quarta-feira, 18 de março de 2020

SOLIDARIEDADE E COMPAIXÃO





Há momentos na vida da gente em que um determinado fato histórico pode mudar tudo.
De repente, você perde a sua autonomia plena e é levado a permanecer em casa, para a sua própria proteção e segurança. 
O seu estado de saúde passa a importar para a sociedade e para o Estado. Então, você, que já se encontra em uma idade avançada e/ou portador de alguma doença crônica, frente à uma pandemia viral, é orientado a não se expor a riscos desnecessários e ficar em casa até o perigo passar. Por uma questão de saúde pública, você deve estar protegido contra uma doença que, no seu caso em particular, pode ser mortal. Então, você observa toda uma mobilização social nesse sentido: vamos proteger os nossos idosos e os nossos "irmãos" em situação de vulnerabilidade desse mal que hoje nos ameaça a todos, mas que a eles muito mais.
Há, assim, uma belíssima  expressão de solidariedade e compaixão, muito mais do que uma responsabilidade pública,  mas uma manifestação de empatia e cuidado, o que pode nos transformar para melhor depois de tudo isso.
Essa pandemia, certamente, nos trará muitas lições, não somente nos campos da ciência e da pesquisa, mas  - e, talvez, principalmente - nos campos da ética, do direito e da moral. Não podemos deixar essa oportunidade em branco. Precisamos escrever o nosso futuro levando em conta as lições dolorosas do presente. Precisamos olhar mais para os direitos humanos, no sentido da afirmação da dignidade da pessoa humana como fundamento e finalidade da vida humana. Precisamos reconhecer que o direito à saúde diz respeito ao direito à vida e ao direito de poder continuar existindo: um direito que é de todos nós, independentemente de qualquer coisa. Assim,  como cidadão nesta condição de risco, sou grato a todos aqueles que estão se importando comigo neste instante, compreendendo o significado dessa luta e rezando por todos vocês...

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