domingo, 10 de setembro de 2023

Sei, e não me conformo. (Enforcado tem o direito de balançar as pernas)


Todo o mundo da esquerda indignado com Lula por ter trocado Ana Moser por um bolsominion. 

Não deveria.

Não estão em pauta as virtudes de uma e a excrescência do outro. 

A questão é mais profunda. 

Infelizmente, Lula está refém de Lira e do centrão. 

Tem de entregar alguns anéis para não perder os dedos. 

É o toma-lá-dá-cá clássico da política democrática tradicional. Um balcão de negócios, não sejamos ingênuos. É assim que funciona, gostemos ou não.

No popular, não há virgwm no puteiro.

Em uma ditadura, fascista ou comunista, o ditador escolhe seus ministros e ninguém dá um pio.

Mas, vivemos numa democracia, frágil e corrupta, mas democracia, no sentido burguês.

Se tivéssemos maioria no Congresso, todos os ministros seriam de esquerda, claro. 

Mas, graças às nossas massas retrógradas, a esquerda é minoria: são apenas 140 deputados e 15 senadores governistas contra 373 de oposição na Câmara e 66 no Senado. 

Política, é, principalmente, matemática, maioria contra minoria.

E "eles" têm maioria: são bolsominions, centrão, bancada da bala, ruralistas, neopentecostais, militaristas, lobistas e dissimulados. 

Um dos piores Congressos da história,  se não for redundância.

Dilma não aceitou as chantagens do centrão de Eduardo Cunha e caiu. Não cedeu. Não tinha maioria. Foi deposta.

Se Lira quiser, com sua maioria, aprova um impeachement e derruba Lula.

Política é negociar com os contrários e até com os companheiros, os do "fogo amigo", mais perigosos ainda, os sectários, inflexíveis, os "donos da verdade absoluta".

Política é para quem tem estômago forte e coração frio, não é pra nós, simples mortais. 

Lula TEVE de ceder, sim, e fez muito bem. 

Sinto por Ana Moser, mas, é ela, ou ele, é ela, o a governabilidade em risco total. 

Lula preservou os ministérios mais fortes e estratégicos, que Lira queria: Saúde, Educação, Fazenda, Planejamento, Integração Nacional (Bolsa-família), Meio Ambiente, Defesa e Justiça. 

Se abrir mão de um desses, acabou. 

E ele não vai abrir, porque não é bobo.

Lula é o maior estadista da história desse país e, até, da história mundial.

Ele sabe o que faz. 

Não entrega um ministério à toa. Está com a faca no pescoço e tem de ceder para continuar a governar, para votar as pautas de políticas públicas essenciais para o desenvolvimento do país, para a inclusão social, para combater preconceitos e privilégios, para dar dignidade até àqueles que votaram contra, que cuspiram no prato do Bolsa Família.

Não podemos esquecer que 58 milhões de brasileiros e brasileiras (49%) votaram na extrema direita. E continuam vivos, esperando a hora de dar o bote (golpe?).

Em sete meses, Lula já retomou todos os programas sociais de suas últimas gestões.

Enfrentou, e venceu, um golpe civil-militar. 

Está, junto com o brilhante Dino, colocando golpistas, inclusive militares, e breve, a familícia, na cadeia.

Está fazendo crescer a economia. Combatendo a fome e a miséria. Retomando o prestígio internacional. Investindo na Saúde, na Educação, na preservação da Amazônia e dos nossos povos originários. 

Acabou de ser inocentado, de vez, pelo STF, que foi seu algoz.

Lula não é infalível, mas é um gigante. Antes de criticá-lo, precisamos analisar a conjuntura com frieza, razão e serenidade. 

Ele nos livrou de mais quatro (ou infinitos) anos de terror, de trevas, de corrupção, de medo, de desespero. Não sei se eu sobreviveria!

Seu crédito é imenso, impagável.

Obrigado mil vezes, Lula, por nos tirar das trevas e nos trazer para o novo Iluminismo, para a esperança de um país mais rico, amoroso e fraterno.

Quando fiz o L, dei a Lula e aos meus deputados e deputadas, carta branca. 

Assinei embaixo e ratifico.

Viva Lula. 

Fascismo nunca mais!

Um comentário:

  1. Maravilhoso seu texto, admiro muito sua maneira de me fazer compreender a política!!!! Concordo plenamente quando diz que política é para quem tem coração frio!!!! E haja coração!!!!!

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