segunda-feira, 31 de maio de 2021

A ESTUPIDEZ QUE CEGA

 


              ( Desculpe substituir seu nome por "eu", é por desconhecimento).


Não! 

Eu não merecia isso. 

Ninguém merece.

Hoje eu acordei com os olhos postos no presente, sofrendo as amarguras de um governo que não se importa com as milhares de mortes por Covid-19 que estão, diariamente, acontecendo aqui.

Eu acordei, a paisagem era linda.

Um tapete humano de protestos levantou-se na defesa da vida e do respeito ao nosso sofrimento.

A esperança está de volta, e eu estou vivendo a história do nosso tempo.

Precisei sair para comprar alguma coisa para a refeição e, de repente, me vi bem próximo daquela multidão pedindo vacina, emprego e impeachment. 

Estava tudo lindo, e, por isso, resolvi filmar, com a câmara do meu celular aquele evento histórico, registrar a defesa da democracia e o grito pela vida. 

Foi quando, do nada, vários policiais chegaram e começaram a dar tiros de balas de borracha na direção da manifestação popular pacífica e legítima. 

Foi quando, então, uma dessas balas me atingiu  um dos olhos, e eu vi tudo escurecer. O sangue escorreu dos meus olhos, a dor me fez chorar. Sim! A força policial covarde, ilegítima e ilegal cegou um dos meus olhos.

A violência opressiva e brutal desse governo cegou um inocente - porque éramos todos civis inocentes ali.

Estamos vivendo a Era da  Estupidez Humana, assistindo a ignorância em movimento e a exaltação à maldade.

Perdi um dos meus olhos,

Mas não perdi a dignidade.

Detestaria estar do lado daqueles que me cegaram.

Cegaram um olho meu,

Mas não cegaram minha consciência e nem mancharam de ódio o meu coração. 

A vida, pra mim, nunca mais será a mesma, eu sei. 

Carregarei para sempre essa cicatriz aqui no meu rosto.

Mas todas as vezes que eu me olhar no espelho poderei dizer: estou do lado certo dessa luta. Os criminosos são eles, que me feriram com crueldade, sabendo o que estavam fazendo e não se importando com quem, contra quem ou em razão de quem. São uma gente bárbara, que até Deus terá dúvida de perdoar. 

Hoje eu voltei pra casa diferente. Não sou mais a mesma pessoa de antes. 

Apesar da sequela definitiva, enxergo agora o que, talvez, antes não fosse nítido para mim.

Seguirei em frente, com mais dificuldades, eu sei. Mas seguirei. E rezarei por aqueles que me impuseram tamanha injusta maldade, porque eles vão precisar muito disso. 

A refeição que eu queria hoje não foi possível. 

Mas amanhã um novo país vai me trazer alegria novamente, e este olho que ficou em mim ainda vai ver outra paisagem, onde a paz, a tolerância e a justiça tenham como fundamento o amor que há em mim e que também pode e haverá em você...

domingo, 30 de maio de 2021

MAU CARATISMO

 


Eu não sabia que falta de caráter era um pré-requisito para ter prioridade na fila da vacina... Nunca o egoísmo ficou tão evidente! Gente inventando doença numa corrida por laudos mentirosos, tudo para furar fila.


Que apadrinhados e parentes de poderosos iam tomar a vacina na nossa frente, nós já sabiámos... Ninguém nunca foi inocente ao ponto de achar que isso não iria acontecer. A corrida dos que se acham espertalhões para se vacinar na carteirada e na mentira me surpreenderam e dá nojo!


Gente que em roda de amigos, arrota com orgulho ter um amigo influente, um médico de estimação que colocou lá no laudo uma asma que nunca existiu, uma pressão alta que, no máximo, foi um piripaque de um dia qualquer.

Pessoas que negaram a gravidade da pandemia, que tomaram ivermequitina, cloroquina, chá de inhame e etc. , agora correm para se vacinar, alguns na surdina, aliás muitos até postam na rede social!

É... Esse descritivo brasileiro leva a gente a colocar em cheque até aqueles que tem mesmo a comorbidade e precisam se vacinar primeiro. A crise moral no Brasil também é pandêmica.

Fico indignado porque as pessoas além de burlarem a lei ainda são mal informadas, já que a vacina contra a covid é uma “arma” coletiva de imunidade e não individual.

A nova comorbidade é o Mau Caratismo adquirido, atestado com um papel fajuto de um profissional "médico" que se presta a isso!

sexta-feira, 21 de maio de 2021

TEM DIAS QUE NÃO DURMO.

 


Novos ventos pra onde sopram se eu sou um passarinho?

Não caibo em gaiola já fugi do ninho

Carregando a poesia para longe 

De calçada em calçada tropeçando, caindo você ficou quebrada

E quando fez morada teve suas asas cortadas como malévola

A agora em qual mentira vou acreditar

Acendo uma vela pela cura, dessa loucura

que eu não desejo a ninguém

cê jura? Vai soltar minha mão?

Cê disse que daria cobertura

Olha como os vermes vem

Com sede de sangue na viatura

Um menor cheio de peça na cintura

Mais importante que a velocidade é a direção

Me diz pra onde vamos então


Divide esse cigarro comigo

da janela do quarto, pedaço do mundo inteiro

Te pedi um isqueiro e meu fumo amanheceu no seu cinzeiro

Como animais noturnos

Hora regidos pela Vênus, pela lua ou por saturno

Dias que eu não durmo, escrevo, leio, ouço, fumo

Ver(de)

 


Ver(de)


De tanto caminhar na escuridão

(desarmado e mudo)

me acostumei a não enxergar

o próximo passo.

Cansaço

de sessenta e um anos

e alguns dias.


Passei até aqui

uma vida de raiva e ódio

e ócio.

Um tal negócio

que não sei negociar.


Tenho alguma consciência

de que isso tudo não me faz um sujeito melhor.

Mas alimenta um monstro

que crio cuidadosamente

e é necessário.


Só me resta deixá-lo crescer...

P O E T E J A N D O

 


Dos meus silêncios

Nascem visões encantadas

Com ninfas, bruxas e fadas

Sonhos de amor, sempre densos

Nascem lembranças

De sensações adiadas

E cheiros breves, intensos,

Sem ilusões ansiadas

Em desespero, guardadas

Nos meus... silêncios


Por que não dar passos por loucura?

Por que não amar o risco dos pés?

Por que não amar a vida, o nevoeiro, 

a tal cor interna,

o abismo e o acaso,

O sucesso e o fracasso,

Por que não amar... a sorte cega?


Por que não gritar versos ecoando felicidade na neblina?

De certo nada isso criaria

Só daria aos outros perdidos alguma garantia

De que não só abismos trágicos há no terreno.

Então canta

Sorri 

e dança

A vida narrada aos ventos

Faça a neblina ecoar a alegria!

Faz escuro,... mas eu poetejo

segunda-feira, 17 de maio de 2021

Numa mão a bíblia, na outra o revolver.

 


As pessoas que ainda estão com o Bolsonaro, mesmo diante de todas as mentiras, de todas as demonstrações de ignorância e desrespeito a vida e a democracia, continuarão com ele até o final! Porque o que elas gostam nele é exatamente o retrato delas!


Quem ainda está com Bolsonaro, não foram as pessoas que votaram nele porque o outro era o PT. Essas já pularam fora! São os que agora se dizem preocupados com os pobres, mas diziam que quem recebia Bolsa família é Vagabundo...


Bolsonaro personifica aquele discurso que a gente ouvia nos botecos, de gente racista, sexista, intolerante, que brada contra a corrupção, mas avisa onde está tendo blitz da lei seca para as pessoas não serem pegas alcoolizadas, falsifica atestado médico, sonega imposto de renda, paga proprina pra polícia, bate em mulher...


Mas é simpático na rua, no condomínio ou no prédio onde mora, faz piadinhas “inocentes” com questões sérias e acha que ao ser criticado, está perdendo a liberdade de expressão. 

É uma gente que só pensa em si mesmo e acha que o Brasil é o que da pra ver da sua varanda


É o cara que quer ter uma arma, mas não pra se defender. Quer impor respeito, ameaçar os outros, colocar medo, se achar valente numa situação onde um diálogo resolveria. 

É uma gente que não vai deixar de ser Bolsonaro nunca! Porque ele é o reflexo delas, mas no fim de semana vai a igreja, coloca as mãos para o céu, fala de Deus, de Cristo, numa mão a bíblia  e na outra um revolver, e sai com a consciência tranquila.

sexta-feira, 14 de maio de 2021

Ainda não é inverno em nossos corações!

 



No calor 
escrevo melhor.
Suor que escorre no pescoço.
Garganta que não vive sem um nó.

Nunca estou só.
Minha mente é uma boa companhia.

Outro dia plantei sementes
com o olhar -
outro dia...
Já não me desespero mais.
Ando vivendo calmarias
(esquisitas).

Desde a explosão Cambriana
os crepúsculos são todos iguais
e diferentes.

Pouco se sabe.
Muito se sente.
Mente quem sente que sabe.

Não quero mais nada.

Eu perco o chão
e acho uma palavra.
Eu perco uma palavra
e encontro um céu.

O chapéu
de um velho
entende a vida que passou.
Hoje compreendo
a calvície de meu pai.

Tudo vai
e vem
como esta tarde.

quinta-feira, 13 de maio de 2021

A Pele Alva e a Pele Alvo !

 


A escravidão de ontem é o martírio cotidiano de hoje, da humilhação e do descaso, do prato vazio, do “não” recebido a uma resposta de emprego, da falta de Educação, da violência e do ódio, das mães que se ajoelham e choram o assassinato do filho. 

O sangue nas ruas e vielas de comunidades carentes, no asfalto, no ônibus, no supermercado. Para estar na mira basta ser pobre e negro,(pele alvo).

Em nosso país, 71% dos mortos por assassinato são pessoas negras e 76% dos mortos em ações policiais são negros.       

Algo está muito errado. É só lembrar o recente massacre no Jacarezinho, no Rio, e os assassinatos do Beto, no Carrefour, em Porto Alegre, e do Bruno e do Yan no Atakarejo, em Salvador.       

Um homem negro tem oito vezes mais chances de ser vítima de homicídio do que um homem branco. A cada 23 minutos, um jovem negro é morto. As mulheres negras sofrem ainda mais. Elas têm 64% mais risco de serem assassinadas do que as brancas. Duas em três vítimas de feminicídio são negras. O analfabetismo para a população negra é de 11,8% - maior que a média de toda população brasileira (8,7%). Dos jovens entre 15 e 29 anos que não estudam nem trabalham, 62,9% são negros, de acordo com o IBGE. 

Levantamento da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade aponta que 67% dos brasileiros que dependem do SUS são negros. Eles também são a maioria dos pacientes. São pessoas com diabetes, tuberculose, hipertensão e doenças renais crônicas.

A pandemia está mostrando que o povo negro é refém das desigualdades sociais, das injustiças e da violência. 

O racismo é estrutural no Brasil.

Terão vergonha de nós!

 


Se não barrarmos Bolsonaro hoje, já, nossos filhos e netos vão preferir não ter seus próprios filhos e netos, para não legar a eles a nossa covardia. Como nos acostumamos a morrer ou a assistir a outros morrerem?

Seremos capazes de barrarmos o genocída? Eu não tenho dúvida de que a resposta que daremos a essa pergunta é a mais importante da nossa geração. Nenhum outro momento da vida de quem hoje está vivo, tenha a idade que tiver, é mais importante do que esse! O que estamos vivendo definirá a vida de cada um, mas não definirá apenas a vida. Definirá também o nome que deixaremos pros nossos descendentes. Livros e filmes vão contar esse momento em que o homem chamado Jair Bolsonaro executou o plano de disseminação do vírus, para promover o que chamam de imunidade de rebanho. Esse extermínio já aconteceu. E já tá perto de matar meio milhão de brasileiros. 

Hoje nós todos somos marcados de guerra. Hoje nós todos só podemos pedir perdão aos nossos filhos e netos, especialmente pra geração de crianças órfãos e órfãs, que foram condenadas a viver sem pai e sem mãe, em famílias empobrecidas por essa falta. 

Só podemos pedir perdão pelo imperdoável. Mas temos ainda uma chance: a de evitar outras centenas de milhares de mortos. Se não formos capazes de barrarmos Bolsonaro agora, se barrar Bolsonaro não se tornar causa comum de todas e de todos os brasileiros, em breve teremos que viver com nossa cabeça baixa. 

Nossos filhos e netos se recusarão a usar o nosso nome, como fazem hoje os descendentes de alemães que colaboraram com o nazismo. 

Se não barrarmos Bolsonaro hoje, já, nossos filhos e netos vão preferir não ter seus próprios filhos e netos, pra nãotransmitir a eles a nossa covardia. 

Barrar ou não Bolsonaro hoje, para impedir que ele siga nos matando e ao povo brasileiro, e o próprio país, vai definir o que somos e o que será o Brasil das próximas gerações. 

Esse é o momento mais importante das nossas vidas! 

E vale lembrar: a omissão é uma forma de ação. 

A pergunta é: o que você vai fazer? Lembre-se: o um só conta como um. Só juntos seremos capazes de barrar a mão do assassino e seu governo genocida. Nós precisamos ser capazes de barrar nossa própria morte”.

domingo, 9 de maio de 2021

Sonhei que conversava com minha mãe.

 



— Mãe, estava preocupado, não viu as minhas ligações?

— Não tinha visto, deixei a minha alma carregando. 

O papel das mães em nossa vida é tão essencial que acho que elas também tomam suas decisões a partir de outro plano. E, às vezes, são até conjuntas.

As vezes fico pensando na primeira vez em que fiquei doente após a partida da minha mãe. Não tive nada grave diante da pandemia que nos tira pessoas queridas dia a dia. 

Foi um tipo de gastroenterite viral, que me deixou de cama por dois dias. Se a minha mãe estivesse presente fisicamente, ela iria conferir o termômetro e dizer: “Viu, não está com febre!”. Ou levaria alguma para eu comer ou beber: “Meu filho, você precisa se alimentar”. Ao fim do dia, diria: “É assim mesmo. Amanhã você já se sentirá mais disposto”.

Foi aí que aprendi que a voz de mãe é medicamentosa. Pode não ser um remédio igual aos que compramos na farmácia. Mas ela sara vários tipos de machucados, ameniza até os do coração e dá ainda uma injeção de confiança para as curas de que tanto precisamos. E não adianta querer encapsular essa fórmula. Cada mãe, seja ela biológica ou a que reconhecemos nessa figura durante a vida, tem a sua própria fórmula mágica de cuidar dos filhos.

Quando crescemos e nos vemos no papel de cuidar delas, desejamos ter esse poder único que acalma, afaga e praticamente tira todas as dores. Não está em potinho nenhum e, mesmo que a lei deste mundo nos mostre que os encontros por aqui terminam, haverá sempre uma história eterna: a que construímos com as nossas mães.

A flor do sinal

 


A flor do sinal



O que é ser mãe?


É ser tudo.

Poesia de nascer

no presente do absurdo.

É o maior mundo

e todas as suas possibilidades

de fazer o melhor.


É sentir-se o pó

num dia cansativo de um filho febril.

É ser mil

mesmo que seja pouco.

Porque até para cada louco

existiu um útero puro.


Ser mãe

é colher maduro

antes da semente.

Divindade que não sente

dor

nem frio.


Eu me arrepio

quando penso na minha mãe.


Quer entender o que significa força?

Observe uma criança comer

enquanto a mãe sente fome.

Ter uma mãe é ter um nome

na eternidade de todo paraíso.


E para todo riso

existe uma mesa farta

num almoço de domingo.


E para cada barriga cheia

existe uma lágrima de alegria

num travesseiro tranquilo.


Ser isso e aquilo

e cuidar em ter cuidado.


Curar enquanto a vida durar.


Ser mãe é um viver laborioso

num laboratório desértico.

Antes do pai

a mãe é o lógico

além do ético.

E todo parir é uma oração.


Ser mãe

e sermão

verbo estar sem estação

de um estado longe.


Toda mãe é um monge

que não precisa meditar.

Hoje me sobra palavra

mas me falta o ar.

A flor do sinal



O que é ser mãe?


É ser tudo.

Poesia de nascer

no presente do absurdo.

É o maior mundo

e todas as suas possibilidades

de fazer o melhor.


É sentir-se o pó

num dia cansativo de um filho febril.

É ser mil

mesmo que seja pouco.

Porque até para cada louco

existiu um útero puro.


Ser mãe

é colher maduro

antes da semente.

Divindade que não sente

dor

nem frio.


Eu me arrepio

quando penso na minha mãe.


Quer entender o que significa força?

Observe uma criança comer

enquanto a mãe sente fome.

Ter uma mãe é ter um nome

na eternidade de todo paraíso.


E para todo riso

existe uma mesa farta

num almoço de domingo.


E para cada barriga cheia

existe uma lágrima de alegria

num travesseiro tranquilo.


Ser isso e aquilo

e cuidar em ter cuidado.


Curar enquanto a vida durar.


Ser mãe é um viver laborioso

num laboratório desértico.

Antes do pai

a mãe é o lógico

além do ético.

E todo parir é uma oração.


Ser mãe

e sermão

verbo estar sem estação

de um estado longe.


Toda mãe é um monge

que não precisa meditar.

Hoje me sobra palavra

mas A flor do sinal



O que é ser mãe?


É ser tudo.

Poesia de nascer

no presente do absurdo.

É o maior mundo

e todas as suas possibilidades

de fazer o melhor.


É sentir-se o pó

num dia cansativo de um filho febril.

É ser mil

mesmo que seja pouco.

Porque até para cada louco

existiu um útero puro.


Ser mãe

é colher maduro

antes da semente.

Divindade que não sente

dor

nem frio.


Eu me arrepio

quando penso na minha mãe.


Quer entender o que significa força?

Observe uma criança comer

enquanto a mãe sente fome.

Ter uma mãe é ter um nome

na eternidade de todo paraíso.


E para todo riso

existe uma mesa farta

num almoço de domingo.


E para cada barriga cheia

existe uma lágrima de alegria

num travesseiro tranquilo.


Ser isso e aquilo

e cuidar em ter cuidado.


Curar enquanto a vida durar.


Ser mãe é um viver laborioso

num laboratório desértico.

Antes do pai

a mãe é o lógico

além do ético.

E todo parir é uma oração.


Ser mãe

e sermão

verbo estar sem estação

de um estado longe.


Toda mãe é um monge

que não precisa meditar.

Hoje me sobra palavra

mas me falta o ar.


Hoje me sinto alguém.

Amor de mãe.

Amém.


Amei

e sou amado.


("Vocês, mães, são os meus amores!" E só esta frase já seria o meu melhor poema...)m


e falta o ar.


Hoje me sinto alguém.

Amor de mãe.

Amém.


Amei

e sou amado.


("Vocês, mães, são os meus amores!" E só esta frase já seria o meu melhor poema...)

Hoje me sinto alguém.

Amor de mãe.

Amém.


Amei

e sou amado.


("Vocês, mães, são os meus amores!" E só esta frase já seria o meu melhor poema...)

sexta-feira, 7 de maio de 2021

CHUVA FINA LEMBRA INFÂNCIA

 


Se agasalhe que chegou uma frente fria,

Na TV falou que vai chover,

E se chover vai desmanchar a poesia,

De açúcar que eu fiz pra você.


Eu sei que é  só uma garoa,

Mas é a manhã e a tarde toda 

Eu via beleza que tempo tem,

Quando tô contigo nem me reconheço, 

Fico rindo e um menino pareço,

Me sinto tendo mais do que mereço,

É uma oportunidade, é um recomeço,

De quem a pouco tempo olhou pra pra traz,

E achou que não tinha chance mais,

De viver algo que goste tão bom,

Tua imagem, gosto, toque, cheiro e som

De felicidade. 


Eu quero tá contigo em qualquer lugar

Em qualquer cidade

Eu quero tá contigo em qualquer lugar

Em qualquer idade

Eu quero tá contigo em qualquer lugar 

Com simplicidade


Eu quero tá contigo em qualquer lugar

Se agasalhe pois chegou uma frente fria 

E a TV falou que vai chover

E se chover vai desmanchar a poesia 

De açúcar que eu fiz pra você! 



O dia amanhece

e eu também.

O povo vai pro trabalho

depois do sereno.

Tudo parece pleno

e eu tenho um plano.

Mas não posso contar.

Talvez um dia.

A poesia

vai dominar o planeta.

Talvez depois do sono.

Cão sem dono não morde.

Chuva miúda, fina  me lembra infância.

quinta-feira, 6 de maio de 2021

PRECISAMOS RECOMEÇAR



 


Não é mais possível continuarmos trilhando este caminho de intolerância e agressividade,fazendo da nossa jornada um pesadelo diário, em que a ignorância, a estupidez e o fanatismo permeiam como sombras, tornando a vida neste nosso país uma tragédia humanitária e um retrocesso à era Medieval.

Devemos recomeçar desenhando uma nova bandeira, já que esta que temos foi capturada definitivamente pelo neofascismo.

Sim! Devemos apagar o que está escrito nela e criarmos uma nova frase, porque "ordem e progresso" não nos servem mais. Isso porque a "ordem" sempre foi contra os mais pobres, e o "progresso" sempre foi a favor dos mais ricos. 

Devemos nos socorrer à ideia do compositor - Geraldo Vandré -  e adotarmos a frase "SOMOS TODOS IGUAIS". Porque este deve ser o princípio a nos unir como sociedade e como nação.

Outro compositor - Jards Macalé (Hoje residente em Itatiaia)- já havia proposto a palavra "AMOR". Então, sugiro que adotemos ambas. E ficaria assim: SOMOS TODOS IGUAIS EM AMOR, DIREITOS E DIGNIDADE". Seria um bom passo para o nosso recomeço, com uma educação pública de qualidade e renovada para formar cidadãos; acrescida de uma educação para a ética, uma educação para verdade, uma educação para o SUS; uma educação para o trânsito; uma educação para a paz; uma educação para os direitos humanos. 

Essa nova bandeira deveria ter outras cores, porque as cores da atualidade já foram corrompidas pela violência do neofascismo. 

A nossa nova bandeira deveria ter cores mais suaves, alguma coisa que lembrasse os nossos índios, a nossa Amazônia, o nosso sertão e o nosso pantanal.

Estes, sim, os verdadeiros símbolos da nossa terra.

O fato é que não podemos continuar onde estamos e como estamos. Precisamos atravessar essa montanha de atrasos e alcançar o vale da esperança e do avanço civilizatório. 

Precisamos sair, urgentemente, desse pântano de ódio que nos corrói a alma.

Precisamos buscar um bosque que nos proporcione alegria e que seja um lugar seguro para todos nós. 

A nossa luta deve ser travada contra inimigos comuns: a fome, a desigualdade, a indiferença, o abandono, a violência, a doença, a injustiça; e não uma luta entre nós contra nós mesmos. 

A vida poderá ser muito melhor quando todos nós nos afirmarmos e nos reconhecermos como partes de uma mesma humanidade, filhos de um mesmo mistério, e habitantes de um mesmo planeta. 

Não estamos neste mundo para construirmos desavenças e infelicidades. Não fomos autorizados à essa experiência de vida para prejudicamos uns aos outros.

Ao contrário, estamos aqui, para cumprirmos uma missão de amor uns com os outros, caminhando sob um mesmo céu e sempre prontos a atender ao chamado de alguém em sofrimento.

Podemos ser muito melhores do que somos hoje. Podemos mudar o rumo da nossa história e sermos, juntos, arquitetos de uma nova existência humana.

Uma existência mais saudável, tendo o "cuidado" como um Princípio Ético de todos nós. 

Porque precisamos uns dos outros. Por isso, a solidariedade e a fraternidade tão necessárias para o nosso crescimento moral e espiritual.

Por isso, cultivar a empatia é tão importante.

A vida aqui na Terra tem um propósito: certamente, não é fazer o mal. 

Precisamos refletir sobre tudo o que está à nossa volta, sobre a brutalidade ou a delicadeza das nossas falas, sobre a ternura com a qual nos identificamos ou sobre a acidez tóxica à qual nos agarramos. 

Estamos sem esperança e sem esperança não há como sermos felizes.

Precisamos resgatar a esperança para dentro de nós. 

Nossos corações estão machucados. Por isso, precisamos cuidar uns dos outros, de mãos dadas à gratidão pela oportunidade de podermos fazer o bem.

Estamos precisando  mudar, nos transformarmos por dentro e por fora, 

Redescobrir a ternura, pratica-la, e seguirmos com retidão de caráter.

O país está doente, porque doentes estamos todos nós...


sábado, 1 de maio de 2021

R E S I S T I R E M O S

 


Da tristeza da perda e ausências, a insegurança com empregos e condições dignas de sobrevivência. Um verdadeiro caos, em que todos perdemos colegas, muitos perderam empregos, e a maioria dorme sem enxergar a luz no fim do túnel que a vacinação poderia representar. Enquanto o Brasil registrou dez novos bilionários desde março de 2020 (segundo a Revista Forbes), justamente quando começou oficialmente a pandemia do novo coronavírus, a taxa de desemprego no país chegou a quase 15% no primeiro trimestre de 2021, de acordo com o IBGE. Diante deste cenário, como o governo Bolsonaro trata a classe trabalhadora? Patinando para entregar um auxílio emergencial drasticamente reduzido, e sem garantir medidas de seguridade social. Ao invés de seguir a Ciência, com vacinação em massa, distanciamento social e uso de máscaras, a estratégia do Poder Executivo (federal, estadual e municipal) foi se eximir de culpa e tentar diminuir o papel do Estado como provedor de políticas públicas.  Mesmo diante do caos descrito, é possível transformar nossa indignação em ação coletiva. 

Hoje 01/05 apoiadores dessa situação, seres contrários a ciência, fizeram carreata em várias cidades, apoio ao genocida!

Continuaremos resistindo. 

Vacina no braço e comida no prato é a nossa luta diante do caos.