domingo, 19 de maio de 2013

ROTINAS

As vezes, a pé, encontro becos de enviesadas curvas etílicas, a parada mais próxima de uma cirrose óbvia. Foi assim durante anos cheios de encantos mil.


Cardápio de sonetos engordurados, mocotó, rabada e frango com quiabo, mantinham uma comissão de frente(tecido adiposo acumulado na região abdoninal) fiel aos princípios de um pinguço: só bebia em pé, sempre as mesmas doses, feito os comprimidos pra pressão, diabetes, e coração que bebo hoje, diária e pontualmente. O balcão parece um quadro emoldurado: as mesmas pessoas, nos preservados lugares. Pra encostar ali é preciso um atestado de resistência fixa.

Ando um pouco mais, quase nada e, mais frequente que Placa de esquina,o apontador de bicho.Atento aos números desenhados no talão, ele ajeita o carbono enquanto a minha cabeça busca um duque de dezena combinado.Aí vem a pergunta:

— Combinado com o quê?

A caneta suspensa feito um cronômetro abre o tempo.

Pra minha escolha. Data de casamento, idade do Tio Obadias, a placa do primeiro carro(fusca claro) a sepultura da Tia Manuela, qualquer referência que essa tabuada lembra, vale nesse escrito.

Que merda! Ontem deu a milhar inteira do avião que enguiçou em Marrakech e eu não joguei!

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