sábado, 13 de junho de 2020

EU QUERIA.



Ele a chama por inteiro. É como gosta que ela esteja, com todos os pedaços encaixados, com todos os vazios preenchidos, completa. É, curiosamente, como fica quando está com ele, é como gosta de estar.





Eu queria, juro que sim, mas não sei como. Tenho medo de pisar muito forte no telhado e quebrar as telhas. Melhor ficarmos aqui, onde a terra é firme, onde o peso do meu corpo é quase nada. Melhor ficarmos assim, juntos, protegendo um ao outro dos perigos que criamos. 
Por favor, não esqueça mais a torneira aberta, um dia você inunda a casa inteira e morre afogada. Para! Não me faz cócegas, você sabe que de tanto rir eu quase morro. E, viver rindo porque não há outra saída é quase morte.
Não me deixe dormir, vai que eu acordo em outro lugar e no meu lado tem alguém que diz bom dia, vai que o bom dia é pra mim, e quem diz não seja você!
Eu tenho medo, sim. Medo de perder-me e de perder os outros. Medo do real e do faz de conta. Medo do fim do mundo, de o céu cair, de ser preso por engano, de luz e de promessas. Tenho medo até do medo. Eu, que acreditava ser corajoso...
Pensando bem, esqueça o que te falei sobre proteção, deixe que eu vá enfrentar os meus monstros. Se o mundo acabar em um abraço teu... 
Dane-se, melhor assim.

Tem dias que sem saber os motivos, fico triste,
 é que a lembrança, doi tanto, e eu me espanto, 
 então pego o violão, tento escrever , mais só escrevo verso banal, 
 Não sei você ainda é a mesma, se os cabelos cortados, já cresceram,
 se os pintou, será?  ou frases que para os outros não fazem sentido,
 mas para nós dizem muito. Parece que temos um dialeto , uma linguagem
 própria, um vocabulário que só os que tem formas auditivas não padronizadas
 entendem.


Penso em lhe telefonar, só pra ouvir você dizer: Tem dia que a noite é assim mesmo.

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