sábado, 22 de dezembro de 2012

EM COMA‏

Quero escrever, mas minhas mãos já não se movem. Tenho a mente vazia de inspirações. Já não psicografo minhas próprias mensagens ocultas. Já não entendo nada. E nada; é tudo. Vazio. Cru. Interminável.

Há uma linha invisível prendendo meus punhos à cama. Não consigo levantar. Os olhos não abrem. A paisagem é nuvem cinza de tempestade violenta. Formigueiro de sentimentos consumindo o açúcar do algodão que já não é doce e está sujo demais para limpar feridas. Os remédios estão sempre na cabeceira, não há outra maneira de sobreviver.

É que quando as palavras calam surge em mim a vontade chorar. Chorar os pensamentos que sei que estão em algum lugar onde não alcanço. Talvez passem por mim acelerados sem que eu possa capturá-los, pois meus movimentos são lentos, fruto da vida sedentária que levei...

Só me saem lágrimas secas e invisíveis. O que guardo é mais salgado. Mais profundo. Mais doloroso. O que guardo e já não quero guardar, mas não tem jeito. O que guardo sou eu protegido por uma cápsula de gelatina bamba em cima de uma mesa torta.

Devolvam a minha inocência porque já não suporto saber que alguns sonhos são irrealizáveis. E já não suporto esse ceticismo e essa armadura que eu vesti. Pesa muito, estou cansado.

Queria ser formiga, carregar nas costas um mundo de soluções, mas estou preso à minha natureza humana: frágil.

Não quero sentir tanto, sinto muito, e não sentir, doi, mas sinto!



terça-feira, 11 de dezembro de 2012

QUE 2013 SEJA SIMPLES!

As coisas podiam ser mais simples.Sem medo,sem acontecimentos inesperados, sem narrações tensas quando só queremos um pouco de música suave.Poderiam não nos perturbar e,em troca, nós não perturbaríamos também.


Não diríamos coisas negativas,não entraríamos nas pilhas erradas.

Não nos emp...teceriamos diante da fila do Into, e não ouviríamos frases idiotas dos apresentadores das T.Vs. como “o pior é que as pessoas na fila têm problemas de locomoção” se é por isso que elas estão lá. Se as coisas fossem simples, dormir pelo menos dez horas por dia aliviaria as dores, como disse um estudo divulgado na semana passada.

As coisas podiam ser mais simples. Não haveria mal-entendidos, não fingiríamos frieza.

Abraçaríamos querendo abraçar, sorriríamos querendo sorrir, desprezaríamos querendo desprezar. As flores enfeitariam as casas sem que precisássemos tirá-las da natureza.

As de plástico também não destruiriam a natureza e levariam menos anos para se decompor.Se as coisas fossem mais simples, a gente teria direito a fazer piada e ser malvado uma vez, e todos entenderiam os nossos deboches, e saberiam que foi só uma ironia.

Beberíamos e fumaríamos mais para ficarmos bem,não nos feriríamos com o que dá errado,

Não interpretaríamos mal o que o outro disse. Demonstraríamos as bondade quando quiséssemos ser bons;e a verdade quando quiséssemos ser verdadeiros. Contaríamos mais histórias.

Álcool faria tão bem quanto água.

As coisas poderiam ser mais simples. Os anos passariam e tudo iria clareando, e não só os nossos pelos, os caminhos iriam se abrindo, nós seríamos de massinha e iríamos nos moldando. E não o contrário,


                                                                pois endurecer dói.



QUE 2013 SEJA SIMPLES!