sexta-feira, 11 de junho de 2021

A VIDA APENAS

 


Nós passamos a ser ficção ao tentar racionalizar. Nós somos os que querem discutir literatura, os que se preocupam em usar máscara e fazer isolamento enquanto as festas clandestinas são regras. Somos aqueles que insistem em ler e escrever. 

Nós estamos sendo engolidos por um universo medíocre onde o que se prioriza, no máximo, são os livros com resumos e “soluções” para concurso. 

O pensamento médio no país hoje tem a profundidade dos bolsona- ristas e, por isso, a terra tem que ser mesmo plana. Precisamos refle- tir e mudar a abordagem no enfrentamento.

É impossível ceder mais. 

Não podemos continuar com a tentativa de desmoralizá-los no confron o entre ciência e barbárie. Eles são soberbos e orgulhosos da ignorância. Temos que ter consciência de que a atuação deles é criado no gabinete do ódio, os ministérios paralelos, a instrumenta- lização das milícias, e das Forças Armadas. 

O Brasil virou pária mundial, não somos aceito em boa parte do mundo, e mais do que excluídos, viramos chacota internacional.

A foto na capa de um jornal  do Cristo Redentor respirando com auxílio de um tubo de oxigênio. Se o Cristo ficasse em Manaus, iria faltar oxigênio. 

Ao apontar o óbvio, a matéria fala da impossibilidade de mudar o Brasil com esse presidente. 

O governo fez a leitura que interessava aos seus seguidores e afirmou que o texto 

jornalístico propõe eliminar, fisicamente, o presidente. 

Vergonha alheia outra vez. 

Ninguém responderá ao ódio desse grupo com ódio. Queremos tirá-lo sim, mas pelo impeachment, por uma responsabilização criminal ou pelo voto. Até lá, vamos fazer o enfrentamento com política institucional, muita poesia, e uma dose extra de solidariedade, empatia e coragem. 

Como ensina Carlos Drummond de Andrade, no poema Os ombros suportam o mundo:


“Chegou um tempo em que não adianta morrer, Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.

A  v i d a  a p e n a s , s e m mistificação.”

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