quarta-feira, 22 de março de 2023

PENSAMENTO VOA

 



PENSAMENTO VOA


Tenho a impressão que às vezes não conseguirei escrever. As ideias fluem outras vezes e batem, criam um colapso na minha cabeça. Tenho vontade de colocar tudo no papel, ou na tela do computador, não importa o local, a hora, o dia, a noite. Até que importa. Sinto que à noite ela vem de um modo inesperado e prepotente. Com uns copos de cerveja, e de alguns cigarros as vezes, há mais ideias. Desperdiçadas quase sempre, mas há! Não sei bem a que modo, nem a que tempo devo escrever. Gosto das coisas abstratas e ao mesmo tempo das coisas concretas. Gosto das coisas vãs e das ideias que me fazem acreditar em um sentimentalismo puro. Gosto do saudosismo. Eu gosto do tempo. Ao mesmo tempo em que me prendo ao passado, me acorrento ao futuro e esqueço o meu presente. Sempre vejo que este tempo está sempre persistente em minha memória. Caminho por lugares extremos, por situações mais dispersas ainda. Haverá um tempo onde eu poderei me encontrar. Haverá de ter você comigo. Neste tempo saudarei o passado brindando o presente e presenciando o futuro. Tenho saudade dos tempos que visito e tenho também  dos tempos em que tenho saudade. Persisto sempre no mesmo lugar. Nesse tempo encontrarei seu sorriso, cruzarei com seu olhar. Não possuo também a sapiência de saber como estará as ideias na minha cabeça naquele momento. Acho que nele estarei sentindo saudade deste seu riso de agora.


Agora da janela do lugar onde estou, passa a vida. Passa a árvore que esconde o canto de um passarinho. Não passa o bom senso, nem as coisas fúteis. Não passa o passado, só passa o futuro. No lugar onde estou, vejo pela janela o sol e há dias não vejo a chuva. Há dias em que o ar está seco. Há dias o mar está só. Sim, porque na janela onde eu vejo o mar, não há barcos nem pescadores. Só há um peixe lá no meio entre o Continente e a Ilha. Eu ando pelo mundo da janela do lugar onde estou. Vejo as palhaçadas das crianças, vejo o sorriso de um palhaço, vejo a alegria de meu cachorro quando chego. Vejo a alegria, a tristeza e a preocupação dos mais comuns e estranhos seres. Ouço a música que me faz ter inspiração. Sinto o seu cheiro que me traz calma e também inspiração. Imagino a árvore conversando com o pássaro, e os dois contando os casos sobre a vida das pedras. Isso me faz lembrar, olhando pela janela do lugar onde eu est ou, de um tempo futuro que ainda não tivemos. O som que o vento faz as folhas da árvore cantarem, me interessam até o ponto de me levar pra lugares mais distantes. O lugar onde nossas almas ocuparão um só corpo. 


É. No lugar onde estou, há uma janela que passa a vida.

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