lei inconstitucional declarada constitucional por aquela gente lá do Tribunal Político chamado Constitucional.
Saúde, Educação, Emprego e Previdência transformados em alvos a serem destruídos. Servidores públicos estatutários transformados em alvos a serem eliminados. Trabalhadores e aposentados transformados em alvos a serem sacrificados. Estudantes e professores de instituições públicas  transformados em alvos a serem criminalizados.
Dinheiro para fundo partidário tem e pode ser aumentado; dinheiro para o SUS e Universidades Públicas não tem e deve ser reduzido. Dinheiro para aumentar o salário dos oficiais militares tem e deve ser aprovado; dinheiro para o salário dos servidores públicos civis não tem, e deve ser diminuído e congelado. Dinheiro para a aposentadoria dos militares tem, e deve ser privilegiado; dinheiro para os trabalhadores e servidores não tem, e deve ser sacrificado.
Governo com relações íntimas com milicianos, tráfico internacional de cocaína, fakenews. Um governo rico em insultos e boçalidades, e pobre em virtudes e verdades. A mentira e a hipocrisia como métodos de dominação e poder. Um governo sem vergonha, sem caráter, sem boas intenções.
Um governo eleito para fazer o mal. Mas, claro, toda maldade em nome de Deus, da família, da propriedade e da pátria.
E com uma multidão estúpida batendo palmas.
A destruição do Estado Social, da democracia,  da razão, e o desprezo aos direitos humanos e à dignidade da pessoa humana, sendo admiradas por essa "gente do bem".
O caos moral de uma sociedade doente sendo governada por uma mente psicopata inspiradora de uma legião de psicopatas sociais vestindo roupas de Ministros, Governadores, Prefeitos...
E o país seguindo à deriva dos progressos civilizatórios e procurando se agarrar à idade das trevas, à ditaduras, à truculência e a um amor com arma nas mãos.
Não tem como dar certo. Nao tem como ter um povo feliz assim. Simplesmente, não tem...

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Aquela música dos Tribalistas



Éramos jovens demais para compreender o que deveríamos ter compreendido. Abandonar as roupas que ontem nos enfeitaram para viver a responsabilidade de dividir. E foi assim que ela se foi, em um vento de medo que a levou. Promessas delicadas, entre beijos, foram esquecidas. Noites de amor permaneciam em mim, na memória que vivi ou que construí. Fantasias adolescentes que demoram a se desmanchar. Faz tanto tempo e eu ainda me lembro.
Fui atrás. Nos abraçamos e choramos juntos. Brinquei nos seus cabelos. Disse elogios. Falei dos encontros necessários. Dos sofrimentos que nós vivemos. Nos lembramos das falas da infância. Aquela música dos Tribalistas, 🎼"eu gosto de você,  e quero ficar com você, ...seu riso tão feliz contigo...🎼"Ela queria aliviar-me as dores. E, hoje, sou eu tentando abrir a porta. E ela me ouviu. Balançando negativamente a cabeça. E eu insisti que ela falasse. O que quisesse. A dor compartilhada tem mais chance de ir embora. Mas ela prosseguia falando para dentro, espantar o medo do amar? É preciso amar, "Qualquer forma de amor vale a pena", cantarolei.
Ela se aproxima do quarto e apenas olha, perguntando, sem dizer, se preciso de ajuda. Dizendo, agradeço. Ela se vai e fico. E vou calando palavras  para que ela compreenda que há vida fora das prisões que criamos. E que a chave não depende nem do corpo nem dos outros. Basta uma atitude, pelo menos para os inícios. Eu sei que vamos conseguir, foi o que eu disse. Eu sei que ainda haveremos de rir muito, juntos. Eu não sei como, eu não sei quando, mas eu sei que não vamos desistir. E, então, ela me abraçou por conta própria. E, depois, acariciou o meu rosto. E, depois, me avisou que iria tomar banho. E se levantou, cantarolando a música que lembrei. Não quero ser precipitado, mas alguma coisa acendeu em mim a esperança de que os dias que virão, depois de hoje, serão melhores.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Estou em Blackfriday de sentimentos!!!





É hoje! Imperdível!
Leve um Abraço, pelo valor de um Sorriso,
a gentileza está com 80% de chance de melhorar o convívio,.Queima de estoque na Paixão, aproveite e leve junto a Compaixão...
A Esperança está de cara nova e super acessível.
Está na hora de trocar esse mal humor por uma gargalhada de Alegria super em conta...
Adquira sua motivação, os estoques já estão acabando!!!
Não perca!
Levando qualquer um dos sentimentos, você ganha também uma enorme quantia de Amor para  com seus familiares e amigos e quem mais voce quiser precisar.

Regras da promoção,
pagamento somente com Verdades.
O coração deve estar leve, os sentimentos devem ser compartilhados.
Prazo que seja eterno enquanto dure.
Não aceitamos devoluções..

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

GRITO DOS EXCLUÍDOS




Nas ondas de protestos da América Latina, em pleno século XXI, umgrito de revolução parece ecoar no peito de toda essa gente.      
A esquerda, mesmo com todos os seus defeitos, é quem mais se identifica com as esperanças do povo em ação.
Há um clamor por liberdade, dignidade e direitos sociais, um clamor pelo respeito  à vida, pela visibilidade e por amor ao próximo.
Estamos todos no mesmo barco, mas somente alguns têm acesso às condições de sobrevivência frente ao naufrágio.
As desigualdades explodem pedindo socorro, e a fome faz o povo se revoltar.
O desemprego leva ao desespero,  a ausência de cuidado faz uma força se agitar  se agigantar.
Somos humanos e temos direitos, e não vamos mais admitir essa elite predadora nos maltratar...

terça-feira, 26 de novembro de 2019

E L A.



Ela as vezes prepara um chá de camomila pra  dormir melhor.
Dá conselho, ora berrando, ora sussurrandoo. Aquela em que confio meus segredos sem ao menos saber porque. Ela que medita, envia Reiki, Prana, Deeksha, Bolas de luz, Good vibes, Passes.
Olha pras estrelas e vê constelações e algo mais, ...
Tem afinidades com pedras e com águas, e anda descalça no mato.
Fecha os olhos quando sente o vento,  tem facilidade em fazer amizade com animais.
Ela gosta de tomar banho de chuva......


Pois é....!!!!

🌙✨🔮🕯🍃

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

QUEREM NOS MATAR





Recentemente, o atual presidente da República se desfilou do partido político pelo qual se elegeu e tomou a iniciativa de criar um novo partido político: "Aliança pelo Brasil" - um partido político cujo número 38 faz referência ao revólver calibre. 38, E cujo símbolo é a imagem de um projétil de arma de fogo do revólver calibre. 38.
Em um evento organizado para o lançamento da proposta de criação desse novo partido político, as pessoas ali presentes gritaram "Morte aos esquerdistas!".
Logo, fica claro tratar-se de uma proposta para a criação de um partido político de ideologia de uma extrema direita  fascista, que, utilizando Deus como um instrumento do seu discurso de ódio, propõe armar os civis e fazer valer uma "excludente de ilicitude", que funciona com uma autorização para os militares matarem quem eles quiserem, particularmente aqueles que estiverem participando de manifestações sociais de  protesto e os "esquerdistas".
Uma autorização para matarem a Democracia.
Em um país com responsabilidade democrática,  as instituições públicas democráticas já deveriam ter se pronunciado para impedir a criação de um partido político com essa ideologia, com esse fim. Os atuais Ministros do TSE e do STF, bem como os Presidentes do Senado Federal e da Câmara de Deputados e o Ministério Público, já deveriam ter se manifestado nesse sentido, face o risco à Democracia e à paz social que um partido político com esse propósito traz.
Intelectuais, Universidades, estudantes, artistas, jornalistas, organizações da sociedade civil não podem se calar diante de tão grave movimento fascista apoiado por alguns "líderes" de "igrejas evangélicas" que em nada se identificam com o verdadeiro Evangelho de Jesus Cristo, funcionando mais como estelionatários da fé, enriquecendo com a miséria alheia e enganando vergonhosamente uma população de excluídos e  fanáticos - produtos de uma lavagem cerebral cruel e perversa muito bem elaborada e praticada.
Essa gente anuncia em alto e bom tom que querem nos matar, e nenhuma autoridade responde a isso? Covardia, conluio ou falta de caráter?
Não é possível não reagir a isso. Não é possível não se manifestar publicamente.

Não é possível conduzir e a política e uma Nação nesses termos.

Com a palavra aqueles que têm a obrigação de falar...

domingo, 24 de novembro de 2019

NESTE TEMPOS

Os filhos, crescidos, voam os seus voos. E ficamos nós, desafiando o tempo e cultuando o romantismo. 
Era uma noite calma. Eram calmos os sentimentos de amor. Nunca fui de rompantes. Ouço histórias de brigas e agressões e de reencontros apaixonados. Discordo. Onde não há paz, não há amor. FUI  lapidado sem fogo, foi mudando o necessário, me acostumando com as imperfeições e com o prazer.
Não foi sempre assim. Nos inícios, nos estranhamos e ela me deixou. Eu tinha medo, talvez. Queria e não queria. E ela, insegura, partiu. Partiu e me partiu. Sofri a ausência e tive que ter paciência com a saudade. 
No romantismo daquela noite, ouvii gritos. Era uma mesa dizendo impropérios a alguém que estava sentado ao longe. Não entendi no início. Depois vi que se tratava de política. Os de uma mesa xingavam de ladrões os da outra mesa. Uma mulher se levantou e gritou com tamanho ódio que movimentou aquele  lugar. Alguns defendiam, outros atacavam. Os gritos assustaram o amor. Os namorados que ali estavam já não mais estavam. Os ruídos ameaçavam agressões físicas. Ela comentou comigo se já eram conhecidos de algum lugar ou se apenas se sentiam no direito de agredir quem conheciam por notícias ou espalhamentos de redes sociais. Um homem queria que o casal fosse embora e portava um a faca. Os garçons interferiram. Meu coração disparava de horror.
Era para ser mais uma entre tantas noites românticas da minha vida. De repente, aquele restaurante se transformou no lugar mais frio do mundo. Desentendimentos que foram gerando desentendimentos. Pensei em dizer alguma coisa, pensei em lamentar o fato de a poesia não ter sido apresentada a essa gente. A minha gente. Somos todos filhos do mesmo barro e comungamos uma pátria, uma língua, uns tantos costumes. E por que, então, nos agredimos?
A comida ficou sozinha nos pratos. A fome que brotava nos insensatos era outra. A de destruir o diferente. Somos todos diferentes, ora. Então, não ficará ninguém. Ela comentou sobre a tristeza que se transformou algo que deveria ser tão bonito. A política deveria ser um gesto de caridade. De pessoas que deixassem os seus confortos para cuidar do mundo. Que se obrigassem a melhorar a vida. Vidas não são melhoradas em gritos.
Olhei para a minha mulher e me aproximei com desejo. Saímos abraçados. Na calçada, respiramos nossa história. Que bom ter nascido no mesmo tempo que ela e tê-la descoberto em meio a tanto barulho. Seu silêncio me desperta desejos gostosos. Nossas mãos vão se acariciando, enquanto caminhamos. Eu a indago se deveríamos ter dito alguma coisa . Ela olha como dizendo que também não sabe. O que sabemos é que esses gritos enfeiam a vida e,  fazem  a mim e a ela muito mal.
A noite há de ser paciente. A lua vai ficar acesa por algum tempo. Queremos fazer amor   até mais tarde, e ter muito sono de manhã.

domingo, 17 de novembro de 2019

QUE NÃO SE TENHA PRESSA, MAS NÃO SE PERCA TEMPO



 

Faz quase nada que aprendi o significado desta palavra. Aprendi de ouvir. Tenho esta compreensão da vida: ouvir! Ouço o que me dizem, sem a pressa dos que muito sabem. Ou pensam que sabem. Ou, apressados que são, sequer pensam.
Eu ouço porque ouvir é amar. É se esvaziar de argumentos e aguardar os ditos de alguém até o fim. É amaciar o dia com a voz que precisa dizer. A voz que se enfeita com as palavras. Palavras que são retalhos de poder. Que ora embelezam, ora afugentam o dia. Dias fugidios são os que nos retiram de nós mesmos.
Acordei antes do dia. Só os olhos continuavam fechados. O resto se abria com palavras que iam se derramando sem economias. E que significavam coisas que ficaram por fazer.  Os dias passados continuam morando no dia em que estamos vivendo. E podem nos incomodar. Foi, então, que me lembrei do que ouvi de meu pai. “A literatura é a história dos sentimentos. Das expressões de amor e dor, dos encontros encomendados ou não, das palavras que ficaram guardadas em uma estante de receios e que não foram ditas. Dos desertos que têm sua finalidade. Mesmo que seja para valorizarmos a água que não é miragem e que mata nossa  sede”. Com sede, resolvi me levantar. Tomei alguma água. E me lembrei que ele me disse que “Recordar é voltar a passar pelo coração”, foi mais ou menos isso o que ele disse. "Re" vem de memória, e "cor" vem de coração. 
Dizia ele que os romanos achavam que a memória morava no coração e não no cérebro. Não sei onde mora a memória. Sei que, em algumas noites, ela rouba me descanso. E não me faz bem. 
Resolvi experimentar. Comecei, então, a recordar. E assim fui fazendo as pazes com os ontens. Sem muito esforço, me encontrei sorrindo. Notícias belas estavam em mim. Escondidas, talvez, em meio a tantos outros anúncios. Fui procurando. Meus filhos brincando de crescer, como hoje brinca meu neto. Um dia de sol em uma praia qualquer. Um pedido inesperado. Um luar. Lembrei de minha mãe e de seus textos de sabedoria, principalmente um que me marcou muito "O perfume sáo as asas da flor, assim como a poesia é o perfume do pensamento".  Tento com sucesso espantar o indesejável com momentos lindos que ainda vivem em mim. E, assim, me deito. E volto ao sono. E sonho um sonho bom. Chegam eles, filhos nora e neto cheios de amanhãs. Um meio sonado, outros mais falante. Até a chuva que anunciava que ficaria se foi, me recordando que sempre, escondido ou não, há sol.
E me desperto melhor .






sábado, 9 de novembro de 2019

QUERIDO DIÁRIO.



Lula livre? Deus me livre!

Ah, péssimo dia, Diário, péssimo dia...
A coisa tá preta. Preta e vermelha. Não por causa do Flamengo. Por causa do petróleo e do Lula.
Foi um fracasso o leilão do Pré-Sal. Praticamente só a Petrobrás que comprou. Pô, era um negócio da China! Tanto que os chineses ficaram com um pedaço. Quem comprasse o treco ia ganhar R$ 667 bilhões em trinta anos.
O problema foi o tal “bônus de assinatura”, que tem que ser pago logo de cara. O Paulo Guedes queria um dinheirão para aliviar o caixa e poder gastar em ano eleitoral.
Mas o pessoal das empresas de petróleo deve ter pensado: e se o Bolsonaro sofre um impitimam? E se o Lula é eleito em 2022 e o Brasil pede as concessões de volta?
Ah, esse Lula... Sempre atrapalhando a minha vida. Hoje até sonhei que uma lula gigante vinha me pegar. Aí eu dava tiros com os dedos, mas não saía nada deles. O engraçado é que o Lula-lula tinha nove tentáculos em vez de oito. Deve ser porque ele tem nove dedos. Um tentáculo me pegava pelo pescoço, dois seguravam minhas mãos, dois ficaram com as pernas, dois entravam pelas minhas orelhas, um pela boca e ainda tinha o nono que eu nem quero falar.
Acordei desesperado, Diário!
Já pensou na festa que vão fazer quando ele sair? Tenho que dar um jeito de reprimir isso daí.
E depois de solto, qualquer coisa que eu faça, ele vai dizer que o certo era fazer o contrário.
Olha, Diário, o primeiro que gritar na minha orelha “O Lula tá solto, babaca!” vai levar um tapão que nem o que o Augusto Nunes deu no Glenn. Aquilo sim que é jornalista combativo! Não é à toa que trabalha na Jovem Pan e na Record, duas empresas de bem. Vou falar para a Havan anunciar lá.
A coisa tá preta. Preta e vermelha. Falando nisso, ontem o Flamengo ganhou de novo. O Palmeiras não vai ser campeão. Nem esse gostinho me dão, nem esse gostinho...
Só falta o cozinheiro do Palácio da Alvorada fazer risoto de lula pro almoço de hoje. Mando pro olho da rua na mesma na hora!

VOU FESTEJAR



Rudah, interessante o fato de algumas pessoas tentarem diminuir o movimento "Lula livre" dizendo que é formado por "fanáticos por Lula".
Pensar que a nossa felicidade hoje resume-se a um fanatismo por um líder é não entender minimamente a História e o estado democrático de direito.
Rudah, a condição de Lula atualmente é repleta de simbologia. Pedir Lula livre não se resume a uma idéia  simplória e frívola de fanatismo por alguém.
O movimento Lula livre Rudah, é um movimento de respeito ao maior líder político que já tivemos no Brasil, reconhecidamente como o melhor  dentro e fora do país.  Mas a questão toda não se resume somente neste lado do movimento que por si só já e bastante importante.
Rudah, vê-lo livre representa todo o nosso respeito pela Democracia, pelo Estado democrático de direito, pela luta por direitos que foram conquistados. Não foi fácil para as pessoas que lutaram por tudo isso  nos colocar no  ponto onde estávamos antes do golpe.
Para isso  percorremos um caminho de tortura, violência e repressão sendo que muitos pagaram com a própria vida. E aos que nunca participaram de nada disso receberam tudo de graça e muitos sequer souberam respeitar a importância do que chegou em suas mãos tão facilmente.
Rudah, Lula é um dos símbolos maiores de tudo o que foi desrespeitado e pisoteado por golpistas baratos e por seguidores de um tal "líder " que nunca foi nada. Nunca representou nada. Ficou anos na política sem ter uma única atitude de respeito. Virou mito porque construíram um herói para guiar  alienados ignorantes de sua própria história em direção ao abismo.
Então, antes de nos chamar de "fanáticos por um líder"  querendo nos diminuir e  igualar a quem sequer consegue manter uma linha de pensamento razoável, já que pensar e se informar é bastante trabalhoso, seria necessário fazer uma leitura mínima do nosso passado e ver tudo o que este líder representa e a história que está por trás dele.
Lula livre representa nossa democracia viva, o estado democrático de direito funcionando adequadamente e a nossa luta por direitos renascendo a cada dia. Representa uma chance de recuperar aquilo que foi destruído por um golpe abjeto.
Se os demais não conseguem entender nada disso, poderiam pelo menos respeitar quem entende.
🎼🎼🎼PULA PULA PULA RUDAH, 🎼 PULA PULA PULA, 🎼LULA LÁ 🎼🎼🎼

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

POR AMOR




Eu sou a perversidade em curso, a maldade que não se cansa de agir.
Sou a infelicidade de muitos, a arrogância que te faz tremer.
Eu sou o abutre acompanhando o seu sofrer, a serpente traiçoeira esperando o melhor momento para te picar.
Eu sou a treva na sua vida, o terremoto que te põe pra correr.
Eu sou o assassino da esperança, aquele que ri sem parar a sua insegurança.
Eu sou o ódio, a mentira, o seu enganador, aquele que no escuro grita promovendo o terror.
Eu sou a censura, a cela que prende o seu pensamento, a árvore que não dá bons frutos, a correnteza que afoga os seus sonhos.
Eu sou o torturador que esmaga a sua dignidade, aquele que ofende a sua sexualidade, o opressor com arma nas mãos.
Eu sou o seu pior pesadelo, uma ameaça à sua família, s conspiração que age nos bastidores pra te jogar no chão.
Eu sou a pedra no seu caminho, o obstáculo à sua progressão.
Eu sou o despudor em movimento, o fascismo do momento,
sou presidente e te mato por amor...

HOUVE UM TEMPO... MAS HOUVE UM GOLPE..





Houve um tempo em que o país era mais feliz e as pessoas mais solidárias:
Um tempo de enormes conquistas e avanços sociais.
Naquele tempo, os pobres eram respeitados, não eram invisíveis, e havia uma preocupação em tratar a todos como iguais.
Mas houve um golpe, e esse tempo passou.
Hoje vivemos um tempo de hostilidades, sob um governo que tem como principal projeto destruir os pilares do Estado do Bem-estar Social.
Faz disso a sua política pública.
Assim, estimula a desunião e o insulto, estimula a barbárie.
Traz no seu DNA político a doutrina da desigualdade, promovendo as condições sociais para o desequilíbrio e as desavenças.
Despreza a nossa população indígena,massacra a classe média, maltrata os mais pobres e cria privilégios para os ricos e os oficiais militares.
Acorda todos os dias com uma intenção nova de desconstrução civilizatória.
Planeja privatizar todas as nossas riquezas, inclusive nossas vidas e nossa soberania.
Quer privatizar nossos sonhos e pôr preço em todos os nossos direitos sociais.
Quer acabar com o SUS e  com as nossas Universidades Públicas.
Quer escravizar e empobrecer os  servidores públicos.
Quer tornar todos  obedientes e submissos.
Vive sob o manto do cinismo e da perversidade.
Segue promovendo a mentira como conteúdo do seu discurso oficial.
Mantém seguidores imbecilizados pela psicologia da linguagem, que tem fakenews a sua fonte inspiradora e manipuladora da massa não pensante.
Revela-se através de um vocabulário chulo e cheio de ódio e agressividade.
Sim! Houve um tempo de luz e de dignidade.
Hoje vivemos um tempo de escuridão e bestialidade.
É a besta em forma de gente,...

...é  muita gente nessa bestialidade...

quinta-feira, 31 de outubro de 2019

EU VIVO



Rudah, eu vivo as angústias do meu tempo, as incertezas quanto ao futuro, os riscos do presente.
Eu vivo cada sofrimento humano como se fosse o meu também.
Assim, eu vivo a miséria, o abandono, a solidão, a falta de oportunidades, um vazio de expectativas,a desesperança que corrói a alma humana.
Curumim, vivo a fome, a violência, a falta de um lugar seguro e limpo para dormir, a falta de solidariedade, de amor ao próximo,  a falta de empatia.
Eu vivo a compaixão e a dúvida, o ambiente político cínico deste tempo, as mentiras como forma de discurso pra dominação.
Eu vivo a crueldade, a maldade gratuita, as enganacões que nos submetem.
Eu vivo a dor, a falta de cuidado e carinho,o  desrespeito, a saudade, a indignação solitária, a insônia na hora de dormir.
Eu vivo as injustiças, a falta de recursos, as dificuldades de acesso aos serviços públicos.
Eu vivo as falácias das privatizações, o ataque às artes, à ciência, à educação, aos artistas, intelectuais, cientistas e professores.
Eu vivo o processo de desqualificação dos trabalhadores e servidores públicos deste país, o insulto aos aposentados, a indiferença com os idosos, a intolerância com os diferentes.
Eu vivo o desmonte da razão e a falta de consciência.
Eu vivo a brutalidade,o autoritarismo, o fascismo e a manipulação.
Eu vivo a "intransparência", o discurso de ódio, os ataques aos direitos sociais, o assassinato da nossa Constituição.
Eu vivo a hipocrisia dos que estão próximos e longe de mim.
Eu vivo o desemprego, o aumento das desigualdades, as fobias sócio-culturais.
Eu vivo a morte da Democracia, o avanço da autocracia, o flagelo da soberania, o controle e a vigilância de todos os dias.
Eu vivo a censura, a ignorância, a estupidez,a psicopatia.
Eu vivo a vulnerabilidade dos excluídos sociais, de uma gente invisível aos olhos frios do capital.
Eu vivo a inércia de um povo que vai sendo aos poucos abatido.
Então, eu choro...
E continuo a viver...
Curumim.

quarta-feira, 30 de outubro de 2019




 

Ela gastava parte do dia com as agulhas e o fio de novelo preparando calor. Com seu tricô, viajava nas imaginações e nos fazia blusas, cachecóis, mantas, gorros e o que julgasse necessário para espantar o frio. E fazia com o prazer consciente de quem já sabia que a vida não dá tréguas e que é a coragem que nos faz compreender que aquecer os outros é nosso melhor propósito.
Sofreu  partidas dolorosas. Deixou suas infâncias e teve que ser adulta. Deixou sua terra e descobriu a saudade. E foi vivendo. Falou muda, não poucas vezes. Chorou para dentro, para não se manifestar. Mas resistiu. Essas histórias, eu soube em seu colo. Eu insistia em ouvir novamente. Queria detalhes da longa viagem no navio. Queria saber quem acenou no porto da partida. Até o tempo do choro me interessava. E ela contava. Depois eu ia para a escola, e ela voltava ao seu tricô.
Houve um dia em que ela olhou, uma blusa que estava quase pronta. Olhou e não aprovou. E foi desfazendo com um fio que ia formando um novelo disposto a receber tudo o que já havia sido investido no que traria calor. Para, depois, começar novamente. Sem receios dos erros de antes.
Ainda ontem,  se foi e meu coração engasgou. Vivemos juntos o tempo das cobertas. Parecíamos prontos para permanecer. Tentei arrumar uns pequenos buracos que sentia no que nos cobria e ela disse nada. Apenas se foi. O sentimento de pouca importância tomou conta de mim. A pressa era tanta que a mensagem me significava ausência de amor.
Não é a primeira vez que sinto o que sinto, mas, enquanto sinto, sei que será o frio o meu companheiro. É hora de recolher o fio. É hora de aguardar o tempo do reinício. O que aprendi, entretanto, é prosseguir sempre. Com as mãos doídas ou não. Com as desilusões de mais um amor que não resistiu. Apenas, prosseguir.
Minha avó fechou os olhos, há algum tempo. E eu, de olhos abertos, vejo o passado e o futuro. E os fios que se embaralham nos meus sentimentos. Percebo os meus erros, eles vivem em mim. Percebo a pressa dos que não compreendem que eu posso me arrumar. Percebo, também, os erros dos outros e as minhas implicâncias. Longe de mim, a ideia de perfeição. Não há terreno amigável nas terras em que piso. Meus pés já sangraram muito. Mas meus olhos jamais perderam o poder de ver. O horizonte da vida é convidativo. Há paisagens por todos os lados. Algumas se repetem; outras, não. Todas, entretanto, nos surpreendem. Isso quando saímos a caminhar. Ou a dançar, mais uma vez, com as mãos que preparam um outro agasalhar.
Sei que a educação na infância nos confere amarras para a vida toda e nos prepara os pés para os tais terrenos difíceis de caminhar. Hoje, me abraço a uma velha blusa e me lembro da minha avó e me lembro de que o amanhã existe.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

IGNORÂNCIA, PRECONCEITO, PREGUIÇA



A recusa do presidente Jair Bolsonaro ao banquete oferecido pela família imperial japonesa em decorrência da ascensão ao trono do imperador Naruhito, ele ostenta ignorância e preconceito.
“Peixe, só se for frito”. Este foi o comentário do presidente Jair Bolsonaro ao entrar em uma hamburgueria em Tóquio –em vez de mergulhar nas delícias típicas espalhadas pela capital do Japão.
A declaração não surpreende nem um pouco. Mas é muito didática.
Em poucas palavras, Bolsonaro expôs três de seus maiores atributos: ignorância, preconceito e preguiça intelectual.
IGNORÂNCIA
Bolsonaro parece convicto de que a alimentação japonesa se resume a peixe cru.
Senhor Presidente, os japoneses também comem peixe frito. Inclusive, se o senhor demonstrasse algum interesse, poderia ter pedido dicas de algum restaurante especializado em aji furai. Há muitos deles em Tóquio –nunca fui ao Japão, mas sei usar o Google.
Aliás, no Japão também se comem peixe grelhado, peixe cozido e peixe em conservas de vários tipos. Não tem lambari do rio Ribeira do Iguape, é uma pena.
Por incrível que possa parecer, a alimentação nipônica não se restringe ao peixe e ao arroz. Tem carne, frango frito, curry, um monte de legumes, tudo o que se possa imaginar. Os japoneses adoram carne de porco, frita (tonkatsu), ensopada (buta no kakuni), no recheio de guioza, no lámen.
Por falar em lámen, é uma sopinha de macarrão que virou moda mundial. Tem até na Barra da Tijuca, acredita?
PRECONCEITO
O presidente estufa o peito para declarar a jornalistas que vai comer hambúrguer porque não gosta de peixe cru.
Ele parece tomar a própria restrição alimentar como um traço positivo de sua conduta. Sem essa selvageria de comer peixe cru, pelo amor de Deus.
Não é a primeira vez que Bolsonaro trata os orientais de forma ultrajante.
Ao “confraternizar” com um asiático que não falava português, o presidente aproximou o indicador do polegar e gracejou: “pequenininho”. Ele disse a quem quisesse ouvir que japonês tem pau pequeno.
Quando foi anunciar sua turnê ao Oriente, Bolsonaro, aos risos, esticou os olhos com os dedos e disse que assim se misturaria à multidão. A mensagem: “japonês é tudo igual”.
É esse o homem que diz querer estreitar relações com o Japão em uma viagem oficial.
PREGUIÇA
Jair Messias Bolsonaro é aparentemente imune a estímulos externos que o levem a explorar e buscar conhecimento.
O sujeito está em Tóquio, com seus letreiros indecifráveis, uma miríade de imagens, cheiros e sons desconhecidos e um mar de pessoas que se vestem e se comportam de modo muito diferente do brasileiro. O paraíso de um curioso. Cada portinha esconde uma surpresa. Cada restaurante, uma delícia.
O que ele faz?
Vai comer hambúrguer, pois não dá conta de armazenar informação nova. Na sua preguiça, se refugia no que lhe é familiar. Além de bajular o bufão-mor Donald Trump, é claro.
Sem falar que alguém da idade do Messias já deveria ter aprendido a comer sushi socialmente. Principalmente quando se é um chefe de estado que viaja ao Japão. Mas ele não gosta e não arreda mão disso. Com tal postura, dá para entender os filhos que o homem tem, Talquei!

terça-feira, 22 de outubro de 2019

MUDEI MINHA NATURALIDADE




Hoje estou abrindo mão da minha naturalidade pois o estado em que nasci, como todo o Sudeste votou maciçamente em um fascista para presidente, e em outro para governador resolvi de livre e espontânea vontade, conscientemente, assumir a naturalidade nordestina, cujo povo maravilhoso provou para o meu país que é formado por uma gente simples e inteligente que sabe votar.
Assim, em nome da Democracia, do Estado de Direito e da Justiça Social, a partir de hoje me declaro Nordestino, filho de uma terra que transborda força e dignidade, e que tem na solidariedade o seu modo de existir.
Um povo de palavra, trabalhador e honesto, que mantém as portas de sua casa sempre abertas para quem de boa vontade quiser chegar.
Sou nordestino  mesmo sem sotaque.
Sou nordestino, e é a partir do Nordeste que a resistência ao fascismo vai vingar...

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Traição o tempo todo.




    O incêndio não foi só na amazônia e centro oeste mas também entre os golpistas que estão no poder.
    Não há unidade nos assaltos!!!
    Bandidos costumam praticar a traição o tempo todo.
    Como ratos quando estão acuados ficam violentos. Abrem sua enorme boca e mostram os dentes uns para os outros. Foi o único ensinamento que receberam e nada há mais em suas ideias. Praticam o egoísmo diariamente. Envergonham qualquer formiga. Ou os cupins e as abelhas. São uma matilha que ainda não conseguimos definir com todos os detalhes sórdidos e truculentos.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

A PRIMEIRA VEZ QUE VI O MAR



Tenho saudade do mar. Tenho saudade da primeira impressão que tive diante do mar.Vim descalço de sonhos. Ela era o que eu tinha, quando nem vida tinha para contar história. Então, eu inventava.
A dor, eu não inventei. A primeira paixão foi cruel. Temia que acabasse. Acabou.  Chorei um choro tão doído e tão constante que aprendi a mentir tristezas. E, nelas, ia acreditando. Não queria que soubessem. Eu fui trocado e isso era fato.  Rascunhava na minha mente as minhas imperfeições. Ele devia ser melhor, se não, ela estaria comigo.
Foi assim que parti e fui para uma cidade em que ninguém me conhecia. E continuei inventando histórias. E, inventando histórias, fui sendo amado. Falei de uma viuvez precoce. “Minha mulher morreu em um dia de junho. Fazia frio e ela não acordou abraçada a uma foto minha. Uma doença súbita me trouxe o luto. E, por isso, parti.” Quando perguntavam de documentos de casamento, eu explicava que havia me despedido de tudo que lembrava aquele dia. Mudei um pouco a história para nos dizer noivos. Assim, não teria que mostrar documento. Acreditei tanto que não fui trocado que acalmei a saudade.
Encontrei outra mulher.  Repeti alguns erros, talvez. O medo de um novo abandono me fez um criador de vitórias. Apenas isso. E se foi. E se foi dizendo que eu era melhor do que as minhas invencionices.  Pedi que eu coubesse em um abraço seu. Apenas isso.  Me lembrei de minha avó que, um dia, se chateou comigo. Contei  que havia ganho um prêmio de poesia. E ela soube que nem concurso houvera. E não me abraçou.
Depois fui ver o mar. Um dia, me contaram que é tudo como as águas que vêm e que vão. Que as pegadas vão se despedindo uma a uma. As belas e as estranhas. Então, é preciso esperar. Nem sei bem se me contaram isso. Não quero mais fantasiar. No carnaval, certa vez, me fantasiei de feliz. Não. Aqui estou eu mentindo. Nem sei se existe essa fantasia. Se existisse, ia querer que fosse carnaval todo dia. Mas não é.
Era bom ir à praia. Era bom ver o quanto ela brincava com as espumas. E o quanto me beijava sem perguntas. Dos nossos sentimentos, vieram nossos filhos. Vez ou outra, me pegava dizendo que vivi o que não vivi.
Não sou um mentiroso. Sei disso. Gosto de florescer as histórias. Apenas isso. Ela percebia e dizia nada. Apenas me amava. Depois de tantos banhos de mar, ela se foi. De uma dessas doenças que ainda não conseguimos vencer. E eu fiquei. Choramos juntos entre túmulos e vidas. Havia os nossos filhos para dar alicerces. E alguma pouca juventude.
Depois dela, não mais fui ao mar. Era como se aquele lugar fosse para viver junto. Seus pulos cheios de gracejos. Seu mexer de braços. Seu correr sorrindo de volta para a areia, enquanto eu fazia castelos imaginários com as crianças.
As crianças não mais são crianças. Ela não mais virá correndo. E eu já não tenho vocação para construir castelo algum. Sobrou em mim um casebre de tempo. Ruindo a cada dia.
Estou em um hospital, me recuperando de um corte. Abriram. Tiraram alguma coisa. E fecharam. Dizem que estou bem. Que tudo deu certo. Não sei se é verdade ou não. A verdade é que tenho saudade do mar. Algumas pessoas dizem que, na morte, alguém que amamos vem nos buscar e nos conduzir para que tenhamos segurança. Fico imaginando ela saindo das águas do mar e me estendendo as mãos e me chamando para um banho eterno de amor.
Se eu quiser me lembrar das outras que partiram, consigo, mas tenho que me esforçar muito. Talvez me lembre mais da dor que senti quando elas partiram. É assim que é. Um dia, varremos as lembranças que não fazem falta e nos ocupamos de organizar os espaços que, na alma, se chamam gratidão. E senti que o amor só é amor quando não exige perfeições.
Nas lembranças de gratidão, vejo o sorriso dela admirando as minhas histórias e gostando de estar ali, comigo. Não sei se dei a ela tudo o que eu deveria ter dado. Não sei se agradeci o necessário. Éramos, um para o outro, o bastante. E foi assim que pegamos ondas, que ralamos no raso, algumas vezes, que enfrentamos profundidades. Juntos.
Quando sair daqui, quero ver o mar mais uma vez. E, se possível, entrar na água e chorar o quanto eu aguentar. E, depois, estar pronto para o que tiver que acontecer. Não. Não estou triste. Estou apenas nadando em memórias verdadeiras. E sorrindo acompanhado.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

O problema é que ele não tá tomando sozinho.



O que os EUA tá fazendo com Bolsonaro é caso de Direitos Humanos, e o Psol, o PT ou Marcelo Freixo não estão fazendo nada!
É sério. Eu o considero um dos seres mais desprezível da Terra. Mas tá dando pena do capitão bunda suja.
O cara tá fazendo de tudo. Já cedeu a base de Alcântara ao Tio Sam, isentou os estadunidenses de visto, ofereceu a Amazônia ao Trump e até tiete da Disney se declarou. Mas, mesmo assim, Nova Iorque se recusou a homenageá-lo, o prefeito nova-iorquino disse que ele não passa de um cuzão e agora o Trump, um de seus maiores ídolos, não cumpriu a promessa de permitir a entrada do Brasil na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
E o mais tragicômico disso é que Bolsonaro abriu mão do status de Tratamento Especial e Diferenciado do Brasil perante à Organização Mundial do Comércio (OMC) em troca do apoio dos EUA à entrada do Brasil na OCDE e o Trump inclusive elogiou a atitude, mas, obviamente, sem cumprir sua parte.
Tadinho do Bolsotário, digo, Bolsonaro. Até agora a única coisa que conseguiu dos EUA foi uma camisa da seleção estadunidense com o número 19 estampado. Ou seja, com o número errado ainda.
Isso é flagelo moral, humilhação, desonra, esculhambação. É pior que agressão física, tapa na cara, chute no saco. Mas, pensando bem, um submisso ao imperialismo que presta continência, lambe bota, baba ovo, se ajoelha e fica de quatro tá pedindo pra tomar.


O problema é que ele não tá tomando sozinho.

domingo, 29 de setembro de 2019

JANELA (Televisão)



Gosto da janela da minha sala, porque nela tenho o mundo. O bairro foi crescendo e já não sei de todas as vidas. As que conheço, contemplo. As outras, imagino. Não, não tenho vocação para mexericar. Falo pouco dos outros, mas gosto de ver. E, quando vejo, percebo um mundo que é maior. 
Vi, há pouco, o choro doído de uma mãe voltando da última despedida de uma filha atingida por uma bala perdida. Vi jovens despreparados para o amor se machucando com gritos de ódio. Lamento todo ódio que há no mundo.
Quisera eu ter o poder de curar destinos. Não estou falando de mim. Falo da mãe que perdeu a filha. Sei hierarquizar a dor. . Quando percebi, lá se foram as horas.
Da janela, vejo a pressa e a calmaria. Vejo as grosserias e a gentileza. Fotografo em mim as cenas belas. É com elas que gosto de sonhar.
Jânio tem mais de 90 anos e leva sua mulher em uma cadeira de rodas para se alimentar de sol e para ver o dia. Sempre me comovo. Despistaram os estranhamentos e permaneceram juntos.
Silvia leva o filho que não pode ver para o jogo de futebol. E narra o que acontece. E o abraça em caso de vitória ou de derrota. Daqui, só vejo a ida e a volta. O resto, me dizem ou eu imagino.
Tenho uma vizinha que,, também não pode ver. Mas que, como eu, gosta da janela.
Cortinas fechadas são um convite para o fim. Tenho, ainda, muita vida em mim que me faz gostar do belo e rezar para que o feio não incomode tanto a luz da primavera. O feio é o grito de ódio e o espancamento da alma. É o arrogante e o que mente. É o que tem inveja da alegria.
Do meu jeito, no meu tempo, com as minhas cicatrizes, eu vivo a alegria. Gosto das flores, porque penso nas gentes. Nascemos para florescer.
Ainda nem era primavera quando Ághata se foi. Tristes vidas que se cruzam nos discursos dos feios. E que, prematuramente, se despedem. A morte é pequena demais para terminar um amor tão grande.
Ouço dizeres desanimados. E compreendo. Mas como tenho, por passa tempo, ver o mundo, sei que os dias se sucedem e que os que causam desnecessária dor partirão. É a minha esperança.
Termino sorrindo para que amanhã eu possa prosseguir!

A beleza é indestrutível.




É preciso calma e serenidade mas firmeza também diante do psicopata social. O fascismo tem fascínio pela agressividade desmedida, pelo xingamento gratuito, pelo desaforo vulgar. Intentam assim, os fascistas, nos atrair para a incivilidade; pois é apenas lá, numa terra sem lei, que eles tem chance de vitória. A barbarie é o habitat natural do fascista.
Um dos motores do fascismo é o desejo de poder e ascensão social daqueles que se sentiam excluídos do protagonismo do mundo. Uns lá estavam injustamente, por deslealdade do nosso modelo econômico. Outros, por sua pequenez pessoal. Por aqueles, podemos ter alguma empatia; por estes, apenas piedade e cuidado pois eles são muito perigosos. São capacho do poder.
Prossegue o plano de instalar um regime teocrático no Brasil. Essas agressões a tudo o que é belo faz parte do plano. Mas a beleza é indestrutível.