quinta-feira, 17 de novembro de 2022

Nada será como antes. (Perdeu, Mané, não amola)

 




O Brasil anda tão desgovernado quanto a nau sem rumo que colidiu com a Ponte Rio-Niterói. É clichê dizer isso, mas o Brasil é uma piada pronta, uma metáfora de 52 mil toneladas.

O presidente sumiu, o que nem é tão ruim — é até ótimo — mas, vira e mexe, um general sai da tumba e solta uma nota golpista.

Não se tem um dia de paz.

Milhares de pessoas zumbinizadas de verde e amarelo andam desorientadas pelo país, pedindo intervenção militar diante dos quartéis e dando demonstrações de inequívoca insanidade: uma hora é um desacertado grudado na frente de um caminhão, outra um jogral de senhoras equivocadas, depois um cidadão gritando por socorro diante do Tiro de Guerra, como se houvesse socorro possível a quem saiu de tal forma da realidade.

Quem não viu?  

Certas coisas devem ser vistas, nem que seja por dever cívico.

A picanha que Lula prometeu nos seus discursos se adiantou no tempo e no espaço e está sendo fartamente servida nos acampamentos golpistas, todos muito organizados, com bandeiras, cartazes e refeições abundantes e gratuitas para que os patriotas não passem necessidade.

Há muitos vídeos, muita gente, muita comédia involuntária (e sinistra). Muita picanha. Toneladas de frutas. Entre o café da manhã e o almoço (na barraca central, com horários bem estabelecidos), há também palavras de ordem:

“Cabeça de ovo, supremo é o povo!”

Eu tinha a impressão de que o povo já tinha se manifestado nas urnas, mas no universo paralelo em que civis pedem intervenção militar tudo é possível.

Em Nova York, o ministro Luís Roberto Barroso, (a quem devemos o eterno “Mistura do mal com atraso, com pitadas de psicopatia”) resumiu tudo em quatro singelas palavras.

PERDEU, MANÉ. NÃO AMOLA.

Obrigado, ministro.

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