sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Baseado em fatos recentes e reais!


- Regina Célia, e aí, ele deu algum sinal?

- Tô vendo no zap, Stella Maris...

- Ai, meu Deus, já é dia 30, acho que a coisa tá pra estourar a qualquer momento. Estou prendendo a bexiga desde ontem, pra não correr o risco de ir ao banheiro e ...

- Ah, eu sabia. Taqui. Ele vai embarcar hoje ou amanhã para Miami.

- Vai embora? E largar a gente aqui, na chuva, comento miojo, usando banheiro químico e papel higiênico dos dois lados?

- Não, Stella Maris! Prestenção. Olha a cidade que ele escolheu.

- Miami?

- Não entendeu o que ele quer dizer com isso? Pensa, criatura!

- Difícil pensar de bexiga cheia... 

- Miami. Me ame. Ele está pedindo pra gente continuar amando e confiando!

- Eu sabia que ele não ia nos abandonar! 

- Peralá, aqui neste outro grupo fala que é pra Orlando...

- Não é a mesma coisa?

- Não. Quer dizer, é mas não é. Orlando... Orlando...

- Será que ele quer dizer pra gente continuar orando?

- Hmmm, pode ser. Mas eu acho que... Não tinha um circo chamado Orlando alguma coisa?

- Orlando Orfei. Na Praça Onze. 

- Isso! Ele está dizendo que a posse vai ser um circo! Que é tudo uma palhaçada, que os inimigos vão engolir fogo, que o leão vai sair da jaula e quem acha que está lá em cima vai ficar na corda bamba. 

- Será que a Praça Onze também quer dizer alguma coisa?

- Hmm... praça é um posto do exército. Ou era, sei lá. Onze é 1 e depois outro 1. Isso, um depois do outro, os pracinhas virão pra acabar com o circo!

- Aleluia! Aí fala o horário? É que eu não quero ir ao banheiro e perder...

- Não. Só fala que ele não vai passar a faixa.

- Ai, meu Deus, o que será que isso significa?

- Deve ser para a gente não atravessar a rua, não passar da faixa.  Isso! É pra gente ficar aqui, não arredar o pé.

- Mas eu tenho que ir ao banheiro, Regina Célia...

- Aguenta mais um pouco, Stella Maris. Só mais 72 horas. A Flórida começa com F e termina com A, sinal fortíssimo que as Forças Armadas estarão de prontidão. Só mais 72 horas, amiga, que agora a coisa vai.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Ministério do LULA.

 




Secretário da Cultura admirador de Goebbels e do nazismo? Não.

Algum supremacista branco fazendo gestos dos membros da Ku Klux klan? Não. 

Ninguém negando a crise climática e defendendo "passar a boiada" do desmatamento e a invasão de terras indígenas na Amazônia? Não. 

Nenhum pastor(@) ou fundamentalista "cristão" a favor das armas, contra o ensino universitário, o SUS e os direitos das mulheres? Não, nenhum.

Ninguém achando absurdo as domésticas viajarem de férias e o filho do porteiro se formar na faculdade? Ninguém.

Algum xingou nordestino, imigrantes? Não. 

Nenhum preto racista na Fundação Palmares, abolindo livros e personalidades históricas do movimento negro? Não. 

Algum militar olavista terraplanista negando a medicina, a ciência,  questionando as vacinas? Não. 

Viram primeira-dama a atacando religiões de matriz africana? Não. 


Como ficarão os "cidadãos de bem" que defendem Deus  pátria e família??? Esses espero que continuem comprando Viagra e prótese peniana pros generais!


ORGULHO DO MEU VOTO!

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

PARECE PIADA, MAS NÃO É!

 

Eles estão por lá desde a eleição, há quase dois meses. Iam ficar apenas por 72 horas, segundo a própria avaliação — o que bastava para melar o resultado. As 72 horas viraram meme, viraram dias, semanas e eles continuam delirantes, exigindo o tal golpe militar. Trocam vídeos patéticos, fazem lives ridículas, marcham de maneira desconjuntada, e pedem, com frases desconexas, a intervenção Militar. Parece piada? É um espetáculo constrangedor e lamentável. O que esses malucos ainda estão fazendo na porta do quartel? Quando esses doidos cairão na real e voltarão pra casa? Esses minions não fazem ideia do que é a realidade. Estão completamente fora da casinha. São ignorantes, ingênuos e acreditam nos seus grupos de WhatsApp, um constrangedor amontoado de fake news mistura de burrice com doses enorme de má-fé. Esperam pelo que não virá, baseados em notícias que nunca existiram. 

De longe parece bizarro e ridículo, um bando de lunáticos mugindo contra o mundo real. Não foram levados a sério, pois pela cara ultramaquiada das senhorinhas de verde e amarelo e pelos trajes de Rambo sem noção, pareciam inofensivos. Lendo os posts absurdos desses minions, que apesar dos pedidos, alguns me enviam, ou postam nos grupos que participo, ao ver os seus vídeos disparados, ao conferir suas fake news sem pé nem cabeça, acho até engraçado. Como se fossem uma versão verde e amarela do Pedro de Lara, aquele jurado ranzinza e histriônico do programa Silvio Santos. 

Mais cedo ou mais tarde eles saem de lá, a comédia acaba e todos voltam para suas vidas, é o que imaginei. 


Foi um erro. Deu no que deu.


No sábado passado foi preso um desses minions de porta de      quartel. O plano dele era explodir um caminhão-tanque perto  do aeroporto de Brasília. Seria uma tragédia. Queria provocar o estado de sítio e obrigar os milicos a executar uma intervenção. Quem tem memória lembra do atentado no Riocentro em 1981. No depoimento à polícia, o candidato a terrorista disse que o crime foi planejado no acampamento na porta do quartel do exército. 

Precisa mais?

Se não forem presos, não vão parar. Não dá pra ser ingênuo. Pra cada senhorinha de verde e amarelo, tem vários profissionais da provocação, para cada um fantasiado de Rambo, uma célula de terroristas domésticos. 

Não, eles não são engraçados. O primeiro atentado não deu certo, mas, como todo terrorista, eles só precisam acertar uma vez.

   


segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Renasça em todos seus aniversários

 




(Muita paz e saúde neste novo nascimento!)


Onde estou
pouco me interessa.
Não tenho pressa.
Mas tenho prosa.
Carrego tua saudade sempre
e hoje roubei pra ti uma rosa
dos jardins do uni-verso.

Sou um morador das janelas
que te desenha.
Agora eu tenho tudo
muito depois do antes
de ter nada.

Poemo teus sorrisos
no silêncio falante
tão nosso.

Você pode e eu posso
alcançar o pra sempre.

Pra sempre.
Sem parar.

Eu consigo te olhar
sem esquecer
que posso conseguir
e vou seguir
cada amanhecer
do que você olha.

Esqueça do mundo.
O cego ficou surdo
de tanto não saber lembrar.

Procurar
a mesma pergunta
é encontrar a mesma resposta.
Encosta
teu olhar no meu horizonte,
minha parte que é um todo,
meu parto de escrita,
minha ponte:
Como estou
é que importa.
O fato, 
O feto 
A fonte.
Aorta
minha
no teu peito.

Não tem outro jeito.
Só o amor tem feito
uma vida bem melhor.

sábado, 24 de dezembro de 2022

NATAL

 



Natal é o dia em que comemoramos o nascimento do menino Jesus.

Não importa se os historiadores divergem dessa data. Importa que adotamos esse dia para nos lembrarmos daquele que veio a este mundo para trazer uma mensagem universal de amor, expresso no afeto e no perdão, na solidariedade e compaixão, na caridade e  tolerância, no respeito e reconhecimento do outro, na empatia e alteridade, na amizade e na paz, na inclusão e no acolhimento, na atenção e no cuidado, na fé e na esperança. 

Jesus veio viver ente nós para sentir e experimentar a realidade que vivemos aqui: as dores, os sofrimentos, as alegrias e os felizes momentos, as injustiças e o abandono, a fome e as doenças, as dificuldades e os medos, a pobreza e as imensas desigualdades, a lealdade e a traição, a vida, a morte e a ressurreição. 

Jesus esteve aqui compartilhando o seu amor com todos nós e, desse modo, nos ensinando a amar. Não fez julgamentos, deixando essa tarefa para o Pai. Jesus não veio.nos falar de armas e nem de ódio. Ele veio promover a comunhão de todos, ensinando que o arrependimento é um dos caminhos para o perdão.

Ele trouxe a receita certa para a nossa convivência fraterna, sem qualquer tipo de preconceito ou discriminação. Jesus veio nos mostrar que a verdade existe e que ela deve ser praticada por todos nós. Jesus veio para nos ensinar a praticar o bem e jamais prejudicar alguém.Por isso, nesta véspera de Natal, eu quero desejar a todos os companheiros de jornada aqui na Terra um dia de felicidade, e que essa felicidade possa se eternizar na vida de cada um de vocês, tendo o amor como início, meio e fim na jornada que lhes foi destinada a cumprir. Que sejamos lembrados pelo amor que espalhamos.

Que na nossa missão de luz,  possamos amar todos os dias das nossas vidas!

Feliz Natal!



segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

FESTA

 


Um cometa

Passou no quintal

Atravessou seu corpo

Rindo e pegando fogo 

Uma piscina 

De purpurina anzol

Eu procurando o sol

Na sua retina 


Você vem nadando

Como peixe solto

Numa festa

Sem jogo

Olhe nos meus olhos

Veja como eles sorriem

Quando me veem

Em suas retinas



segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

V Ó Z

 




O vento é a voz

Chamando o azul do dia 

Perfumada é a voz do tempo

A voz do tempo

Resiste na noite

As lágrimas fogem

A voz do vento

Me chama

Brisa de amor, doce coração

Alma carinhosa 

As lágrimas fogem


Quem chegou? Partiu

Quem virá? Já foi

Quem fica? Os dias são todos iguais

Sonhos pra enterrar

Ventos e vendavais

Corpo e alma

Os anos pesam no coração


A voz do vento

Chamando o azul do dia...


E as lágrimas fogem de você

E lágrimas fogem de mim

E um rio se forma de nós.

domingo, 11 de dezembro de 2022

FORAM REDUZIDOS AO QUE SEMPRE FORAM

 



Aos poucos o bolsonarismo raiz vai perdendo sua estatura. Os radicais são cada vez menos, embora ainda muito maiores do que eram nas manifestações de 2013, quando poucos gatos pingados portavam cartazes e faixas pedindo intervenção militar. O que se vê hoje nas portas de quartéis são os seus ideólogos rodeados de desavisados e malucos, gente que se deixa ingenuamente instrumentalizar. Os grandes nomes do grupo, que existiu com força até a eleição de outubro e seria perigoso se Bolsonaro tivesse prevalecido, se afastaram. O governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e o deputado Arthur Lira já anunciaram que estão fora. O bolsonarismo raiz ainda tem quadros, mas é gente do nível de Roberto Jefferson, Carla Zambelli e de militares que ganharam boquinhas federais nos últimos quatro anos.

EXEMPLO A SER SEGUIDO

 


Todos os parlamentares têm valor. Representam seus eleitores, o povo. Alguns, acrescentam mais para a cidadania do que outros. Muitos são especiais e merecem destaque. É o caso de Duda Salabert, vereadora de primeiro mandato em Belo Horizonte e deputada federal eleita em outubro. Professora, ambientalista e ativista, Duda é trans, uma das primeiras parlamentares trans da História, acho. Atacada e ameaçada por seguidores dos filhos de Jair Bolsonaro nas redes sociais, Duda foi demitida da escola em que trabalhava. Na semana passada, numa entrevista, Duda disse: “Estou na política, mas sou professora. E reconheço que meu papel em sala de aula é muito mais importante do que meu papel no espaço legislativo. No espaço legislativo eu crio leis, e em sala de aula nós criamos consciências. E o que muda o mundo não são novas leis, mas novas formas de pensar o mundo”. Exemplo a ser seguido!

O PAÍS SE QUALIFICA

 


Lula não é Dilma. Ele não quer e nem precisa marcar posição. Seu objetivo é fazer um governo que dê certo em um país com crescimento econômico. Distributivista, sim. Foco nos mais pobres, claro. Mas responsável para ser permanente, para durar.

O que muda mesmo é o respeito pela democracia. O ambiente vai melhorar, sem qualquer dúvida. Termina no dia 31 de dezembro o estado de permanente brigas, pininbas  do Executivo com o Judiciário. O perigo gigantesco de golpe que o país passou, antes e mesmo logo depois das eleições de outubro, deixará de existir a partir de janeiro do ano que vem? É o que espero!

O lado bom é que o Brasil torna a ser um país normal, com a transformação das suas políticas interna e externa. O Brasil volta a ocupar os espaços globais que havia perdido. Os homens e as mulheres que ocuparão os principais cargos políticos do país serão merecedores das atribuições que receberão. Os primeiros nomes anunciados para o Ministério não deixam dúvidas. Não teremos mais Frias, nem Farias. Nem Lorenzonis, nem Araújos. Nem Pazuellos, Queirogas ou Weintraubs. Nem Salles, nem Damares. O país se qualifica, como se qualificaria com qualquer outro presidente, fora Bolsonaro, claro.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

Dias nublados




.

Não tenho pressa. Saio após o café. Quem, como eu, tanto andou por essas ruas antes dessas ruas serem essas ruas? Sim, tenho-os comigo o quanto estou só. Escuto-os na sala a tagarelar, o hálito alegre da fala sobre nada. Fico melancólico nessa época do ano. Ouço os pingos na lata dos carros estacionados. A chuva, o frio, o mofo não me deixam lembrar direito. Um único dia de sol e tudo estará cegado novamente. Fui crescendo, a neblina e a geada a se infiltrarem em minha pele, no coração só superfície, coração sem fundo. Não há nitidez, nada é uma certeza. Nem bem me dou conta, estou trazendo o inverno dentro dos tímpanos. Sou mais cansado que um velho. Não se pode reter para sempre os instantes. Que passem. Plenitude é o que vai, some. No agora, esqueço. E esquecer talvez seja o jeito humano de guardar. Não quero reter os momentos de felicidade, como alguém que pretendesse o raro de si mesmo. A infelicidade me atravessa, não como eu fosse um túnel, mas lama que não admite modelação. Me atravesse, não suportaria encarcerá-la. A vida acontece conforme o errar se sucede, não como preferimos. Amanhece, abrimos os olhos. É dia. E os olhos abertos, lanternas a procurar a escuridão. O tempo passa para que as pessoas amadureçam, tornem-se melhores? Se você envelhece com pesares e lamentos, destrói cada uma das coisas que um dia amou? É preciso abandonar e ir em frente, ou a maneira mais ineficientemente tola de esquecer o passado seja o insistir na evitação de que a vida não nos fará esquecer sem que sejamos esquecidos. Perambulo, zumbi pela cidade, e não esqueço...você.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2022

A C A B O U

 


O choro do presidente ausente na segunda-feira, na cerimônia de fim de ano das Forças Armadas, significa o fim de uma tentativa golpista que deu errado, como deu errado para o presidente peruano, depois de tentar fechar o Congresso e decretar “estado de emergência”. A suspeita de que o mesmo aconteça no Brasil é uma assombração para ele, que continua deprimido depois da derrota e da frustração de seus instintos autoritários. 


Não foi só ele o derrotado. Os militares que o apoiaram também foram. Os golpistas tinham tudo para ter sucesso: incentivo do presidente; comandantes militares que o apoiavam a ponto de imaginar deixar os cargos antes da posse de Lula, claro gesto de rejeição ao presidente eleito; manifestantes nas portas dos quartéis pedindo intervenção militar; parcelas do empresariado, alguns financiando bloqueios nas estradas e manifestações antidemocráticas; eleição parlamentar vitoriosa, maioria na Câmara e no Senado; governadores eleitos nos principais estados.


A vitória dele em 2018 foi resultado de uma conspiração para levar de volta ao poder político os militares. Quando atribuiu ao general Villas Bôas, na [epoca comandante do Exército, a responsabilidade por ter sido eleito presidente da República, Bolsonaro se referia ao tuíte que o militar divulgara na véspera de um julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) que poderia libertar o ex-presidente Lula e permitir sua candidatura à Presidência. A vitória de Bolsonaro era considerada  fundamental para que os militares  retornassem “pela porta da frente” da política. 


Ao se transformarem em defensores de Bolsonaro, os militares que se envolveram na aventura antidemocrática rebaixaram-se a seu nível, fazendo com que a corporação, bem-vista pela população, perdesse apoio de boa parte dela. Pesquisas  mostraram que metade da população considera que a participação de militares no governo foi prejudicial.

terça-feira, 6 de dezembro de 2022

O PÓS BRASIL

 


Dois fatos sintetizam o Brasil pós-Bolsonaro:


1) A Juíza que não reconhece Chico Buarque como autor de “Roda viva”. (Não é uma postura ideológica, o que seria sofisticado: parece ignorância burra e simples; o tal -5% + 4% igual a 9% do moribundo presidente faz escola.)


2) O filho Zero não sei o que, depois de fritar hambúrguer nos Estados Unidos, agora no Catar, com pen drives na mão, no papel de camelô da Saara. No tempo da cirurgia à distância, diz usar pen drive! (Depois de perderem a eleição, uma nova oportunidade de negócio. Não deve dar lucro como lojinha de chocolate, mas já é uma diversificação de empreendimento. Alternativa na área gastronômica talvez seja a venda de sopão na porta de quartel, onde Manés pedem socorro a extraterrestre com a lanterna do celular na cabeça.)


E B*ls*naro? — perguntarão as viúvas Zambelli e Damares, além de Valdemar. Antes uma erisipela, hoje apenas um miasma desconcertante, após a derrota e a cada revelação trazida pelo governo de transição, do desmonte da máquina pública, o futuro ex-presidente deve passar bom tempo no modo “Veja bem, sobre isso daí, talquei…”.


Os fatos mostram os truques e desmandos da maléfica figura. O quadro da saúde e da educação revela não incompetência, a suspeita de uma ação de extermínio. Espécie de vingança contra a vida e o nosso futuro.


É emblemático: tirou remédio, escola e deu armas. Com os pastores da rachadinha. Enumerar os nomes dos ministros para provável boletim de ocorrência: Pazuello, Queiroga, Milton Ribeiro… ninguém escalaria um time com tamanha falta de crédito se não desejasse destruir o que havia.


Sem a máquina pública e diante da abertura da caixa-preta do b*ls*narismo, o miasma hoje escondido no Alvorada, dependerá das rezas de Malafaia.


Com seu mutismo covarde, B*ls*naro deu munição, linguagem figurada, a quem desejasse pular de sua canoa. A contestação do PL às urnas do segundo turno o fez perder apoio de dois partidos. 


“Os militares apoiam um golpe de Bolsonaro?”, deixou de ser a pergunta mais importante chorada pelos manés de portas de quartéis, para ser “Em quantos meses Valdemar Costa Neto abandonará Bolsonaro?”. Como um radical da adesão, seu estilo de política precisa de cargos para a manutenção de poder.

sábado, 3 de dezembro de 2022

FINDO

 


Boca azul de céu nos olhos

Vento verde de mar nos ouvidos

Gosto anis de flor na lapela da boca

Vinagre de sal no coração do amor



Labirinto rubro no corredor da vida

Terra seca no fundo do oceano

Natureza calada colada no quadro

Na nuca, minha, o zumbido da abelha



O apito doente da pia

O pingo terreno do chão do chuveiro

Careta da bagunça da casa do quarto

Onde você se deita.



Cante aí, versos na prosa


Bilhete dessa música descomposta.  

Para desanuviar a mente,

Deixo o tempo presente,

Para pensar num outro tempo.


Para anuviar a ideia,

Deixo parar o mundo

E vou num voo mais profundo

No universo restante.

E Findo...

VERDE E AMARELO

 



Segue uma gente vestida de verde e amarelo,

Debaixo de sol e chuva,

Gritando e marchando em frente a quartéis 

Pedindo intervenção militar contra a nossa democracia. 

À noite, enviam mensagens em código Morse para o céu, esperando que "ETs" venham nos salvar do comunismo. 

Outros acreditam que o corpo de Lula será tomado pelo espírito de Bolsonaro, que é quem vai nos governar a partir de 01/01/2023.

Essa gente que chama a Globo de lixo, hoje assiste a todos os jogos da copa do mundo pela rede Globo. Não há vida inteligente nessa gente. É uma gente estúpida, ignorante, burra e fascista. Manipulada por empresários do agronegócio, líderes religiosos e políticos inescrupulosos, essa gente é lançada às ruas para fazer o serviço sujo da tentativa de golpe, que não vai acontecer. Militares reformados, da reserva e da ativa recalcados, ressentidos, frustrados e autoritários se acham no direito de ameaçar a Democracia. Têm saudades do tempo da ditadura militar, quando sequestravam, torturavam, cassavam, censuravam, ameaçavam e matavam aqueles que pensavam diferente deles. 

Esses patriotários imbecilizados pelo fanatismo atuam contra os interesses da nação e da soberania popular. 

Há uma cegueira moral em todos eles. E, em muitos deles, a corrosão do caráter já aconteceu. 

Esse verde e amarelo que vocês vestem não são o verde e amarelo da nossa bandeira, mas sim o verde dos "camisas verdes" do integralismo/fascismo brasileiro e o amarelo patético de vocês. 

É preciso cadeia para aqueles que estão financiando essas ações fascistas em todo o território nacional: aqueles que estão bancando acampamentos, água, alimentos, banheiros químicos e dinheiro para essa gente otária especialista em insultar, xingar, constranger, machucar e matar.

Enquanto isso, nós, os vitoriosos na eleição presidencial, seguimos nossas vidas rindo das maluquices dessa gente, só aguardando a posse do Presidente Lula para voltarmos a ser felizes.

Outras Palavras

 


Tem uma palavra que precisa constar no Dicionário da Língua Portuguesa, ser criada caso não exista, e ser admitida no Aurélio ou no Houaiss urgente. Uma palavra que defina:  manipulação psicológica — a desestabilização emocional do outro em benefício próprio. Apesar de não nos faltar gente competente no assunto (gurus, pastores, maridos), a expressão talvez exista, mas não é popular. Outras palavras precisam ser atualizadas suas definições, seus sinônimos, por terem sofrido mutação genética. 


Exemplos:


Auditável: adj. Aquilo que se possa contar manualmente tantas vezes quantas forem necessárias, até que seja obtido um resultado favorável. Ex.: voto auditável;


Complexo: (abrev.: CPX): s.m. Conjunto de representações de forte valor afetivo, que leva indivíduos com baixa capacidade para lidar com questões complexas a crer que todo morador de favela seja traficante, assaltante ou meliante. Presente em Complexo de Castração (que envolve inveja do pênis, até quanto ao tamanho) e Complexo de Inferioridade, passando pelos Complexos do Alemão, da Maré, da Penha, da Serrinha;


Ditadura: s.f. Qualquer decisão que vá contra os meus interesses. Ex.: ditadura da toga;


Eleição: s.f. Processo de escolha de um mal aparentemente menor, com direito a mudança radical a cada quatro anos — ou recall a qualquer momento, por meio de impítimã (vide Golpe);


Golpe: s.m. Impedimento legal de uma presidenta (2016). Bicho-papão; aquilo que Bolsonaro daria e acabou não dando — (mas sei não), ainda faltam 24 dias (uso e abuso entre 2019 e 2022). Compromisso de apoios recebidos para formação de uma frente ampla com vista à vitória eleitoral (vide Eleição) se traduzirem em compartilhamento efetivo de poder (uso previsto a partir do anúncio do novo ministério);


Patriota: adj. e s. de dois gêneros. Quem, por suposto amor à pátria, se presta a patriotadas. Bucha de canhão; boi (gado)de piranha. Cidadã(o) cuja boa-fé é explorada pelo ainda presidente, que precisa de resgate urgente, antes que seja atropelado, perca o emprego ou pegue um resfriado;


Pen drive: s.m. Dispositivo portátil para armazenamento de dados que não podem, de jeito nenhum, ser enviados por e-mail ou compartilhados na nuvem, sob pena de o portador não ter desculpa para deixar apoiadores (vide Patriota) na chuva e ir passear no Catar;


Secreto: adj. Aquilo que todo mundo sabe o que é, a quem serve, para o bolso de quem vai. Ex.: orçamento secreto;


Teto: s.m. O que não tem limite; Poço sem fundo, só que ao contrário. Ex.: teto de gastos;


Transição: s.f. Passagem traumática de uma condição a outra;


Urna: s.f. Recipiente onde se depositam votos, sugestões ou cinza dos mortos. Segundo alguns (vide patriota), espécie domesticada de buraco negro, com visor e teclado.


Recomenda-se não mostrar essas mudanças genéticas aos "patriotas", já que a transição será demorada, e ditadura e golpe não deverão sair do seu vocabulário tão cedo. 

Tomara que a palavra de 2023 seja “Ufa!”, interj. de alívio.


Feliz 2023, SEM MEDO DE SER FELIZ