domingo, 4 de fevereiro de 2024

OLHOS & CORAÇÕES

 

Meus olhos não veêm,... meu coração é que tem essa atribuição!





Minha morada tem janelas

Por onde entram imagens

Invertidas e pervertidas,

Cujas vidraças e vitrais,

Presos às esquadrias de minhas seguranças,

Ocupam-se em traduzi-las

E transformá-las em imagens doces.


São imagens de minha liberdade

E de minha demência

Que minhas paredes impermeáveis

Impedem-me de tocar

Aprisionando-me em meus tantos temores.


Mas cuido para que minhas janelas,

Seus parapeitos e paralelos,

Estejam sempre perfumados e enfeitados

Com pétalas e parapétalas

De florestas encharcadas de cores.

E que seus vidros e olvidos

Estejam sempre aquecidos

Com luzes encantadas e lustrais

E com uma luz azul sem fim

Capaz de produzir universos

Inventar canções eternas,

E desenhar um céu cheio de horizontes.


Porque é por elas que um dia,

Arrebentando todas minhas resistências,

Fugirei, voando, para bem longe de mim.

Nenhum comentário:

Postar um comentário