sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

FIM DE ANO

 


FIM DE ANO


Fim de ano é assim:

Fazemos uma retrospectiva de tudo o que vivemos nos últimos doze meses: dificuldades que superamos, problemas ainda não resolvidos, conquistas, derrotas, expectativas. 

 Em geral, alimentamos esperança de tempos melhores, ainda que haja nuvens cinzentas no céu. 

Parece que ficamos mais educados, fraternos e solidários nesta época.

Muitas vezes é a solidão que nos atormenta; outras vezes, a doença; a perda de um ente querido, o desespero de não saber o que virá.

Fim de ano é tempo de festas, de confraternização, de perdão e agradecimento. 

Mas para muitos nada é diferente: a mesma fome, a mesma miséria, o mesmo abandono, o mesmo sofrimento, a mesma dor. Não é fácil ser pobre em lugar nenhum. 

Uma pobreza que pode e precisa ser eliminada, por uma questão de dignidade, justiça e direito. 

Queima de fogos, shows, acidentes, encontros, desencontros, tristezas e alegrias - tudo acontece no fim de ano.

Em alguns lugares chove, em outros faz sol.

Praias lotadas, oferendas para Yemanjá. Talvez seja o período do ano em que mais olhamos para cima e fazemos os nossos pedidos olhando para o céu. 

Euforia e angústia se misturam no mesmo ambiente em que uma multidão se reúne para conversar, dançar, abraçar e desejar votos de felicidade: saúde, proteção e prosperidade.

Mais um ano de vida que se foi e o próximo ano é um mistério. 

Fim de ano eu costumo ficar mais introspectivo e

Reflexivo. Sou assim desde criança. 

Que o Ano Novo nos traga bons ventos de democracia, saúde, liberdade, tolerância, reconhecimento, amor, respeito, trabalho, compaixão, consciência e sensibilidade.

Que o amor se afirme frente as armas, a diversidade se afirme frente o preconceito, a verdade se afirme frente a mentira, a justiça se afirme frente à injusta parcialidade, o reconhecimento se afirme frente a invisibilidade, o direito se afirme frente à barbárie, e o afeto se afirme frente a indiferença. 

Feliz Ano Novo para todos!

Paz, esperança e fé!

E fascismo nunca mais!



A desnecessidade da vacina para criança

 A desnecessidade da vacina para criança


Quando estava imaginando o que é chamado de “novo normal” - o que não sei bem o que é, eis que estamos à beira do velho anormal. Ou será que o “novo normal” é essa volta às angústias sobressaltos?

O número crescente de novos casos de Covid me faz voltar a sentir essa estranha sensação de que estamos, novamente, perto de um colapso. E constato, de forma triste e desanimadora, que o governo fascista instalado continua a brincar com vida e a promover o culto à morte.

Nós que sofremos com o descaso sarcástico desse genocida, no pico da crise sanitária, temos que voltar a viver com a insensatez, com a ignorância e com a arrogância não só em relação a nova cepa, mas também no enfrentamento da ciência expondo a vida das crianças.

A fala do Presidente sobre a desnecessidade da vacina para criança e adolescentes, brincando com vida, é a representação do que ele significa. É bom que prestemos atenção nesse padrão de comportamento. Ele não desafia a ciência por desafiar, ele fala para um público que tem a cara dele. Nada é por acaso.

Foi eleito fazendo apologia à tortura, dizia abertamente que o Coronel Ustra era o seu herói; disse que preferia ter um filho morto do que ter um filho gay; ridicularizou as mulheres, os quilombolas e os negros, e todo  show de horror que choca qualquer pessoa minimamente civilizada. E essa foi e é a postura dele durante a vida a e foi o que mostrou nas eleições passadas.

Não se fez uma campanha tentando mostrar um homem com pensamentos humanitários. Ressaltaram o monstro que ele era e é. Para os milhões de seguidores dele, ou boa parte, esse é o perfil que deve ser seguido e admirado. É esse o recado que ele continua passando para tentar se reeleger. 

O ponto mais forte que ele mentiu, também como tática, foi suas ações no combate à corrupção, dizendo que ele e sua família não eram corruptos, ele desdenhou da realidade e construiu uma ponte com o ex-juiz que corrompeu o sistema de justiça. Sem escrúpulo, sem se corar, bateu no peito e falou o que as pessoas queriam ouvir.

Criticar a corrupção na campanha, mesmo tendo a corrupção como DNA familiar. No caso das rachadinhas,  eles nem acham que estavam usando indevida e criminosamente o dinheiro público. Não fazem  diferença entre o público e o privado. Essa é a essência do grupo que governa o Brasil. E se orgulham disso. Chegaram ao poder, é o que importa para eles.

O que devemos refletir, é sobre esse Brasil que ainda é bolsonarista. E quando falo bolsonarista, incluo também o Moro e terceiras vias. São da mesma orientação, possuem a mesma origem e falta de escrúpulos para atingir o poder. E principalmente para o que fazer com o poder.

Parece claro que uma parte considerável dos brasileiros cansou das barbáries, do descaso e da maneira chula e agressiva do Presidente.  Mas é necessário estar atento. Bolsonaro e Moro e outras vias, representam a mesma proposta.

Um levou a Presidência, com a ajuda do outro, e vestiu o figurino do homem simples e que fala diretamente com o povo. Exagerou na idiotice como estratégia por dois motivos: por acreditar que o brasileiro é mesmo idiota e por ser realmente idiota. Não conseguiu depois tirar a máscara pois ela era a realidade.

O outro agora quer ocupar o lugar daquele que ele ajudou a eleger. É a mesma proposta, só muda o figurino. No imaginário popular, só troca a farda pela toga. Nesse ponto, a “conja” estava certa ao dizer que o marido dela, Moro, e Bolsonaro eram a mesma pessoa. Eles se misturam e se merecem, mas nós não merecemos.



quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

Todos merecem férias (Gente Chata)

 


Não é possível que inominável ainda não entendeu qual a função de ser eleito por um povo…

Sem qualquer tipo de paixão, partidarismos, nada disso,  vamos enfrentar a realidade!

Se estamos com férias programadas, mas algo urgente acontece com nossa sua casa ou família, na hora cancelamos… 

Sim, eu estou falando dele…

Daquele que sai para pescar enquanto um estado do país que ele comanda está debaixo d’água!

Que fique claro que todo mundo tem direito a férias, mas o que revolta, pra citar apenas um caso…

A imagem daquele senhor submerso em Itabuna, na Bahia, salvando somente os seus documentos daquele temporal, machuca demais!

Cansa… Tudo se transforma em uma cortina de fumaça, ainda mais quando é pra apagar aquilo que tá ruim.

Tô  falando de vida, de saúde…

Usar a polêmica da vacinação em crianças, por exemplo, para “cobrir” a tragédia que está no Nordeste é fazer o povo de marionete!

Incrível como agora todo mundo virou uma espécie de especialista, todo mundo dá opinião sobre vacina em criança…

Parece técnico de futebol que só assiste jogo pela televisão!

Mas nesse caso, vamos  tomando....... de 7 a 1 dia após dia.

domingo, 26 de dezembro de 2021

Esse sustenido irregular

 

Tire esse peso do meu peito
Esse pêndulo do seu leito
Esse sustenido irregular


Em meu ouvido 
O zumbido fez morada
Procurando a sua voz


A lágrima
Exerce um peso infinito
Contra a pálpebra inferior


Mas se fecho os olhos te sinto
Se estendo a mão eu mato
Minha sede em teu suor


Na tua saliva




segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Alckimin como vice do Lula ?

 

O que penso do Alckimin como vice do Lula

Lula terá meu voto mesmo que o vice seja o Geraldo Alckimin. Não gosto dele.  Como governador de São Paulo considero seu governo razoável pra péssimo, foi no seu governo que aconteceu uma das desocupações de sem tetos mais violenta da história do país como foi no caso do Pinheirinho. 

Alckimin apoiou o golpe contra a Dilma e fazendo politicagem apoiou a prisão política do Lula. Tudo isso são bons motivos para não gostar do Alckimin. Só que o Brasil vive um cenário é pior que o Alckimin ou mesmo o Temer. Temos o governo Bolsonaro que é produto do ódio político promovido pela radicalização política desse país e da Lava Jato. 

A história são cheias de exemplos de que quando há uma crise do sistema político, em que a social democracia e esquerda de um lado  e a direita liberal do outro, partem para o jogo sujo na política no acusa-acusa de que o outro lado é o diabo encarnado e outro é o poço de virtudes.

 Nesse jogo de acusações, a história mostra que nasce um tirano populista acusando todos de corruptos antistema. Foi assim que Hitler subiu ao poder na Alemanha. A social democracia alemã e os liberais estavam numa forte crise política e dessa crise política elegeu-se o antistema Hitler acusando todos de corruptos. Na Itália os Comunistas estavam numa séria crise política com a Direita Liberal e devido a isso, emergiu o fascismo pelo voto popular com a ascensão de Mussolini que se vendia antistema. Nos EUA, após uma sangrenta luta entre Bernie Sanders e Hilary Clinton nas primárias do partido Democratas, Donald Trump foi eleito derrotando a Hilary fazendo a campanha Eleitoral mais baixa da história dos EUA. Trump também se vendeu contra o sistema. Bolsonaro no Brasil foi eleito por verbalizar a raiva do sistema político que estava em crise mesmo ele sempre ter feito parte do sistema que ele sempre criticou.

A política tem regras escritas mas tem as regras não escritas que devem ser mantidas para o bem da própria política. Então nesse sentido, se queremos desarmar a bomba que é o governo Bolsonaro, a Frente Ampla que devemos construir deve ser feita com quem não concordamos, mas sim com quem discordamos, porém, topando jogar o jogo respeitando as regras escritas e não escritas do sistema político. 

Uma união de forças democratas divergentes e discordante, mas coesa de que o Brasil nesse momento pode se desintegrar se não chutar o Bolsoanaro para a lata do lixo da história, se faz muito necessário. 

E só para encerrar, Mandela ficou 3 décadas preso pelo regime Apartheid e quando saiu da cadeia foi direto para a presidente da África do Sul. Quando presidiu a África do Sul, em nome da integridade do seu país e da pacificação do seu povo, Mandela governou  com muito  dos seus algozes. Por isso politicamente eu compreendo as conversas do Lula com figuras super controversas apoiadoras do golpe em 2016 contra Dilma e de sua prisão em 2018. 

Não sei se teríamos um novo golpe no Brasil com o 3º do Lula. Não sei se o Alckimin seria tão canalha quanto Temer. Não sei como a burguesia diferia um 3º mandato do Lula. Eu sei que a história no Brasil mostra que a regra aqui não é a democracia mas sim o golpe. Só que nesse momento, as pesquisas mostram que em todas as classes sociais ou em diversos crédulos religiosos, há um consenso que o Bolsonaro é o fundo do abismo para o Brasil.

domingo, 19 de dezembro de 2021

ENTÃO É NATAL

 


Tem dias que quando acordo sinto como se continuasse no mundo dos sonhos. Abro os olhos e vejo o que me cerca. Fotos imaginárias antigas, flores, viagens imaginárias, lembranças do que ainda não vivi, saudades de quem não convivi fisicamente. Sei que a fantasia é que nos faz encarar a realidade e as inevitáveis agruras diárias, e essa semana dde Natal, pra mim continua cercada de imaginação, que não perdi junto com a infância,...


Cresci  rodeado de harmonia e na passagem de 24 para 25, mantenho a esperança de que Papai Noel nos traga os nossos melhores pedidos! 


Contraditoriamente a tanta alegria e agradáveis expectativas, me dei conta que muitos de nós começamos a sentir falta da presença física de alguém muito especial. É assim que me recordo do primerio Natal após a morte de minha mãe, e a alegria de filhos e sobrinhos, eram o combustível pra não deixar a magia acabar. Lembro de minha sobrinha mais velha, que hoje já é avó, apesar da pouca idade, e talvez por isso temos muitas afinidades, até fazemos aniversário em dia próximo, ajudando a preparar um Brigadeirão sobremesa que a avó sempre fazia. Manter a tradição era uma forma de mante-la presente. 


Muitas pessoas queridas se lembrarão de seus amores que não estarão mais aqui. Meu coração vagueia ao se solidarizar, com amigos próximos, ou conhecidos virtuais, parentes das milhares de vítimas da pandemia e da irresponsabilidade de quem nos governa, também dos familiares dos mortos por balas perdidas, que só acham periféricos, faltarão eles.  


A realidade surge, assim, afastando a fantasia, mas, insisto e peço ao mundo do faz de conta, uma formula mágica que faça juntar todos esses corações.

Ao Papai Noel desejo que multiplique os mesmos encantos que eu tinha na infância, e que assim a gente possa sentir a presença de tantas pessoas, mesmo sem vê-las de fato!

quarta-feira, 15 de dezembro de 2021

P O E T A R

 



Poetar, por sentimentalismo,

por necessidade,

por mera bondade,

por negativismo.


Poetar, por insanidade,

pelo sofrimento,

por liberdade,

pelo momento.


Poetar, por desejar,

por luxúria,

por amar,

por lamúria.


Poetar por poetar,

por ter tanto no peito

que calar não há jeito,

o jeito é POETAR

quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

TENSO E INTENSO II




Ficar louca 

Ficar solta

Experimentar um outro

Jeito de ser


Se sente solta

Quando fica louca

Tranca a grade

Sem chave 

Sem trinco


Quando presa

Dor horrenda

Isolada do mundo


A lua cheia

O mar prateia

Gomos brancos

Numa tangerina


Olha pro alto

Pro salto

No asfalto espatifa


Mosaico hidráulico

Emblemático prático signo


Segunda-feira na fossa

Terça disposta

Quarta em pleno pique


Quinta whisky

Sexta um drinque

Exageros do sábado

Morre o domingo


A vida inteira

A camuflagem antissuicida


Acendeu um cigarro

Deu um longo trago

Jogou pro alto

Distraída 


Raciocínio espectro istmo convexo nexo implícito

Confessa que não sabe ao certo

"Qual o trajeto que me trouxe aqui? "


Foi um toque

Foi um choque 

Forte o corte 

Cicatriza

A vida grita 

Que a vítima 

Forja o próprio 

Crime

domingo, 5 de dezembro de 2021

Do riso ao pranto

 




Eu não me adianto, não me basto.

Sou meu eu, meu santo, e agora me guardo e aguardo.

Me cuido, me cedo, sou meu medo, e minha coragem.

Sou eu o motivo de minha viagem, e me levo na bagagem pra que eu descanse, enquanto compro a passagem.

Vou cedo, porque eu não devo chegar até mim muito tarde.

Os que vejo no caminho,

são os motivos pelos quais não me sinto tão sozinho.

Eu não me basto,

mas eu vou comigo, 

pra qualquer canto,

curto,

extenso, 

vasto...

E que venham, quem  quiser dividir comigo o mesmo mundo, o mesmo espaço, a mesma vida!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

SILÊNCIO A DOIS

 



Eu não preciso do tempo, porque sou eterno. Necessito, apenas, os mínimos espaços que há entre mim e seus braços.

A banalização das emoções e dos sentimentos são o que de pior poderia restar desta divisão que nos domina. A hipótese de separar pessoas tão próximas, como sendo a opção real ou imaginária durante a convivência diária quase forçada durante o confinamento.

A crise sanitária e o isolamento, quase um enclausuramento, estão cobrando agora uma outra conta: a relação entre as pessoas. A insustentável dureza de ser. Acompanho, com carinho relacionamentos em franco desmoronamento e muitas tristezas. Conexões antigas que deveriam mesmo ser resetadas. A coragem que brotou da mesmice diária e, de certa forma, foi libertária. Já era hora, quase tarde.

Mas o que a crise não diz — já que eu prefiro ressaltar a dor, que vira poesia — são os amores que se superam. Que se descobrem e se fortalecem. Os detalhes que foram preservados, os mimos acalentados e os desejos reciclados. Um certo companheirismo descoberto para o enfrentamento da barbárie juntos.

E o silêncio. A cumplicidade no silêncio a dois. A solidão dividida com calma e um envolvente amor. A descoberta da hora do toque e do respeito à distância, ainda que só imaginada. O nada se materializando. A desnecessidade de explicar. A cumplicidade na presença e na ausência.

A vida, minha vida, ouça o que é que fiz, (peço licença poética a Chico Buarque) enfim. Quando quiseram nos vencer pelo cansaço, isso de alguma maneira nos uniu. E o desejo ocupando o seu espaço com a volúpia natural, ora avassaladora, ora leve e profunda. Já era hora de deixar o amor fluir. Novamente, pedindo licença a Chico Buarque " No silêncio mentiroso, zeloso dos enganos" que não tivemos!

A resistência ao fascismo, de certa maneira, nos embruteceu. E, se nós cedermos a isso, teremos perdido. A única forma de vencermos a barbárie é assumindo o amor, revelando o respeito e nos deixando todos sermos bobos e leves. Quem no meio do caos se permitiu ser feliz está apto a salvar o mundo. Resta seguir tentando.

Como disse Fernando Pessoa:

"O amor, quando se revela, não se sabe revelar.

Sabe bem olhar pra ela, mas não lhe sabe falar."


TENSO & INTENSO

 


Exagero sem sossego

Enredo mágico

Amanhecendo o desespero

Batendo

Com medo frágil, triste


Repetir o roteiro

Refletir no espelho a face foge finge

E o movimento é tenso

falho apático, estático, pífio


De repente o barato

Fogo fácil farto 

Líquido inflamável imprestável



Carnavais recentes

Que eu me lembre

Tudo uma mesmice


Assopra trilha

Sussurra suave

Nave madrugada

Sumindo


Sexo ali na esquina

Sangue na piscina

Cortados pulsos


Fantasia vontade

Oásis miragem

Imagem filtrada, fetiche


Não dá pra dividir

O que poucos

Conseguem entender


Guardo um tesouro

O monstro furioso

Que dorme

Mas mora em mim

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

POR QUE, MEU DEUS? POR QUÊ?

 


Não tem mesmo jeito nem conserto. Até o último dia de 2022 teremos de conviver com um governo negacionista, homicida e parceiro fiel do novo coronavírus. Ao que parece, 620 ou 650 mil mortes será pouco para Jair Messias, o verdugo do Planalto.

Há quase dois anos o devoto da cloroquina sabota com extremo vigor todas as práticas que ajudam a controlar a pandemia e a reduzir a gravidade dos casos de covid, ou seja, tenta diminuir a quantidade de doentes internados e de vítimas fatais. O B*ls*naro maníaco do tratamento precoce, estimulou e promoveu aglomerações; foi à internet mentir e espalhar boatos sobre as vacinas, além de atrasar ao máximo a aquisição; e eliminou, um por um, qualquer ministro e servidor que agissem de forma correta.

VIRULENTO POTENCIAL

Se é mesmo verdade que ainda não se vacinou, já que seu cartão de vacinação foi colocado sob sigilo por 100 anos, o sociopata da República é um potencial disseminador do vírus, maior do que qualquer brasilerio vacinado, mas não se importa nem um pouco. Aliás, para quem já disse ‘e daí?’ e ‘não sou coveiro’; ‘vão chorar até quando?’ e ‘deixem de ser maricas’ para milhões de enlutados Brasil afora; e já debochou, imitando um doente com falta de oxigênio, sufocando, de doentes à beira da morte, nenhuma surpresa, né? B*ls*naro é viciado em violência e destruição, no limite, em morte. Dia sim, outro também, fala em armas, em eliminar os adversários, em destruir a esquerda. Pregou, inclusive, alguns anos atrás, o extermínio dos índios, ao elogiar o genocídio ocorrido nos Estados Unidos.

QUANTO MAIS DOENTES E MORTOS, MELHOR

Do alto de sua psicopatia e profunda ignorância, o amigão do Queiroz (o miliciano dos 90 mil reais em ‘micheques’) é contra o uso de máscaras, de isolamento social, de vacinação ou de qualquer medida sanitária contra o corona. Até ameaçar com Aids e suicídio ele já ameaçou.Sim! Espalhou que as vacinas podem causar Aids e levar ao suicídio – ao menos desistiu dos jacarés. E suspendeu a imunização de crianças e adolescentes por conta de boatos de redes sociais. Além de receitar cloroquina, ivermectina e banho de sol contra o vírus.  O patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias, compradas ou alugadas por preços bem abaixo do  mercado, não só desdenha das mortes e dos enlutados como atua com entusiasmo como uma espécie de auxiliar da doença.

MINISTROS À IMAGEM E SEMELHANÇA

Após enxotar quatro ministros da Saúde, ou melhor três, já que o general não passava de um ajudante de ordens medíocre, o pai do senador dos panetones e chocolates emplacou um outro bibelô na Pasta, aquele médico especialista em mostrar o dedo do meio para o povo. Presidente e puxa-sacos, travestidos de ministros, desprezam e até contrariam as recomendações da ANVISA. Dessa vez é Anderson Torres, ministro da Justiça, que se disse contrário à exigência de vacinação para estrangeiros em visita ao Brasil.‘Não precisa; A vacinação não impede a transmissão da doença’. Pois é. Estados Unidos e União Europeia, além dos países mais desenvolvidos da Ásia e Oceania, além do Canadá e até mesmo Argentina e Chile estão errados, e este gênio da raça, certo.

POR QUE, MEU DEUS? POR QUÊ?

Inconformado, me pergunto: por que essa gente maldita é assim? Por que pregam contra o uso de máscaras e de vacinas? Por que desdenham do vírus e incentivam sua circulação? Que mal o mundo e os seres humanos lhe fizeram para que atentem contra nossas vidas? O que ganha o governo, permitindo que milhares de estrangeiros entrem no Brasil sem vacinação completa? Praticamente todos os países do planeta exigem de nós, brasileiros, a imunização, para permitir nossa entrada em seus territórios. O ministro da Saúde ofende os cidadãos. O ministro da Justiça se pretende virologista. Não há nada no lugar! A covid aumenta em países com baixa taxa de imunização, e diversas nações endurecem as regras internas e externas. Mas na Bolsolândia,... mais de 613 mil e contando…

Onde Impera a Mediocridade

 O  onde impera a mediocridade, a hipocrisia e a desfaçatez. Claro que nada disso tem a ver com o povo, que se equilibra para tentar sobreviver e fugir de um destino duro e cruel. O que impressiona e dói é a massificação da tragédia, a banalização, a desumanização dos sentimentos. Os absurdos contra os direitos dos invisíveis são deixados de lado de qualquer espanto. É como se fosse proibido se indignar, mas em mim, essa proibição não chegou!.


Se um supremacista norte-americano atira em uma escola em Washington e mata oito norte-americanos, o mundo para. O Brasil inteiro entra em estado de catarse em solidariedade à tragédia. E é bom que seja assim. Num mundo globalizado, compartilhar a dor diminui a solidão. Se não podemos ser felizes juntos, até porque a felicidade coletiva é quase uma ofensa neste momento, eu espero e aplaudo os que como eu, seguem dignamente tristes.


Mas, a tristeza tem gosto de escárnio. A vida virou, quase naturalmente, um caos. As mortes, contadas, como se não fossem vidas, somavam-se aos absurdos cinematográficos dos detalhes. Para os mortos e seus familiares, a vida foi interrompida. Nunca mais.

Viramos um lugar onde os mortos não tiveramm a tranquilidade para morrer. É a morte dura, repentina, que não dá margem a nenhuma hipótese de luta pela vida. É a chacina. 

Não se recupera a dignidade coletiva de um povo sem a conscientização da necessidade de superar os fossos que marcam a nossa desigualdade social. É imprescindível ter uma opção: dignidade e civilização ou humilhação e barbárie.


Tudo isso a um passo que só depende da nossa consciência e vontade. É preciso o nosso passo, ou ficaremos à margem de tudo. Todo dia, ao acordar de manhã, precisamos dar margem para nossas ansiedades, anseios e esperanças. Se não for assim, acordaremos um dia com as notícias dos extermínios e passaremos a achar que estão falando de outro mundo, que não nos atinge. É como se nós fôssemos o produto perfeito e acabado da bestificação que nos tirou a capacidade de nos indignarmos, de nos posicionarmos, de lutarmos, enfim.

Roubaram da gente a vida antes mesmo de nos tirar a vida. É a pior morte. E se somos iguais em tudo na vida, morremos de morte igual, mesma morte: que é a morte que se morre de velhice antes dos trinta, de emboscada antes dos 20, de fome um pouco por dia.

Quase um Musical

 



Esperava-se que tudo passasse como num sopro, leve, frio e seguro. Mas foi transcedente, traiçoeiro, voraz. Os olhos vazios, de um rosto bonito. Eu sentado procurando, me procurando e achando toda vez você. Carros e mais carros, engarrafamento total. E um barulho irritante, mas quase musical de um vidro batendo numa janela e o refrão era composto pelas businas, um coral de velhos, uma criança chorando, a pipoca, e mulheres conversando sobre uma amiga da amiga e homens falando de coisas banais. Um só, um lá, nada sofisticado demais. Contemporaneidade. Tudo isso formava o cenário do meu teatro.
O sangue é ralo e sai depressa demais para poder conseguir estancá-lo com um pedaço de pano. A dor causada por nossa vontade de língua e de produzir outra vida era grande, desesperada, às avessas. E apesar de todos os desejos estarem juntos e serem nauseantes, ainda não era nada difícil sorrir e gozar um no outro. Ainda era gostoso cantar músicas bonitas com uma boca num ouvido gelado. Os olhos escutavam com uma atenção encantadora e brilhava tanto quanto chorava.
A mulher conseguiu sentar. O ônibus quase esvaziou de gente. E eu também desci, pés cansados de um dia inteiro que não acabava de levar tédio para as horas. O sangue escorreu quase grosso, quase cessando. E a cabeça confusa e cheia de buracos que tentavam fazer mais buracos e tentava fazer alguma coisa palpitante ser feliz. E o egoísmo nada frágil de não deixar você me deixar. Quase um fracasso.
Não,
era só vontade de você mesmo.

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

ELES ODEIAM OS POETAS!

 

                                                                              O Brasil, que já foi motivo de glória, de inveja e de admiração, agora é um nome numa parede desbotada e, como diria o poeta, e como dói. Nós, que andamos muito e temos a conversa como maneira de nos situarmos no mundo, acostumamos a falar do nosso país e, principalmente, a ouvir a impressão dos outros sobre o Brasil. Mesmo fugindo das observações óbvias - futebol, Pele e café - o Brasil era admirado.

Um povo que fixou a imagem de ser guerreiro, esperançoso e quase feliz. Tirando os estereótipos do Carnaval e samba, na verdade, essa leveza ajuda a população que precisa lutar contra uma profunda desigualdade social. O Tom Jobim, definiu com ironia: “Morar em Nova Iorque é bom, mas é uma merda; morar no Brasil, no Rio, é uma merda, mas é bom”.

Até o ano de 2012, o Brasil falava de igual para igual com as grandes potências mundiais, ainda que com nossas graves diferenças. Eramos 6ª potência do mundo crescia e afastava o fantasma do desemprego. Os números da Economia e a inclusão de 36 milhões de pessoas no mercado de consumo criavam uma sustentável leveza de ser. E, o principal: pela primeira vez, a ONU retirou o Brasil do mapa da fome.

Os  dados poderiam ser somente números, mas, quando se tira um país do mapa da fome, é a garantia da dignidade a um povo acostumado a ser tocado como uma boiada sendo levada para o abatedouro. De repente, a pergunta, hoje, entre as pessoas que nós nos relacionamos, revela uma angústia profunda, uma tristeza e uma cruel perplexidade: como o país elegeu este canalha, este FeDaPuta? Como explicar a fome voltando de maneira desesperadora, com 20 milhões de famintos? Como conviver com o drama do desemprego, que representa 15% da população? Como conviver sem a esperança que os bárbaros nos roubaram?

Quem aniquila a Cultura, constrange o apoio científico, estupra a Saúde, corrompe o sistema de Justiça, enfim, desestrutura o país como maneira de dominação, é quem aposta contra a civilidade, contra qualquer hipótese de humanismo.  A única saída é acreditar nos poetas que seguem dando luz e nos guiando.

E seguir: “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo de travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Dormi Bem.

 




Vez ou outra
acordo sem acordar.
Raciocínio que amanhece
pesado.
Cérebro de concreto
e visão de estátua.

Minha vida é
a enxaqueca de sempre.

O peito vai bem:
Um mais um
é um.
[D(eus.)]
Mas o estômago não:
Concatenação anoréxica.

Dormi bem.
Mas sonhei mal.
Não sei
(nunca sei)
explicar minha cabeça.

Se fico deitado
enlouqueço.
Se me levanto
sinto dor.
A cor do dia
mudou muito hoje.

Não sei quanto vale o hoje sem ontem...

Sou humano demais.
Quero sumir
mas quero ficar.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Palavras que me aceitam como sou

 


A honra, a dignidade e a solidão, são sentimentos personalíssimos. É muito inquietante e triste ver um medíocre abestalhado humilhar o país por “atributos” que seriam só dele.

A força do Presidente da República em um regime presidencialista é imensa. Num raciocínio simplista, que é o  dominante, esse energúmeno representa o brasileiro médio. Ficamos reféns de uma eleição movida pela mentira, pelo ódio e pela direita com valores fascistas e sem limites.

Aquela sensação de “vergonha alheia”, que sentimos é quase uma percepção coletiva. O Brasil está sentindo uma  vergonha alheia. A humilhação parecia ter chegado ao auge com o ridículo papel do Bolsonaro na ONU. Mas não, tudo pode piorar. E muito! O papel que esse presidente fez no encontro do G20 é de corar qualquer bolsonarista ainda com algum discernimento.

Será possível ver alguma lucidez e isentar de responsabilidade os cúmplices, asseclas e comparsas? Até quando vamos aceitar essa posição dos que acompanham o caos e apoiam a tragédia brasileira? Já não é mais por eles que optaram por serem sócios da barbárie, mas por nós, pelos nossos filhos, netos e  pelo... Brasil.

Se esse cidadão, tosco e primário, nos faz sentir uma “vergonha coletiva” pelo altíssimo grau de ignorância destilada, penso que deveríamos também inventar uma cobrança coletiva por essa humilhação. Cada um no seu canto se posicionando contra o monstro e suas criaturas. Sem ódio. O desprezo já é suficiente.

Cortá-los das mensagens do WhatsApp é a pior reprimenda neste mundo binário. Vamos desconsiderá-los. Eu sei que “eles”, na sua grande maioria, são robôs e esses, embora sejam equiparáveis, não têm sentimento. Mas os que ainda suportam algo de humano hão de ler.

Não estou propondo deixar de fazer o enfrentamento coletivo e político. Ao contrário, é uma estratégia. Não se pode fazer a nossa velha política com os velhacos, com os canalhas e com os sem escrúpulos. A esses, só mesmo a lei para conter os ímpetos corruptos e assassinos. Vamos levá-los a serem responsabilizados por toda a barbárie.

Mas quero registrar, nos mínimos detalhes, a dor de ver o país oficial se embrutecer. Agora, partiu o grande Nelson Freire. Talvez, o silêncio do idiota do Presidente sobre uma perda tão significativa para o país seja melhor. Ouvir o piano de Nelson Freire é e será muito maior do que essa nossa geração medíocre. O silêncio, mestre Nelson, é nossa homenagem amorosa ao som que você nos legou. Certamente eles não ouviram. É assim mesmo, eles não suportam a poesia e sua música era poesia.

Como ensinou o mestre Manoel de Barros:

“A maior riqueza do homem é a sua incompletude. Nesse ponto sou abastado.

Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.”

terça-feira, 2 de novembro de 2021

v o l t a r

 


Precisando voltar 

para as mesmas vias,

precisando cantar

velhas alegrias.


Na necessidade de compor

nas linhas da vida,

versos e frases de amor,

rima jamais perdida.


Volta pro peito a chama

que arde, que fere, inflama,

guardada é dor lacerante,

exposta, é... Diamante.


É verso, palavras, é frase,

é sentimento pulsante, 

é ritmo, é grande e grave...

É tanto e sobretudo, viciante.

O L H A R E S

 


Sobre o olhar desatento,

alento e calmo,

eu invento

o alvo!


Diante do olhar temeroso,

distante,

passivo e vigoroso,

eu sigo errante...


Vigiado pelo olhar suave,

eu corro por cima do mundo,

ora voando na leveza de uma ave,

sozinho, separado ou junto.


Olhares que me seguem os passos,

que me despem,

que cortam laços,

que me dizem!


Olhos cerrados de medo,

cegos pela ignorância,

que guardam segredo,

forjados de elegância.


Todos são olhares,

que como os meus,

vagam por muitos e tantos lugares...

perdidos e encontrados dentro de olhares como os seus!

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

N Ó S

 


Existe em mim uma predisposição.

Estou apto, vivo, pronto.

Quero a plenitude do todo.

Sei o que em mim está, me conheço.

Quero conhecer o outro lado agora.

Perceber e prestar atenção nos laços, na linhas entrelaçadas, nas costuras.

Preciso falar ao coração.

Ouvi-lo também.

Almejo o tempo largado para o nós.

Cansei do eu somente.

Eu em si me basto para muito.

Mas é no outro que posso amar mais.

Me doar em instantes vãos.

Conversar sobre a gente.

Realmente quero as conjugações em primeira pessoa do plural.

Nós queremos.


Nós somos.

Nos amamos.

Quero o duo, o entre, o diálogo.

Quero você para sermos nós.

sábado, 23 de outubro de 2021

DIAS CINZAS

 


Todo dia após o sono abro os olhos, é automático... 

É o momento do novo dia iniciar... 

Todo começo vem o dia todo, sempre recomeço... 

Canto, rio, choro, ando pela vida, deixo marcas e sempre é válido todo começo.         

Aquele desejo infinito de estar... Como se faltasse algo e o dia apesar de lindo, poderia ter mais pássaros, mais cores. Ouvindo Caetano cantando em falsete, pensando bastante na minha vida, no que quero, na luz do sol, que a folha traga e traduz em verde novo,... lembrando um pouco do passado... 

Sou romântico, não tenho como não pensar um pouco no que passou... Gosto de ouvir  música... 

É como se eu tivesse o poder de voar, de viajar por mundos, corpos... Minha alma parece sentir que algo vai acontecer e acaba influindo na minha cabeça... 

Hoje por exemplo irei viajar fisicamente e aí é que me transmuto, me transformo, transbordo. Meu coração dispara e meu pensamento viaja a quilômetros-luz. Vou visitar a saudade, vou tentar diminuí-la, sei que é difícil, mas estarei indo, resistente, persistente.     


Andei passando pelas ruas hoje, não pela sua... Estava cansado de estar dentro de casa, sem conversa, sem te ver... Mudei as plantas de lugar, fumei um dos que gostamos, pensando em dividir com você, lavei roupas, arrumei a casa, saí para passear, queria na verdade te encontrar, conversar, sentir o calor do som de sua voz. Ando meio triste nos últimos dias, mas ninguém percebe, ainda está dando pra esconder e bem na verdade eu não estou afim de mostrar pra ninguém, apenas gostaria de te encontrar assim por acaso, falar as faltas que sinto, as saudades... Mas andei pelas ruas, não encontrei ninguém e o meu sentimento de solidão aumentou, pois pelo menos em casa eu estava sozinho mesmo, e não sozinho na multidão das ruas sem mascaras...

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

P A S S A G E I R O .

 


Tudo resolvido é o sonho

A  vida passar, o tempo formar

A casca da ferida

No futuro é a cicatriz

Finalmente.


A lâmina do tempo é o corte

O tempo estilhaçado

É a poeira no horizonte


Tudo dissolvido é o sonho

O corpo, a mente, a lembrança

O ponto final na esperança

Não mais a incerteza do binário 

Tempo liso, o fuso horário

 O óvulo, o esperma.


Um sim, um não, um sul, um norte

Um sonho passageiro

Passageiro da viagem

Passageiro da vida

De uma vida passageira.

segunda-feira, 11 de outubro de 2021

HAVERÃO DE PAGAR





E somos, assim,

Diariamente atropelados

Por notícias ruins:

Inflação em alta; desemprego em nível alarmante; aumento da miséria; retorno da fome; precarização das relações de trabalho; diminuição acentuada do poder aquisitivo; corrupção não investigada; criminosos de colarinho branco sendo protegidos; entrega do nosso patrimônio público para o setor privado; privatização dos serviços públicos de natureza social; destruição do Estado Social; redução de salários; ataques à Ciência e aos pesquisadores; ataques às Universidades Públicas e aos professores; ataques aos servidores públicos civis concursados; substituição do interesse público pelo interesse privado; retirada de direitos trabalhistas e previdenciários; retrocesso civilizatório; ataques à Autonomia Universitária; destruição da carreira estatal dos servidores públicos civis da União; enfraquecimento do SUS; "calote" no pagamento dos precatórios; aumentos continuados dos preços dos combustíveis, gás e alimentos; pandemia e seus negacionistas; discursos de ódio; exaltação à violência, ao racismo, à misoginia, à homofobia; estímulo ao uso de armas de fogo; afrouxamento na Lei da "Ficha Limpa" e na Lei de Improbidade Administrativa; criação de escolas públicas cívico-militares; apologia à tortura e ao torturador; crescimento das desigualdades sociais; criação de mais privilégios para as classes sociais já historicamente privilegiadas; imprensa ideológica, parcial e cínica; censura; e tantas outras questões que nos levam à indignidade.


E tudo isso promovido por um governo Autocrático, Teocrático, Plutocrático, injusto, indiferente e criminoso. 

E temos que, diariamente, arranjarmos força e ânimo para continuar.

E tudo isso porque as nossas instituições democráticas, de fato, não estão funcionando exercendo responsavelmente as suas obrigações, permitindo que uma onda neofascista e neoliberal permaneça rasgando a nossa Constituição Cidadã de 1988.

Mas um dia - e chegará esse dia - todos eles haverão de pagar.

Obs.: Ele ser barrado em um estádio de futebol, é o menos relevante!


Lembrança

 


Ela disfarça o sorriso usual, timidez aparente, brilho labial e cor natural nas maçãs, os olhos desobedientes, perseguem-no, ela reluta, inutilmente, ele percebe...

    Ah! O coração, ferramenta biológica fantástica, trabalhador incansável, que neste momento quase para. Estrelas nascem nos olhos dela. - Eu poderia dizer que havia apenas um brilho em seu olhar, mas seria eufemismo, aquilo estava mais para estrelas mesmo.

   No meio de tudo isso, gente desatenta que nem percebia o clima, o medo, o frio na espinha, e a curiosidade daquele corpo.

   Os pés, vamos falar deles, aqueles pequenos ou nem tão pequenos membros inferiores, responsáveis pela locomoção, esse par deles em especial, se movia agora, num ritmo constante, o que claramente demonstra obstinação, ela notou isso...     E corou.

Diante dela, as palavras, até então claras, foram se esvaindo de minha cabeça, ou se fantasiando em imagens indecifráveis, até restar apenas um:

    - Oi! E...          Como vai?

   Bobo isso, mas ela gostou, o nervosismo apresentado por ele, a fez sentir-se importante. E respondeu:

   - Oi! Tudo bem... E você? - Sorridente, tão sorridente.

Ainda mais bobo.

   Ali, as coisas mudaram para eles, ali, o coração dela se encheu, ali, ele abriu mão de muita coisa.


   É tão simples o nascimento do amor, que passa desapercebido!

quarta-feira, 6 de outubro de 2021

L E M B R A

 



Fazia um dia tão azul,

Naquele dia, 

Que eu me senti

Feliz pra sempre,

Quando me beijaram a boca

Revido o que me faz bem,

Retribuo gentilezas,

Recebo muitos sorrisos,

Me tornei Poeta, 

Desde aquele dia,

Todas manhãs, 

Bem de manha,

Me nasce

Uma Rosa,

Na face 

O Amor é um Deus

E eu seu profeta

As nossas mãos,

Com os dedos entrelaçados,

Como se dissesem 

Confie, eu estou aqui

Nessa reciprocidade,

Que eles olham admirados,

Toda coisa tem seu mistério,

A poesia é o mistério de todas as coisas!

domingo, 3 de outubro de 2021

C O N C R E T IS M O

 


Nessa brincadeira  eu me perco de mim

ou me encontro

eu ainda não descobri de onde vem todas as vozes e tudo que me faz ficar ofegante

A pontuação eu perdi









Era pro concretismo sair natural e saiu




eu não sei o motivo dos espaços em branco e eu detesto teclados desconfigurados

é por isso que eu escrevo à mão

e te sujo de tinta






alguma coisa em mim diz que eu um dia fui mais que terra


acho que talvez a combinação de elementos exploda agora


eu acho que sou um átomo ambulante.


detesto internet



é mentira



acho que gosto de não querer e não fazer

o meu automatismo vai além 

eu?! sou  amor.

sou pandeiro e rebolado







eu sei que estar só não basta e eu vou além das montanhas com  areia nos pés .


acho que o sol me ofuscou as vistas.

tive que fechar os olhos o máxinmo possível


e eu não via nada por excesso de luz





muito pra mim é pouco


quero abrir os olhos

e de repente você fica louca e sai gritando com bolsas e fitas vermelhas pelo salão de uma festa que não acaba


eu disse não à pontuação

odeio tremas


adoro compassos

num passo













passe muito bem



e leia mais que eu

Ácido congelado

 



Eu estava querendo um texto  pra postar.

Vazio agudo ando meio cheio de tudo.

Nada que dissesse do meu humor.

Sei que as minhas paixões andam entaladas, e não sei mais as palavras que as descrevem.

Peguei nojo de todas aquelas mentiras que já me dava asco há tempos.

Respiro de leve que fundo machuca.

Eu não queria que fosse assim.

Não era pra você ser assim você tinha que ser verdade.

E cada vez eu dou mais valor a palavras que me ferem sem querer.

Prefiro verdades, sempre.

Mentira faz vomitar.

Não gosto mais de você, (eu também posso mentir).

terça-feira, 28 de setembro de 2021

REVIDE

 


Eu gosto de quem facilita as coisas.


Gosto de quem mostra  caminhos pra evitar emboscadas.

Bom é está feliz ao lado de quem vive sem códigos, transparentes,   que não precise que se decifre nada.

Ser feliz é ser leve, e mesmo que o tempo leve, continuar dentro da outra.


Gosto de abraços, daquele bem apertado que nos fazem levitar.

Bom é me ver refletido em outras retinas.

Bom é andar de mãos dadas, com os dedos  entrelaçados.


Gosto de dedos entrelaçados, dedos entrelaçados é trocar energia, parceria e cumplicidade. É uma forma de dizer: - Você não se enganou, eu estou aqui.

Bom é reciprocidade espontânea  sem obrigatoriedade.

Mais que os obstáculos nos desafiem, o que permanece, vem de quem não tem medo de ficar, e livre pra ir quando desejar.

E, quando eu ti fizer feliz, revide!

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

S A B E

 


Sabe eu trago:

No corpo? 

                 O mel do suor. 


Nos olhos? 

                 A dança da vida. 


Da luta? 

               A morte vencida. 


No peito? 

               As marcas do amor!


Sabe eu trago:

O sorriso?

                 São as medalhas.


As batalhas?

                 Foram coletivas.


Sabe a:

Vitória? 

                 Prato que se come junto.


Sabe a:

Derrota? 

                 Prato que se come sozinho.


Sabe:

Amigos?

                  Fiz pelo caminho!

A recompensa?

Que me dá  uma alegria imensa?

                 É um sorriso seu!

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

C A N A L H A

Cortei os fascistas da minha lista de relação, saí de grupos de WhatsApp e mostrei a mim mesmo que a coerência era imprescindível. Nos detalhes. Afinal, não é possível ser contra a barbárie e continuar tendo algum tipo de relação com os bárbaros. Temos que denunciar a conivência dos covardes, são cúmplices do desastre no qual o Brasil está.

Aos poucos, a palavra genocida passou a ser um substituto do nome desse canalha. Nos grupos, a maneira de qualificá-lo é, na maioria das vezes, de forma pejorativa e merecidamente depreciativa. Gostaria de escrever uma centena de nomes para poder definir o canalha, um pequeno dicionário para ser consultado quando formos nos referir a esse assassino.
Nada é tão ruim que não possa piorar. A tragédia continua com a destruição de todos os valores humanistas que incorporamos. Esse canalha governa para as trevas e leva, cada vez mais, o país para o caos. Desestruturou a Saúde, desmantelou a Cultura, desarranjou a Segurança e se apropriou até das nossas cores e símbolos. 
Corrupto que sempre foi, usou a sua absoluta falta de escrúpulos para instalar uma política de ódio, da mediocridade e da desumanidade. Saiu de cena o debate político para dar lugar a uma baixaria que dá asco e nojo.
A mentira é a arma oficial dos canalhas. Criaram um universo paralelo onde o que importa é a estratégia de manutenção do poder. Nenhuma preocupação com a realidade e com a verdadeira situação do povo brasileiro. Um discurso voltado para os milhões de cúmplices e a desfaçatez de arrombar os cofres públicos, a céu aberto, para a manutenção da quadrilha no comando. Um acinte diário, permanente e sem limites. O Brasil está sendo estuprado que acompanha perplexo o nosso dia a dia. E nós seguimos indignados com nossa resistência diária e nossa dor pelos que ficaram no caminho.
A fala do canalha na ONU foi um fecho de ouro para coroar a hipocrisia e celebrar a mentira. A humilhação a que o país foi submetido é apenas a continuação do que ocorre a todo instante com as mulheres, os negros, os desempregados, a comunidade LGBTQIA+ e os que perderam amigos e familiares na luta contra o obscurantismo. Pode parecer tarde, mas ainda é tempo. Vamos seguir resistindo. Só não podemos nos esquecer do nome do canalha, esse nome que, por profilaxia, acabamos não usando, preferindo sempre uma qualificação pejorativa: Bolsonaro. Esse é o chefe dos canalhas.

quarta-feira, 22 de setembro de 2021

O B S C E N I D A D E S

 


O B S C E N I D A D E S



A ONU e o mundo viu em poucas horas em Nova York, o que vivemos diariamente: O inominável é seus ministros não são capazes de respeitar o entorno por onde passam.

Também não toleram críticas.

Eles são obscenos, obscenos não pelo apenas pelo gesto do Queiroga pelas ruas de uma das principais cidades do mundo. Obscenos por usarem a bandeira e o patriotismo oco como instrumento de manipulação, enquanto o país é sequestrado por interesses privados e familiares.

Obscenos por dizerem que, em nome de Deus, crimes são autorizados. Obscenos por usarem a religião como arma de poder, inclusive sobre o corpo das mulheres. Obscenos por ensinarem uma criança a fazer o gesto da morte, obscenos por homenagear torturadores, por fazerem apologia à ditadores e sucatear a cultura.

Obscenos por gargalhar dos agonizantes, minimizar as dores, nao reconhecerem o poder do vírus, menosprezar a ciência e não mobilizar todas as forças para o combater.

Obscenos é o número de quase 600 mil mortos e milhões de outras vítimas do descaso.

Obscenos é ameaçar a DEMOCRACIA todos os dias, atacar minorias e a Justiça. Obscenos é corromper os  poderes, fechar espaço cívico, impedir o diálogo com a sociedade civil e desmontar de forma deliberada a nação. 

Obsceno e incentivar milícias ( digitais e de carne e osso( organizadas para destruir reputações e vidas. Obsceno é fizer que não  existe racismo.

Obsceno é o incentivo dado ao desmatamento que coloca nosso futuro em risco. Obsceno é  o apoio as atrocidades contra indígenas e ativistas no campo.

Obsceno é o uso da mentira como política dr estado e ameaçar jornalistas, e os gabinetes do ódio são instaurados na total impunidade.

Obsceno é insultar líderes estrangeiros,  mentir ao mundo, zombar do outro, aplaudir a invasão ao Capitólio. 

Ao fazer os gestos obscenos que ficarão registrados como uma das participações do Brasil na ONU, o cupincha da Saúde,(Queiroga) talvez tenha optado por ignorar que, diante de todas essas obscenidades, os insultados terão seu direito de resposta.

Mais cedo ou mais, a fraude que ocupa o poder neste momento terá encontro marcado com a história, com as urnas e, certamente, com a Justiça

segunda-feira, 20 de setembro de 2021

SALVE O MUNDO DOS IMUNDOS.

 


Salve a Terra dessa guerra ,

O mundo dos imundos, 

A água dos esgotos, 

Os ventos dos venenos,

Os tempos dos tormentos, 

Os troncos desses monstros , 

Os bichos dos iniquos,  

O povo desse poço,

Salve a Terra !


Salve os homens dos que comem,  

Os filhos dos que vingam,  

A pátria dessa máfia  ,

A massa dessa lábia,  

Salve as palavras das mentiras , 

Os pensamentos dos mau intentos, 

Salve nós das intrigas,  

Salve todos nós  desse Messias,

 

Salve nossa Terra.

domingo, 19 de setembro de 2021

Coisas boas as vezes me assustam.

 


Me dê um refúgio em  teu abrigo, 

Que desse mundo eu fujo, me dê alívio.



Tomar café olhando o mar, 

Subir num pé de manga,

Fazer um verso doce de sabor pitanga


A lua é perfeita. 

Mas aquele dia, estava de parabéns. 

Toda vez parece que é a primeira que a estou admirando, você e a lua,

Ou a última.


Coisas boa muitas vezes assustam.


Eu? quero ter o seu colo

Pra chorar após o fim do mundo 


Você? é minha droga, meu fumo, minha Yoga, amor,  risos e drama. 


quarta-feira, 15 de setembro de 2021

S E N S U A L I D A D E



 O corpo

Tem a sensualidade 

Das noites

De lua cheia

De movimentos

Das dunas

Paisagem 

Selvagem, 

Pantaneira

A beleza 

Dos igarapés,

Gosto de mel

Da flor 

De laranjeira.

E um interminável 

Instante de prazer.


É  assim, então,

Como uma rede 

Na varanda

Deixando o vento 

Chamado Eu

Acelerar o ritmo

Do seu coração ❤.

sábado, 11 de setembro de 2021

Não sei como dizer.

 


Guardei 

Não soube dar

O que tive

Vi sem sentir

Sem conseguir 

Sem provar

Sem entregar

Sem repartir


Guardei 

O que quis mostrar

O que vive

O que vem me visitar 

Solar

Vem esquentar

Permitir

Acolher

O que 

Tem e traz

O que faz

Entender


O que diz

Com giz 

O jeito pronto

Do encontro

Dos cílios


O convite

Que o silêncio

Exibe

No olhar


Guardei

Não sei porque

Nem o motivo

Ou a  razão

De não saber

De ter

Um jeito

Meu

De me mostrar


Achei

Não requer

Explicação

Se o coração

Bater forte


Guardei

O que aprendi

O que tive

O que recebi

E posso dar

Livre e feliz

Céu cheiro e ar

A cor que o arco iris

Riscar no chão


Nascer

De novo

Lápis

Te ver 

Ponte

Desenhar

Lábios

Signos

Feito

Sinos

Trilhos

Trilhas

Que me a levam 

A Você