terça-feira, 6 de dezembro de 2022

O PÓS BRASIL

 


Dois fatos sintetizam o Brasil pós-Bolsonaro:


1) A Juíza que não reconhece Chico Buarque como autor de “Roda viva”. (Não é uma postura ideológica, o que seria sofisticado: parece ignorância burra e simples; o tal -5% + 4% igual a 9% do moribundo presidente faz escola.)


2) O filho Zero não sei o que, depois de fritar hambúrguer nos Estados Unidos, agora no Catar, com pen drives na mão, no papel de camelô da Saara. No tempo da cirurgia à distância, diz usar pen drive! (Depois de perderem a eleição, uma nova oportunidade de negócio. Não deve dar lucro como lojinha de chocolate, mas já é uma diversificação de empreendimento. Alternativa na área gastronômica talvez seja a venda de sopão na porta de quartel, onde Manés pedem socorro a extraterrestre com a lanterna do celular na cabeça.)


E B*ls*naro? — perguntarão as viúvas Zambelli e Damares, além de Valdemar. Antes uma erisipela, hoje apenas um miasma desconcertante, após a derrota e a cada revelação trazida pelo governo de transição, do desmonte da máquina pública, o futuro ex-presidente deve passar bom tempo no modo “Veja bem, sobre isso daí, talquei…”.


Os fatos mostram os truques e desmandos da maléfica figura. O quadro da saúde e da educação revela não incompetência, a suspeita de uma ação de extermínio. Espécie de vingança contra a vida e o nosso futuro.


É emblemático: tirou remédio, escola e deu armas. Com os pastores da rachadinha. Enumerar os nomes dos ministros para provável boletim de ocorrência: Pazuello, Queiroga, Milton Ribeiro… ninguém escalaria um time com tamanha falta de crédito se não desejasse destruir o que havia.


Sem a máquina pública e diante da abertura da caixa-preta do b*ls*narismo, o miasma hoje escondido no Alvorada, dependerá das rezas de Malafaia.


Com seu mutismo covarde, B*ls*naro deu munição, linguagem figurada, a quem desejasse pular de sua canoa. A contestação do PL às urnas do segundo turno o fez perder apoio de dois partidos. 


“Os militares apoiam um golpe de Bolsonaro?”, deixou de ser a pergunta mais importante chorada pelos manés de portas de quartéis, para ser “Em quantos meses Valdemar Costa Neto abandonará Bolsonaro?”. Como um radical da adesão, seu estilo de política precisa de cargos para a manutenção de poder.

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