Já se pode comemorar muita coisa, de domingo para cá. Marina Silva cuidando do Meio Ambiente, em vez de Salles e sua boiada, por exemplo. Ou a esfuziante Margareth Menezes na gestão da Cultura, até outro dia a cargo de um Mário Frias.
Primeira reunião: os recados de Lula aos ministros
Foi bonito ver Raoni subindo a rampa e “o povo” — ali representado pelo cacique, por uma criança de periferia, uma catadora de recicláveis, um operário, um professor, uma cozinheira, um artesão, um ativista anticapacitista — fazendo a passagem da faixa no lugar do capitão fujão. Sem falar na irresistível vira-lata Rê (não acredito que ela seja tratada, na intimidade, pelo seu nome: “Senta, Resistência”, “Não pula, Resistência”, “No sofá, não, Resistência!”).
Há momentos — e aquele era um — em que o simbolismo é tudo.
Uma economia verde e sustentável, como proposta por Alckmin. Assim como a luta contra o preconceito, a exclusão e a invisibilidade social (“Vocês [todos] existem e são valiosos para nós”, nas palavras do ministro dos Direitos Humanos).
Ter esperança nas boas intenções está liberado.
Qualquer reparo que se bote no negacionismo é uma mal disfarçada nostalgia do recém-finado fascismo Porcina (aquele que foi sem nunca ter sido).
Precisamos combater as fakes news
— Os maiores inimigos da liberdade não são os que a oprimem, mas os que a deturpam.
Não há como comparar Nísia Trindade a Eduardo Pazuello, Silvio Almeida a Damares Alves, Camilo Santana a Ricardo Vélez, Abraham Weintraub ou Milton Ribeiro. Nem Simone Tebet a quem quer que seja do “antigo regime”. Porém — ah, porém! — existem Rui Costa, investigado por fraude na compra de respiradores e financiamento ilegal de campanha; Carlos Lupi, que só sairia do governo Dilma “abatido à bala”, mas economizou munição e caiu por denúncias de corrupção; Waldez Góes e as acusações de desvio de recursos públicos; Daniela do Waguinho e a camaradagem com a milícia.
O governo Lula precisa dar certo, para que nunca mais haja outro Bolsonaro.
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