sábado, 31 de agosto de 2019

Carta para Rudah .



Era uma vez, em um reino não tão distante, um homem que queria ser rei, e uma gente que o via como rei. Queriam tanto que ele fosse rei, que esqueceram-se de todas as regras básicas de convivência e civilidade. Tinham muito ódio e amargura no coração. E assim desejavam construir o seu reino, com ódio e amargura. Detestando todos os que pensavam e agiam de forma diferente, censurando e perseguindo pessoas.
Queriam um reino, não para construir, mas para destruir, queimar, matar. Até o sinal da cruz, que faziam antes, em homenagem a Deus que havia sido morto sob tortura, havia sido substituído por um sinal de arma com a mão.
Nesse lugar, que eles queriam transformar em reinado, havia uma floresta que eles não gostavam. A detestavam, assim como detestavam os habitantes da floresta, indígenas, caboclos, as onças, os papagaios e periquitos, também detestavam os macacos e as araras. Consideravam as árvores coisa inútil, a ser derrubada para dar lugar a pasto, plantações e garimpos. Para agilizar sua vontade, foram amordaçando as pessoas responsáveis pela conservação da floresta, perseguiam cientistas, ambientalistas. E gritavam: a floresta é nossa, faremos dela o que quisermos! Agora o reino é nosso!

E puseram fogo na floresta. Até criaram um dia em homenagem ao homem que queria ser rei, o dia do fogo! E a floresta ardia em chamas. E os bichos da floresta eram todos queimados, junto com as árvores. Macaquinhos saiam pulando com os pelos em brasa, um tamanduá abria os braços em desespero, já com os olhos cegados pelo fogo, araras, periquitos e jandaias, voavam com as penas queimando.
Queima! Taca fogo! Mata!"

É isso que significa a normalização dos absurdos que estamos vivendo. 

terça-feira, 27 de agosto de 2019

LIBERTÉ, EGALITÉ, FRATERNITÉ...Bozo VACEFUDÊ!



Deve ser incompreensível para um homem, em seu terceiro casamento (este com uma mulher quase 30 anos mais nova que ele), aceitar que um presidente de uma das nações mais importantes do mundo inverta essa lógica e procure em uma mulher sexagenária, o companheirismo de um casamento.
Para aquele-que-não-deve-ser-nomeado, é "humilhante" um presidente ser casado com uma mulher que não possa ser exibida como troféu ou chaveiro.  Afinal, é para isto que elas servem.
Para o chefe maior da nossa nação, é aceitável que a primeira-dama poste imagem de suas lingeries no Instagram porque isso faz com que o bando de acéfalos que o idolatra passe a admirá-lo ainda mais. "Tenho uma ninfeta em casa. O Macron me persegue porque em casa tem uma mulher com mais de 60 anos".
É 2019. Em meio a um incêndio florestal sem precedentes, o nosso presidente está ocupado em ofender pessoalmente a primeira-dama de uma das maiores economias do mundo.
Compreensível. Para quem acredita que elas são fruto de fraquejadas, não devem ter salários iguais porque engravidam ou pertencem a uma escala de "estruprável ou não", dizer que é humilhante o presidente francês ser casado com Brigitte é quase um elogio.
A única coisa que não é compreensível e perdoável é saber que ainda existam mulheres (brasileiras) que defendam essa escória na presidência. Nada justifiça isso. Não há futuro melhor, não há alternância de poder ou tentativa de "acabar com isso tudo aí" que possa minimamente explicar porque nos sujeitamos a isso.
Não há futuro algum, quando as mulheres (vestidas de rosa, é claro!) são exibidas apenas como uma conquista de corpo, rosto  e gestos teatrais. Não tem futuro, onde só existe vazio de ideias, propostas e bom senso.

Carta aos amigos.




Meu amigo não foi o PT que acabou com o seu grande emprego e te jogou prá trabalhar no Uber, foi a sua ignorância política aliada a sua crença religiosa, que furou o barco que estamos.
Foi a mídia que te fez de idiota em acreditar que perder seus direitos trabalhistas, seria o mais certo para o futuro dos seus filhos e netos.
Foi essa mesma mídia que propagou todos os dias na sua cabeça que o Lula era ladrão, Dilma estava errada e que o melhor para o Brasil era o neoliberalismo que Macri estava implantando na Argentina.
Quantas vezes eu te avisei enquanto você repassava os fake news que recebia dos cristãos da sua igreja...
É meu amigo, a merda que você fez não vai afetar só você e sua família. A sua ignorância está acabando com as florestas, os povos originais, a fauna e a flora, nossos filhos, os nossos netos, o futuro e nossa saúde. Acabou nossa amizade e qualquer possibilidade de dialogo.

Fique em paz, se conseguir...

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

O CÉU DE UM CRIME

"Não se dirá de nossa época que se calaram os poetas" ... e os profetas... #cebsdobrasil

Rudah, havia nele algo parecido com a poeira de um inverno seco, com uma dose de exagero...
Na tarde do segundo dia viu-se o céu se cobria, às 15h,
de uma noite estranha.

Parecia um filtro de fotografia.
Em São Paulo, um filme do apocalipse e se soube, então, serem cinzas...
Rudah, cinzas da Amazônia escorrendo por um corredor no céu.

Foram soprados por todo um continente os restos mortais de um crime, cometido pelo Sr. Presidente.
O homem que anda licenciando, o crime policial/miliciano pra matar.
E o crime fazendeiro/madeireiro pra queimar.
É um criador de cinzas, que não contente em pintar de cinza a arte nos muros multicores, acinzenta o mundo com os restos da floresta.

A técnica é simples: Libera os famintos diabos do lucro
para operarem o trabalho sujo, de riscar os fósforos, incendiando florestas transformando-a em pastos e desertos.

Até alguns dias dizia-se que o país passaria décadas consertando os desastres da corja, e tudo bem, no final a floresta centenária e milenar sendo queimada.
Que vai, não volta, o cinza no céu é sua despedida.

Antes que mais se vá é preciso deter as mãos do fogo e tirar do governo, logo, o mando do incendiário.
Não se dirá de nossa época que se calaram os poetas.
Rudah, não é o apocalipse, e a consequência do voto de alguns!

sábado, 10 de agosto de 2019

A PACIÊNCIA ACABOU !




Platão dedicou sua obra à justiça depois de presenciar a condenação à morte do seu mestre Sócrates. Quatrocentos anos depois,  o filho de um carpinteiro de Nazaré se notabilizou por pregar justiça e acabou pregado numa cruz. E se fez deus para os que nele crêem. O ‘Divino de Nazaré’ falou que são bem aventurados os que têm fome e sede de justiça.

A justiça é uma lei não escrita que rege a vida humana. As leis escritas não ordenam as vidas. O que fazemos decorre dos laços de sociabilidade e civilidade. Se o dispositivo de lei que pune o homicídio fosse revogado a maioria das pessoas ainda assim não se tornaria homicida. A lei é referência de ordem,  como os preceitos sociais, ideológicos, religiosos e outras referências de comportamentos. São meras referências. O objetivo da lei é referência de ordem e reduzir as incertezas para o futuro. Não é criar cidadãos robotizados, observadores autômatos das leis. Mas, alguma coisa está fora da ordem.

Weslley Rodrigues Jacob. Preto, pobre e morador do Morro do Alemão foi vitimado pelo conhecido flagrante forjado pela polícia. Não é caso único, nem raro. Quem conhece a periferia sabe o que é o aparato repressivo do Estado. A prisão de Rafael Braga, morador de rua que tinha uma garrafa de detergente com a qual higienizava a calçada onde dormia confundida com Coquetel Molotov. A condenação se deu sem que fosse periciado o objeto apreendido e o morador de rua contraiu tuberculose na prisão. De instituição criada para garantir direitos o judiciário se converteu em homologador das arbitrariedades policiais. É notório o que o sistema de justiça faz com o preso político mais visível do Brasil, Luis Inácio Lula da Silva. Há outras centenas de milhares de ilegalidades. A decisão do STF que impediu a remoção do ex-presidente Lula para cela coletiva em São Paulo é demonstração e começo da reação para fazer cessar as violências da Polícia Federal a serviço do ministro Moro e daqueles para quem trabalha. Até quando iremos tolerá os enriquecimentos dos ‘palestrantes de Curitiba’ que lucram com discursos de falso conteúdo moralizador. 
É hora de cessar a paciência diante dos caprichos dos poderosos e de dar mostras de irritação com o que se faz nome da justiça.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

ÀS VEZES, É PRECISO LUTAR


Às vezes,
É preciso parar um pouco e respirar fundo;
O mundo anda muito esquisito.
Sonhar, ter esperança, alimentar bons pensamentos - tudo isso é preciso.
Estamos vivendo sob um ataque contínuo ao nosso direito à paz emocional.
Então, estamos, aos poucos, adoecendo.
Estamos morrendo aos poucos de tantas frustrações.
Somos seres racionais perdendo a razão.
Somos seres espirituais perdendo o sentido de humanidade em nós.
Forças econômicas e políticas têm nos maltratado sem pena e com crueldade.
Estamos vivendo um processo de "coisificação" de nós mesmos.
Estamos sendo levados a nos tornarmos simples bens descartáveis.
Estamos sendo vistos como meros números de alguma planilha estatistica.
Então, estão deixando de nos reconhecer como gente, como pessoas dotadas de dignidade, direitos e sentimentos.

Às vezes, é preciso acordar, enfrentar tempestade que nos atinge,  impor nossa vontade.   
As  vezes,   é preciso agir, ter coragem de sair da falsa zona de conforto e ir para a batalha, custe o que custar.
Às vezes, é preciso hombridade e honradez.
Às vezes, é preciso muito mais até do que imaginamos poder.
E é nessas horas que conhecemos, de verdade,  quem é quem entre nós.