domingo, 9 de maio de 2021

Sonhei que conversava com minha mãe.

 



— Mãe, estava preocupado, não viu as minhas ligações?

— Não tinha visto, deixei a minha alma carregando. 

O papel das mães em nossa vida é tão essencial que acho que elas também tomam suas decisões a partir de outro plano. E, às vezes, são até conjuntas.

As vezes fico pensando na primeira vez em que fiquei doente após a partida da minha mãe. Não tive nada grave diante da pandemia que nos tira pessoas queridas dia a dia. 

Foi um tipo de gastroenterite viral, que me deixou de cama por dois dias. Se a minha mãe estivesse presente fisicamente, ela iria conferir o termômetro e dizer: “Viu, não está com febre!”. Ou levaria alguma para eu comer ou beber: “Meu filho, você precisa se alimentar”. Ao fim do dia, diria: “É assim mesmo. Amanhã você já se sentirá mais disposto”.

Foi aí que aprendi que a voz de mãe é medicamentosa. Pode não ser um remédio igual aos que compramos na farmácia. Mas ela sara vários tipos de machucados, ameniza até os do coração e dá ainda uma injeção de confiança para as curas de que tanto precisamos. E não adianta querer encapsular essa fórmula. Cada mãe, seja ela biológica ou a que reconhecemos nessa figura durante a vida, tem a sua própria fórmula mágica de cuidar dos filhos.

Quando crescemos e nos vemos no papel de cuidar delas, desejamos ter esse poder único que acalma, afaga e praticamente tira todas as dores. Não está em potinho nenhum e, mesmo que a lei deste mundo nos mostre que os encontros por aqui terminam, haverá sempre uma história eterna: a que construímos com as nossas mães.

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