terça-feira, 28 de maio de 2019

LEMBRANÇAS



Faz tempo que aconteceu. Mas até mesmo o tempo fica, quando o que fica nos faz bem.
Faz bem lembrar, revisitar o que fiz de bem. E o que ficou por fazer. Longe de mim a miragem da perfeição. O barro de que sou feito tem saliências, tem quebraduras, tem remendos. Mas está em pé, como deve ser. E caminha. Sempre caminhou.
Os nomes e apelidos estavam em nós. E os cumprimentos. E os encontros. Um bar ali onde exercitávamos a habilidade com as palavras e com o violão, uma feira com o vendedor de pastel, uma partida de futebol.
Havia um beco que guardava mistérios. Não sei por que me lembrei disso agora. Diziam que os mortos se encontravam ali. Eu, que nunca gostei de cemitério, evitava o beco.
Outras cidades e histórias surgiram na minha vida, naturalmente.
Sou respeitador do tempo e amigo das calmarias. Elas chegam, é só ter paciência.
Mudei-me para várias  cidades e voltei.  Em mim, permanecem várias histórias, que ainda me comovem. Lembro-me dos erros, certamente. E tento aprender. Mas o que emociona são histórias que a minha história ajudou a fazer.
Os segredos são importantes. Há muita pressa em revelações. Nunca disse segredos de outros a ninguém. Guardo o ensinamento. Aumentar a dor não é meu ofício. Nunca.
Nasci para os alívios, por isso gosto de envelhecer.
O passado não me atormenta e o futuro ainda existe.

sexta-feira, 24 de maio de 2019

O DEVER FUNDAMENTAL À TERNURA




Diante de um discurso de ódio, é preciso falar com ternura para tocar o coração das pessoas.
Resgatar o sentimento de humanidade,

chamando à compreensão de que a solidariedade é um compromisso ético comum para uma existência humana feliz em um mundo de paz.
Mostrar que a dignidade é aquilo que pode sustentar os nossos sonhos de uma vida sempre melhor.
Saber que o trabalho tem um valor social intrínseco a ele, e que o salário não pode garantir apenas a nossa subsistência.
Afirmar os direitos humanos como uma convicção civilizatória, e a tolerância como uma forma de reconhecimento do outro, na perspectiva, não somente simbólica, de que o outro somos nós e nós somos o outro.
Reconhecer, com mais consciência e respeito,  as nossas próprias deficiências, tendo a certeza de que é possível superar todas elas.
Fazer da leitura um hábito, e do sorriso um caminho para o acolhimento.
Somos brasileiros e somos também seres do mundo, e o planeta Terra é a nossa morada. Por isso, preservar a natureza é um dever de todos nós.
Defender a liberdade é uma necessidade democrática, assim como defender a igualdade é necessária ao bem estar de toda a coletividade.
Somos a razão sensível apta a assegurar a inclusão social de todos, a sensata razão capaz de  encantar o projeto emancipatório.
Rudah, o medo de lutar é  o medo ter que escolher o caminho a direção, esperando que façam por nós o que é nosso dever, somos, assim,  o amor em movimento, e temos a utopia e os bons sentimentos como companheiras de nossa luta.


LULA LIVRE!

quinta-feira, 23 de maio de 2019

É PRECISO DESPERTAR





Rudah, é  preciso ter coragem pra lutar,
é preciso ter consciência, é  preciso pensar.
É  preciso ter atenção,é preciso sonhar, é preciso viver as estações.
Rudah, é preciso ter humanidade, é preciso respeitar o outro, é preciso amar,é  preciso exercitar a tolerância, é preciso reconhecer o outro, é preciso não se subjugar.
Rudah, é preciso conter certos impulsos, é preciso saber observar, é preciso se indignar, é preciso ter espírito revolucionário, é  preciso superar obstáculos,  é preciso se libertar.
Rudah, é preciso não se esconder, é  preciso não se omitir, e preciso desafiar.
Rudah, é preciso ter um coração aberto,é preciso responsabilidade, é  preciso se afirmar.
Rudah,é  preciso conhecer os caminhos, é preciso planejamento, é preciso estudar, é preciso abraçar a igualdade, é preciso solidariedade, é preciso cuidar.
Rudah, é  preciso saber fazer escolhas,  é preciso olhar com mais ternura.

É preciso despertar Rudah.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

H O M I L I A 2




Entre lágrimas e risos vi o meu país  se arriscar na aventura da truculência e da insensibilidade humana.
Vi a esperança posta na lama, sob a euforia insana de uma gente que perdeu a razão.
Vi a classe média iludida, sem se ligar que será oprimida por um neoliberalismo que só produz desigualdades e amplia a riqueza dos já milionários.
Vi a ignorância estampada no rosto feliz de muita gente.
Os nazistas e fascistas sempre foram muito felizes.
Vi a angústia da liberdade, a transparência obscurecida, a moralidade cínica ganhar terreno.
Vi o fim da estrada dos direitos sociais já conquistados, a dignidade posta em pedaços e os direitos humanos apedrejados abraçados democracia.
Entre lágrimas e risos, entre tristezas e alegrias, entre luz e escuridão, vem à minha mente aquilo que alguém ousou um dia falar: 


"perdoa, Pai, pois eles não sabem o que fazem".

sábado, 18 de maio de 2019

Meu coração



Meu coração reclama na certeza de que o sonho vai superar o pesadelo que estamos vivendo.
Meu coração se aquece na força que vem das ruas, nos  brasileiros tomando posição.
Há uma consciência se formando, compreendendo que se esforçam na manipulação.
Há muitos olhos se abrindo, reconhecendo o erro na eleição.
O meu coração se anima, vendo começar os sinais de ebulição.
Mexeu com a Educação, mexeu com o povo, é  um patrimônio nosso que não abrimos mão.
Meu coração começa a ser orgulhar batendo com euforia na inevitável revolução.
Se alguém duvida do poder que temos, surpresa virá na contramão.
Meu coração se alinha à humanidade que está em nós e nos empurra pra linha de frente da  luta...
Pra causa que defendemos.
Pelo amor e por amor!

Por que Rudah, o sangue que corre pelas suas veias, é o meu coração que bombeia, e se hoje faz escuro, meu coração se transformará em lua cheia que na noite mais escura, clareia!

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Evidente/mente,




Escrevo nessa página branca, espaço de verdade que me resta. Transcrevo o arroubo, a esperança, e onde cedo ou tarde depositarei meu medo e espanto.
Pará tanta mentira só mesmo um poema explosivo-conotativo
onde o advérbio e o adjetivo não mentem ao substantivo e a rima rebenta a frase numa explosão só.
Para tanta mentira, verdade.
E a mentira repulsiva se não explode pra fora pra dentro explodirá...



implosiva!

sábado, 4 de maio de 2019

M E N T E M





Evidente/mente, crer nos que me mentem, uma flor nasceu em Hiroshima e em Auschwitz havia um circo permanente.
Mentem. Mentem caricatural - mente.
Mentem como a careca mente ao pente, mentem como a dentadura mente ao dente, mentem como a carroça à besta em frente, mentem como a doença ao doente, mentem clara/mente
como o espelho transparente.
Mentem deslavadamente, como nenhuma lavadeira mente
ao ver a nódoa sobre o linho. Mentem com a cara limpa e nas mãos o sangue quente. Mentem ardente/mente como um doente em seus instantes de febre. Mentem fabulosa/mente como o caçador que quer passar gato por lebre. E nessa trilha de mentiras a caça é que caça o caçador com a armadilha. E assim cada qual mente industrial?mente,
mente partidária?mente,
mente incivil?mente,
mente tropical?mente,
mente incontinente?mente, mente hereditária?mente,mente, mente, mente. E de tanto mentir tão brava/mente constroem um país de mentira
                                       —diária/mente.