terça-feira, 8 de junho de 2021

Fugindo da pátria armada

 



Meu primeiro desencontro com os mamateiros verde oliva deu-se quando eu tinha 13 anos.

Eu era inquieto e aberto a desafios. Contestar autoridade do outro estava sempre no radar. Sem conteúdo teórico e histórico acelerava minhas decisões e atitudes, e influencias de  pessoas próximas, (minha mãe)e com base em intuições. 

O ano era 1973 ou sera que era 1974? Era sete de setembro e as  escolas expunham seus alunos a uma marcha insana na cidade do Aço. 


Imagina a cena: Av dos trabalgadores, exército e sua sucata deslocando e levando atrás centenas de crianças a bater o pé no asfalto quente. Talvez o plano fosse capturar essas mentes ainda confusas e temente a comilões vermelhos. Aquelas autoridades recebendo continência de todos me causavam náuseas. Um teatro ao ar livre com atores de quinta categoria.

Minha escola estava preparada a alguns quarteirões de distância da comissão de frente. As professoras tratavam de exigir poucos risos e o endurecimento de nossos corpos frágeis. 

Eu observava atentamente a ida e volta dos supervisores para que pudesse dar solução a minha insatisfação através da desobediência. 

Estava claro que eu não iria seguir aquele bando de picaretas. Não estava disposto ao diálogo pois sabia que esse caminho estava enterrado e ali nem capim nasceria.

Então seria preciso fugir da formação ao menor gesto de distração dos fiscais sai da fila e dobrei a esquina com rapidez e corri mais dobrando mais outra esquina, em direçã onde funcionava o EscritórioCentral da CSN. Por ali fiquei até o fim do desfile  quando então me juntei ao grupo para seguir de ônibus até o Recreio onde humildes soldados, pendurados em velhos caminhões distribuíam sanduíches para aqueles rostinhos vermelhos do sol de meio dia.

Começou ali uma história de aversão aos homens das armas, suas canções e tentativas de submissões.

Outros desencontros aconteceram para consolidar toda minha desconfiança e aversão aos donos da bandeira nacional, mas isso vou relatar em outro momento.

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