domingo, 29 de maio de 2022

Você veta hoje eu voto amanhã

 


Se minha Nise falasse!


Quem é você pra julgar minha história 

Quem é você pra vetar nossa memória 


Seu veto não me veta

Seu veto não me afeta

Sou mulher do mundo inteiro 

Sou do povo brasileiro 


Você veta hoje  eu voto amanhã 


De Alagoas, nordestina

Em Salvador fiz medicina 

Psiquiatra feminina 

Fui no coração ❤da loucura

Amei animais, bichanos

Amei o bicho, humano, insano,

Enfrentei desventura e ditadura


Nasci de heróis e heroínas 

Sabe aquela rosa do fuzil

Sabe a coragem das meninas 

Estou no florescer desse Brasil 

Vivo em tanta gente

Na poesia ou na imagem

Que brota lá do inconsciente 

Com flor de Rosário na bagagem 


Arte liberta indigente

Arte derruba prepotente

Arte levanta uma nação 

Arte cura o cidadão 

E já que sua caneta é miúda, 

E sua ignorância é graúda 


Agradeço a homenagem

E para tal sacanagem 

Faço agora como meu gato

Levanto o rabo e nem dou papo!

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Aprender a ser forte

 

O mais caro da vida é simples.

Um cafuné,
Uma troca de olhares com olhos que sorriem, como se fossem os olhos da alma, 

Um abraço que esquenta o coração, 

Compartilhar uma refeição. 

Um prato fundo, pra toda fome que há no mundo

Poder chorar no colo de alguém que se ama, 

Se sentir acolhido.

Rir de uma besteira qualquer, em um lugar aleatório, se sentindo em paz.

Transmitir, repousar, transbordar sentimentos, confiar.

Ser independente do ter.

Tornamos tão complexo esse nível de simplicidade, 

Retornar pra essência e ali estar, 

Sem pompa, máscara, defesa.

Permitir-se ser vulnerável em um mundo de escudos, talvez seja mais importante do que aprender a ser forte.

Precisamos voltar a ser feliz.

 


Há uma real preocupação pelo nosso futuro, na verdade, pelo nosso presente. E vejo que tenho sido triste. 

Queria era falar do livro que estou lendo, do poeta novo que descobri por acaso ou do antigo que voltei a ler, de uma música que ouvi depois de tanto tempo. E contar histórias que me sustentaram, pela vida e ainda me sustentam, de detalhes quase esquecidos do meu pai, de amigos que não vejo há tempos, saudades boas também de minha mãe e de você, enfim. E relembrar das tardes e noites do meio do ano, de um outono, com um destilado, ou um dubom só pra relaxar, e poesias entre pessoas queridas, sendo felizes, e leves.

Este governo medíocre que domina o país, sequestrou  a nossa capacidade de sonhar e de sermos suaves. Foi criado um muro de obscurantismo e, até, de certa maldade, que parece separar os idiotas das pessoas que querem ser simplesmente íntegras e contentes. Não é mais possível ser leve e feliz. A realidade cruel e boçal do bolsonarismo aniquila a hipótese de humanismo. Não estou falando de divergências ideológicas, de direita e esquerda. Estou falando é a divergência entre civilização e a barbárie.

Tenho saudade  da direita civilizada, discutíamos mas  a nossa discordância não pensávamos na possibilidade de ruptura institucional. Claro, tínhamos  contraposições sérias sobre como enfrentar as desigualdades e o abismo que a direita criou com governos elitistas que deram as costas para o povo. Mas isso não nos levava à insegurança que  esses fascistas desavergonhados levam.

Tenho, e é até engraçado - que saudade - daquele parente ou amigo que me taxava de esquerdista e confundia os conceitos para me “xingar” de comunista. Mas nada que abalasse a estabilidade institucional. Nada que tirasse a certeza de que a pior das hipóteses era a alternância de poder.

Éramos imensamente felizes. Situação e oposição, e discutíamos política o tempo todo. Vivemos a redemocratização, as Diretas Já e a efervescência política. Não havia esse clima de velório, de terror e de medo que é a marca do governo Bolsonaro.

Precisamos voltar a ser feliz. 

quarta-feira, 25 de maio de 2022

NÃO VAI TER GOLPE????

      Em 1964 sem disparar um tiro, as Forças Armadas derrubaram o governo eleito, rasgaram a Constituição e instituíram o regime de terror que cassou políticos e lideranças sociais, prendeu, torturou, assassinou, fez desaparecer e/ou baniu do país militantes de movimentos populares, pastorais, sindicais e políticos. ,A ditadura  durou 21 anos!

      Hoje, somos governado por um cúmplice das milícias que ostensiva e repetidamente ameaça a democracia e promete não reconhecer o resultado das eleições presidenciais de outubro caso as urnas não lhe deem vitória. E, de novo, pessoas em defesa da democracia asseguram que ela está sólida. São do Judiciário, do Legislativo, da grande mídia, e até de quem admite ter dado, em 2018, seu voto ao neofascista que ocupa o Planalto.

      Pois é, lembrando Chico; Enquanto Carolina, com seus olhos fundos,  vê a banda passar e guarda tanta dor, a defesa da democracia se sustenta, até agora, em  retórica. “Eu já lhe expliquei que não vai dar / seu pranto não vai nada ajudar”, pois não há mobilizações populares. Não há ações efetivas do Judiciário, do Legislativo e dos movimentos sociais para acuar o presidente nos limites da Constituição. O tempo passa na janela e só Carolina não vê. Ninguém sabe o que pensam as Forças Armadas, exceto os que não se queixam do “cala boca” de tantas mordomias asseguradas pelo capitão, que lhes abriu o cofre, colocou milhares de militares "competentes" nas estruturas de governo e convoca, a população a se armar e desconfiar do processo eleitoral. 

      Carolina vai continuar na janela e fazer de conta que não vê? Quem garante, hoje, que Lula será eleito e, se eleito, tomará posse? 

      Frágil não é a democracia brasileira, e sim a nossa capacidade de, como povo, transformar a nossa indignação em mobilização.


Ah Carolina, te encontro nas ruas!

terça-feira, 24 de maio de 2022

Dueto.






Trocar as palavras,

Entender os silêncios...


Caminhar lado a lado,

Sem te encontrar...


Não quero beijar seu rosto,

Quero beijar seu  coração...


Não quero dormir ao seu lado,

Quero sonhar seus sonhos...


--Não quero que você me dê bom dia,

--Não quero te dar boa noite...


--Quero que você seja meu bom dia,

--Quero ser sua boa noite!

Quero ser seu herói 

Desses de filmes de cowboy


Como uma dose,

Dividida em dois copos...

Como uma alma,

Dividida em dois corpos.


Assim seremos nós!

domingo, 22 de maio de 2022

Quando o Verão Voltar!

 


Quando esse frio passar

O calor voltar 

Deixa chover,

Deixa molhar, 

Deixa cair cera no chão

Deixa rodopiar

Roda pião

Palma da mão


A noite sem pressa,

Chegue feito Lua cheia,

Incendeia de feitiço

A praia inteira,

Meu juízo

Venha inteira, 

De sorriso incandeia

Pisa o pé descalço na areia


Poder sentir 

Flutuar

Derramar água 

Ser então

Corpo e poesia

Na palma da mão.

terça-feira, 17 de maio de 2022

ATÉ A LUA

 



Celular do ministro astronauta Marcos Pontes tocou 1h da manhã.

O ministro se assusta com a ligação e atende. Para sua surpresa quem está na linha é o presidente Bolsonaro.


- Alô, é o Marcos?

- Oi presidente, sou eu. Tá tudo bem?

- Marcos, que porra é essa de lua vermelha. Tá errado isso daí!

- Oi? Desculpa, não entendi.

- Marcos, se você não entendeu imagina eu?! Como que você permite uma lua vermelha em ano de eleição com o Lula solto, porra!

- Presidente, como assim se eu permitir? Isso é resultado do eclipse.

- E esse filho da puta do eclipse tá aonde que não tá vendo essa porra?

- Presidente, o senhor não entendeu...

- Marcos, a gente precisa achar esse eclipse e falar com ele. Bota ele no orçamento secreto, joga verba, manda 12 caixas de viagra, KY litrão e 8 próteses de piroca


- Presidente, não é bem assim...

- Marcos, ele é do PP?

- Ele quem?

- O eclipse!

- Senhor presidente, eclipse é um fenômeno onde um corpo celeste interpõ-se entre outro corpo celeste e uma fonte de luz.

- A lua vermelhinha e você com esse papo gayzista de dois corpos celestes, porra Marcos!


Bolsonaro desliga o telefone na cara do ministro astronauta e liga pro filho Carlos.


- Carlos!

- Oi papai!

- A lua tá vermelha, Carlos!

- Eu vi, mas não se preocupe.

- Carlos, como assim não me preocupar?

- Papai, eu já coloquei toda equipe para criar imagens da lua em verde, amarelo com camisa da seleção brasileira.

- Isso aí, Carlos! Liguei pro puto do Marcos Pontes mas aquele merda só falava de corpos celestes.

- Relaxa, papai. Já estamos mandando nos grupos dos militares, caminhoneiros, evangélicos, sertanejos, policiais e circos de lona.

- Graças a Deus, Carlos. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.


Fim,


por enquanto.

Felicidades Lula e Janja!

 


Amanhã será o casamento de Lula e Janja. 

Lula, enquanto esteve preso injustamente, leu, recebeu a visitas de muita gente ilustre e saiu sem ódio algum no coração, apaixonado e disposto a ser feliz e nos fazer felizes de novo.

Uma das maiores lideranças do mundo que foi capa recentemente da Revista Time está sendo atacado por pessoas que sofrem com a alegria de quem é inocente, livre, preferido em todas as pesquisas para presidente e ainda dorme abraçadinho com seu amor.

O preço do vinho do casamento de Lula incomoda mais do que o preço do botijão gás e do poder de compra do salário mínimo.

Não surpreende nada de quem se silenciou diante da fome e fez um barulho danado porque viu uma galera do MST comendo camarão.

A alegria incomoda demais essa gente cafona, desonesta, recalcada e hipócrita.

Que seja o casamento dos sonhos. Que brindem com a bebida mais nobre que conseguirem e se fartem com a comida feita também com muito amor.

Aos que se incomodam com isso, sugiro explicar por que Bolsonaro impõe sigilo aos detalhes de gastos milionários com cartões corporativos e segue torrando dinheiro público para se divertir e fazer campanha antecipada. 

Bolsonaro que trabalha menos de 4 horas por dia gastou R$ 900 mil em apenas 7 dias de férias entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. Acharam muito? Isso é apenas uma gota em um oceano que pode chegar a R$ 8,3 milhões gastos pelo chefe do Executivo com passeios. E esse valor não inclui as motociatas que custaram, só no ano passado, 5 milhões aos cofres públicos!

Se vocês não se incomodam com isso e sim com o preço das lembrancinhas, das bebidas, das comidas do casamento de Lula e Janja, o problema não está em Lula & Janja e sim em vocês!!!!!

Felicidades!

Lula e Janja! 

domingo, 15 de maio de 2022

ATÉ O FIM!

 


A fluência das 

                        sílabas 

Em minha 

                       gramática

Gostaria que saíssem

                       líquidas.

Não tortas, incertas,   

                       errática.

Sem um barco para a boca 

                       naufraga 

Acaricio a língua em verbos 

                       tímidos

Pra encontrar uma ilha

                       atlântica 

Pequena, 

irreal, 

quântica

Na areia, dormir e ter sonhos 

                      lucidos

Mas eu 

                      insólito!

Sem terra, sem mar, sem sol

Te encontrar Gaguejar...

Até o fim do fôlego.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

Para todos que O afeto afeta

 


Naquele dia em que descobrimos

Os riscos do caminho,

Fez-se um silêncio

Desses de onde brota a poesia,


Descobrimos que sentimento

É pra ser mostrado

Pra ser usado

Não pra mofar guardado,


Em terra de cego,

Nos fizemos de mudo,


O poema muda o sentir das palavras,


A vida passou a ser um emaranhado de nós, 


Todo dia sendo véspera de alguma coisa boa,


Como sentir saudades de lugares que nunca fomos (Um dia iremos?),


Nossas reticências são três pontos finais,


Haverá poesia no fim do dia,


Para todos que

O afeto afeta,


Nos dia impares,

O afeto será meu,

A reciprocidade sua.

Nos dias pares inverteremos!

Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer no futuro!

 



Em outubro vamos definir os rumos do país. O que deveria ser uma escolha fácil, quase óbvia, infelizmente não é o que tenho percebido. A opção pela barbárie ou pela civilização parece estar se tornando uma disputa acirrada e perigosa. É difícil enfrentar quem não tem limites, nem moral e nem ética e, muito menos, noção do ridículo; quem não joga o jogo democrático.

E o pior, enfrentar quem usa a força do governo para desestabilizar as instituições. A militarização não é apenas uma opção, é uma permanente forma de intimidar a estabilidade institucional. As ameaças aos Poderes acabaram vulgarizando o debate e, muitas vezes, nem respondemos mais às insanidades ditas diariamente pelo presidente da República e pelo bando de serviçais sempre dispostos a agradar ao chefe.

As agressões foram consolidando na sociedade uma imagem, que de tão bizarra parece deturpada, de um chefe de Estado que, fala para um grupo que depende dele e o apoia de maneira incondicional. Pouco importa se o país é motivo de chacota internacional ou se internamente todas as áreas estão sendo esfaceladas. A estratégia  é  de destruir toda e qualquer conquista humanista das últimas décadas. E é uma destruição organizada, planejada e trabalhada.

O desmantelamento da Saúde, da Cultura, da Educação, da Justiça e da Segurança, dentre outras, é para manutenção desses bárbaros no poder. Quanto menos a sociedade estiver organizada e consciente, mais facilidade o bolsonarismo terá de crescer e se espalhar.

A tentativa de manter as pessoas permanentemente reféns do medo e da apreensão também é uma estratégia de poder. Mesmo antes da posse, esse bando se ampara na hipótese de um golpe militar. Desde a ameaça do presidente da República de fechar o Supremo e o Congresso, as intimidações físicas e personalizadas aos ministros do STF. Sem contar os xingamentos, com palavras de baixíssimo nível, às autoridades. Tudo que envergonha e constrange é motivo de orgulho por parte dessa gente sem limite.

Esse estado de tensão se apoia nas frequentes ações de confronto nas relações institucionais entre os poderes constituídos e nas atitudes governamentais de beligerância. Por isso, a opção de armar a população. Mais de um milhão e 400 mil armas estão nas mãos de civis.

O número de militares em cargos anteriormente ocupados por civis dá a sensação de que sem eles o governo não tem estabilidade. As provocações grosseiras, antes privilégio apenas do presidente, agora já partem também de militares, que aparentemente perderam o senso de responsabilidade. E a ingerência deles nos Poderes da República, especialmente no Judiciário, parece ser uma estratégia de dominação. Por que um ministro da Defesa faz visita ao chefe do Judiciário e assegura que as Forças Armadas cumprirão a Constituição? Ninguém se mobiliza para dizer o óbvio, e o básico, salvo se…

É absurda a tese, várias vezes repetidas, de que as urnas eletrônicas não são confiáveis e que o resultado das eleições poderá ser questionado. Isso é pretexto para uma imaginada resistência armada a uma cada vez mais provável derrota.

É preciso que nós nos manifestemos dando nome aos golpistas. O Brasil não é um país para ficar nas mãos desses irresponsáveis! A comunidade internacional já se manifesta pela necessidade de estabilidade democrática.

Resistir esses vai demonstrar quem é quem na hora da definição. Os bolsonaroides já fizeram a opção quando, expressa e claramente, apoiam a tortura, cultuam a morte e agridem os direitos das mulheres, dos negros, dos LGBTQI+, dos pobres e de todas as minorias.

Temos que assumir que não haverá golpe e que a civilização vencerá a barbárie. Não podemos alimentar esse delírio. 

Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer no futuro!



sábado, 7 de maio de 2022

Assim é que se faz final feliz.

 

Julieta queria nada. Queria apenas ser a única coisa palpitante naquele coração. Tentava gritar que coração não serve de nada. Mas mesmo calejada e cansada de tanta paixão, mantinha a maldita bola na garganta. E eu insistia. Talvez achasse que um amor qualquer dissolvesse tudo. Mesmo que em sigilo.

Então mantivemos sigilosos e sem qualquer toque. Conversavamos apenas. Ouviamos estrelas e não dormiamos. Se auto-enganavamos de que aquela coisa toda crescente ia dar certo.

E a bola na garganta só crescia.

Eu Romeu tentei escrever poemas.

Ela Julieta riu-se inteira. Nem era possível conseguir qualquer rima boa.


Jamais nos tocávamos e evitávamos nos cruzar na rua. Ela Julieta dizia a eu Romeu que não poderia aguentar qualquer troca de olhar. A verdade era que não aguentariamos olhar sem toque. Mas eu Romeu insistia.

Então nos olhamos próximos e penetrantes. Um mundo inteiro cabendo naquele espaço sem beijo que se mantinha.

Eu Romeu dizia que ela Julieta era toda linda. Eu gostava de cada sorriso e ia me metendo na situação sem volta. Ela então avisava que envolvimento era coisa perigosa e acendia um alerta. Soava todos os alarmes. Gritava comigo.

Depois agradecia por tudo se manter em olhares e horários certos. Sabia que não poderia se conter se houvesse qualquer coisa de cheiro.

Romeu e Julieta então se viam volta e meia - por vontade própria. E mesmo sabendo da condição de não envolvimento, continuávamos nos vendo e inclusive nos tocando. Nos tocavamos com a boca mesmo. Com os dedos. Mordiamos pontas de orelhas. Nos machucavamos forte, mas nos mantivemos sólidos.

Ela mesmo não ia cair nem nada. Avisou que já tinha se metido em outras situações e a cada toque meu ia ficando com vontade de proximidade máxima. Queria até que eu a ninasse vez ou outra.

Então houve beijo.

Ela então precisava mais e mais de contato. Precisava muito de língua. Cada dia que passava, ela queria carne. E a bola de fogo continuava crescendo.

Estabelecemos um trato dos dias em que não poderiámos nos ligar.

Ela ficou se danando, queimando a pele, sentindo falta. Foi ficando inteira buraco e fogo.

Mas eu continuava insistindo e continuava encantado.

E ela disse não.

A falta mesmo, ela Julieta não queria. Nem três horas ela pode se aguentar sem eu Romeu. Ligou e disse que queria tudo. E eu mesmo nunca disse não.

Eu acreditava e ainda acredito ser imoral dizer não a ela. Então acumulávamos, munidos só de paixão.

Tentamos laços de amizade, inclusive. Mas a pele não deixava.

Então olhamos estrelas por mais alguns dias. Nos mantivemos juntos e conversamos sobre o mundo todo.

Fomos ficando encantados. Encantados com tudo. Eu dizia que não adiantava nada ela me abandonar, por que mistério sempre há de pintar por aí.

Até que nem tanto esotérico assim.

Romeu não largou nada.

Julieta pisou no orgulho.

Assim é que se faz final feliz.


Tudo dando certo no final.

N E G A N D O

 

Passado distante da íris

Num barco à vela retornar

Destino ao lado dos dados

Disfarce que me seduz


Despertar o adormecido

Ao corpo, devolver a luz

Ao mundo, encher de cores

Sem as dores de amores


Amor que não enterrei

Nos versos que não falei

Nas viagens que fiz


Tentando negar que amei

Me perdi de vez 

Para te achar, foi que voltei.

quinta-feira, 5 de maio de 2022

O que se vê? O que é?

 





Imagens são misturas

de luz e querer.



Verdade é moeda barata

jogada em qualquer canto.

Uma armadilha preparada

pra sangrar o primeiro que encontrá-la!



Mentira é uma arma,

uma ferramenta!

É a parte da mutação

onde o culpado se torna vítima!



Acontecimentos são atuação!

Adjetivos tem dois gumes,

críticas sinais de desafeto,

falsidade é necessidade...

Relevar é amor!



Passos são jogados pra frente,

e a razão é futilidade!



Felicidade é sinônimo de realização!

Realização é fazer o que se quer,

quando se quer,

e consequências são presentes que passamos pra outro!



Inteligência é se entupir de informações...

Cultura toca no rádio,

e acontece nas noites.


Viver acontece antes de abrir os olhos!

Sobrevivência é estar de pé e sorrindo.

I

g

n

o

r

â

n

c

i

a


é uma bênção!

APESAR DE TUDO, ESTAMOS VIVOS !



O dinheiro está curto no bolso, a inflação assustadora, amigos no desemprego ou vivendo de bicos. Mas não dá pra viver sem esperança. Por isso, temos que seguir na luta buscando sinais que nos façam pensar que o futuro vai ser melhor, a tempestade vai passar e a vida vai melhorar. 

É verdade que a maré anda pesada, e muito. Fizeram de tudo para tirar nossos direitos, a Reforma Trabalhista foi arrasadora. E ainda tentam nos convencer que é bacana ser “empreendedor”, novo nome para quem ganha a vida com muito suor e sem carteira assinada, sujeito a ficar sem ter o que comer caso enfrente uma doença ou qualquer imprevisto que o impeça de trabalhar num mês. A "uberização" é uma armadilha disfarçada de modernismo. Deixaram a inflação correr solta, ir ao mercado é um sofrimento.

Comprar gás quase impossível, pagar transporte um desafio. Há quase 30 anos não tínhamos inflação como a atual. Isso acaba com qualquer orçamento familiar. Isso tira a possibilidade de uma vida melhor. Hoje, temos mais de 12 milhões de desempregados e a miséria se espalha pelo país.

Olhando isso tudo, como falar em esperança? Apesar de tudo, há luz no fim do túnel. E ela vem da consciência da população de que não podemos seguir desse jeito, que precisamos de mudança. Estamos todos cansados de fake news que circulam livremente, tentando anestesiar nossa consciência. Estamos de saco cheio de tanto ódio, de tanto discurso vazio, de ver o nome de Deus pronunciado em vão, explorado na política pelos que são desumanos, insensíveis ao sofrimento do outro.

Ninguém aguenta mais ver os amigos do poder envolvidos em tanta mamata escondida em discursos mentirosos e protegidos até da lei e por sigilos impostos para evitar que o saibamos de fato, o que acontece. E é a consciência de tudo isso que pode impulsionar o Brasil a mudar de rumo. 

É isso que faz olharmos para o futuro com fé que o próximo ano será melhor.

Apesar de tudo o que vivemos, ainda temos no país uma Democracia. Combalida, atacada, mas que resiste com eleições regulares. As deste ano serão decisivas. E temos que olhar pra elas como trabalhadores e trabalhadoras. É esse o nosso lugar. O voto tem consequências. Ele define se os governantes estarão do lado de quem vive do seu suor ou se estarão do lado dos grandes empresários, dos milionários, dos que vivem de renda.

Nós trabalhador e  trabalhadora podemos e devemos exigir respeito, apoiando o que nos interessa: 

direitos, 

comida barata na mesa,

emprego, 

saúde pública, 

direito à cultura e ao lazer. 

Não queremos um país para alguns, mas para todos e todas. E temos força para dizer isso bem alto. Para digitar isso nas urnas.

Nosso lado é o da alegria, da esperança, da solidariedade, do amor e do respeito. 

Que tenhamos inspiração para batalhar pela mudança, e como disse o poeta:

 

“A vida devia ser bem melhor, ...


                                           SERÁ!!!!!”.

terça-feira, 3 de maio de 2022

D I V E R S I D A D E S.

 


Armários, gavetas, paradigmas

        Rede, mundo, diversidade

                   Exclusão, solidão

        Inclusão, compartilhamento

        Poder, fronteiras, submissão

      Direito, amplitude, liberdade

           E o que é o sabor?


Alquimia de gostos, cheiros, paladar

que línguas provam, aprovam ou reprovam

              e é diverso o sal, muito ou pouco

    azedas e amargas são as críticas que destroem


E o que trazem os ventos?

inesperados tempos, tempestades...

            Fortes ou fracos,...

    E como são as marés?

Previsíveis ou nem tanto...

             Com mistérios lá bem fundo...

       Como as águas e as emoções DOS POETAS

    altas ou baixas, avançam ou recuam...

   Mas servem à navegação que conduz


Marinheiros ou piratas,

             pescadores ou Agressores...


         Por fim, nada importa pois

    apesar de sensíveis: Teresas, Iedas, Alziras, Carlas, Marias, Paulas,

Flávias, Patrícias, Jacintas, Paulas, Julianas, Renatas, musas e todos os poetas do mundo sem fronteiras,

          aceitam e digerem

    Quase tudo que possa vir, em meio à


               DIVERSIDADE...