domingo, 21 de junho de 2020

D E F I N I Ç Ã O




Como definir a dor?
Não a física, mas aquela que aniquila o sentimento que temos de mais precioso e nos arranca dos braços quem mais amamos. Pra sempre!
Dor de mãe, de pai, de filho, de irmão, de avó, de avô, de neto, de amigo,de    olhares que nunca mais vão se cruzar. Nunca mais!
Morreram Marias, Paulas, Josés,  Pedros, Franciscos e tantos e tantos outros. E morreram só, sem direito de sentir pela última vez o calor de quem os aqueciam o coração.
Números desumanizam a nossa tragédia cotidiana da covid-19. Desde 17 de março, passamos a conviver com a frieza dos dados divulgados diariamente, das curvas e dos parâmetros anunciados pelas autoridades de Saúde. Houve muitas trocas no comando, mas os números seguiam lá, implacáveis. Nas últimas 24 horas, foram 10, 100, 500, 1.000 óbitos. Palavra mórbida que tristemente invadiu o nosso dia a dia.
É impossível dar rosto à tragédia. A sua face é invisível, mas cruel! O que são 50 mil vidas perdidas, (o que tenho com isso Nao sou coveiro, lembram?) acumulando-se em anúncios estatísticos, coletivas de imprensa, manchetes de jornais, programas de rádio e TV? Por que reagimos com certa indiferença e muitas vezes incômodo diante das notícias? Por que fugimos? Por que negamos?
Temos um comportamento tão diferente quando algo nos abala de forma
pontual e profunda. E os exemplos são tantos. O incêndio no Ninho do Urubu nos tocou a alma. Levou dez meninos cheios de sonhos. Numa comparação com a covid, é como se vivêssemos todos os dias a mesma tragédia por 14 anos...
14 anos! Dia após dia...
Esse que ainda está no poder, quando candidato, disse que morrer 30 mil é pouco.
Você que o escolheu está satisfeito?

Nenhum comentário:

Postar um comentário