domingo, 16 de abril de 2023

ELES SÃO UMA AMEAÇA !

 


Abril de 2023 — dois casos registrados em vídeo conseguiram despertar nossa acomodação ao nosso cotidiano racista. No Rio de Janeiro, o entregador Max, morador na Rocinha, não sabe como contar aos três filhos, (e eu ao meu neto), que foi chicoteado com coleira de cachorro por uma moradora branca de São Conrado, por  nada. Ou melhor, por ser negro.

— Complicado uma criança assistir a um vídeo desses, é bem pesado —

A agressora, Sandra Mathias Correia de Sá, ex-atleta de vôlei, chamara de “marginal”, “preto”, “favelado”, pelo fato de o entregador usar o mesmo espaço público — a rua — que ela.

Em Curitiba, a professora Isabel Oliveira, em um supermercado onde fora comprar leite para a filha, sentiu-se seguida no estabelecimento por mais de meia hora por um funcionário da casa. “Isso não pode ser normal”, pensou. E não aceitou. Usou o corpo negro como grito de afirmação. Com o testemunho do marido, que filmou a cena, retornou ao Atacadão,  e entrou na fila do caixa vestindo apenas calcinha e sutiã, e uma pergunta rabiscada na própria pele:

— Eu sou uma ameaça?

A coleira que chicoteou o entregador Max poderia constar de algum museu do racismo no Brasil de 2023. O basta da professora Isabel aponta para um amanhã sem paciência com a grande perversidade nacional: o racismo. Nós devemos, independente da cor da pele, nos indignarmos quando presenciarmos atitudes discriminatórias, principalmente por representantes do estado, ou de qualquer pessoa, contra qualquer pessoa!

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