Ela ia atravessar a rua.
O sinal determinou a espera. E foi, nesse intervalo, que nos olhamos.
Eu estava sentado, bebendo a saudade.
O dia não me prometia nada além do que os dias que se passaram me deram nos 85 anos.
E, então, se deu um outro encontro.
Enquanto Eva esperava o sinal abrir, abriu em mim uma emoção diferente. Eu disse alguma coisa um comentário sobre a beleza do dia. E ela sorriu.
Eu a convidei para que sentasse comigo e se refrescasse ouvindo a minha história. Ela não disse ‘não’. E, depois de algum encontro de pensamentos, eu fui ao que considerei o certo, convidei Eva para
vivermos juntos.
Era ela, também, só, há mais tempo do que eu. Também com os filhos entregues aos mundo.
O sinal aberto nos viu atravessando o medo da surpresa de mãos dadas. De repente, Rudah apareceu em mim. Não para censurar. Emprestou me o sorriso dos que prosseguem amando. E cuidando.
Com ela, o amanhecer nos prometia um dia longo.
O entardecer, ao lado de Eva, é diferente. Mas é também amor.
Não que eu seja apressado.
É que o tempo, quase sempre amigo, me ensinou que não se desperdiça um olhar único na multidão de olhos que nada dizem.
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