domingo, 26 de março de 2023

Passar não sei.

 



Passar não sei.

Bate na porta o tempo

Sem argumento

Me calo

Ele passa.

Passar não sei.


Num dia azul,

De verão 

Sinto o vento 

Bater em meu rosto

Meu coração 

Diz: somos iguais

O tempo sabe passar 

Eu? Não sei


O tempo 

               gira

O vento 

              sussurra

Apaga 

              caminhos

Amores 

             terminam sozinhos 




Paixões? 

               Em mim Liberto

Amores? 

               Em mim Desperto



Ela diz que sou

Uma eterna criança 

Que não soube amadurecer


Eu sei

          Ela vai saber

Que não consegui 

          Dela esquecer.

quarta-feira, 22 de março de 2023

PENSAMENTO VOA

 



PENSAMENTO VOA


Tenho a impressão que às vezes não conseguirei escrever. As ideias fluem outras vezes e batem, criam um colapso na minha cabeça. Tenho vontade de colocar tudo no papel, ou na tela do computador, não importa o local, a hora, o dia, a noite. Até que importa. Sinto que à noite ela vem de um modo inesperado e prepotente. Com uns copos de cerveja, e de alguns cigarros as vezes, há mais ideias. Desperdiçadas quase sempre, mas há! Não sei bem a que modo, nem a que tempo devo escrever. Gosto das coisas abstratas e ao mesmo tempo das coisas concretas. Gosto das coisas vãs e das ideias que me fazem acreditar em um sentimentalismo puro. Gosto do saudosismo. Eu gosto do tempo. Ao mesmo tempo em que me prendo ao passado, me acorrento ao futuro e esqueço o meu presente. Sempre vejo que este tempo está sempre persistente em minha memória. Caminho por lugares extremos, por situações mais dispersas ainda. Haverá um tempo onde eu poderei me encontrar. Haverá de ter você comigo. Neste tempo saudarei o passado brindando o presente e presenciando o futuro. Tenho saudade dos tempos que visito e tenho também  dos tempos em que tenho saudade. Persisto sempre no mesmo lugar. Nesse tempo encontrarei seu sorriso, cruzarei com seu olhar. Não possuo também a sapiência de saber como estará as ideias na minha cabeça naquele momento. Acho que nele estarei sentindo saudade deste seu riso de agora.


Agora da janela do lugar onde estou, passa a vida. Passa a árvore que esconde o canto de um passarinho. Não passa o bom senso, nem as coisas fúteis. Não passa o passado, só passa o futuro. No lugar onde estou, vejo pela janela o sol e há dias não vejo a chuva. Há dias em que o ar está seco. Há dias o mar está só. Sim, porque na janela onde eu vejo o mar, não há barcos nem pescadores. Só há um peixe lá no meio entre o Continente e a Ilha. Eu ando pelo mundo da janela do lugar onde estou. Vejo as palhaçadas das crianças, vejo o sorriso de um palhaço, vejo a alegria de meu cachorro quando chego. Vejo a alegria, a tristeza e a preocupação dos mais comuns e estranhos seres. Ouço a música que me faz ter inspiração. Sinto o seu cheiro que me traz calma e também inspiração. Imagino a árvore conversando com o pássaro, e os dois contando os casos sobre a vida das pedras. Isso me faz lembrar, olhando pela janela do lugar onde eu est ou, de um tempo futuro que ainda não tivemos. O som que o vento faz as folhas da árvore cantarem, me interessam até o ponto de me levar pra lugares mais distantes. O lugar onde nossas almas ocuparão um só corpo. 


É. No lugar onde estou, há uma janela que passa a vida.

quinta-feira, 16 de março de 2023

Amanhecer

 


Cheguei pra te ver acordar,

Cheguei antes do sol,

Abri a porta e antes de entrar,

Vi minha vida toda.


O que é possível falar,

Que sirva pra nós,

Palavras de bens, desejos de paz,

Fragrimentos de luz,


Os temporais,

O azul do céu de abril,

Bem além do mau,

Ver coisas que ninguém viu,


A terra voltando a rodar,

Esférica em torno do sol.

Em cima dela,

Tudo vale,

De mãos dadas,

Na estrada,

Pra fazer

O sonho acontecer.




Passou dias, anos,

Tempo demais,

Você olhou

Sorrindo pra mim,

Acenou com um sorriso de paz,

Agora não consigo parar.


Agorá que já clareou 

Se você quiser,

Podemos transformar,

Riachos em braços de mar.


Iremos encontrar,

Onde nasce, 

O que se quer,

Perceber o coração 

Bater forte,

Meus olhos sorrirem ao te ver.

sexta-feira, 10 de março de 2023

Eu sonego sim!

A historia das joias, a cada dia ganha mais personagens, não tem nada de novo  em relação a Jair Bolsonaro e cúmplices, família incluída. Também não é surpresa que Flávio Bolsonaro, em investigações ainda longe de ser concluídas, diga que os objetos dados ao pai e à madrasta pela família real saudita eram itens “personalíssimos”, independentemente do valor. Para os Bolsonaros, a política sempre foi um meio personalíssimo de crescimento financeiro. O que espanta são as desculpas. E que elas continuem “colando” com setores do eleitorado, ainda que esse com suas aberrações cognitivas aceitam qualquer fala vinda de Jair, o fujão, e filhos.

O caso da Val do Açaí, (funcionária da casa de veraneio de Bolsonaro em Angra, era funcionária fantasma em seu gabinete; o auxílio-moradia que o então deputado Jair recebia tendo apartamento em Brasília; as “rachadinhas” com dezenas de familiares-fantasmas em todos os gabinetes da família; os cheques de Queiroz na conta de Michelle; a mansão de Flávio e a de Cristina, ex-mulher de Bolsonaro... São inúmeros os casos de apropriação “personalíssima” de dinheiro público pelos Bolsonaro, sempre com as explicações mais esdrúxulas possíveis, uma boa dose de vitimização e altas doses de imbecilidade por parte daqueles que, ignorando a realidade, ainda enchem a boca para dizer que, vejam só, o agora ex-presidente pode ter os defeitos que for, mas não é corrupto. Um caso de dissociação da realidade.

Bolsonaro encontra laranjas em quem despejar a culpa quando flagrado. Já foi o Queiroz, já foi a Val, já foram as ex-mulheres de Jair e, agora, periga sobrar para o MILITAR Bento Albuquerque, que aceitou, indica, servir de “avião, de mula” da muamba das Arábias para o chefe e a mulher. 

Em nome de que um almirante Bento Albuquerque — demitido por não atender às exigências eleitoreiras de Bolsonaro de meter a mão grande na Petrobras e ditar a política de preços dos combustíveis às vésperas da eleição — poderia estar disposto a se queimar (ainda mais) para proteger o casal? É espantoso.

Como o telhado da política-patrimonial da família Bolsonaro é de vidro não temperado, outro componente pela qual eles prosperaram até aqui é controlar os responsáveis pela fiscalização e tapar a luz do sol com omissão de dados, como os decretos de sigilo de cem anos e afins.

Como ele disse antes de ser eleito presidente: Eu sonego sim! Sinto muito, gado, você não foi enganado!!!!!

ANTIGA CARTA

 


O amanhecer de hoje foi diferente dos demais, mas foi igual a de um dia. Meu humor que tanto oscila mais uma vez me surpreende. Enquanto escrevo, choro, porque quando choro, escrevo. Saiba que é a primeira vez que escrevo o que sinto para alguém. Sim, alguém, porque nunca te vi, mas te lembro, nunca te toquei, mas te sinto. E nessa hora da manhã, tudo que tenho é a tua voz, (que nunca ouvi) o teu sotaque que deduzo, a minha pretensão. Sei que é pouco tempo e o pessimismo que à você compete vai chatear tua consciência, mas apenas imagine. É pouco tempo e de poucos dias, você, é a última coisa que penso antes de dormir e a primeira ao acordar. Porém já me apareceu durante o sono não é. E aí que se confunde. Perceba que percebi que sonho acordado. Queria fala uma vez que você era tudo que queria, só hoje. E tão somente hoje é tudo o que não tenho. O que sobrou do meu amanhecer não mais tão sozinho, porque te vejo aqui dentro, foi uma gostosa confusão, o vislumbre, o meu sonho. É estranho como tudo é tão normal. É diferente como tudo é tão igual. Somos loucos e sou um eterno apaixonado. Pedi à você que não me deixasse e logo hoje ouvi a real possibilidade. Por que será? Ainda sonho? Porque talvez não seja o único. Sonho meu. Sonho teu. Nosso sono. Nosso amanhecer. Que ninguém pelo menos nunca tire isso de mim.

quarta-feira, 8 de março de 2023

O dia

 


Sempre começo assim, uma leitura seja ela qual for, nada de vida dura sem grande esforço, alguma coisa que me cause torpor, uma xícara de café, uma corrente na perna, a âncora é meu pé, um abuso que não me deixa. mas não é queixa e, no desenrolar do dia, qualquer coisa que me conforte traz alegria, andar de chinelo com calça larga, música é bom para o ouvido, nem faço a barba, viver nesse mundo de fantasia e me faz ser como sou, o de costume, o de nem tanto falar logo contigo, ficar no meu canto.


Respirar meu novo ar, até que apareça alguma coisa e me tire daqui, daí invento uma desculpa e volto pra ti, seguir seguindo, levar levando e sendo levado, a arte de saber amar a vida nova com quem estar selado, já passam das duas e só vou dormir às quatro.


Um velho preguiçoso desperdiçado, deitar pensando no outro dia vai ser diferente e do mesmo modo continua a sintonia, que venha o próximo, depois e depois como você afirma:


Entre a boa noite e o bom dia, fazer encontro de dois.



sexta-feira, 3 de março de 2023

VENCEREMOS.

 A democracia resistiu ao golpe de Estado tentado nos primeiros dias de janeiro, mas o Brasil segue em disputa. Futuro e passado, dignidade e brutalidade, direitos e opressão, igualdade e supremacia em praça pública no ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos faz 75 anos, em que o pontapé inicial da redemocratização, a emenda Dante de Oliveira por eleições diretas, completa quatro décadas. 

Na mesma semana em que o terceiro governo Lula relançou o Bolsa Família, uma entidade empresarial de Bento Gonçalves (RS) publicou pública nota que relaciona falta de mão de obra qualificada à política pública de transferência de renda para erradicação da extrema pobreza. Dias atrás, um vereador de Caxias do Sul desqualificou trabalhadores baianos, 214 ao todo, escravizados no estado, sugerindo à contratação de argentinos. Sandro Fantinel, espero que perca o mandato, provou que o imaginário nacional segue refém de uma História que valoriza a mão de obra estrangeira branca, enquanto ignora ou despreza as mãos negras que ergueram o país, sob chibatadas, trabalho forçado, sem políticas de reparação nem inclusão social no pós-abolição.

Venceremos!


quinta-feira, 2 de março de 2023

Interioridade.





Ah esse silêncio...eu converso comigo mesmo...distorcendo a realidade faço uma ponte daqui até onde mora minha vontade.


Falo alto aqui e em qualquer lugar mas você só escuta esse silêncio. (sinto falta de conversar com você)


Entrego ao passado a vaidade, e eu aqui impresso,  desatento.


E quando lembro que do silêncio ao grito ela expressa só coragem, crio do imaginário um mito não é lenda sentir saudade.


Ah o silêncio que fala, como o perfume que exala, marca a gente como o corpo, a bala.

Escutei com o coração, o que não foi dito com palavras.

Disse com os olhos, o que com palavras não bastariam...e rimos com nossas cumplicidades!



Interioridade.