segunda-feira, 31 de outubro de 2022

MISSÃO CUMPRIDA!



Eu ouço vindo lá de fora

Uma explosão de alegria,

Um país inteiro festejando 

A vitória do amor, da paz e da poesia,

A afirmação da verdade sobre a naturalização da mentira,

O desejo de varrer para sempre e para bem longe de nós o fascismo insano que ameaça a nossa democracia.

O povo cantando de novo nas ruas, resgatando a nossa bandeira das mãos de uma gente perversa e cínica, faz todo o meu corpo vibrar.

Um dia histórico para jamais ser esquecido, porque conseguimos no voto salvar o nosso país. Gratidão ao povo Nordestino, que soube desde o início entender o golpe aplicado contra os nossos diretos, a nossa dignidade e a nossa democracia. 

Neste momento, sinto o meu peito se libertar das correntes do autoritarismo, aliviando o meu coração de tanto sofrimento nesses últimos seis anos.

Viva a Educação! 

Viva a Ciência e 

Viva o SUS! 

Um Viva a todos aqueles que juntos lutamos durante todos esses anos pela nossa libertação de tanto mal. 

Hoje podemos olhar o horizonte com mais esperança, respirar um ar mais puro e acordar com mais disposição para a vida. Temos, a partir de agora, uma nação inteira para reconstruir. E vamos conseguir. 

Vamos deixar o nosso espírito viver esse momento lindo com toda liberdade e depois vamos dormir em paz. Missão cumprida!


Ninguém larga o coração de ninguém!

sábado, 29 de outubro de 2022

O que você vai eleger, o amor ou o ódio

 

Domingo dia 30/10 é um dia de inúmeras escolhas. 

O número que você digitar amanhã na urna eletrônica vai representar mais do que seria possível mas, talvez algumas questões, se possa entender tudo o que está em disputa nesta eleição. E qual o melhor caminho a seguir.  

Mentir pode?

O que você vai eleger amanhã, o respeito às leis e à Constituição ou o desrespeito total e a permanente ameaça de interferir e destruir as instituições?

Na transparência ou nos cem anos de sigilo, para malfeitos políticos ou familiares, em qual você votará?

Como terá de optar, você vai escolher a educação com recursos e dignidade ou escolas malcuidadas e meninos sem merenda?

Ao votar, você dirá quer um país culturalmente e múltiplo, com incentivos fiscais a quem produz, ou só uma nação de sertanejos?

Sua escolha de amanhã será em favor dos pregadores da paz e da esperança ou dos defensores do armamento generalizado da população? Você é Caçador, Atirador e Colecionador (CAC) ou um cidadão que prefere ficar longe de armas?

Deus virou um detalhe na campanha eleitoral

Você que é cristão e acredita na redenção final, vai votar em quem defende pastores que trocam o amor de Deus por sacolas de dinheiro e barras de ouro ou em quem apoia religiosos que distribuem o pouco que têm com os que mais precisam?

Entre Jesus na goiabeira ou Jesus no coração, qual será a sua opção amanhã?

Você votará pelo fechamento do STF ou defenderá o Tribunal como garantia democrática?

Qual será a sua escolha: a liberdade, compreendendo que se trata de garantia de direitos e não de usurpação de direitos, ou o autoritarismo?

Se na urna estiver escrito de um lado “fake news” e do outro “verdade”, qual o botão que você vai apertar?

Você vai eleger quem combate à fome e a miséria ou quem acha que pobre só serve na hora de votar?

De que lado você estará na hora de votar, das mulheres ou dos misóginos? Das crianças ou dos pedófilos? Dos respeitadores ou dos assediadores?

Sua posição nas urnas será intransigentemente a favor da igualdade racial ou igual a dos que acham que a questão é apenas um “mimimi”?

E os indígenas? Você os defenderá e às suas terras ou vai votar em quem autoriza e incentiva garimpeiros e madeireiros a invadir e destruir suas reservas?

Da mesma forma, você vai escolher abraçar a Amazônia ou deixará que a invadam, desmatem e queimem?

Na hora do voto, você vai apoiar a causa LGBTQIA+ ou dirá que gay merecesse mesmo é levar porrada para endireitar?

Deus virou um detalhe na campanha eleitoral

Com seu voto você poderá defender a Ciência em todos os seus campos ou negar a ela seu apoio e transformar-se num negacionista. O que você vai preferir?

Você dirá que é terraplanista ou reafirmará que a Terra é redonda?

Se depender do seu voto, o Brasil será reinserido na economia e no debate global ou permanecerá um pária internacional?

Entre a democracia e a ditadura, com qual você ficará? Você prefere morar num país com três Poderes ou um só?



O que você vai eleger, o amor ou o ódio?

ESSE ELE (Seria eu?)



Sentado lembrava dos olhos adocicados que olhavam para ele na noite passada. Escrevia os versos como se os lábios dela cheirassem a sua poesia. No papel em que sua mão escrevia gostaria de colocar todos os sentimentos transgredidos a partir daquele olhar. Alguma coisa o fuzilava para que dos seus dedos brotassem palavras, frases, versos e música. Sentia que cada letra que escrevia era como se estivesse tocando uma melodia. Das lágrimas que saiam daquele olhos na noite anterior conseguia compor toda a situação. Não esperava que em nenhum momento dependesse da fidelidade dela para ser feliz, só queria lembrar todas as imagens que teve durante todo o tempo em que se conheciam. Deixou de ser, e de acreditar em si mesmo. Vivia com a convicção de amadurecer na pessoa da outra. Soube perceber o tempo que errou, mas também o espaço em que foi julgado. De um modo aparentemente inesperado seu coração bateu forte ao perceber uma gota caindo na folha de papel. Das mesmas palavras que escrevia, ou tentava, queria que virassem notas musicais e introduzissem nos ouvidos dela um abraço. Não queria vê-la mais  em lágrimas, apenas sorrindo. Não sabia o desespero que precisava alcançar para melhorar a sua poesia. Martelava no papel como se ela tivesse que sair à força, a fórceps. Angustiava-se por não conseguir. Mas sábio era o momento em que conseguiria. Sabido era a hora e o tempo em que bateria no ouvido dela seus sentimentos. Pensou em largar tudo, naquele momento, sair à rua e chegar mais que atazanado e correndo ao ouvido dela para dizer uma simples palavra ou frase. Não deixaria escapar nenhum tempo. Mas ao bater pela última vez no papel pôde perceber que o tempo acabou-se e o que era feito, foi-se.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

O mundo civilizado agradece.

 

Sempre acompanhei com atenção tudo o que acontece no Brasil e no mundo e, em regra, o resultado das eleições indica o rumo que irão e isso influencia, no dia a dia, a vida de todos. Uma eleição confronta grupos, com bases democráticas, nós acompanhamos, nos envolvemos, ganhando ou perdendo, a vida segue e é normal. É saudável a alternância de diferentes grupos no comando da nação. A vitória do Fernando Henrique em 1994 e 1998, que consolidou Lula na oposição, ou a do Lula em 2002 e 2006, que colocou o PSDB como contraponto, em nenhum momento causou abalo democrático.

É claro que a proposta para a condução do país pode dar o tom para os caminhos na economia, na saúde, nas relações de trabalho, nas conquistas sociais, até nos costumes. É normal a oposição, o que acaba criando o debate. Nesse embate é que são criadas e fortalecidas as bases para a democracia. E as tensões do debate político só servem para alimentar o espírito plural que tem uma sociedade madura.

Com tristeza vejo que essa não é a realidade da eleição entre Lula e Bolsonaro. Esta eleição decidirá entre a barbárie e a civilização, confesso que uso um pouco a imagem poética. Mas, o tempo mostrou como o governo B*ls*naro, representado pelo Presidente e seus asseclas, e a grande massa bolsonarenta reúnem, na essência, todas as hipóteses terminar com às conquistas civilizatórias acumuladas em décadas.

Em 4 anos de desgoverno, B*ls*naro fez quase tudo que se esperava de um governo autoritário e medíocre, à cara deste Chefe de Estado. Desconstruiu as principais áreas para poder fortalecer o seu projeto totalitário. Saqueou o país. Desde a educação, com cortes de verba e desmonte das universidades, até a saúde, a ciência, tudo, enfim. Implantou a política do ódio, da divisão da sociedade, do culto banal à vulgaridade, à mediocridade, à violência. Fez aflorar em boa parte dos brasileiros um tipo que ainda não tinha sido observado pelos cientistas políticos ou sociólogos: o ignorante autossuficiente. O que se orgulha de ser imbecil e o orgulho de ser agressivo e inculto. 

Esse projeto de poder bolsonarento passou pelo esgoto, de onde emergem esses seres, e enfrenta-los é o primeiro passo para enfrentar o obscurantismo. A angústia que deve nos acompanhar na hora do voto no próximo domingo, 30 de outubro, é o que resistirá, em termos humanísticos, a esse projeto de dominação pelo terror, caso o B*ls*naro seja reeleito, o que não acredito, acredito sim em golpe! O que será do Brasil? Seria imaginar toda uma geração de crianças e adolescentes sendo criada envolta por uma nuvem que sufoca e embaça a visão, com os valores da mentira como a afirmação do individualismo vulgar, do moralismo hipócrita, do sadismo no olhar ao outro com total falta de empatia, da violência substituindo a educação e o debate. Pense nisso na hora do voto. Vote por você, mas também pelos nossos filhos e netos. Enfim, se dê uma chance, nos dê uma chance.
O mundo civilizado agradece.

A palavra amor anda vazia. Não tem gente dentro dela.

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

O que falta

 


O que falta ...

Falta vergonha na cara do homem brasileiro que acha normal que homens abusem de crianças. Falta vergonha na cara de uma mulher que nunca vê malícia no seu tarado. Falta vergonha na cara de um religioso que esqueceu que Jesus mandou amar as criancinhas, não assediá-las. 

Quem quer combater a pedofilia, combate a causa.

A pedofilia é a consequência. A política de destruição, miséria, abandono e fome é a causa. 

Quem combate a pedofilia combate a fome. 

Quem combate a pedofilia tira as crianças da vulnerabilidade e as leva pras escolas e universidades, as alimenta, constrói creches para a segurança delas , dá teto à elas. 

Quem combate a pedofilia, não naturaliza o machismo que não poupa criança. 

O Brasil voltou pra linha da miséria onde pedófilos dão rolês de moto à caça de "meninas arrumadinhas". Enquanto suas "exemplares esposas" aguardam em casa a rachadinha que compra a descarada conivência. 

Isso não é governo. É uma pornochanchada repugnante que a mídia exibe há 4 anos, como se fosse bonito. 

Quem quer combater a pedofilia não reelege a fome que impulsiona esse recorde de violência sexual contra crianças. 

Combater a pedofilia é combater a miséria que rouba e toma a infância das crianças. 

Quem quer proteger a infância e juventude das crianças brasileiras, vai eleger Lula. 



terça-feira, 25 de outubro de 2022

Saudade.




Guardaremos na memória a tarde de sol

O verde da grama recém molhada

As toalhas daquela mesa

Nossos corpos na horizontal

Na madrugada


Quardaremos a volta macia

Da curva do rio

Que tudo que pega guarda

Nossos olhos borbulhando no céu

Nossa pele e a pele d’água


Relampejada

Polvilha canseira

Tanta ladeira

Que nem poeira 

Saudade sobre a mobília

A casa é uma ilha


Tempo parava

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

TODO MUNDO

 


Essa eleição parece aquelas de condomínio...

Onde os participantes mostram seus interesses claramente...

De um lado temos o "tio bacana" que ajuda a arrumar o parquinho para TODO MUNDO, e nem filho ele tem ainda...organiza campeonatos/gincanas para dar sentido à gritaria da molecada no final de semana...pensa em pegar uma área ociosa e fazer uma hortinha coletiva...ele aparta briga entre crianças e mostra que TODOS podem brincar juntos...é o tio que tem muitas ideias para ser um síndico que irá administrar para TODOS.

Do outro lado temos um senhor ranzinza,que mora no prédio e distribui azedume a alguns...ele quer ser síndico para poder mandar em tudo, colocar ordem no prédio...ele não quer arrumar o parquinho porque seus filhos  já são adultos e os netos não gostam de se misturar e dividir seus brinquedos...

Ele fica irritado e fala muitos palavrões quando a tia do 3°andar defuma a casa às sextas...

Ele deu um show qando viu o Carlinhos do 214 dando uns amassos no estacionamento, este mesmo show rendeu na  última assembleia...o fuzuê só terminou quando alguém lembrou que os filhos dele também já tinham sido pegos dando uns pegas lá... e ele ainda tentou argumentar dizendo que os filhos eram machos e estavam com mulher.

Ele reclama de tudo e de alguns do prédio...reclama basicamente dos pretos, pardos, macumbeiros, gays, dos filhos de mãe solteira, do rock, dos professores, dos churrascos na área de lazer...

Quer ser síndico para não pagar condomínio.

Quer ser síndico para ter direito a mais uma vaga no estacionamento (ele pensa em pegar aquela área ociosa e ampliar o estacionamento)

Quer ser síndico para proibir uma porção de coisas...

Fala até em expulsar alguns moradores do prédio...

Só sei de uma coisa... essa eleição vai ser tiro, porrada e bomba...

E eu voto e estou pedindo voto para o tio bacana.


D I A   3 0,   V O T E  1 3!

domingo, 23 de outubro de 2022

 A C O R D A R    P R A    S O N H A R


Diga não a quem grita forte, 

Diga o contrário que se silencia,

Já não se acorda todos os dias para o silêncio,

Nem se anoitece gritando,

Mas há em todas as horas, a disponibilidade para o tormento. 


Nem sempre tempo ausente é tempo perdido, 

Nem todo receio é o que se desfolha de frente ao espelho, 

Nem o que se despedaça é tempo inocente, 

Não ao começo que se destrói,

Sim à evolução, 

Nem sempre há tempo na vida.


Por isso sonhe, ou durma!

sábado, 22 de outubro de 2022

C H E G A !

 


Quando Bolsonaro chega numa comunidade e olha "meninas arrumadinhas" de 14 anos, se na cabeça dele "pintou um clima", ele é um pedófilo. 

A mídia minimiza a fala repugnante para um chefe de Estado. Como também minimiza sua responsabilidade pela tragédia sanitária durante a pandemia. Minimiza a tragédia econômica, lançando todo mês "expectativas positivas" pro mês seguinte que é pura inflação e crise. Abafa a verdade e promove as fake news em rede nacional. 

Mesmo sendo canalha, mentiroso, ladrão, assassino e pedófilo, a mídia empurra essa desgraça, com a pança dos seus sócios cheia de dólares que estão faltando para as políticas sociais.  

A mídia brasileira, herança de famílias com o rabo cheio de dinheiro, de corruptos e degenerados, contratou esse assassino. 

A mesma mídia que deu filme pra Flordelis "adotar" mais "meninas arrumadinhas" pelas ruas do Brasil. Que transformou um pastor tarado em "heroi pacificador de rebeliões nas cadeias".

Quando pinta um clima entre a mídia e um tarado, nasce um "herói", um "mito", um "gênio", um "craque", "um empresário de sucesso" que passa o dia "atendendo" a fila de meninas pobres e "arrumadinhas" que trocam sexo por eletrodomésticos.

Nesse Brasil que não deixou faltar Viagra pra tropa de velhos depravados, faltou oxigênio, remédios, vacinas, empregos, escolas, oportunidades, proteção, assistência, comida. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

BASTA, CHEGA, NÃO DÁ MAIS!

 


BASTA.

Ele olha prás comunidades e chama todo mundo que mora nas favelas de traficante. 


Mas a sogra dele era traficante. O tio da Micheque era traficante. O outro tio é um pedófilo que estuprou uma sobrinha. Bolsonaro é tão chegado em traficantes que os leva de carona na aeronave presidencial. Colocou mais armas nas mãos dos traficantes que do exército. 


Rodeado de traficantes, assassinos, pedófilos e bandidos, Bolsonaro sabe que seus ataques (com fake news e tudo) são sua melhor defesa. Mas a melhor defesa desse nojento é a nossa falta de memória. 


O irmão de Pazuello era traficante, raptava e estuprava meninas. O vice-presidente do partido de Bolsonaro foi preso outro dia, por abusar das próprias netas. Seus apoiadores no Rio, um matou um enteado de 5 anos espancado, outro filmava seus abusos com menores. E não foram poucos os pedófilos que faziam sinal de arminha, em 2018.

Guedes chegou a dizer que a economia iria bombar com o turismo sexual. Ele bem sabe que é a exploração sexual de menores que dá lucro pra cafetões da miséria iguais a ele.

Damares jamais foi vista defendendo as crianças indígenas vítimas de garimpeiros assassinos e estupradores. Afinal, dali daquele horror saía o ouro do seu pastor no MEC. 

O lado mais sombrio da humanidade está neste governo. 

quinta-feira, 20 de outubro de 2022

Brasil que teremos de volta.

 


Reconheço que, há muito tempo, que estas eleições definiriam se o Brasil optaria entre civilização ou barbárie. Infelizmente, a realidade superou muito os pessimistas e o país caminha para uma hipótese de ruptura institucional, um buraco sem fim no qual a barbárie, talvez, seja uma leve definição do caos. Em 2018, com o resultado daquelas eleições, a imagem do Brasil no mundo sofreu danos irreparáveis. Nós agora ocupamos um espaço destinado à mediocridade e à obtusidade.

As próximas eleições definirão é se teremos a oportunidade de salvar o Brasil do buraco sem fim que o Bolsonaro cavou para o povo brasileiro. Se vamos conseguir resgatar a cultura, salvar a saúde, recuperar a economia, dar vida à ciência e, principalmente, garantir a dignidade de nenhum brasileiro passar fome. Tínhamos saído do mapa da fome da ONU em 2013, agora voltamos vigorosamente - são 33 milhões de pessoas em estado crítico.

Se esse grupo fascista tiver mais 4 anos de desgoverno, o Brasil será rebaixado a um país que envergonha o mundo e as pessoas civilizadas. É óbvio que não existem 50% deles no Brasil. Não é disso que se trata. Os fascistas são os idealizadores e os estrategistas do caos: egoístas, desumanos e sem nenhuma empatia ou preocupação com o outro; racistas enrustidos, dinheiristas e extremamente maus, sem a capacidade de sentirem a dor dos seus semelhantes. A grande massa, infelizmente, apenas os segue, como se fosse um rebanho, seguindo o som de um berrante imaginário.

O individualismo é uma praga nessa sociedade de hipócritas, na qual o negro, o pobre e o invisível estão tão à margem que o que os fascistas fazem é apenas cavar o fosso ainda mais fundo. E erguer muros impenetráveis para que essa elite podre e inculta não possa ver o que está por trás deles e nem sentir o cheiro do povo. É uma divisão simbólica que destrói as bases civilizatórias da sociedade brasileira.

Precisamos tomar o Brasil de volta pelo voto e derrubar o muro que eles ergueram em cima nós. Vomitar, de forma azeda, nessa gentalha que tem horror a qualquer tipo de inclusão social. E fazê-los conviver com o povo que voltará a ter lugar à mesa, com acesso às nossas universidades, à cultura, à saúde e à vida. Não temos que nos contentar com as migalhas. Vamos ocupar a casa grande, abrir as porteiras e derrubar as cercas. Com Lula na presidência, o rio voltará ao seu leito normal e as águas, mesmo tormentosas, continuarão a correr para o mar. Um oceano onde todos são iguais e com possibilidades de, com igualdade de oportunidades, voltarmos a paz social.

Em novembro, o Brasil, eu espero, vai acordar nordestino, com todas as cores, sons, cheiros e sotaques que isso significa. E, depois de acordar nordestino, vamos nos abraçar tornando a ser um povo só, sem a divisão implementada por esses crápulas.

Assim, poderei voltar a escrever textos poéticos e leves em sintonia e em homenagem ao Brasil que teremos de volta.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

R O D O P I A R

 


Deixa chover, 

Deixa molhar, 

Deixa cair cera no chão

Deixa rodopiar

Roda pião

Palma da mão


Chega

Feito Lua cheia,

Chega inteira

Incendeia de feitiço

Meu juízo

Venha inteira, 

De sorriso incandeia

Pisa o pé descalço 

Na areia


Se sinta flutuar

Derramar água

Tempo de saborear

Ter

A Mente, 

O coração, 

A alma

Na palma da mão.

terça-feira, 18 de outubro de 2022

FELIZ DIA

 

O dia 18 de outubro costumava ser uma data protocolar. Por décadas, mensagens entre colegas de profissão, poucos anúncios na imprensa parabenizando médicos por sua dedicação e eventos mais para festivos de entidades de representação da categoria compuseram um repertório comemorativo repetitivo, mas simpático e inclusivo. Neste ano, as divergências político-eleitorais engoliram a tradição. O princípio da profissão — definido por suas competências e também interdições de práticas, um espaço comum para o exercício de atividades — passa por uma reviravolta. O que era partilhado em função do que se faz, como e onde se trabalha está sendo substituído por um fanatismo político que rejeita diferentes e diferenças.

Divergências entre médicos acompanham a constituição das alternativas para projetos nacionais. Não fossem as polêmicas entre Afrânio Peixoto e Oswaldo Cruz sobre a compreensão dos “nossos males”, possivelmente teríamos demorado ainda mais tempo para a transição da medicina bacharelesca para a científica.

Médicos não são iguais, dividem-se em especialidades e se inserem em diversos e múltiplos espaços em suas interações com a sociedade. Em geral, enfrentam uma jornada de trabalho longa, exigente de desvelo e prudência permanentes. Aprendem a desenvolver empatia para lidar no dia a dia com pacientes e necessidades de saúde individualizadas e a respeitar singularidades. Estar perto do sofrimento, da dor e também da alegria da recuperação da saúde marcou em todas as gerações de médicos brasileiros o compromisso de aproximação com os mais pobres.

A fusão entre parte de médicos no Brasil com a crítica intolerante à “ordem”, ao moderno, é um corpo estranho à medicina. Contestar a alegada arrogância do pensamento científico e a proclamação do fim das utopias igualitárias é admissível, merece reflexão. Mas a convocação pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) de um Dia do Médico pró-Bolsonaro rompe com o sentido único de ser médico. Médicos confundidos com um regime, um governo, entraram para a História como carrascos. Para restabelecer as condições é essencial dar visibilidade aos modos de fazer e pensar medicina e saúde e seus possíveis modos de transformação. Os atuais conflitos que separam os médicos não se resumem à cloroquina; estão em jogo expectativas de atuação e satisfação com o trabalho, obtenção de prestígio.

Criaram uma "muleta" com corpo de empreendedorismo, autonomia, livre-arbítrio e membros reconstituídos pelo fim do reinado dos professores e pesquisadores que emitem protocolos de condutas e normas sanitárias. A mistificação da medicina é uma operação de subtração. As possibilidades idealizadas de ser médico resultam da retirada dos pacientes da equação. Asas às fantasias de vencer por mérito próprio abstraindo as condições concretas de vida no Brasil oferecem como vantagem adicional a isenção da tarefa de equacionar medicina e saúde. Para afastar o fantasma do engajamento ideológico e prevenir práticas anticientíficas, é preciso fincar os dois pés na realidade e construir pontes que permitam resgatar a identidade médica necessariamente vinculada com a saúde da população.

A todos que estão ainda exercendo, em vários áreas e setores, e não enqueram o Juramento.

FELIZ DIA!

segunda-feira, 17 de outubro de 2022

notas para um livro bonito

 



de cofres de nuvens o poema desaba.
chuva na tarde ferruginosa: o poema-tobogã e
seus frios na bexiga.
mas seus mistérios são como a alegria
a fruta que lenta e rápida apodrece nos mercados.
o poema é só o poema
ou mesmo a doença em Deus.
entende-los (poema e Deus) por linguagem
é uma saída, mas não resolve.
cultuar seu misticismo
sua precariedade ou antissepsia, é possível.
mas e daí?
o poema, anjo roedor, é ruidoso e não apazigua.
o poema arde ardis.
se com urgência, suja-se.
se com paciência, não passa de
inseguranças de um menino de prédio.
fuligem e esterco, só.
até que finalmente, fóssil de flor
(que não é flor que se cheire)
o poema entra num livro.
e o livro cai na vida.
Obs.: liga não, é só um desbafo. Meu pessimismo passará, como passará esse tempo onde a mediocridade ofusca o lirismo, a beleza, e a paz! 

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

IMPOTÊNCIA

 




Sinto-me impotente 

Diante de uma multidão de fanáticos cegos, surdos e insensíveis à lógica da razão,

Afastados do sentido de humanidade e afogados em uma ignorância que parece não ter fim.

O que veem e escutam essa gente?

Quem são as suas referências do bem?

Que pessoas elas admiram?

Com quais ideias e pensamentos elas se identificam?

Quais os discursos que fazem essa gente vibrar?

Com quais ações políticas essa gente concorda?

Alguns dizem que essa gente não gosta de ler textos grandes. Eu discordo. Na verdade, essa gente não gosta de ler. A leitura não é algo que atrai essa gente. O que atrai essa gente é a mentira. E a violência é o que faz essa gente vibrar.

O ódio é o seu sustento e o amor é algo para ignorar.

Sinto-me impotente diante de tanta falta de lucidez, vendo a estupidez brilhar nos olhos dessa gente. 

Isso não tem nada a ver com religião. Trata-se de uma seita fundamentalista de construção de maldades. E há quem enxergue bondade na coisa ruim.

Sinto-me impotente, mas não desanimado, porque preservo a esperança dentro de mim.

Às vezes, como agora, Sinto-me pra baixo. Mas daqui a pouco me recupero e volto a cantar, lutar e sorrir.

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Eu vivo a esperança

 




Eu vivo a esperança 

De um país sem mentiras,

De uma nação aonde todos possam se expressar livremente,

Sem medo de sofrer alguma agressão injusta

E com a certeza de que as nossas diferenças não fazem de nós inimigos.

Eu vivo o sonho de um um SUS fortalecido, de escolas públicas de qualidade para todos

E de poder andar por aí em segurança, sabendo que os meus filhos terão um futuro melhor do que o meu.

Eu vivo a ansiedade da espera, da chegada de um tempo em que o amor será muito mais do que somente uma palavra de ordem, mas um sentimento fraterno entre todos nós. 

Eu vivo a angústia de não saber se as pessoas estão entendendo o momento de agora,

Da importância de apontarmos o caminho para as mudanças tão necessárias agora.

Eu vivo a expectativa de uma Era de lucidez e consciência, em que  cegueira fundamentalista deixará de existir.

Eu vivo a infeliz experiência de assistir um psicopata praticando tantas maldades,

Em meio à tanta crueldade oriunda de uma mente perversa e manipuladora, que faz da tortura, do sofrimento e da morte as suas bandeiras políticas em uma República de famintos.

Eu sinto vergonha da ignorância moldada em forma de motociatas,

Da brutalidade de uma gente que não se importa com ninguém, a não ser com eles mesmos.

Eu sinto tristeza, mas me refaço na alegria

De que daqui a alguns poucos dias o amor e a paz estarão de novo anos guiar.

 


Um amigo alertou-me de que meus textos têm sido muito fortes e com demasiadas críticas ao governo Bolsonaro, especialmente contra a hipótese de reeleição desse grupo de predadores culturais e civilizatórios. Reconheço que, quando comecei a escrever, há muito tempo, que estas eleições definiriam se o Brasil optaria entre civilização ou barbárie, eu mesmo acreditava estar usando uma permissão literária para chamar atenção e provocar uma reflexão.
Infelizmente, a realidade superou muito a provocação e o país caminha para uma hipótese de ruptura institucional, um buraco sem fim no qual a barbárie, talvez, seja uma leve definição do caos. Em 2018, o grande escritor Angolano, José Eduardo Agualusa, escreveu intrigante e verdadeira crônica sobre “O novo rosto do Brasil no mundo”. E disse, com elegância, que, dependendo do resultado daquelas eleições, a imagem do Brasil no mundo sofreria danos irreparáveis. Ele estava sendo gentil, nós agora já ocupamos um espaço destinado à mediocridade e à obtusidade.
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O que as próximas eleições definirão é se teremos a oportunidade de salvar o Brasil do buraco sem fim que o Bolsonaro cavou para o povo brasileiro. Se vamos conseguir resgatar a cultura, salvar a saúde, recuperar a economia, dar vida à ciência e, principalmente, garantir a dignidade de nenhum brasileiro passar fome em um país que alimenta o mundo. Tínhamos saído do mapa da fome da ONU em 2013, agora voltamos vigorosamente - são 33 milhões de pessoas em estado famélico.
Se esse grupo fascista tiver mais 4 anos de desgoverno, o Brasil será rebaixado a um país que envergonha o mundo e as pessoas civilizadas.
É óbvio que não existem 50% deles no Brasil. Não é disso que se trata. Os fascistas são os idealizadores e os estrategistas do caos: egoístas, desumanos e sem nenhuma empatia ou preocupação com o outro; racistas enrustidos, dinheiristas e extremamente maus, sem a capacidade de sentirem a dor dos seus semelhantes. A grande massa, infelizmente, apenas os segue, como se fosse um rebanho, tangida por um berrante imaginário.
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O individualismo é uma praga nessa sociedade de hipócritas, na qual o negro, o pobre e o invisível estão tão à margem que o que os fascistas fazem é apenas cavar o fosso ainda mais fundo. E erguer muros impenetráveis para que essa elite podre e inculta não possa ver o que está por trás deles e nem sentir o cheiro do povo. É uma divisão simbólica que destrói as bases civilizatórias da sociedade brasileira.
Nesta semana, conseguimos uma grande vitória no Supremo Tribunal Federal e devolvemos à Câmara Municipal o vereador negro Renato Freitas, que havia sido cassado por ser negro. Por racismo estrutural e por não se sujeitar a cumprir os ditames dos colegas vereadores racistas.
Não devemos nos esquecer de que o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, que coordenou nos bastidores a cassação de maneira covarde, é o mesmo que disse ter vomitado quando um pobre entrou em seu carro, pois não suportou o cheiro da pobreza.
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Precisamos tomar o Brasil de volta pelo voto e derrubar o muro que eles ergueram em cima deles. Vomitar, de forma azeda, nessa gentalha que tem horror a qualquer tipo de inclusão social. E fazê-los conviver com o povo maravilhoso que voltará a ter lugar à mesa, com acesso às nossas universidades, à cultura, à saúde e à vida. Não precisamos nos contentar com as migalhas. Vamos ocupar a casa grande, abrir as porteiras e derrubar as cercas. Com Lula na presidência, o rio voltará ao curso normal e as águas, mesmo tormentosas, continuarão a correr para o mar. Um oceano onde todos são iguais e com possibilidades de, com igualdade de oportunidades, voltarmos a paz social.
Em novembro, o Brasil, eu espero, vai acordar nordestino, com todas as cores, sons, cheiros e sotaques que isso significa. E, depois de acordar nordestino, vamos nos abraçar tornando a ser um povo só, sem a divisão implementada por esses crápulas.
Assim, poderei voltar a escrever textos poéticos e leves em sintonia e em homenagem ao Brasil que vamos ter de volta.
Lembrando-nos do poeta nordestino Trasíbulo Ferraz, no poema A Orgulhosa:
“ A sorte dá, nega e tira.
Sangue azul, avós fidalgos,
Já neste século é mentira.
Todos nós somos iguais;
Os grandes, os imortais;
Foram plebeus como eu sou.” 
 Por que as famílias incentivam seus filhos a torcer pelos times de futebol, os fazem crescer e defender suas crenças religiosas, mas política é assunto proibido? Isso é um equívoco e frustra as crianças, que muitas vezes gostariam de ter espaço para externar seus pensamentos.

Um estudo realizado pelo Instituto Qualibest com 120 crianças de 07 a 12 anos de São Paulo e Rio de Janeiro, aponta que parte delas tem uma compreensão política bastante apurada, embora metade das vezes as informações que recebem são de maneira indireta.

De acordo com a pesquisa, as escolas não tratam de política com as crianças, deixando essa responsabilidade para a família. Os pais, por sua vez, também não conversam sobre o assunto com seus filhos – metade das crianças entrevistadas disse ouvir sobre política nas conversas dos adultos entre si, ou em comentários informais.

Outro dado interessante apontado é que cerca de 60% das crianças estão sempre atentas às informações que as cercam, embora os pais e a escola não falem com elas de política. E olha que interessante: elas expressaram vontade de emitir suas opiniões. Isso só reforça a tese de que política deve sim ser tema de sala de aula e das conversas familiares.

Claro que se trata de um estudo reduzido, com crianças de cidades grandes da região Sudeste, uma pequena fração do nosso vasto e diverso país. O resultado representa, no entanto, um passo importante no sentido de dar voz aos pequenos, tratando-os como os cidadãos que são.

Não devemos menosprezar o fato de que a garotada tem personalidade e a maioria percebe, por exemplo, que o país vive um ambiente de polarização como jamais visto. Não falar do assunto em casa e na sala de aula pode gerar dúvidas e angústias. Por isso é tão importante levar informações embasadas e incentivar que reflitam sobre o momento atual.

Conversei com alguns professores para avaliar se os dados refletem, de fato, a realidade. Alguns confirmaram que o assunto não é abordado, outros relataram que os colégios onde trabalham tratam de política sem aprofundamento, alertando sobre corrupção, falando de leis, democracia, cidadania e importância do exercício do voto.

Um exemplo interessante é uma escola particular da Zona Sul do Rio, que trata as eleições para representante de turma como um legítimo processo eleitoral. Os alunos lançam suas candidaturas, fazem campanha, apresentam propostas aos demais colegas, discursam para a turma e, ao final, é feita a votação com uma urna que tem até as fotos dos candidatos. É uma experiência bem interessante.

Enfim, fomentar o debate só traz vantagens, na minha opinião. A educação é a base da formação do caráter e do reposicionamento do cidadão na sociedade. Se morar, comer, dormir, brincar, estudar, enfim, viver... Tudo é política, então por que não introduzir o assunto na base? A qualidade do político de amanhã depende daquilo que ensinamos às nossas crianças, hoje.