quinta-feira, 12 de maio de 2022

Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer no futuro!

 



Em outubro vamos definir os rumos do país. O que deveria ser uma escolha fácil, quase óbvia, infelizmente não é o que tenho percebido. A opção pela barbárie ou pela civilização parece estar se tornando uma disputa acirrada e perigosa. É difícil enfrentar quem não tem limites, nem moral e nem ética e, muito menos, noção do ridículo; quem não joga o jogo democrático.

E o pior, enfrentar quem usa a força do governo para desestabilizar as instituições. A militarização não é apenas uma opção, é uma permanente forma de intimidar a estabilidade institucional. As ameaças aos Poderes acabaram vulgarizando o debate e, muitas vezes, nem respondemos mais às insanidades ditas diariamente pelo presidente da República e pelo bando de serviçais sempre dispostos a agradar ao chefe.

As agressões foram consolidando na sociedade uma imagem, que de tão bizarra parece deturpada, de um chefe de Estado que, fala para um grupo que depende dele e o apoia de maneira incondicional. Pouco importa se o país é motivo de chacota internacional ou se internamente todas as áreas estão sendo esfaceladas. A estratégia  é  de destruir toda e qualquer conquista humanista das últimas décadas. E é uma destruição organizada, planejada e trabalhada.

O desmantelamento da Saúde, da Cultura, da Educação, da Justiça e da Segurança, dentre outras, é para manutenção desses bárbaros no poder. Quanto menos a sociedade estiver organizada e consciente, mais facilidade o bolsonarismo terá de crescer e se espalhar.

A tentativa de manter as pessoas permanentemente reféns do medo e da apreensão também é uma estratégia de poder. Mesmo antes da posse, esse bando se ampara na hipótese de um golpe militar. Desde a ameaça do presidente da República de fechar o Supremo e o Congresso, as intimidações físicas e personalizadas aos ministros do STF. Sem contar os xingamentos, com palavras de baixíssimo nível, às autoridades. Tudo que envergonha e constrange é motivo de orgulho por parte dessa gente sem limite.

Esse estado de tensão se apoia nas frequentes ações de confronto nas relações institucionais entre os poderes constituídos e nas atitudes governamentais de beligerância. Por isso, a opção de armar a população. Mais de um milhão e 400 mil armas estão nas mãos de civis.

O número de militares em cargos anteriormente ocupados por civis dá a sensação de que sem eles o governo não tem estabilidade. As provocações grosseiras, antes privilégio apenas do presidente, agora já partem também de militares, que aparentemente perderam o senso de responsabilidade. E a ingerência deles nos Poderes da República, especialmente no Judiciário, parece ser uma estratégia de dominação. Por que um ministro da Defesa faz visita ao chefe do Judiciário e assegura que as Forças Armadas cumprirão a Constituição? Ninguém se mobiliza para dizer o óbvio, e o básico, salvo se…

É absurda a tese, várias vezes repetidas, de que as urnas eletrônicas não são confiáveis e que o resultado das eleições poderá ser questionado. Isso é pretexto para uma imaginada resistência armada a uma cada vez mais provável derrota.

É preciso que nós nos manifestemos dando nome aos golpistas. O Brasil não é um país para ficar nas mãos desses irresponsáveis! A comunidade internacional já se manifesta pela necessidade de estabilidade democrática.

Resistir esses vai demonstrar quem é quem na hora da definição. Os bolsonaroides já fizeram a opção quando, expressa e claramente, apoiam a tortura, cultuam a morte e agridem os direitos das mulheres, dos negros, dos LGBTQI+, dos pobres e de todas as minorias.

Temos que assumir que não haverá golpe e que a civilização vencerá a barbárie. Não podemos alimentar esse delírio. 

Lamentar uma dor passada, no presente, é criar outra dor e sofrer no futuro!



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