quinta-feira, 31 de março de 2022

NUNCA MAIS


Eu sou 

Um agente da ditadura, 

Sou aquele 

Que te quer no chão, 

Submisso e subserviente,

Desesperado e insano

na prisão. 

Eu sou

um instrumento da ditadura,

Sou aquele 

Que te tortura

e te censura a fala

enquanto anula 

A sua reação. 

Eu sou

um herói da ditadura, 

Sou aquele 

Que prende e arrebenta 

Sem dar satisfação. 

Eu sou

um amante da ditadura,

Sou aquele 

Que te espanca, 

Te humilha e te põe 

No camburão. 

Eu sou 

O verme da ditadura,

Sou aquele

que lava a sua mente

com a doutrina 

Da escuridão. 

Eu sou 

O horror da ditadura,

Sou aquele com discurso 

De enganação. 

Eu sou 

A besta da ditadura,

Sou aquele que te sangra

sem qualquer compaixão. 

Eu sou

o abutre da ditadura,

Sou aquele que te leva

À solidão. 

Eu sou o mal,

A perversidade, 

Sou a tempestade 

No seu barracão. 

Eu sou a treva,

Que sem piedade 

Te leva à "Estocolmo",

Me tornando sua paixão. 

Eu sou a febre

E sou o medo,

Eu sou o abismo

Do seu coração. 

Eu sou a bala,

O dedo no gatilho,

Eu sou a peste

Dos sem razão. 

Eu sou

A dor da ditadura, 

De esquerda ou de direita,

Eu sou a própria maldição. 

Eu sou

A fria ditadura,

O tormento, a loucura,

Eu sou o mundo

Na contradição. 

Eu sou

Um defensor da ditadura

E te quero morto,

Por devoção. 

Eu sou

O segredo e a mentira,

E minha raiz é firme

Na corrupção. 

Eu sou 

A injusta ditadura, 

Que te sequestra

E desaparece

Com os seus filhos

Na multidão. 

Eu sou aquele

Que te reprime,

Sou o inferno sorrindo

Em ebulição. 

Eu sou um idiota,

Imbecil, ignorante,

Acreditando ser a ditadura 

A nossa salvação. 

Eu sou um tolo,

Burro, arrogante

Lambendo as sujas botas

De um capitão. 

Eu sou 

A mídia da ditadura, 

Sou aquele que morde

Como um cão. 

Eu sou 

O estuprador,

A covardia,

O pavor que te rouba

A alegria,

Sou aquele que pretende

A sua eliminação. 

Eu sou 

A estúpida ditadura

Atropelando e rasgando

A Constituição...

O Brasil de volta

 

O país precisa, mais do que nunca, de ações afirmativas de todos nós. A perplexidade pela mediocridade do momento brasileiro, com a angústia da volta do país ao mapa da fome da ONU, do qual tínhamos saído em 2012. E, claro, o constrangimento de termos, ainda no meio deste caos obscurantista, 30% dos brasileiros apoiando o governo fascista.

A revolta, a sensação de um desânimo no meio do desastre pelo qual passa o Brasil em todas as áreas: cultura, saúde, economia, educação, segurança, tudo enfim. A resistência que nós pretendemos é pra fazer um Brasil feliz de novo, em vencer o atraso, em afago e em afeto, um aconchego no fundo do poço, dar as mãos na beira do precipício e não deixar ninguém sozinho. Para reagir aos bárbaros, é necessário revelar as atrocidades. Não há como enfrentar esses ratos que saem diariamente do esgoto sem se expor ao cheiro putrefato.



Ainda nesta semana, a exemplo do deputado bolsomorista que foi à Ucrânia fazer turismo sexual, pois as ucranianas seriam "fáceis porque são pobres", outro escândalo ocorreu no meio do bolsonarismo raiz. Um vereador desse grupo, com 23 milhões de seguidores e o terceiro mais votado — 60.326 votos no Rio de Janeiro —, foi filmado aparentemente aliciando uma menor em troca de um sanduíche. O mesmo vereador que é acusado de assédio moral e sexual por ex-funcionários. Tudo merece apuração, claro.

Ao mesmo tempo, o ministro da Educação caiu por corrupção depois de o Presidente afirmar que "botava a cara no fogo" pelo infeliz. Mas Bolsonaro não cumpriu a promessa, pois, como a cara dele é de pau, teria virado cinzas. Por isso vamos esquecer a ideia do brasileiro cordial. É necessário encarar de frente, e com vigor, esses hipócritas e canalhas. É preciso nos lembrar do acinte de ter o ex-ministro Milton Ribeiro autorizando a distribuição de bíblias com fotos dele. Não existem limites para esse grupo!

Mas, na verdade, uma sensação que me domina: é chegada a hora de termos o Brasil de volta. Um país que acolha a todos e que nos faça ter a certeza de que vale a pena lutar por um mundo melhor, e  continuar incansável, lutando por um Brasil mais feliz e digno.

SEM ANESTESIA, (Você Na Veia)

 


É poesia

Se fosse pra você, estranharia

É a vida que eu vivia

Antes de te conhecer

Enganos? Eu tinha porque queria

Sabia que tudo mudaria um dia 

Me encantaria por você


Misturei noite e dia

Cantaria a cantoria

Que queria 

Um amor sem anestesia

Queima, acalma, vicia

Mata e cria

A pessoa se enamora

Chora do que ria

Aquele riso de dentro pra fora

Fica indo embora 

Isso é amor, é Poesia!

quinta-feira, 24 de março de 2022

CANSEI DE MIM!

 



Cansei-me da elite brasileira! E eu sou parte dela. Cansei de mim. Branco, com acesso aos Poderes, com curso superior feito em Universidade pública, e com mais condições de vida do que a absoluta maioria da população. Mas, que coisa nós viramos! Um Brasil triste, capenga e ridículo. Termos ainda 30% dos brasileiros apoiando o crápula do presidente diz muito sobre quem nós somos: um país que nega a existência do navio negreiro, que teima em dizer que não há racismo e que convive com a violência e a misoginia.

Uma aristocracia que ganha dinheiro com a miséria. Nós somos uma sociedade que aceita um ser como Bolsonaro defensor de torturadores, que cospe nas mulheres, que cultua a morte e elogia a tortura.

A pior representação do que poderíamos imaginar. Vamos esquecer daquela ideia do brasileiro cordial. Vamos fixar no brasileiro sacana, covarde e indiferente com a pobreza, com a fome e com o desemprego. Naquele para o qual pouca importa se o sofrido povo está em estado de abandono - com 14 milhões de famintos e 20 milhões de desempregados. Essa é a nossa elite.

Às vezes, como elite que sou, vejo aqui o ambiente tóxico que temos no dia a dia da imprensa brasileira. É difícil ter, como temos, alguns jornalistas viúvos do ex-juiz Sérgio Moro e que se apresentam como ícones. Parece não existir fundo nesse buraco. Nós somos o fim do tal poço.

Mas, ainda assim, é preciso resistir às tragédias diárias. Não é possível viver somente entre uma guerra sanguinária de uma ocupação covarde e bandida e um Brasil se desmilinguindo como povo e como nação. Hoje, somos uma imagem pálida do que éramos na era do Lula. O bando chefiado pelo Moro, que foi o principal eleitor do bolsonarismo, a serviço de grupos que precisam ser desmascarados, roubou o que tínhamos de mais nosso: uma identidade orgulhosa de um país.

Sendo lulistas ou não, temos apenas uma chance de voltar a ter o Brasil de volta: derrotar esse projeto obscurantista. Vamos vencer o fascismo, confrontar os representantes da barbárie e fazer um Brasil feliz de novo!

Na verdade, não é pedir muito. É um pouco de respeito, uma pitada de amor, um carinho pelas pessoas que estão absolutamente desprotegidas e um afago, no limite. Até, quem sabe, um abraço amigo. Ou seria pedir demais um contato assim, amoroso, com quem esses bárbaros cuidam de afastar das nossas vidas? E vamos enfrentá-los em todas as áreas.

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) condenou um dos membros daquele bando. O tal Deltan foi condenado a pagar ao Lula, pela leviandade do uso do power point, um valor a título de danos morais. Um gesto mínimo de respeito do Judiciário. Um reconhecimento de que a breguice, o uso político do Ministério Público não podem prevalecer. Deltan não é só corrupto e incompetente; ele é coitado, brega e vulgar. E a sua reação contra o tribunal foi de um destempero de quem se julga acima das instituições.

É o começo do fim do grupo que Moro comandava. Vamos garantir a eles os direitos que eles desprezaram. Todos, inclusive o da prisão somente após o trânsito em julgado. Sem vingança, apenas com respeito à Constituição.

quarta-feira, 23 de março de 2022

VALE A PENA

 

Me perguntam se vale a pena lutar. Sim, se for contra a fome, a injustiça, a desigualdade, o desemprego, a falta de políticas públicas, entre outros males deste sistema capitalista. Lutar por dignidade e respeito. E sim, sou um Petista! Sou Comunista! Em meio a um governo fascista, nós militantes, vamos festejar com muita arte, alegria e afeto. Vamos mostrar a eles que Amor, e Afeto são sentimentos revolucionários! Vamos repor forças para os desafios de um ano eleitoral, para combater o bom combate. E, mais do que isso, vamos gritar em alto e bom som: RESISTIMOS! E em outubro vamos mostrar que vermelho é a cor da Esperança, a cor do amor!

Resistimos à ditadura militar, a clandestinidade, a governos que atacam a democracia, a várias tentativas de nos silenciar. Resistimos e vamos mostrar que o amor,o afeto são sentimentos revolucionários, vamos poetar revolucionariamente.

Pra denunciar o açoite, contra a tirania, com poesia.                  Acender no coração do povo.                                                              A esperança de um mundo novo.                                                         E a luta para se viver em paz.

domingo, 20 de março de 2022

O R G U L H O

                                                                                                            "Cada dia que passa, percebo que existem mais ladrilhos nas ruas, ou eu que não reparava tanto nos ladrilhos antigamente, percebo mais vezes o seu sorriso, ou eu que não sabia o que era um sorriso de ver-  dade, e tenho percebido mais vezes a beleza do pôr-do-sol, ou talvez eu nunca tenha realmente parado pra observá-lo...Todos às vezes que chove, tenho reparado na transparência da chuva, e no como é belo pode ser admirar-se dela.

Tenho visto nos seus olhos, os meus olhos, e nunca pensei que fosse tão lindo o brilho do meu olhar ao avistar o seu olhar, acho que nun- ca havia reparado no quanto gosto de ver você...E ontem reparei um sabor especial no seu beijo, que nunca havia sentido, acho que jamais beijei você daquele mesmo jeito...A cada dia que se passa, eu vejo que meu amor se torna mais forte, e que não consigo mais viver sem você.

Todos os dias eu sinto como se meu ar dependesse unicamente dos seus pulmões, que pra eu me deitar e dormir, preciso de seu beijo, do seu boa noite, seu boa noite pra mim é como ver o sol se por!

Vejo que todos as vezes que você me diz, “EU TE AMO” , me sinto uma pessoa realizada, e vejo o quanto é importante ouvir isso no te- dioso dia, e vejo que...Torna-se tão tedioso o meu dia se sua presença não o faz completo...Sem seu sorriso não me acordar de manhã, sem ter teu sorriso pra elogiar, eu morro só de pensar...Penso e avalio o quanto gosto quando me abraças, pela cintura, vagarosamente, se aproximando sem dizer nada, só deita nas minhas costas e abraça-me por inteiro, se entregando como meu amor verdadeiro...Provavelmen- te se eu tivesse aprendido antes a dar valor ao, pequeno, mas belíssi- mo vôo de uma borboleta, ou a beleza de uma flor por onde passei pra visitar as cachoeiras que por horas nadei, e nadei, mas nunca vi nelas também a beleza que hoje avistei...Hoje vejo seu rosto em todo e qualquer lugar, mas não sei mais qual é o gosto do seu beijo, o sa- bor do seu amar, não sei mais qual o som da sua voz ao dizer te amo, nem mais vejo beleza ao me deitar, não sinto vontade de ir pro  quarto, nem sinto vontade de ir caminhar de manhãzinha, mas vejo que depois que perdi você...Aprendi a amar as coisas que eu devia saber amar antes pra não ter perdido!

E hoje eu vejo a beleza das coisas, e a simplicidade do que eu devia ter feito e não tive capacidade de fazer...Talvez se eu tivesse dito eu te amo quando eu te amo me disse, hoje...Eu tivesse você.


Podemos perder muito, por não fazer muito pouco!"

quinta-feira, 17 de março de 2022

Morrer não é nada; não viver é que é horrível!

 



Há vários motivos para ficar angustiado ultimamente: o rescaldo da pandemia, o medo da doença, a morte levando tantos(próximos e não próximos), o pavor da guerra, um governo que deixa o Brasil à deriva e destrói, todas as conquistas humanistas das últimas décadas. As mortes, a que mais me choca é a falta de rumo e de expectativa do refugiado durante guerra. Equiparável à fome, que hoje atinge 20 milhões de brasileiros.

Não consigo entender como uma família pode estar, numa noite, sentada à mesa em um jantar  fazendo planos sobre as banalidades rotineiras e, no outro dia, pela manhã, sob o impacto de bombas, todos têm que deixar o lar, em fuga, para tentar a sorte numa luta pela sobrevivência. É cruel e desumano. Esse interromper da vida é um enredo muito brutal. É muito mais duro do que o próprio fim da vida, pois é o fim de qualquer sonho.

Expectativa é de que a guerra levará à miséria algo em torno de 90% dos ucranianos. É impossível não ficar espantado nessa batalha televisionada ao vivo, é a ficção dos games de violência sendo superada pela realidade. O pavor passou a ser o nosso companheiro diário. Parte da mídia começa a mostrar o abismo humanitário no qual o mundo foi jogado.

O rapto de crianças para serem vendidas como escravos sexuais e os estupros que ocorrem representam um terror dentro do terror. Uma guerra à parte! A dissolução qualquer resquício de compaixão que ainda poderia existir. A expressão da falência do ser "humano" pode ser resumida na frase do deputado “bolsomarentista” referindo-se às ucranianas nas filas para fugir da guerra: “São fáceis porque são pobres”.  Dói. Assusta. Enoja e causa repugnância.

Um outro lado do impacto desse conflito sobre as pessoas. Uma matéria em Jornal que não me lembro qual, faz um relato sobre como o mundo reage à guerra midiática que mata “europeus louros e de olhos azuis”.

Ela informa que, em 20 dias da invasão à Ucrânia, a ONU já arrecadou mais doações do que todo o ano de 2021 para crises na África, na América Latina e na Ásia. Ela demonstra que, embora evidentemente os três milhões de refugiados ucranianos agradeçam a solidariedade! A mim, a seletividade  causa desconforto e incredulidade. 

Oss números: enquanto as doações para os refugiados da Ucrânia, em 15 dias, já se aproximam de 50% de tudo que a ONU solicitou como assistência emergencial, no mesmo período, a entidade recebeu apenas 3,5% do total de US$ 41 bilhões que serão necessários para socorrer 183 milhões de pessoas, em 63 países, que são vítimas de guerras, pobreza e desastres ambientais.

Tudo isso diz sobre o mundo em que vivemos. Sobre quem somos. Quando a ajuda é mensurada pela cor da pele e por questões geográficas e políticas, Isso me causa raiva, não os números; é sinal de que a humanidade perdeu todos os parâmetros. 

É a outra face da guerra: a que nos desnuda e que nos faz notar que uma venda caiu sobre os olhos das pessoas causando uma cegueira coletiva. Como uma máscara que não nos deixa respirar, perdemos a capacidade de reagir e de se indignar.

E a imagem dos refugiados andando sem rumo no frio, com sede e fome, talvez me choque tanto por saber que somos todos, de certa forma, refugiados em busca de um mundo no qual a solidariedade e a igualdade sejam a regra e, por isso mesmo, nem chamem atenção e nem virem notícia. Pobre de nós.

A melhor maneira de realizar sonhos é acordar. 

Vamos acordar para que nossos sonhos se realizem em Outubro 2022


domingo, 13 de março de 2022

D E N T R O

 


Dentro dos grandes olhos lagos

            dos grandes lábios logo

            do seu grande peito fogo 

            de sua grande alma anjo

            de seu corpo gente

Dentro de mim


Dentro de sua boca riso

            da cabeça sonho

            de seu braço arco

            de sua pele febre

            de sua vida laço

Dentro de mim


Dentro em breve




Dentro do cabelo pente

            do tecido saia

            do desejo beijo

            do quarto crescente

            do seu centro entro

Dentro de mim


Dentro do seu filho parto

            da família ente

            do umbigo rente

            da pessoa sempre

            da sua semente

Dentro de mim


Dentro em breve


Dentro do possível hoje

            do limite urgente

            de onde você mora

            do calor da hora

            de você agora

Dentro de mim


Dentro em breve

sábado, 12 de março de 2022

Destamparam o bueiro da barbárie

 


Depois de amanhã, dia 14, completarão quatro anos do assassinato da vereadora Marielle Franco, sem que se tenha esclarecido quem a  mandou matar. Talvez jamais saberemos. A execução da vereadora ocorreu durante a intervenção federal na Segurança do Rio de Janeiro que teve como interventor o atual ministro Braga Neto. Se o assassinato de Marielle tivesse sido considerado afronta à intervenção o crime teria sido esclarecido. Mas ao contrário, se tornou símbolo de deboche com quebra de placa na qual constava o nome da vítima. Os autores da barbárie emolduraram a placa e a ostentam até hoje. 

O ano de 2018 foi um ano emblemático da História do Brasil. Foi o ano no qual se consolidou um golpe contra as instituições democráticas e contra o Estado de Direito. A mídia e instituições custaram a compreender o que se tramou e se executou. Somente quando ameaçadas as instituições se desvincularam do projeto em andamento. O cerco ao prédio do STF, as manifestações em frente a quarteis e os ataques demonstraram do que são capazes os que não têm apreço pelos valores civilizatórios da Constituição de 1988.

Não se pode afastar a hipótese de que o atentado à Marielle fosse parte de um projeto político, tal como foram as bombas que explodiam pelo Rio de Janeiro na ditadura empresarial-militar, até o dia no qual uma delas explodiu no colo dos terroristas oficiais no Riocentro em 30 de abril de 1981.

No último dia 8, Dia Internacional da Mulher, que celebra a data de luta das mulheres operárias por redução da jornada de trabalho e outros direitos, dentre os quais o direito de voto, a foto do pedaço de placa emoldurada, segurada pelos dois deputados que a quebraram, foi novamente postada nas redes sociais. Trata-se de um gesto desumano que tripudia sobre a dor da família e de todxs que até hoje, após quatro anos, não temos resposta sobre o motivo do assassinato. A indiferença à dor alheia mostra o declínio das sociedades rumo à barbárie. Mas ainda é possível reverter. Vamos mostrar nossa indignação em outubro, votando em candidatos que não estão juntos a milicianos, juntos a assassinos!

sexta-feira, 11 de março de 2022

SIM ou NÃO (nunca talvez)

 




O sim é voar

O não é preso ao chão

O sim é amar

O não é esconder perdão

O sim olha

O não cega

O sim é mão aberta

O não é corpo fechado

O sim tem liberdade

O não tem prisão 

O sim é uma ponte

O não é beco sem saída

O sim produz o pão

O não fabrica avareza

O sim cai sempre como uma luva

O não é murro em ponta de faca

O sim tem som de sorriso

O não parece um gigante de cara amarrada

O sim é minha mãe me olhando enquanto durmo

O não é alguém me olhando no escuro

O sim é bola pra frente

O não fica comendo poeira

O sim ri de besteiras

O não esquenta a cabeça

O sim é um menino arteiro

O não é um velho ranzinza

O sim nasceu primeiro

O não chegou atrasado

No meu dicionário.

terça-feira, 8 de março de 2022

Você pode e merece muito mais

 


Depois que minha mãe morreu, algumas de suas heranças começaram a aparecer  como se fossem bilhetes, de poucas palavras, mas grande significado.

Encontrei vários, mas alguns guardei na memória, mas fisicamente, nenhum. Sua escrita, seus escritos tem o objetivo de ser um mantra para que eu me lembre da força quando duvido de minha capacidade "você duvidava que fosse capaz...agora você sabe que pode muito mais" é a mensagem que não está eternizada com sua letra em um papel mas em minha memória.

Por várias vezes, nas situações do dia a dia, eu me lembro da sua mensagem. Quando comecei a dirigir, e conseguia estacionar o carro numa vaga na rua, eu pensava "eu sou capaz. ..", por algum tempo, isso foi um dilema, e até duvidei de mim, quase acreditando que eu não saberia dirigir bem. Quando aceito um desafio, eu me lembro que sou capaz.

Um bilhete  fazia referência a minha vó materna que havia morrido há pouco tempo "você é uma realização de um sonho de alguém que tinha certeza da sua vitória. Por ela, parabéns ", ela escreveu quando passei num concurso que nem eu esperava, e passei em segundo lugar na classificação. Minha avó  arrematava sonhos e memórias, e minha mãe uma professora  transbordando, da sala de aula, ela fez a extensão da sua casa.  De herança,  deixou comigo muito mais que bilhetes com sua letra, deixou também a mania de escrever, não com sua letra desenhada, mas com sentimento sobre qualquer assunto.


Hoje, dia 8 de março,  reparto com todas as mulheres um bilhete que minha mãe deixou:


 "Que nada ou ninguém te limite, ou te impeça de ser feliz".

Você pode e merece muito mais!


Desejo que o seu dia, seja um dia de reflexões nacional sobre direitos, sobre respeito, e que nos restantes 364 dias, direitos e respeitos sejam acompanhados de carinho, de flores, de chocolate...

domingo, 6 de março de 2022

Einstein tinha razão.

 




Quando Einstein disse que o tempo é relativo, ele estava coberto de razão. 

Tive o prazer de reencontrar uma amiga que não via há muito tempo. Tanto tempo, que pareciam séculos. Em poucos minutos de conversa, que na verdade foram horas, conseguimos fazer com que o tempo todo que passamos longe, encurtasse. 

Colocamos nossas vidas numa tela, apertamos o play e assistimos o nosso próprio filme.

Engraçado... algumas pessoas certamente surgem em nossas vidas com algum propósito. É claro que existem muitos tipos de anjos, quero dizer, de amigos. Uns surgem num segundo e no próximo já se foram, mas isso não quer dizer que não tenham marcado nossa vida. Outros aparecem e por algum motivo, somos obrigados a nos distanciar. Distância essa que não importa muito quando a amizade é verdadeira e forte. Distância essa que sentimos com a certeza de que não é pra sempre.

Acredito que o acaso não existe. Tudo acontece por um motivo, por um bom motivo. Aline é uma das amigas que eu não me importaria de não ver mais, porque sinto a certeza de que nos encontraremos em todas as nossas próximas vidas.

Horas que parecem minutos, anos transformados em sorrisos. 

É relativamente ligeiro o tempo, tanto que escapa por entre os dedos. Quando vi, já era hora de ir pra cama e ela disse: felicidade não se compra, mas estou vendida...

Eu disse: pensei que a felicidade não tivesse preço, mas descobri que a minha custa apenas um sorriso. Aquele sorriso que te ilumina por completo, aquele sorriso que você tem, que consegue refletir sua  alma na minha

Basta um sorriso seu, e sou feliz de novo.

sábado, 5 de março de 2022

Num dia, No outro

 



Num dia, eram só crianças a caminho do futuro. 

No outro, são crianças sem futuro a caminho.

Num dia, eram só mães dizendo aos filhos até logo. 

No outro, são mães sem saber o que dizer. 

Sem saber quanto tempo vai demorar essa despedida!


Num dia, eram só rapazes combinando sair com os amigos. 

No outro, são rapazes sem saída esperando os inimigos. 

Num dia, eram só homens regressando do trabalho pra casa. 

No outro, são homens sem casa para  regressar. 

Eram só pais dando a mão aos filhos para atravessar a estrada,

Agora são pais que arrancam os filhos das mãos e as estradas já não se deixam caminhar. 


Num dia, 

No outro. 

Da noite para o dia,

Escureceu e a manhã ainda não rompeu, ou para muitos não haverá!