quinta-feira, 26 de maio de 2022

Precisamos voltar a ser feliz.

 


Há uma real preocupação pelo nosso futuro, na verdade, pelo nosso presente. E vejo que tenho sido triste. 

Queria era falar do livro que estou lendo, do poeta novo que descobri por acaso ou do antigo que voltei a ler, de uma música que ouvi depois de tanto tempo. E contar histórias que me sustentaram, pela vida e ainda me sustentam, de detalhes quase esquecidos do meu pai, de amigos que não vejo há tempos, saudades boas também de minha mãe e de você, enfim. E relembrar das tardes e noites do meio do ano, de um outono, com um destilado, ou um dubom só pra relaxar, e poesias entre pessoas queridas, sendo felizes, e leves.

Este governo medíocre que domina o país, sequestrou  a nossa capacidade de sonhar e de sermos suaves. Foi criado um muro de obscurantismo e, até, de certa maldade, que parece separar os idiotas das pessoas que querem ser simplesmente íntegras e contentes. Não é mais possível ser leve e feliz. A realidade cruel e boçal do bolsonarismo aniquila a hipótese de humanismo. Não estou falando de divergências ideológicas, de direita e esquerda. Estou falando é a divergência entre civilização e a barbárie.

Tenho saudade  da direita civilizada, discutíamos mas  a nossa discordância não pensávamos na possibilidade de ruptura institucional. Claro, tínhamos  contraposições sérias sobre como enfrentar as desigualdades e o abismo que a direita criou com governos elitistas que deram as costas para o povo. Mas isso não nos levava à insegurança que  esses fascistas desavergonhados levam.

Tenho, e é até engraçado - que saudade - daquele parente ou amigo que me taxava de esquerdista e confundia os conceitos para me “xingar” de comunista. Mas nada que abalasse a estabilidade institucional. Nada que tirasse a certeza de que a pior das hipóteses era a alternância de poder.

Éramos imensamente felizes. Situação e oposição, e discutíamos política o tempo todo. Vivemos a redemocratização, as Diretas Já e a efervescência política. Não havia esse clima de velório, de terror e de medo que é a marca do governo Bolsonaro.

Precisamos voltar a ser feliz. 

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