quinta-feira, 27 de outubro de 2022

O mundo civilizado agradece.

 

Sempre acompanhei com atenção tudo o que acontece no Brasil e no mundo e, em regra, o resultado das eleições indica o rumo que irão e isso influencia, no dia a dia, a vida de todos. Uma eleição confronta grupos, com bases democráticas, nós acompanhamos, nos envolvemos, ganhando ou perdendo, a vida segue e é normal. É saudável a alternância de diferentes grupos no comando da nação. A vitória do Fernando Henrique em 1994 e 1998, que consolidou Lula na oposição, ou a do Lula em 2002 e 2006, que colocou o PSDB como contraponto, em nenhum momento causou abalo democrático.

É claro que a proposta para a condução do país pode dar o tom para os caminhos na economia, na saúde, nas relações de trabalho, nas conquistas sociais, até nos costumes. É normal a oposição, o que acaba criando o debate. Nesse embate é que são criadas e fortalecidas as bases para a democracia. E as tensões do debate político só servem para alimentar o espírito plural que tem uma sociedade madura.

Com tristeza vejo que essa não é a realidade da eleição entre Lula e Bolsonaro. Esta eleição decidirá entre a barbárie e a civilização, confesso que uso um pouco a imagem poética. Mas, o tempo mostrou como o governo B*ls*naro, representado pelo Presidente e seus asseclas, e a grande massa bolsonarenta reúnem, na essência, todas as hipóteses terminar com às conquistas civilizatórias acumuladas em décadas.

Em 4 anos de desgoverno, B*ls*naro fez quase tudo que se esperava de um governo autoritário e medíocre, à cara deste Chefe de Estado. Desconstruiu as principais áreas para poder fortalecer o seu projeto totalitário. Saqueou o país. Desde a educação, com cortes de verba e desmonte das universidades, até a saúde, a ciência, tudo, enfim. Implantou a política do ódio, da divisão da sociedade, do culto banal à vulgaridade, à mediocridade, à violência. Fez aflorar em boa parte dos brasileiros um tipo que ainda não tinha sido observado pelos cientistas políticos ou sociólogos: o ignorante autossuficiente. O que se orgulha de ser imbecil e o orgulho de ser agressivo e inculto. 

Esse projeto de poder bolsonarento passou pelo esgoto, de onde emergem esses seres, e enfrenta-los é o primeiro passo para enfrentar o obscurantismo. A angústia que deve nos acompanhar na hora do voto no próximo domingo, 30 de outubro, é o que resistirá, em termos humanísticos, a esse projeto de dominação pelo terror, caso o B*ls*naro seja reeleito, o que não acredito, acredito sim em golpe! O que será do Brasil? Seria imaginar toda uma geração de crianças e adolescentes sendo criada envolta por uma nuvem que sufoca e embaça a visão, com os valores da mentira como a afirmação do individualismo vulgar, do moralismo hipócrita, do sadismo no olhar ao outro com total falta de empatia, da violência substituindo a educação e o debate. Pense nisso na hora do voto. Vote por você, mas também pelos nossos filhos e netos. Enfim, se dê uma chance, nos dê uma chance.
O mundo civilizado agradece.

A palavra amor anda vazia. Não tem gente dentro dela.

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