quinta-feira, 2 de setembro de 2021

O HUMANO EM NÓS.

 


Com as inconsequências do governo federal, é difícil escolher um nome para tanta incompetência, tanto ódio, tanta ignorância e tanto descaso pela vida humana. A repetição de desrespeito aos direitos fundamentais que um desânimo nos invade. Tá sendo cansativo viver no Brasil hoje. Não é nada de esquerda e direita. É, uma questão entre civilização e barbárie.
A figura do presidente tem uma enorme força. E o Bolsonaro não consegue dar um único exemplo que mereça ser seguido. 
Ele tem coerência com tudo que sempre foi:  um inepto e um desqualificado. E seus ministros tratam de honrar a herança macabra desse governo fascista que está acabando  com todas as conquistas sociais no país. 
Uma questão me causa indignação e revolta: a postura do presidente da Fundação Palmares em afronta aos direitos dos negros. Um homem asqueroso que tem raiva do mundo e das pessoas. Que aparenta ter ódio de ser negro e sentir vergonha de pertencer à comunidade negra. Que usa o termo “afromimizento” para agredir pessoas negras que ele entende serem de esquerda e, na sua visão preconceituosa, têm vocação para “ vitimistas. ”
Ele ocupa um cargo que deveria exaltar a raça negra, preservar seus valores e fomentar a Cultura, mas ele se dedica a defender o fim do movimento negro, zomba da estética afro, especialmente dos cabelos, tem ódio às religiões de matriz africana e revela desprezo às mulheres politizadas que buscam um lugar nesta sociedade machista. Uma verdadeira afronta.

A acusação de assédio moral ao presidente Sérgio Camargo e à perseguição política ideológica que ele faz não podem ficar sem puniçao. É lamentável que tenhamos que nos socorrer do Judiciário para resolver o que deveria ser deliberação política. Mas, como a política bolsonarista é representada pelo atraso e pelo rigoroso desprezo à dignidade da pessoa, só nos resta aplaudir o Ministério Público do Trabalho (MPT), que pediu o afastamento do cargo desse racista predador.

Essa figura deplorável segue os exemplos do presidente a quem ele serve. A descrição dos horrores que ele impõe aos funcionários, covardemente, cria um clima de terror psicológico e humilhação que deve encontrar respaldo e aplauso na Presidência. O que deve segue é a atitude do então deputado federal Bolsonaro, que exaltou a figura do torturador Ustra durante a votação do impeachment da ex-presidente Dilma, que foi barbaramente torturada por esses canalhas.

Quando a política deixa de ser exercida com dignidade por parte do Poder Executivo e há uma clara subversão dos valores e, se torna necessário buscar em outros poderes o equilíbrio para recompor o Estado democrático de direito. Ou pelo menos tentar. Na ausência de uma condução minimamente ética, respeitosa e civilizada, necessário afastar o presidente da Fundação Palmares.
Não em nome dos negros, que ele tanto tenta humilhar, mas em nome da esperança de termos de volta um país mais solidário e mais igual. A cada dia que a barbárie impõe seu terror, morre um pouco do que existe de humano em cada um de nós. E essa é uma guerra que não podemos perder, pois ela não é apenas nossa, ela é da humanidade.

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