sábado, 6 de janeiro de 2024

SACUDINDO A CIDADE

 


Não faz muito tempo, foi noticiado aumento da estimativa de vida país, para 75,5 anos. Envelhecimento deve ser direito de todos, não privilégio de poucos.  Em 2022, mulheres pretas e pardas morriam ao 66 anos; homens, aos 59 — sim, cinquenta e nove, por extenso, para não deixar dúvidas. Entre os não negros, o número vai a 66 (homens) e 71 (mulheres).

Quinho poderia ter vivido mais. Assim como tantos brasileiros que a existência fica arriscada na juventude, por uma sociedade que criminaliza, segrega, despreza e violenta corpos negros. Muitos dos que lamentam a morte de Quinho, são contra câmeras nas farda dos policiais, o que poderia diminuir a letalidade de uma polícia responsável por três em cada dez homicídios. São os mesmos que pregam a apreensão de jovens por irem à praia num dia de verão. No Rio, governador, prefeito, presidente do Tribunal de Justiça e até o chefe do Ministério Público querem jogar no lixo a presunção de inocência.

Quantos Quinhos adoecem e morrem, são apreendidos e humilhados, feridos e fuzilados por ação ou omissão dos que, em salões e avenidas, cantam “Explode coração, na maior felicidade”. Lamentemos a morte Quinho.... E dos que nem chance tiveram.

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