quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

F L O R E S

 


Não tenho medo da morte.

Tenho medo quando uma coisa cai e quebra como porcelana, seja uma velha amizade, um novo amor ou o sentido e sentimentos.


Aí vem o vazio, pior  que a morte, que não cola mais  os cacos espalhados no chão.


Não tenho medo da morte.

Tenho medo da poesia inconclusa, da carta interrompida, do beijo suspenso, seja este poema – que nunca estará completo – seja a vida, esta obra sempre aberta...


Por que o medo então, se tudo é acidental e acidentado?

Por que não assumir de vez que este medo – que te paralisa na fila do banco, no amor –não é, no fundo, no fundo o medo da própria morte?


Talvez seja para não dar o braço a torcer a esta velha desmancha prazeres que corta os brotos antes das flores, ou, quando não, colhe as flores antes dos frutos – e as oferece ao Nada!


E eu?

Te espero!







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