sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

EH FARAÓ



Alô, Brasil. Alô mundo. O carnaval voltou, está de volta agora, neste 2023 de pandemia não revogada, mas sob relativo controle.

Salve a vacina. Viva o SUS. 

O carnaval a festa mais importante do país,  e é o que nos define como nação, o Brasil não inventou o carnaval, mas o povo do Brasil se juntou de tal forma, que foi o carnaval que inventou um país possível e original, às margens e nas frestas do projeto de horror que nos construiu, me aquecem o coração neste 2023 de retomada, reconexão, reencontro.   

Uma manifestação cultural que alcança humanos de 8 a 80 anos. cantando e contando, precisa ser reverenciada. 

Dá orgulho ver a festa pela  perspectiva afrocentrada, antirracista, de respeito a tradições religiosas, regionais, culturais. Dá valorização da negritude, do Nordeste, dos direitos humanos, da riqueza ambiental. 

É duro pensar que a festa das delícias tem suas dores. Os supercamarotes do sambódromo continuarão perturbando o samba com o bate-estaca da música eletrônica. As arquibancadas ainda se ressentirão da ausência do povo que ama sua escola de samba, mas não pode pagar pelos ingressos.

As rainhas negras das baterias, seguirão invisibilizadas por celebridades de cintura dura, querendo ser por exemplo, Quitéria Chagas.  

Assim se passaram dois anos. Parafraseando o maestro Tom Jobim, tudo continua lindo, mas uma merda; tudo uma merda, mas lindo.

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