domingo, 12 de maio de 2013

Imagina na Copa

Aconteceu no Carnaval.— Tem ar?— perguntei ao taxista.

—Tem!— respondeu, girando o pescoço feito um ventilador caseiro, enquanto os lábios em forma de selinho Hebe Camargo emitiam um sopro de ironia. Suado, voltei a pé, onde o Rio de Janeiro permanece colonial, e sem bandeira 2. A razão de lembrar tal diálogo: não existe um vagão de trem, um lotação desses 42 sentados e 200 erguidos, onde a frase “imagina na Copa” não esteja sendo dita. Estamos em dia?

Aqui, a preocupação é relevante: tem garçom pra tanta sede? E os mictórios dos nossos pés sujos, mínimos pra qualquer um biriteiro, como serão pros hooligans maçarandubas? Apela praquelas caixas químicas?Notei que um dos banheiros azuizinhos usados na folia flutuava por conta do gás metano despejado yellow no desfile dos blocos. A intimidade física preservada entre os dedos enquanto o mijo jorra feito o Amazonas. Os outros 100 mil pierrôs e colombinas, bexigas cheias, desciam espremidos no acesso ao metrô! Filas, feito as imensas em padarias do Abraão (Ilha Grande, Angra dos Reis-RJ) nos feriados prolongados, cresciam na direção de qualquer objeto à venda, água mineral, amendoim com casca ou sacolé com vodca de nome que nçao sei escrever por ausência de vogais. Tio Hortencio, entrou numa filas só pra sair do butequim.. Eu imagino na Copa...

Faço contas de um Monobloco subindo a Radial Oeste, o Bola Preta em forma de torcida de unm Fla X Flu pedindo um churrasquinho de gato no Portão 18, todos em volta da Estátua do Bellini.

Joseph Blatter, o dono da bola, pega carona com um mototáxi, capacete de caveira, na engarrafada Praça da Bandeira. Que Merda é Essa (Nome do bloco que estava tentando chegar)— apropriado! — resmungou o presidente suíço, de terno e gravata.

O bloco da Preta chega por São Cristóvão, estação colada ao estádio. Ela e os foliões desembestam pelo viaduto em passos largos, pandeiros de causar inveja— Uma vez Brasil, Brasil até morrer!

São analogias de um momento euforias de uma cidade. Em cima da hora o desfile acontece, a grama cresce, o time engrena e o caneco é nosso. Manual dessa vida espontânea, o jeitinho dá as cartas enquanto espero sentado num caixote qualquer, peço a próxima, o gerente ri, eu presumo: “Imagina a conta!”

 

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